Fanfic: O Último Suspiro | Tema: One Direction

Harry e eu estávamos sentados no sofá da nossa casa assistindo as reprises de F.R.I.E.N.D.S uma sitcom Americana criada por David Crane e Marta Kauffman, com to total de 236 episódios. Desde de pequenos nós dois sempre amamos a série, sendo uma das melhores da Warner Bros até os dias de hoje. Harry é meu irmão mais velho, sendo assim sempre cuidou de mim, mas em determinados momentos eu me torno a mais velha. Harry é um menino um pouquinho alta, dos cabelos meios ondulados, sua pele é branca dos olhos perfeitos verdes. Noite passada foi tensa, por que meu irmão sangrou de novo pelo nariz, mas foi por causa do tempo doido, mas não sangrou muito. Graças a Deus por isso. Ninguém percebeu, mas eu percebi perfeitamente que ele estava ficando mais branco que o normal, perdendo sua cor natural, e isso não é um bom sinal. Harry se levantou, e foi ao banheiro, enquanto eu permaneci sentada no sofá, assistindo as reprises do seriado. Nosso pai estava sentado em sua poltrona dormindo como sempre. Nossa mãe estava na cozinha fazendo o almoço. Perguntei a ela se iria demorar muito, ela disse que em 40 minutos já estaria tudo pronto. Harry saiu do banheiro, ficou de frente para mim me puxando e disse:

- Vamos lá para fora ?

-Fazer o que ?

- Quero ar livre

-Ok!

Coloquei o seriado para gravar, e fui para o quintal com ele. Nosso quintal é enorme, para uma casa só. O gramado estava úmido ainda do sereno, as folhas das árvores estavam caindo, para o começo do outono. Harry pegou um banquinho, e o colocou perto do portão de saída, e se sentou de frente para o enorme sol, que iluminou todo seu corpo, fazendo com que seus cabelos brilhassem. Me sentei o lado dele, e ficamos em silêncio, ouvindo o canto dos passarinhos. Ele levantou a cabeça, fechou os olhos, sorriu e suspirou bem fundo. Ainda de olhos fechados e com a cabeça para cima ele disse.

- Você acha que isso pode voltar ?

- Harry .. Não pense nisso.

- É só uma pergunta, você acha ?

- Quer a verdade ?

- Quero!

Fiquei em silêncio por um tempo, eu peguei na mão dele. Estava quente, e eu tinha esquecido o quanto sua mão era macia e fofa. Passei a mão em seu rosto e disse.

- Maninho, não tenho certeza disso, mas pode ser que sim, pode ser que não.

- Você sempre é sincera comigo, obrigada por não ser igual a mamãe e papai.

Ele sorriu e nos abraçamos. Uma ventania veio de repente, e Harry se levantou no exato momento, abriu os braços e sentiu a ventania passar entre seus dedos, fazendo com que seu cabelo ficasse todo bagunçado, mas ele continuou lindo. Nosso vizinho subiu no muro, e ficou nos observando. Ele é um cara baixinho, louro dos olhos azuis, seu tom de pele é branquinho, seus dentes são todos perfeitos e alinhados perfeitamente. Eu me virei, e fiquei olhando para ele, fazendo caretas do tipo “O que está fazendo ai ?” “Saia dai, se meu pai te ver ai, ele te mata”, mas ele só olhou para mim do mesmo jeito, como se dissesse “Não posso mais ver vocês ?” “Eu não ligo para isso, quero ver vocês”. Fiquei olhando para ele, enquanto meu irmão ainda estava de olhos fechados, sentindo-se como se estivesse voando. Olhei para ele, e fiz uma careta tipo “Quer sair logo dai, você vai se encrencar, e eu também”. Ele desceu do muro, e não voltou mais. A ventania se foi, e meu irmão abaixou os braços e se virou para mim, ele ficou olhando para um lado e para o outro, observando o céu, os passarinhos voando de um lado para o outro. Harry sentou de novo no banco, e tornou-se e me encarar, ele pegou em minha mão e sussurrou em meu ouvido que estava com medo daquilo voltar. Eu alisei sua nuca, logo depois seus cabelos, ele me abraçou, e começou a chorar. Eu soltei ele e o segurei nos ombros, olhei fixamente para ele.

-Hey, isso não vai voltar tá ? Você está saudável e muito bem, isso não vai voltar.

- Será mesmo ?

Ele pegou em minha mão novamente, e a beijou.

- Jamais, me abandone tá ?

- Esta bem!

Nossa mãe empurrou a porta, e gritou dizendo que almoço já estava pronto, e nos mandou entrar. Quando entramos, ainda estava passando as reprises de F.R.I.E.N.D.S. O cheiro da comida estava delicioso, pude ouvir até a barriga de Serena roncar. Delicia. Humm. Mamãe fez macarronada, com almôndegas e lasanha a bolonhesa. O nosso prato favorito. Estávamos todos sentados na mesa, meu pai na ponta, e minha mãe na outra. Eu e Harry um do lado do outro, e nossos dois primos (que moram com a gente, pois seus pais morreram em um acidente de carro.) estavam atrasados como sempre. A campainha tocou, nosso pai se levantou e foi atender, era um policial. Na mesma hora minha mãe se levantou, e foi junto querer saber o que era. Meus dois primos bateram o carro, e estão no hospital, mas pelo o que eu consegui ouvir melhor, não foi nada grave assim. Escutei o policial dizer, que ainda hoje ele estariam em casa. Olhei para Harry fazendo uma careta tipo “Eles sempre se metem em confusão” Harry olhou para mim como se estivesse dizendo “E quando é que eles não se metem?”. Meu pai foi até a mesa, pegou seu prato e jogou o resto de comida no lixo. Harry olhou para ele.

- Que desperdício pai.

- Não temos cachorro.

- Mas poderia colocar em uma vasilha e dar para alguém que esteja morrendo de fome.

Nosso pai ficou quieto depois disso. Ele foi até o quarto, pegou seu casaco, pegou as chaves do carro no criado-mudo e voltou para sala. Ele perguntou se minha mãe queria ir junto. Ela disse que sim, eu e Harry nos entreolhamos, e fizemos nós dois ao mesmo tempo uma careta tipo “E nós ? Vamos ficar aqui?”. Ele nos olhou, e fez uma careta do tipo “Estão esperando o que ? Andem logo”. Nos levantamos, pegamos nossos pratos e separamos numa vasilha, para dar a alguém que estivesse passando fome. Enrolamos direitinho, para que continuasse quente e cheiroso. Fomos os ultimos a sair, Harry correu na frente, e eu fechei a porta. Corri até o carro, abri a porta e entrei. Nosso pai foi em uma velocidade tremenda até no hospital, chegando lá em 10 minutos, o que na verdade o percusso da nossa casa até lá é 30 minutos. Chegando lá, nosso pai estacionou o carro, saiu e bateu a porta com tanta força, que quase quebrou os vidros. Harry e eu nos olhamos assustados, e saímos em seguida, nossa mãe foi a última a sair. Quando entramos dentro do hospital, vimos uma fila de pessoas esperando para serem atendidas. Cada uma pior que a outra, ver aquele cena me deu muita pena deles, a única merda de hospital público é isso, a falta de médicos. Assim que nos aproximamos do balcão, Harry disse que estava zonzo, e estava se sentindo mal. Ele colocou a mão na testa dizendo “me segura” e desmaiou em meus braços. Comecei a gritar pedindo ajuda, minha mãe ficou desesperada abanando as mãos em torno do pescoço. Os médicos vieram e o pegaram, colocando na maca e levando para algum quarto. Sei que meu irmão precisou urgentemente deles, mas tem pessoas na fila a muito tempo, e ninguém faz nada, por pouco eu não estrangulo um funcionário. O médico fez exames nele, para ver o por que dela desmaiar assim do nada. Minha mãe foi avisar meu pai, mas os dois não voltaram e ficaram na sala de espera. Eu fiquei com Harry o tempo todo, e em seguida meus pai entraram. Eu fiquei sentada, e percebi que meus pais e o médico estavam me observando, então fingi que cai no sono. Eles começaram a falar sobre o estado de Harry, que ele está saudável, mas por pouco tempo. O médico disse bem baixinho, mas eu pude escutar perfeitamente.

- O câncer de Harry pode estar voltando, mas ainda não temos tanta certeza assim.

Merda! Como assim o câncer de meu irmão pode está voltando? Sei que poderia levar anos, mas tinha que está voltando justo agora ? Ouvi ele dizer também que seria melhor Harry passar a noite no hospital por hoje, e meus pais concordaram. Ouvi eles dizendo que me deixariam aqui com ele, o que eu achei legal da parte deles. Escutei o médico dizendo, que era melhor eles irem, e deixar nós dois dormindo. Assim que eles saíram, eu me levantei e fiquei do lado do meu irmão. Peguei em sua mão, e comecei a chorar. Me sentei esperando que ele acordasse, mas ele não acordou, então dessa vez eu cai no sono de verdade. Quando acordei eram 11 pm e ele já estava acordado. Me levantei e fui até ele, peguei em sua mão sorrindo e disse:

-Hey, cê está bem ?

- Estou, cade mamãe e papai ?

- Estão em casa.

- Ah bem.

Ele me olhou com um olhar triste e disse:

- Está voltando não esta ?

- Não sei, o médico disse que talvez volte.

Não resisti e chorei de novo, ela limpou minhas lágrimas.

- Hey, não chore.

- Não quero te perder!

- E você não vai.

- Promete ?

- Prometo!

Nós nos abraçamos, e ficamos assim por um tempo. Ele me soltou, olhou em meus olhos e disse.

- Vamos perder a chuva de estrelas.

- Talvez não.

Fui até a enorme cortina que tem ali, e a abri. Todas as luzes das casas e apartamentos estavam apagadas, todos já estavam dormindo, menos algumas pessoas. Olhei para o céu, e disse:

- Hey, olhe.

- É lindo não é ?

- É sim. - disse ele sorrindo alegremente.

Não pudemos ver a chuva de estrelas da nossa casa, sabia que Harry queria muito ver isso, eu tinha prometido a ele que iriamos ver juntos. E mesmo nós dois ali no hospital, nós pudemos ver. Eu jamais quebraria uma promessa. Ainda mais uma que fizera para meu irmão.