Fanfic: Watermark Fight - 2 | Tema: Enya, Sarah Brightman
Mesmo com a ressaca, Bernd resolve ir trabalhar. Antes de ir, ele faz um curativo em sua mão cortada e organiza a sala que bagunçou num ato de fúria, além de tomar um rápido café da manhã.
Em seguida, ele desce pelo elevador e pega seu carro na garagem. Enquanto dirige para o escritório da Warner em Dublin, os olhos de Enya invadem seu pensamento. Seu coração dispara.
- Ai, Enya! Jamais te tirarei do meu peito. Como anseio em tê-la em meus braços novamente, meu amor... – diz para si mesmo
Apesar de pegar um pequeno congestionamento, ele chega sem demora ao trabalho.
Assim que entra no local, ele anda pelos corredores e procura pela sala de Frank:
- Tanto tempo que não vou na sala dele que até esqueci onde fica!
Não demora para que ele ache a porta:
FRANK THOMPSON – DIRETOR FINANCEIRO
- Até que achei rápido.
O CEO bate na porta:
- Quem é?
- A chapeuzinho vermelho! Sou eu, cara! – ri Dopp
- Bernd? Achei que não viria trabalhar hoje! – diz Frank, surpreso, enquanto abre a porta. Os dois se sentam.
- Resolvi vir, mesmo com essa dor de cabeça.
- Quantas doses de Poitín você tomou ontem?
- Nem lembro mais... acho que umas cinco.
- CINCO? Não sei como você não teve um coma alcoólico! Esse troço é muito forte! E ainda tomou Guiness!
- Só a tristeza para fazer isso comigo, meu amigo.
Por ironia do destino, Jay está passando em frente à sala de Thompson. Ele ouve as vozes familiares e resolve escutar tudo atrás da parede.
- Não preciso nem perguntar o motivo, não é?
- Não. No caminho pra cá, fiquei pensando naquele olhar misterioso que ela tem e que me conquistou. Me machuca o fato de Enya ter terminado tudo. Me dói saber que ela não me quer mais.
- Acho que ela ainda te ama, mas está muito magoada. Ninguém esquece um verdadeiro amor com facilidade. Já pensou em ligar pra ela?
- Ela não vai me atender. Sabe, nesse tempo em que namoramos, conheci cada detalhe da sua personalidade, suas ações, seu jeito. Quando está brava, feliz, triste. Eu já sinto falta daqueles olhos cor de folha, daquele sorriso singelo, daqueles lábios tão doces... Sinto falta de quando ela ficava vermelha quando eu fazia algum gracejo. De quando ela me acalmava com sua voz. De quando ela me ouvia e me entendia. De quando me beijava com ternura. Das nossas noites de amor. De quando meu corpo era seu e seu corpo era meu. Sinto falta de envolver meus braços em sua cintura e beijá-la. E sinto falta do seu amor. – lágrimas escorrem pelos olhos de Dopp enquanto diz essas palavras.
- Caraca.. ela mudou mesmo você.
- Engraçado, falo isso como se estivéssemos separados há anos, sendo que ela terminou comigo ontem. Mas ficar longe dela por pouco tempo pra mim é como uma eternidade. Antes, pelo menos, podia ligar, falar com ela por Skype, ouvir sua voz. Agora isso será impossível. Nem para assuntos de trabalho ela deverá falar comigo, deve mandar o Nicky em seu lugar, sem dúvida. No máximo deve me cumprimentar e só.
- Eita! E a festa de fim de ano da gravadora vai ser na semana que vem!
- Nem tava me lembrando disso. O pior que sou obrigado a ir. Será que ela vai?
- Não faço ideia, Bernd.
Depois de ouvir isso, Jay resolve voltar pra sua sala e comemora:
- Deu certo, deu certo! Melhor notícia do dia! Sarah vai adorar saber da novidade.
Ele pega o celular e liga para a britânica, que está em Los Angeles:
- Alô?
- Olá Afrodite sombria! Sou eu.
- O que você quer, seu palerma?
- Quero dar as boas novas! O digníssimo casal 20 se separou!
- Enya e Bernd?
- Não, Angelina Jolie e Brad Pitt. É claro que tô falando de Enya e Bernd!
- MENTIRA!
- Verdade! E ouvi isso do próprio Dopp, enquanto ele estava conversando com o amigo dele, Frank.
- Mas essa notícia é maravilhosa! Precisamos comemorar! Pegue um vôo e venha pra cá!
- Vôo? Aonde você está?
- Los Angeles, Los Angeles!
- Hoje não vai dar, mas o fim de semana tá chegando e aí eu vou.
- Ok então. Qualquer coisa me liga ou me manda um sms. Tchau, tchau!
- Tchau!
Sarah desliga e comemora como nunca:
- FINALMENTE! Acabei com o conto de fadas da songamonga irlandesa! Agora só falta o Grammy em minhas mãos para completar a minha tão sonhada vingança! – ela dança pela casa de tanta felicidade
Na sala de Frank...
- Eu tenho certeza de que não traí Eithne. Foi armação daquela soprano louca!
- Sarah? Será que ela seria capaz de jogar tão sujo?
- Não tenho dúvidas.
- Mas e agora, como você vai provar pra Enya que não fez nada de errado?
- Não sei, não sei!
- É cara, você está em maus lençóis!
Em Killiney, mais precisamente no Manderley, Enya acorda mais tarde do que o habitual. Seus olhos estão inchados, resultados da terrível noite de choro anterior.
- Ah, quem dera se a noite passada fosse um terrível pesadelo... mas é a mais cruel realidade.
Ela se arruma em seu quarto e desce as escadas. Ela encontra o café da manhã pronto e um bilhete em cima da mesa, da sua empregada:
“Bom dia senhora. Tive um problema com o meu filho no colégio e tive que correr às pressas para lá. Espero que não se importe. Ah, dona Roma ligou dizendo que vai vir visitá-la à tarde.”
- Algo me diz que Roma já está sabendo do que aconteceu. Só não sei como.
Em Dublin, Bernd tem uma ideia:
- Frank! Já sei o que posso fazer!
- Diga.
- Pensei agora: essas fotos podem ter sido manipuladas em algum editor de imagens, tipo Photoshop.
- Mas como você fará pra provar isso?
- Posso pedir ajuda ao Fowler. Ele deve saber com certeza se uma foto é adulterada ou não.
- Tem toda a razão, cara!
Pela primeira vez, uma chama de esperança surge nos olhos de Bernd, que diz, determinado:
- Eu vou provar para Eithne que não sou o mulherengo de antes. Tem uma frase que diz que o amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser. Foi o que ela fez: ela me mudou para melhor. Eu jamais a trairia. E vou mostrar a essa mulher que sou o homem que ela sempre sonhou.
- Caraca, palmas, palmas! – Thompson aplaude calorosamente.
- Na hora do almoço vou ligar para o Simon. Espero que dê tudo certo.
O tempo passa voando e o horário de almoço chega. Dopp pega o celular e liga para o amigo Fowler:
- Alô?
- Oi Simon!
- E aí Bernd, como vai?
- Mais ou menos, não muito bem. E você?
- Estou bem. Mas o que houve com você?
- Enya terminou o namoro comigo.
- Como é?!
- Sim, isso mesmo. E vou precisar da sua ajuda.
- Da minha ajuda? Como assim?
- Bom, acho melhor te explicar pessoalmente. Você está em Londres agora?
- Sim, estou.
- Eu devo ir depois de amanhã resolver uns assuntos por aí, então vou aproveitar e passar aí no estúdio, algum problema?
- Nenhum, pode passar aqui!
- Ótimo! Nos vemos em breve então. Tchau!
- Tchau!
Simon desliga e fica pensativo:
- Mas o que será que aconteceu para eles terem terminado? Pareciam tão apaixonados...
Enya definitivamente não está bem. Mais cedo, com muito custo, tomou o café da manhã, mas não tem o menor apetite para almoçar. Está afogada em pensamentos e sentimentos tristes e sombrios. Seu coração está despedaçado. Está deitada no sofá da sala de estar do castelo, olhando para o teto. Lembranças de tantos momentos com Bernd. Ah, suas noites juntos...
Ela se arrepia. Ela precisava dele. Precisava dos seus abraços, beijos, toques...
– Não! Essas memórias queimam o meu corpo e minha mente. Fui uma idiota, achando que Bernd tinha mudado.
Uma onda de flashbacks aparece em sua mente. O momento em que viu Dopp pela primeira vez em uma festa da gravadora. Ela estava conversando com seu amigo e CEO da Warner na época, Rob Dickins, o homem pela qual sempre seria agradecida, pois lhe deu uma grande chance de se tornar uma cantora de sucesso. Nicky e Roma também estavam naquela festa, conversando com outros amigos da gravadora. Bernd passou por eles e os cumprimentou. Quando seus olhares se cruzaram, um interesse nele surgiu:
- Meu amigo Rob!
- Bernd! Como vai?
- Bem e você?
- Estou muito bem.
- Não vai me apresentar a sua amiga?
- Claro que vou, mas tenho certeza de que a conhece. Bernd, essa é minha grande amiga, protegida e cantora irlandesa, Enya. E Enya, esse é o meu amigo Bernd Dopp, gerente de vendas da Warner Music Alemanha.
- Então essa é a tão falada estrela invisível! Prazer em conhecê-la.
- Igualmente.
Eles se cumprimentam com um aperto de mãos.
- Olha, devo dizer que suas vendas estão absurdamente altas na Alemanha. Com certeza tem uma grande legião de fãs por lá!
- Isso é uma ótima notícia! – respondeu Enya, sorrindo.
O alemão sorriu de volta e a observou por alguns segundos, deixando-a um pouco sem graça. Em seguida disse:
- Estou atrás do paspalho do Frank. Viu ele por aí, Rob?
- Vi sim! – ri Dickens – Foi pegar um coquetel no bar.
- Como fui tonto! Devia ter imaginado que ele estava lá. Então já vou indo. Até mais! E novamente, foi um prazer conhecê-la Enya.
- Digo o mesmo. Até!
Ele se afasta, mas ainda olha para a irlandesa por alguns segundos. Ela o olha rapidamente.
- Não me diga que está interessada no homem, Enya Brennan.
- Oi? Ficou maluco, Rob? Não estou interessada em ninguém, principalmente depois do que me aconteceu recentemente. Quero ficar sozinha por um tempo.
- Hum... Olha, minha amiga. Eu sei que está magoada e com razão. Mas te digo por experiência: um amor só se cura com outro.
- Ai Rob! Não devo encontrar um novo amor tão cedo.
- Não tem problema encontrar outra pessoa, só tome cuidado com quem escolhe. Cuidado com os tipos mulherengos, como o Bernd. Ele é um cara legal, tem um futuro brilhante nessa gravadora. Inclusive, vou indicá-lo para ser meu sucessor e...
- Seu sucessor? Como assim?
- Ah Eithne, estou ficando velho e cansado. Mais cansado do que velho! – os dois riem – Mas é sério: já estou há muito tempo no comando da Warner Music Europe e preciso de novos ares. Quero curtir minha mulher, meus filhos. E também já está na hora de alguém mais novo assumir o comando. Dopp é um cara com ideias inovadoras, um bom administrador. Dará um ótimo CEO no meu lugar. E é uma ótima pessoa! Mas é muito mulherengo. Talvez porque não encontrou a pessoa certa para fazê-lo feliz.
Um bom tempo depois daquela festa, Rob anunciou sua aposentadoria da gravadora e conseguiu colocar Bernd em seu lugar. O novo CEO e Enya se aproximaram cada vez mais e viraram amigos. Ele também fez amizade com Roma e Nicky. E depois Enya lançou o álbum mais vendido de sua carreira, o “A Day Without Rain”. Era para tudo estar bem, mas Eithne não sentia isso. Ela não sabia a razão, mas para ela, faltava algo. Talvez porque Dopp se casou pouco tempo antes do lançamento, para espanto geral na Warner:
- Achei que morreria, mas não veria o Bernd se casar! – comentou Nicky com a cantora, rindo.
De início, ela não tinha se sentido... incomodada. Mas depois, aquilo começou a deixá-la chateada:
- Por que estou me sentindo assim? Nem tivemos nada e nem teremos! Se apaixonar é uma fria e não vou ficar com homem casado de novo! Espanhol maldito! E que irlandesa estúpida que eu fui! Como não percebi durante aqueles anos que aquele idiota era casado?
Mas o casamento de Bernd não durou muito. Já nos primeiros oito meses o casal teve a primeira crise. Depois de mais ou menos dois anos, Dopp se separou.
Aaah, o ECHO Awards... Enya ganhou o prêmio de Melhor Canção com “Only Time”. Estavam lá ela, Bernd e Nicky. Quando foi anunciada sua vitória, ela abriu um largo sorriso. E acabou olhando para Bernd. Não era um olhar de amigos, não mesmo! Foi tão involuntário... E ele correspondeu esse olhar. Mas Enya não quis arriscar:
- Não, não, ele é mulherengo. E mais importante ainda: não quero que pensem que sou a pivô dessa separação – pensou a cantora
Porém, um clima rolou. Ela ficou visivelmente sem graça. Ele a olhou de uma maneira tão doce que todos começaram a estranhar e a especular. E os dois começaram a perceber no fundo de seus corações que uma história de amor iria começar...
(Continua no próximo capítulo...)
Autor(a): bruninharz10
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Enya continua a relembrar os momentos que passou com Bernd, que agora é seu ex-namorado. Depois daquele dia no ECHO Awards, Enya começou a se pegar pensando em Dopp com frequência. Aquele olhar a balançou muito, estava começando a se apaixonar por Bernd. Em certos dias de insônia, quando ela resolvia dar uma volta pelo castelo, ela re ...
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