Fanfic: Sweet Nightmare | Tema: Famosos diversos.

Os bosques no Oregon sempre estavam mais frios nesta época do ano. Mesmo com o sol, a temperatura era baixa o suficiente para congelar qualquer aventureiro. Não se ouvia nada além de seus passos rápidos em cima do gelo. Ela estava correndo como se não ouvesse saída. Como se soubesse que mesmo que corresse por toda a vida não chegaria ao ponto final. Ela sabia que o fim a aguardava, e ele estava próximo. Após horas correndo sem cessar o ritmo ela não aguentou o peso do próprio corpo e caiu ao chão, arfando desesperadamente em busca do ar frio de inverno, ela se sentou, apoiou a cabeça nos braços cansados e como se o mundo fosse acabar naquele minuto deixou que as lágrimas do desespero que sentirá segundos atrás caissem como pequenas gotículas de esperança. Ela se renderá. Não haveria mais porque lutar. Ela já havia perdido tudo o que algum dia foi importante para ela, e apartir dali não haveria mais porque lutar contra o invevitavel. Se morresse pelo menos encontraria alguma paz, e talvez, até alegria em sua vida. Um barulho na floresta a colocou em situação de alerta. Ela sabia que deveria correr. Sabia que deveria sacrificar tudo o que tinha para sair dali. Sabia que se ouvesse a oportunidade de fugir era aquela, e que se demorasse mais alguns segundos ela perderia o controle. Ficaria presa para sempre. Ela já tinha sentido o cheiro da morte antes. Não era a primeira vez que ela ficava cara a cara com a dor. Ela conhecia o inferno e ele não ficava em um subterraneo imundo, ele era muito pior. Com relutancia ela tentou se equilibrar nas pernas ainda bambas, mas sem sucesso, voltou a derramar lágrimas de desespero. Mesmo que não aceitasse ela ainda estava viva. Ela tinha sonhos. Tinha uma vida. Ela queria lutar por ela mas pela primeira vez em anos foi feita de refem pelo sofrimento. Ela estava perdida em seus devaneios. Até que uma mão se estendeu á sua frente:

- Precisa de ajuda? - Ele perguntou, e sorriu gentilmente.

Sem relutancia olhou para cima para ver a quem pertencia a voz. Ela foi subindo o olhar devagar esperando reconhecer o sujeito antes de precisar olhar em seu rosto. Um tenis velho, calças jeans rasgada e uma camiseta preta foi tudo o que ela viu antes do grande impacto. Quando finalmente chegou aos olhos um turbilhão de emoções formaram um buraco negro que sugava toda e qualquer energia dentro dela. Ele tinha feições angelicais, olhos da cor de uma esmeralda cintilante, a boca perfeitamente desenhada que esboçava o sorriso torto mais encantador e hipnotizante que ela já vira, o cabelo castanho claro que brilhava com alguns raios de sol que o circundavam fazendo com que ele parecesse um anjo. O seu anjo. Ela foi um tanto relutante em conseguir tirar os olhos da figura magnifica a sua frente, mas então conseguiu se desvencilhar do turbilhão de emoções e estendeu sutilmente a mão para o anjo a sua frente. Era estranho discenir qualquer emoção naquele momento mas ela sentia um impulso junto com a infinita necessidade de toca-lo, de tê-lo. O momento de espaço até que as duas mãos se tocassem pareceu eterno para ela, e tudo no que conseguia pensar era no fim desde eterno pesadelo. Foi então que aconteceu, quando seus dedos se tocaram e por fim as mãos ela foi arrastada para o buraco negro que ele havia aberto dentro dela. Alguns minutos atrás ela tivera pensado em muitas formas criativas de morrer, mas no momento em que tocou a mão dele, viu que aquele era o fim, não existiria outro, ela viu passar por ela o filme de sua vida, desde o primeiro tombo de bicicleta, até o bullying que sofrerá na escola e então a morte dos seus pais e de seu irmão a qual ela tentará esquecer á 6 meses. Tudo passou por ela como um borrão, como se as memórias de todos estes dias horríveis estivessem se reunindo para serem apagadas e deletadas para sempre do universo. Como se todo o sofrimento a qual ela foi submetida não importasse para ninguém. Ela já sofreu antes, mas nunca daquela maneira. Não foram as lembranças que a fizeram entrar no buraco negro. Ela já tinha passado por aquilo uma vez, não era o problema passar de novo, o sofrimento agora vinha do fundo coração, o sentimento de traição e de arrependimento que faziam com que ela preferisse se jogar em ácido puro á ter que sentir essa dor. Ele a levará até o buraco negro. Ele foi a causa de tanto arrependimento, de tanta dor. Ele. 

Foi então que o mundo se calou. Não se tratava da morte de uma garota no Oregon. Aquele silencio, aquela dor, era tudo muito mais do que apenas isso. Se tratava do fim do para sempre.  Se tratavá de um ponto final no infinito.