Fanfic: Watermark Fight - 2 | Tema: Enya, Sarah Brightman

- Patroa? Patroa? Enya, por favor, acorde, acorde!

Eithne abre os olhos lentamente, como se a luz fosse uma lâmina que os perfurasse:

- Patroa! O que houve? Deixe-me ajudá-la a levantar.

Ainda zonza, Enya se levanta com a ajuda da empregada:

- Obrigada! Minha... minha pressão deve ter caído. Mas vou ficar melhor.

Ela vê as fotos espalhadas pelo chão e pensa: será que minha funcionária as viu?

- Querida, poderia pegar um copo de água pra mim por favor?

- Claro, só um momento!

Assim que a mulher sai, Enya pega todas as fotos e as coloca novamente no envelope:

 – Preciso guardá-las como prova.

Não demora muito até que a empregada volta. Ela entrega o copo à cantora, que bebe a água rapidamente:

- Obrigada! Vou... me deitar um pouco. Ainda não estou muito bem, mas vou ficar melhor.

- Quer ajuda para ir até o seu quarto, senhora?

- Não é necessário, obrigada!

Devagar, Eithne sobre as escadas e vai para seu quarto. Ela se deita, ainda em choque pelas fotos:

- Vou acabar com essa palhaçada hoje!

A irlandesa pega seu celular e resolve ligar para Bernd.

O CEO acaba de sair para o horário de almoço e fica super feliz com a ligação da amada:

- Oi amor!

Ao ouvir isso, Enya segura as lágrimas de raiva. Ela quer gritar, xingar e terminar tudo, mas não quer fazer isso por telefone – Vou ficar cara a cara com Bernd e resolver isso de uma vez por todas.

Disfarçando, como se nada tivesse acontecido, Brennan responde:

- Eii, meu amor! Como vai?

- Melhor agora, falando com você! E como vai minha princesa celta?

- Estou bem! Bom, te liguei para te convidar para vir aqui em casa hoje, depois do fim do seu expediente. Vou preparar um jantar para nós.

- Um jantar a dois? Claro que eu vou! Cada segundo ao seu lado é muito precioso para se desperdiçar.

- Fico feliz em ouvir isso! Agora vou desligar, não quero te atrapalhar no almoço.

- Você nunca atrapalha, amor.

Cada palavra dita por Dopp é agora uma facada no coração de Eithne, que tenta segurar sua amargura do namorado cada vez mais:

- Não precisa ficar com saudades de mim, você me verá hoje. Então... até mais tarde!

- Até mais. Te amo!

Enya desliga o celular ao ouvir a última frase:

- Será que sempre serei iludida por um homem? Será que nunca encontrarei um amor verdadeiro? Agora, que pensei ter encontrado a pessoa ideal para passar o resto dos meus dias ao seu lado, sou iludida dessa forma! Mas hoje vou por fim a esse teatro. Fui apenas mais uma da lista.

Assim, Eithne pensa no que fará quando ficar cara a cara com Bernd.

Enquanto isso, no escritório da gravadora, Jay recebe a visita do entregador que contratou para deixar as “fotos da discórdia” no Manderley:

- Deu tudo certo? Conseguiu entregar as fotos?

- Sim, senhor.

- Alguém o viu?

- Que eu saiba não, senhor.

- Ótimo! Aqui está seu pagamento.

- Muito obrigado, tenha uma boa tarde!

- Boa tarde pra você também.

O homem sai da sala de Jay:

- Se o meu plano tiver funcionado, minha tarde e os próximos dias vão ser ótimos! – pensa o aliado de Brightman.

Ele olha o relógio e percebe que está atrasado para o almoço:

- Melhor correr, daqui a pouco o horário de almoço vai acabar e eu ainda tenho que ligar para Sarah.

Mal chega a por os pés na rua quando a cantora britânica liga para ele:

- Jay, seu imprestável!

- Imperadora soberana das sombras!

- Além de idiota, é analfabeto! É imperatriz!

- Não precisa demonstrar tanto afeto para comigo.

- Aff!

- Mas e então, qual o motivo da ligação?

- Ora, qual? Você sabe muito bem qual!

- Se eu soubesse, não estaria perguntando.

- As fotos, seu jumento! Você conseguiu colocar aquelas fotos no castelo da salamandra?

- Eu não, quem colocou foi o entregador que contratei.

- Seu pamonha! Para de gracinha! Então, o trabalho foi feito?

- Foi, e o tal entregador me garantiu que ninguém o viu.

- Excelente! Queria ser uma mosquinha para ver a reação da Enya quando ver as fotos!

- Isso se ela já não as viu, né?

- O que importa é que o nosso alvo foi atingido e a primeira parte do nosso plano concluída.

- Vamos ver se ela acreditará nas imagens...

- Claro que vai acreditar!

- Que as fotos surtam o efeito esperado e abalem Bernd o suficiente para ele se afastar do comando da gravadora.

- Se isso vai o afastar não sei, mas vai o desestabilizar com certeza! Ele e aquela mulherzinha. Depois vou conquistá-lo e Dopp finalmente será meu!

- Será que você vai conseguir?

- Claro que vou, por que diz isso?

- Se ele descobrir que foi você a responsável pelas fotos, ele vai te odiar para sempre.

- Ele não vai descobrir!

Jay suspira:

- Espero que não, pois isso pode custar até o meu emprego.

- SE descobrirem que você me ajudou, o que eu acho difícil.

- Tem razão.

- Eu sempre tenho razão! Agora tenho mais o que fazer.

- E eu também. Assim que souber de algo, te ligo.

- Ótimo, até logo!

- Até, tchau!

Em Killiney, Enya continua trancada em seu quarto, ainda em choque:

- Mais uma vez, com o coração partido em pedaços por um homem cafajeste. Mais uma vez, quebrando a cara por um amor. Cansei de tudo isso! Nunca encontrarei alguém que me ame de verdade. – lamenta a irlandesa.

E imagens de tantos momentos com Bernd vem até sua mente. Apenas momentos bons, inesquecíveis, que agora são apenas memórias que corroem de dor o coração de Eithne.

- Queria chorar, mas... a ficha ainda não caiu. Ainda não consigo acreditar que o meu namorado me traiu justamente com minha pior inimiga.

A cantora pensa em ligar para Roma, mas desiste da idéia:

- Melhor não, pelo menos não agora. Vou ouvir primeiro o que Dopp tem a dizer sobre tudo isso, para depois me aconselhar com Roma. Agora, tenho que me preparar para confrontar Bernd.

As horas passam e o CEO resolve sair mais cedo do trabalho e decide levar um presente especial para a amada. Depois de comprar o tal presente, ele pega a estrada rumo ao Manderley. Por sorte, a estrada está pouco movimentada.

Ou, por azar. Pois sua história de amor está por um fio.

Sem demora, o CEO chega à Killiney.

E no Manderley, Enya respira fundo, avisa aos seguranças sobre a vinda de Bernd e vai para o jardim do castelo:

- Chegou a hora da verdade.

Dopp, feliz da vida pelo convite da namorada, nem imagina o que vai acontecer. Ele estaciona o carro, o tranca e entra pelo grande portão do castelo.

O segurança o recebe:

- Olá senhor Dopp, como vai?

- Estou ótimo e você?

- Está tudo bem. A senhora Enya mandou avisar que o aguarda no jardim do castelo.

- No jardim? Ok,estou indo.

Ele vai andando em um ritmo acelerado, pois não vê a hora de encontrar Eithne.

Ela o vê ao longe, se aproximando, e Enya sente um aperto enorme no coração:

- Queria fugir, mas não posso. Queria acreditar que tudo isso não passa de um terrível pesadelo. Queria acreditar novamente que ele me ama. Mas agora... não tem mais volta.

Os olhos de Bernd brilham quando ele vê a mulher que ama.

Enquanto ele chega cada vez mais perto, ela morde o lábio e fecha os olhos, tentando se acalmar e não gritar de raiva e rancor.

Dopp envolve Enya e a beija. Mesmo com raiva de Bernd, ela não consegue resistir no momento. Seus beijos a acalmam e a fazem sentir maravilhosa:

- Não queria que acabasse assim. Mas antes o gosto amargo da verdade do que o doce sabor da mentira. – pensa a artista

Ela consegue se soltar dos braços de Bernd:

- Não... me... toque... mais. – diz, sombia e seriamente.

Ele arregala os olhos, sem entender:

- Como? Por que? O que houve?

- NÃO... se faça de desentendido! Você... sabe muito bem do que estou falando.

- Juro que não sei, meu amor.

- Não sabe? Então agora vai saber! – Ela joga o envelope nas mãos do CEO.

- O que é isso?

- Abra! E descobrirá! – diz Eithne, irritada.

- Vou abrir.

Ele abre o envelope e se assusta:

- Mas... o que é isso?

- Eu é que te pergunto Bernd! O que é isso?

O CEO olha as fotos incrédulo:

- Mas... mas como? Eu não fiquei com... com ela!

- AH NÃO? Então como você me explica essas fotos suas e dela... na cama do seu apartamento? E não venha com o cinismo de dizer que essas imagens são antigas, porque as fotos estão datadas do dia daquele jantar em que te mostrei as músicas do meu novo álbum!

- Eu juro, juro por tudo o que é mais sagrado que eu não tive nada com ela nem nesse dia, nem antes e nem depois! – diz o homem, em tom desesperado

- Como você quer que eu acredite nas suas palavras vendo isso? Era muito mais fácil ter se separado de mim e ido ficar com essa lagartixa do que acabar comigo desse jeito! Você sabe muito bem o quanto sofri por causa daquele... maldito espanhol! Você sabe muito bem o mal que ele me fez, e mesmo assim me faz passar por essa desilusão!

- Eithne! Eu jamais faria isso com alguém que amo tanto!

- Eu deveria saber que você não mudou como disse que tinha feito!

- Eu mudei sim! Mudei para te ter em meus braços e em minha vida!

- Por que simplesmente não assume o que fez?

- Não posso assumir algo que jamais fiz!

Enya respira fundo e diz de maneira enfática:

- Não quero ouvir suas desculpas esfarrapadas! Está tudo acabado entre nós!

- O QUÊ? – grita Bernd

- Isso mesmo que você ouviu! Está... tudo... acabado!

- Por favor, me escute!

- NÃO!

- Ouça o que eu tenho a falar!

- Já disse que não!

- Eithne, por favor...

- CHEGA! Me deixe em paz!

Ele a segura pelo braço esquerdo. Furiosa, Enya se vira e dá um forte tapa no rosto do agora ex-namorado, deixando-o com uma mancha vermelha em sua face.

Eithne não acredita no que fez, abafa um grito com as mãos e arregala os olhos. Bernd olha aterrorizado para a cantora, que sai correndo em direção ao interior do castelo:

- Agora acabou. Não tem mais volta. Nunca mais.

A artista corre para o quarto, e a empregada pensa em ir atrás, porém decide não se intrometer.

Enya finalmente se dá conta do que aconteceu. Uma dor incontrolável toma conta dela, que começa a gritar. Raiva, dor, tristeza, rancor. Um misto de sentimentos toma conta de sua alma. E assim, se joga na cama, e começa a chorar, encharcando o travesseiro com lágrimas. E, entre soluços, ela murmura no escuro:

- O que mais dói, é que não o esquecerei facilmente. Por que tinha que ser assim? Por que? Por que?

Eu ainda o amo tanto... Quando minha dor passará? Talvez nem o tempo saberá...