Fanfic: Paixão inesperada | Tema: Portiñón

Às 6:57h da tarde Any entra no quarto, Dulce está lendo em sua cama. A ruiva a fitou enquanto Ant tirava seus sapatos de salto após sentar-se em sua cama.

-- Cadê sua namoradinha? – Perguntou Any seca.

-- No quarto dela, eu espero. – Respondeu a ruiva voltando a olhar as páginas do livro.

A loira levantou-se e foi para o banheiro. Dulce continuou lendo seu livro, agora já não entendia sequer uma palavra que seus olhos liam, o perfume de Any estava no quarto, e ela estava no banheiro, era o suficiente para fazer Dulce viajar para todos os momentos em que esteve perto de Any, nunca sentira algo assim por ninguém.

Ao lembrar-se de seu único namorado que teve durante o Ensino médio, Dulce quis rir, nunca havia sentido sequer um arrepio ao tê-lo por perto, nem mesmo sentia algum efeito sobre ela, seu relacionamento fora como uma amizade. Só agora Dul sabia o que realmente era o amor, a paixão, e queria senti-los pelo resto da vida.

Sentia-se leve apenas pelo fato de tocar Any as vezes que a loira dormiu em seus braços, queria cuidar daquela menina com todo seu amor, confortá-la, secar suas lágrimas, fazê-la feliz, mas Any parecia não querer nada disso.

A ruiva despertou de seus pensamentos quando Anahi saiu do banheiro já vestido com uma camisola curta e muito sexy, seu coração disparou ao ver aquele corpo perfeito coberto apenas por uma fina camada da camisola preta.

Dulce estava de moletom, como todos os dias, não se sentia bem com outro tipo de roupa de dormir, parecia que não combinava com ela, mas Any ficava perfeita com qualquer coisa, era impressionante.

Até mesmo a forma como ela prendia o cabelo em um coque bagunçado parecia sexy, cada milímetro de seu corpo chamava Dulce, que agora estava totalmente embriagada pelo desejo de ter aquela loira em seus braços e amá-la para todo o sempre. Queria beijar cada espaço do corpo daquela menina, senti-la, queria tê-la só para ela.

-- Doce Dul, não babe no livro, você tem que devolvê-lo intacto na biblioteca. – Disse Any enquanto ajeitava-se em sua cama.

Dulce assustou-se e engoliu em seco, era impressionante como ela se esquecia de tudo quando via Any, nem se preocupava em disfarçar e a loira sempre notava seus olhares mais secretos, sentiu seu rosto queimar.

-- Não vai sair? – Perguntou Dulce querendo disfarçar. Estava morrendo de vergonha.

-- Pareço que vou sair? – Any riu irônica.

Dulce fechou o livro e pôs na escrivaninha com a cara fechada, deitou-se em sua cama de costas para Any que agora estava em sua cama com seu notebook, estava em suas redes sociais e ouvindo musica, Dulce já havia dormido.

Any estava vendo os perfis de amigos e conhecidos de sua cidade quando resolveu ver o perfil de seu pai, seus olhos arregalaram-se ao deparar-se com o status de Antônio onde dizia que ele estava noivo de uma mulher chamada Alice Pierce.

-- Mas o que é isso? Como ele pôde? Que droga! – Gritou enfurecida.

Clicou no perfil de Alice, ali dizia que ela tinha 38 anos e que era terapeuta, também tinha filhos, uma menina que devia ter uns 13 anos e um menino que aparentava ter mais de 20. Dulce virou para a direção de Any, ela havia despertado ao ouvir os berros da loira.

-- Quem essa vadia pensa que é para roubar o lugar da mamãe? Isso não vai ficar assim, eu não vou deixar! – Gritava a loira, algumas lágrimas escorriam sobre suas bochechas.

Dulce preocupada levantou-se e foi até Any.

-- O que houve? Porque está tão brava? – Olhava assustada para a outra.

-- Meu pai, sempre meu pai! Além de me trancar aqui nesse inferno agora ele resolveu simplesmente casar, quem ele pensa que é para substituir mamãe? E ainda nem me avisou, parece até que eu morri junto com a mamãe! – Chorava Any desesperada

-- Ei calma, não chore - Dulce abraçou a loira puxando-a para si.

-- Não é justo Dul, ele não pode fazer isso comigo e com a mamãe. – A loira chorava igual criança.

Dulce abraçava a loira o mais forte que conseguia, estava quase chorando também, mas precisava ser forte e acalmar “sua Any”.

-- Shh, não chore, por favor, você precisa se acalmar. – A ruiva pegou o rosto da loira e limpou suas lágrimas, aqueles grandes olhos verdes atingiam diretamente o coração de Dulce dificultando sua respiração.

-- Minha vida é uma droga, ele nem liga para mim, desde que a mamãe se foi, é como se eu não existisse. – Dizia Any soluçando.

-- Talvez não seja tudo isso Any, talvez você precise conversar com seu pai, na verdade vocês realmente precisam conversar. – Dulce abraçou a loira novamente.

-- Porque você se preocupa tanto comigo? – Perguntou Any.

-- As pessoas fazem isso Any, cuidam umas das outras, nem todo mundo é do mal. – Dulce não queria falar de seus sentimentos agora.

-- Mas eu sou má, ninguém gosta de mim, sou uma pessoa horrível – Chorou.

-- Ei, você não é má Any, olhe para mim – A ruiva pegou o rosto da loira e encarou seus olhos – Eu gosto de você, e tenho certeza que seu pai te ama, está bem? – Disse.

A respiração de Any sumiu, ficou imóvel, ela estava louca ou acabara de ouvir que Dulce gostava dela, mas será que gostava do jeito em que ela gostava da Ruiva? Essa era sua chance de saber a verdade.