Fanfic: Respira (Portiñon) FINALIZADA | Tema: rebelde

Dulce Narrando

Meu Deus, proteja a minha loirinha. Cuida dela, faça que ela fique boa e possa ficar do meu lado. Não a tire de mim, não agora que fiz planos e mais planos pra ela. Abaixei minha cabeça e comecei a chorar. Logo sentir um abraço e vi que era Thália, junto ao meu pai.

THÁLIA: Vamos ter que ser fortes

FERNANDO: É por ela Dul!

DUL: Eu estou tentando ser forte na frente dela, não quero demonstrar que tenho medo, quero lhe passar força e confiança. Mais por dentro meu coração aos poucos vai se quebrando, ficando em pedacinhos.

THÁLIA: Eu também me sinto assim Dul, mas não podemos ficar desse jeito, precisamos ter fé

DUL: Estou me segurando a isto

FERNANDO: Então vamos acreditar!

Os dois me abraçaram e ficamos assim por um tempo. Sentir meu celular vibrando, me afastei deles e vi que era a Mai. Tinha esquecido de ligar pra eles, devem estar loucos.

DUL: Oi Mai

MAI: Sua desnaturada, como nos deixa assim, sem noticias da Any?

DUL: Desculpa amiga, mas fiquei sem saber o que fazer.

MAI: Ta desculpada! Mas iai, como ela esta?

Só foi Mai falar isso e comecei a chorar

MAI: Dul ! Dul o que foi?

DUL: Mai (chorando) a Any

MAI: O que foi Dul? O que aconteceu com a Any?

DUL: A..Any esta com (dei uma pausa) com leucemia (chorei)

MAI: Como?

DUL: Eu não aguento sozinha Mai, estou desesperada. Estou com medo de perder a minha loirinha

MAI: Vc não vai perde-la Dul. Ela vai ficar bem. Onde vc esta?

DUL: No hospital central

MAI: Estou indo pra ai

DUL: Não precisa amiga

MAI: Precisa sim, vou ficar do seu lado. Sei que esta precisando de um ombro amigo

Desligou ... É agora a única coisa que eu tenho que fazer é esperar a minha linda sair daquela sala. Me sentei na recepção e fiquei pensando no que poderia fazer pra ajudar a minha pequena, mais eu não conseguia pensar em nada. Estava de mãos atadas, como ia ajudar ela? O que eu faria? Precisava me acalmar, fui ate a recepção e pedi um papal com uma caneta, precisava escrever algo e só assim eu me acalmava.

“ Não, não me deixei por favor, os meus olhos rasos d’água, são a prova evidente do meu amor, não, não me deixe por favor, se vc me abandonar, eu não sei o que será, do meu pobre coração. Não me deixe amor, não me diga adeus, eu não posso viver, sem os carinhos teus, mas se tal coisa acontecer, sou capaz de enlouquecer ...”

E isso era a mais pura verdade, não ia saber ficar sem ela. Sou capaz de enlouquecer realmente. Minha loirinha, meu bebê, meu amor, a minha pequenininha, não me deixa. Estava perdida nos meus pensamentos, até que fui despertada por Mai. Ela estava na minha frente com uma cara triste, eu tava abatida e meu rosto demonstrava a minha tristeza, Mai me olhou e abriu os braços, imediatamente a abracei e chorei o que ainda minha tinha de lágrimas.

MAI: Chora amiga (alisando meus cabelos) Coloca pra fora o que vc esta sentindo

DUL: porque Mai? (a olhei tentando achar uma resposta) porque logo com ela, porque justo agora?

MAI: Eu não sei minha linda, não faço ideia. Eu também não entendo, não queria que isso estivesse acontecendo

DUL: Não podem me tirarem ela Mai

MAI: Não vão fazer isso

Me soltei do abraço e a olhei

MAI: Tudo vai dar certo, tenha fé

DUL: Me agarro a isso Mai!

MAI: Onde esta a Any?

DUL: Fazendo uns exames (suspirei) depois deles vai começar a seção de quimoterapia.

MAI: Tudo isso hoje?

DUL: Aham! Conversei com a Thália sobre isso, e ela me falou que são muito fortes e que provavelmente a Any vai voltar dormindo de cansaço. A minha bebê ta sofrendo e eu não posso fazer nada pra amenizar essa dor. (abaixei a cabeça)

MAI: Tem que ser forte Dul, pela Any

DUL: Estou sendo por conta dela, porque a minha vontade é de chorar e sair gritando ao mundo a minha dor

MAI: Calma amiga! Calma.

DUL: Esta difícil Mai

Conversamos muito, Mai tentava me confortar o tempo todo. Mais ela também estava triste e sabia o quanto estava doendo em mim. Já ia anoitecer, quando vi o médico da Any entrando no quarto onde Thália e meu pai estava.

DUL:  Vem, é o médico da Any

Puxei Mai pelo braço e entramos no quarto

DUL: Cadê a Any?

HENRIQUE: Esta voltando para o quarto agora.

THÁLIA: Como ela reagiu a primeira seção da quimo?

HENRIQUE: Por enquanto esta tudo em ordem, mais ela vai ficar em observação a noite toda.

FERNANDO: Já vão trazê-la?

HENRIQUE: Aham! Ela esta dormindo, foi muito cansativa pra ela, mas ela ta bem!

Ele se despediu da gente e saiu do quarto

DUL: Quero passar a noite com ela aqui

THÁLIA: Não Dul, pode deixar que eu fico. Vc vai pra casar dormir, amanhã vc tem aula

DUL: Vcs acham que eu vou conseguir estudar sabendo que a mulher que eu amo, esta internada? Eu vou ficar o tempo todo com a Any

THÁLIA: Dul, não é bem assim! Vc vai estudar de manhã e depois vc fica com a Any, tem que continuar com seus estudos, termina esse ano

DUL: Estou pouco me lixando, vou ficar com a Any e ponto final

FERNANDO: Vc fica com ela hoje, mais depois vai retomar sua vida normal, a Any tem que sentir isso vindo de vc filha, ela não vai gostar de saber que vc parou tudo pra cuidar dela.

DUL: Mais ...

FERNANDO: Pensa nisso!

Pouco tempo depois a enfermeira trouxe Any de volta ao quarto. Estava pálida e abatida. Me aproximei dela, sentei na cama e segurei sua mão.

DUL: não foi fácil pra vc não é meu amor? (alisei) me sinto impotente em não poder fazer nada. Não queria ver vc assim!

Mai se aproximou de nós duas

MAI: Estamos do seu lado Dul e vamos juntos cuidar da Any

DUL: Ainda bem que tenho vcs do meu lado

FERNANDO: Fica calma filha

Olhei pra eles e sorrir de lado, ia passar a noite com a minha pequena. Já era quase 10 da noite, eu estava deitada em uma cama ao lado da de Any, estava quase cochilando, quando escuto um sussurro baixinho.

ANY: água, água

Olhei e vi que era Any, me levantei rapidamente. Vi que ela queria água, peguei um copo e coloquei um pouco, fui até a cama e lhe dei aos poucos a água.

DUL: Bebê, que bom que acordou!

ANY: Dul (sorriu pra mim)

DUL: Esta bem?

ANY: Só um pouco cansada e enjoada

DUL: Já, já passa

ANY: Aham! Vai dormir comigo?

DUL: Vou sim, aqui do seu lado

ANY: Mais e a aula amanhã?

DUL: não vou, vou ficar aqui contigo

ANY: Dul, não acho certo isso. Vc tem obrigações a cumprir

DUL: Minha obrigação é cuidar da pessoa que eu amo. Não pesa pra ficar longe de vc amor, não posso e não consigo

ANY: Mais ...

DUL: Por favor, não me pesa isso. Eu vou ficar contigo o tempo inteiro

ANY: Vc tem uma vida Dul

DUL: Minha vida esta aqui, do seu lado (a beijei) agora esquece isso. Descansa!

Fiquei fazendo carinho nela, até que ela pegasse no sono. Passei um tempo, só alisando seus cabelos, olhando ela dormir, estava tão cansada que não demorou pra pegar no sono. Fiquei com ela assim, até que aos poucos apaguei também. Duas semanas depois, Any já tinha passado por 4 seções de quimio, começou a parte mais difícil, enjoando comida, mal esta comendo. Eu tento ser forte na frente dela, ser positiva, mais quando estou sozinha choro como uma criança indefesa. Meus amigos estão me apoiando em tudo, se eu não os tivesse nesse momento, não sei o que seria de mim.

DUL: Ta melhor amor?

ANY: To (voz baixa)

DUL: Descansa um pouco (alisei seu rosto)

ANY: Quero ficar um pouco mais contigo

DUL: Mais, amor. Vc precisa descansar!

ANY: Não aguento mais ficar deitada Dul. Todo dia é a mesma coisa, quero sair. Quero voltar pra casa

DUL: Mais ainda não pode amor, vc precisa ficar aqui.

ANY: É um saco! (fazendo bico)

DUL: Ai que biquinho lindo meu Deus (fiz ela sorrir)

ANY: Não sei o que seria de mim, sem vc do meu lado

DUL: A mesma coisa que eu sem vc

ANY: Somos duas bobas apaixonadas (rindo)

Rir junto com ela

ANY: Deita aqui!

Ela se afastou um pouco e deu um espaço pra eu poder deitar. A abracei e dormimos de conchinha. No outro dia, estava dormindo quando escutei a voz de Thália.

THÁLIA: Dul meu anjo

DUL: Thália

THÁLIA: Acorda meu amor!

DUL: Que horas são?

THÁLIA: Já é quase 10 hrs. Vai em casa agora, tomar um banho e descansar um pouco. Vc esta precisando, pode deixar que eu fico com a Any agora.

DUL: Ta bom! Vou tomar um banho e volto (beijei o rosto de Any) te amo amor. (abracei Thália) Qualquer coisa me avisa.

THÁLIA: Não se preocupa!

Olhei pra Any mais uma vez e sair. Fazia quase um mês que eu tava cuidando da Any, desde do dia que ela deu entrada no hospital, eu não voltei ao colégio. Meu pai fez um acordo com o diretor, estava fazendo os trabalhos em casa e as provas também, com a supervisão de um professor, assim eu não ia perder o ano e não ia deixar a minha Any sozinha. Cheguei em casa, fui direto para o banheiro, precisava relaxar, tomei um banho demorado, coloquei uma roupa leve e deitei, acabei dormindo, estava exausta.