Fanfics Brasil - Capítulo 1 - Café da Manhã The Heartbreaker

Fanfic: The Heartbreaker


Capítulo: Capítulo 1 - Café da Manhã

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"2° lugar - Pérola Oliveira González"


Ela mal pode acreditar que havia passado. E passou em segundo lugar, o que lhe dava direito a uma bolsa integral na pós-graduação que escolhera – Especialização em Gastronomia. Ser dona de seu próprio restaurante sempre fora o seu sonho e após longos quatro anos na faculdade de nutrição, achara que estava na hora de explorar novos rumos.
Pérola vinha de uma família de origens espanholas e comida era algo especial para eles. Era quando todos se reuniam e passavam momentos agradáveis ao redor de uma mesa farta de guloseimas e bom vinho.
Naquela manhã quando abriu o site da famosa Universidade da Serra do Rio Grande do Sul e correu os olhos até a lista de aprovados, quase cuspiu o café no monitor. Ela estava sem esperanças, apesar do curso não ter uma procura tão grande quanto os demais, algo lhe dizia que não conseguiria a bolsa. A bolsa. Outro novo problema em sua vida.


Conseguir verba do governo para seus estudos significava que teria que mudar de cidade, já que teria que estudar na serra. Apesar de já possuir bons vinte e quatro anos Pérola possuía um pai rigoroso e protetor. O fato de ter sua filha mais nova longe do alcance das suas mãos protetoras, o deixava preocupado.
Pérola desceu as escadas e foi até a cozinha onde encontrou seus pais arrumando a mesa do café.
– Papá. – disse ela com cautela. – Tenho boas noticiais!
– O que seria, minha filha?
– Adivinhem!
Um silêncio pairou sobre o cômodo por um momento, então sua mãe, Dona Isabella, deu um grito:
– Conseguiu a bolsa!
– Sim! – a jovem gritou indo abraçar sua mãe.
– Dios Mío! Parabéns, querida! – Santiago falou passando as mãos nos cabelos de sua filha.
– Pai, vou precisar alugar um apartamento, o senhor sabe.
– Argh. Tem certeza que será necessário? Não pode ir toda semana e voltar?
– Eu gastaria muito mais fazendo isso. É mais prático eu ir morar lá e voltar nos finais de semana para ver vocês às vezes.
Às vezes? – Santiago perguntou intrigado.
– Você não quer que a menina venha sempre! Pare com isso, Santiago! Querida, não dê bola para seu pai. Começaremos a organizar tudo essa semana.


Semanas depois Pérola já havia se matriculado e alugado um pequeno apartamento que ficava a três quadras da universidade. Sua nova residência não era luxuosa e estava longe de ser invejada. Era um grande cômodo dividido em cozinha, banheiro, uma sala pequena e seu quarto que mal cabia uma cama. Apesar desse infortuno, Pérola encarava tudo como uma nova aventura.


Naquela manhã após finalmente terminar a arrumação do seu novo lar, tomou um bom banho numa antiga banheira de louça branca – um dos poucos luxos que o apartamento possuía – e se arrumou para dar uma volta pela cidade.


Enquanto penteava seu cabelo ela observou sua face refletir no espelho. Ela tinha se tornado uma bela mulher. Seus cabelos eram lisos, volumosos e castanhos, e seus olhos eram como os da sua mãe, cor de mel. Ela sempre fora negligenciada por suas primas mais velhas, todas lindas de olhos claros e corpo escultural. Sempre pegando no seu pé quanto a falta de um namorado que a acompanhasse nos eventos sociais da família e ser a única prima que tivera decepções amorosas. Pérola não dava bola para isso, mas no fundo, às vezes ela desejava encontrar alguém tão bom e melhor do que todas elas já tiveram só por despeito. Mas não agora. Ela estava ocupada demais com seu novo curso e não teria tempo e muito menos queria distrações neste momento.


Com a tarefa de domar os fios revoltos terminada, ela desceu as escadas e foi andar pela cidade que era famosa por seus vinhedos, o que para ela era um paraíso.


...


Daniel. Uma voz feminina suspirou enquanto dormia.


O rapaz de cabelos loiros levantou silenciosamente para não acordá-la e realizar sua fuga do melhor jeito possível. Ele se sentia confortável com isso, nada de compromisso ou de brigas e más lembranças. O que restava era apenas uma boa noite vivida onde desfrutavam dos melhores prazeres que a vida lhes oferecia. Então, no dia posterior ele apenas colocava suas roupas e ia embora sem ressentimentos. Esse era o combinado, era a sua regra sagrada.


Daniel deixou o quarto e procurou desesperadamente pela chave que dava passagem para sua liberdade e quando finalmente a encontrou apressou-se em abrir a porta e sair de lá o mais rápido possível. Ele não queria ter que ouvir lamentos da mulher na cama pedindo para que ficasse mais um pouco, ou ainda pior, tomasse café da manhã com ela. Isso ficou para trás.


Saiu do prédio e andou preguiçosamente até a padaria que ficava próximo ao Instituto de Música onde estudava. Gula. Outro pecado que ele adorava desfrutar, logo depois da luxúria.


– Bom dia, dona Marta! O que temos de bom hoje?


– Oh, Daniel! Bom dia! – a mulher de cinquenta anos disse com a voz melosa. Daniel era um dos seus clientes favoritos. – Preparei guloseimas especiais hoje, tem algumas bombas de chocolate, se você quiser.


– Ótimo! – ele disse lhe lançando um olhar arrebatador. Ele sabia como manipular as mulheres e enviar o seu charme na intensidade exata para conseguir o que queria. – Vou querer esta. A mais recheada! E um café puro, por favor.


Seu pedido foi logo atendido e ainda por cima ganhou um desconto. Ele apreciou com gosto o doce, não deixando escapar qualquer vestígio do creme de chocolate do recheio. Então, sua atenção foi tomada por uma moça de cabelos castanhos que entrou meio sem jeito pela porta pesada de vidro.


Daniel a avaliou rigorosamente. Seus cabelos ainda estavam úmidos e ela estava usando um tênis confortável e de aparência velha. Isso para ele era quase inaceitável em uma mulher. Qual o problema com sapatos? Ele pensou levantando uma sobrancelha enquanto lembrava da noite que teve com uma bela loira com belos sapatos e pés igualmente bonitos. Sim, Daniel Borelli possuía uma coisa por sapatos e pés femininos que às vezes era quase inquietante.


A menina falava sem parar com a atendente e parecia nova na cidade, já que pedia informações sobre aonde ir e o que ver. Como fala! Daniel se surpreendeu colocando a mão na testa e sentindo uma dor de cabeça, efeito da noite passada.


Ela escolheu um bolo de banana e canela, uma xícara de café e, para a alegria de Daniel parou de tagarelar e sentou na mesa em frente a dele. A moça lhe lançou um olhar breve e voltou sua atenção a um folheto que recebera de Marta. Ele deu uma mordida em sua bomba de chocolate e continuou a encarando. Seus cabelos estavam começando a secar e arrepiar, e ele não pode deixar de sorrir ao ver a criatura que olhava o folder com muita atenção.


Quando finalmente percebeu que estava sendo observada, ela ficou nervosa, inquieta. Às vezes se remexia na cadeira, visivelmente desconfortável e isso fez os olhos verdes dele brilharem. Ele adorava o efeito que conseguia causar com sua boa aparência em algumas mulheres. De vez em quando ela olhava para ele e quando via que ainda estava sob a mira de Daniel, baixava os olhos de volta para seu bolo. Aí estava uma nova e inesperada distração para ele naquela manhã. Atormentar a pobre menina que por azar escolhera sentar logo na sua frente.


Daniel passou os dedos no chocolate do seu doce e lambeu com veemência, de um jeito muito charmoso. Era quase pornográfico e ela começou a corar.


E aí está. Adoro vê-las corar. Ele sorriu para si mesmo pela pequena conquista daquela manhã. Então terminou seu café e passou lentamente pela mesa da moça lhe lançando uma piscadela sedutora.


Satisfeito ele andou preguiçosamente até seu apartamento. Logo as aulas começariam e ele teria muito que fazer. Ele já podia ouvir o seu telefone tocando freneticamente e ouvi-las chamando seu nome. Quando chegou em casa se atirou no sofá, conferiu suas mensagens e adormeceu. Surpreendentemente ele acabara sonhando com cabelos arrepiados e olhos cor de mel.




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Autor(a): C. S. Camargo

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

            Pérola terminou seu café em um único gole. Seu rosto começava a ficar menos vermelho e quente. Efeito de um desconhecido que resolvera tirar um tempo para atormentá-la àquela hora da manhã. Era só o que me faltava! Ela pensou enquanto lembrava da cena do ...


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