Fanfic: Férias em Família. | Tema: ♥ Laliter ♥

Allegra

Certo. Mamãe estava oficialmente louca. Descontar no papai o fato de que estava grávida novamente era meio louco, mesmo que 50% da participação seja dele. O fato era que, o responsável pela operação desfazer, não era a dele, então ela havia de concordar. Droga, começo a achar que enfrentaremos problemas com essas mudanças de humor dela. Preciso conhecer um psiquiatra urgentemente. Rivotril para que te quero?!

Depois de acalmá-la, teria de resolver o outro lado da história. Um pai,nervoso e provavelmente magoado.

- Oi vó! – Sorri, dando-lhe um beijo no rosto. – Como papai está?

- Daquele jeito.

- Não me diga que ele está no jardim?

- Com aquela carta da sua mãe.

- E aquela cara? – Quando minha avó assentiu, em resposta, bufei com tristeza, entrando na casa e indo até os fundos.

Lá estava papai, no que eu apelidei ser seu cantinho da solidão, o lugar onde ele sempre ficava quando brigava com a mamãe, ou quando precisava pensar sobre qualquer outra coisa. Enfiei as mãos nos bolsos traseiros do short jeans e caminhei até.

- Será que posso transformá-lo em "cantinho acompanhado"? – Sorri para ele, recebendo outro em troca, mas de forma triste.

- Sempre será bem-vinda. – Respondera, chegando para o lado, permitindo que eu sentasse ao seu lado, no banco, abraçando-me em seguida.

Retorcendo as mãos em meu colo, fiquei pensando em um jeito de como falar com ele. Era sempre tão complicado ajudar na vida amorosa de meus pais. Se, ao menos, o problema fosse químico. Literalmente falando.

- Como ela está? – Perguntou-me.

- Ah... Descontrolada. – Dei de ombros, ouvindo uma curta e contida risada dele. – Como você está ?

- Acho que bem. Cheguei a conclusão que não sei lidar muito bem com a sua mãe.

- É brincadeira, não é, pai? Fala sério! Olhe para vocês dois! São loucos um pelo outro. Três, quer dizer, agora quatro, filhos, um casamento de quase dez anos, mas tudo o que houve antes, você ainda acha que não consegue lidar com a mamãe?! Corta essa, pai.

- Talvez eu tenha desaprendido, não sei. Ultimamente tudo é motivo de briga. Até ter um filho, de novo.

- Tenho certeza que ela não quis dizer aquilo. Ela estava nervosa, você sabe como ela fala besteira quando está nervosa.

- Até quando não está. – Respondeu, com um sorriso lateral.

- Então, você sabe como ela é. É óbvio que vamos enlouquecer com todos essas oscilações de hormônios que vêm por aí, mas acho que conseguimos superar, não acha?!

- Já passei por isso três vezes, acho que agüento uma quarta. Mas...

- Mas?

- É complicado de falar isso com você, Alle, é nossa filha, ainda que seja um pequeno gênio, uma pequena adulta, você é nossa filha.

- Quem sabe eu não possa compreender?

- Não, Alle, é o tipo de coisa que eu prefiro guardar.

- Você está falando sobre... – Engoli em seco, só de pensar. – Separação?

- Vê como não quero falar disso com você?!

- Você está pensando em se separar da mamãe?

- Não! Jamais faria isso! Ainda mais agora. Eu amo sua mãe.

- Então por que pensou nessa hipótese?

- Não é que eu tenha pensado como hipótese, mas, e se acontecer? – Perguntou, erguendo a antiga carta escrita por minha mãe. – Já aconteceu uma vez.

- Eu não vou nem citar as circunstâncias pelas quais isso aconteceu. – Bufando, o vi dobrar o papel e guardá-lo no bolso. – O que eu acho é que vocês precisam conversar, como dois adultos que são, ou parecem ser, e esclarecer a relação, eu acho. Ah, droga pai! Vocês podiam ser mais práticos! Como matemática, por exemplo. – Cruzei os braços, emburrada.

- Nem tudo na vida é matemática. – Riu, mirando-me de soslaio.

- Infelizmente.

- Vem, vamos para casa, prometo conversar com a sua mãe. – Ergueu-me, abraçando-me pelos ombros.

- E conversar, não resolver na base do sexo.

- Certo. Conversar.

- E nada de separação.

- Sem separações!

- Ok, vamos para casa.

Continua....... ?