Fanfic: Quem segura o bebê? {AyA} [terminada]
CAPÍTULO X
A Grande Mentira.
Dia 346 continua piorando, mas nem tudo está perdido...
— Acho que o que está acontecendo aqui é óbvio — o Reverendo Puente respondeu com um toque de ironia.
— Sim... Bem... — Anahí sentiu o rubor que tingia seu rosto e buscou algo inofensivo para dizer, algo que amenizasse a tensão e diminuísse a vergonha que estava sentindo. — Papai, sua chegada foi realmente uma grande surpresa.
— Para nós dois, pode estar certa. Tentei falar com você por telefone.
— Parece que andamos nos desencontrando — ela sorriu encabulada.
— Sim, é o que parece. Agora entendo por quê. Não tem ido ao seu apartamentto ultimamente, não é?
— Não — ela respondeu, certa de que uma explicação detalhada não ajudaria a melhorar a situação. — Como soube que eu estava aqui ?
— Telefonei para sua casa várias vezes, mas não consegui encontrá-la. Fiquei preocupado e fui até o escritório. Um segurança muito simpático compreendeu meus temores de pai e forneceu este endereço.
— Edward...
— Sim, é esse o nome dele. Não acha que devia fazer as apresentações?
— Sou Alfonso Herrera, Reverendo Puente — ele estendeu a mão. — É um prazer conhecê-lo.
— Em outras circunstâncias, tenho certeza de que concordaria com você — o ministro respondeu, aceitando o cumprimento.
— Sinto muito sobre tudo isso. Se a porta estivesse fechada, nenhum de nós teria passado por esse constrangimento.
O Reverendo Puente não fez comentários.
— Você é o chefe de Anahí, certo? — Perguntou.
— Sim, ela trabalha para mim há quase um ano.
— E agora também é sua esposa?
— Não. Ainda não.
— Tem certeza? Tenho a impressão de que ficaram em dúvida há alguns minutos.
— Tenho certeza absoluta.
— Não somos casados, papai — Anahí informou, tentando ignorar o fato de Alfonso ter usado a palavra ainda. Não podia estar querendo dizer o que gostaria que dissesse.
Seu pai encarou-a com ar preocupado.
— Considerando o que vi nesta sala ao entrar, não sei se devo estar aliviado ou desanimado. E quanto ao bebê? De quem é?
— Toni é minha sobrinha. Anahí está hospedada em minha casa para me ajudar a cuidar dela. E só para constar, nosso relacionamento havia sido absolutamente inocente até hoje.
— Graças a Deus!
— Também quero que saiba que solicitamos uma licença de casamento na semana passada.
Anahí fechou os olhos e gemeu.
— Então estão noivos?
Anahí olhou para Alfonso, que se limitou a sorrir. Como era esperto! Fizera o anúncio usando as palavras mais adequadas, e agora não poderia negar o noivado, por mais que quisesse. E agora, que tipo de explicação daria a seu pai? Devia falar sobre o pedido de casamento? Ou devia simplesmente seguir o desenrolar dos fatos e deixar que o destino assumisse o comando da situação?
— Sim — respondeu irritada. — Eu aceitei me casar com ele. O Reverendo Puente encarou-a sério. Conhecia aquele olhar.
Já havia visto dezenas de fiéis confessarem seus piores pecados depois dele.
— Estou começando a perceber que não sei praticamente nada sobre essa situação — ele disse. E, francamente, não sei se quero saber. Na verdade, tenho certeza de que não quero. Será que posso fazer uma sugestão?
— Já sei. Quer que eu faça de sua filha uma mulher honesta e respeitada, não é? — Alfonso adiantou-se.
— Sim, é exatamente o que desejo. Isto é, desde que a ame de verdade. Você a ama?
Alfonso hesitou durante alguns instantes antes de afirmar com a cabeça.
— Sim, eu amo sua filha.
Satisfeito, o Reverendo Puente sorriu e virou-se para Anahí.
— Sei que está preparada e disposta a se casar com esse homem, ou não teria permitido que... bem, que as coisas fossem tão longe entre vocês. Também o ama, não é?
O que poderia dizer?
— Sim, papai.
— Então está tudo certo. Sugiro que vocês dois se casem, e agora. Depois do que acabei de testemunhar, acho que não devem esperar nem mais um segundo. Talvez seja até um pouco tarde!
Alfonso nem tentou esconder a satisfação. E Anahí sabia por que ele estava tão satisfeito. Casando-se imediatamente, ainda teriam uma chance de manter a custodia de Toni.
— Vai nos casar? Agora? — Ele perguntou ao religioso
— Se já têm uma licença e já tomaram todas as providencias necessárias, tenho a autoridade legal para realizar o matrimônio. Só precisamos de uma testemunha. E um vestido não seria má idéia, minha filha.
— Um vestido branco — Alfonso opinou. — Aquele que está pendurado em seu armário deve servir.
— Alfonso, posso falar com você no quarto, por favor? Papai, precisamos de alguns minutos de privacidade. Com licença, sim? Acho que devemos discutir alguns detalhes antes de uma decisão tão importante.
O Reverendo afirmou com a cabeça e Anahí praticamente arrastou Alfonso até o quarto de hóspedes. A porta mal havia se fechado às suas costas e ela explodiu.
— Como teve coragem de mentir para meu pai? E... e... por que concordou com esse casamento?
— O que queria que eu dissesse? Não vou me casar com sua filha inocente e pura, porque só estava interessado em fazer amor com ela até saciar meu desejo?
— Pelo menos teria sido mais honesto.
— Não, está enganada, Anahí. Mudei de idéia sobre mantermos um caso. Agora quero me casar com você.
— É capaz de qualquer coisa por sua sobrinha — ela disse, os olhos cheios de incredulidade.
Alfonso não tentou negar, e ela virou-se de costas para esconder a tristeza que sabia estar estampada em seu rosto.
— Cara... — ele murmurou, aproximando-se e apoiando as mãos em seus ombros. — Sei que o que estou pedindo é injusto.
— É insensato, absurdo e imoral.
— Também. Mas acha que seria tão ruim assim? livrando-se das mãos que a seguravam, ela virou-se e encarou-o.
— Seja honesto ao menos uma vez, Alfonso. Por que está fazendo isso? Quer mesmo se casar comigo, ou trata-se apenas de uma farsa para proteger Toni?
— Acreditaria se eu dissesse que é por você?
Ela balançou a cabeça, as lágrimas correndo por seu rosto.
— Não. Como poderia, depois de ter testemunhado todas as loucuras que fez para tirar aquela criança das mãos das autoridades? Contou tantas histórias, tentou enganar tanta gente, como posso saber que isso não é mais uma mentira para conseguir o que quer?
— Podia tentar confiar em mim.
Adoraria confiar nele. Gostaria de poder agarrar a oportunidade de um futuro feliz ao lado do homem amado. Mas passara o último ano acreditando num sonho que jamais se realizaria, e não podia repetir o mesmo erro. Porque desta vez não estaria esmagando apenas suas esperanças, mas seu coração, também.
— Anahí, por favor. Não chore — ele pediu, limpando uma lágrima com a ponta do dedo. — Confie em mim. Prometo que tudo vai acabar bem.
— Você já disse isso antes, e veja aonde chegamos. Eu disse que teria um romance com você. Aceitei seus termos, Alfonso. Não precisávamos chegar a esse extremo. Você não tem de se casar comigo!
— Sim, eu tenho. Vamos casar, Anahí, nem que eu tenha de arrastá-la até o altar.
— Por causa de Toni.
— Se esse e o único argumento capaz de convencê-la a se casar comigo, então eu admito. É por causa de Toni.
Agora tinha escolha. Podia recusar-se a aceitar esse jogo e sair de sua vida para sempre. Nunca mais teria de vê-lo, nunca mais seria beijada ou abraçada por ele... e Toni seria entregue às autoridades.
— Aceite, Anahí. Juro que não vai se arrepender.
— Já me arrependi — ela suspirou, certa de que não teria coragem de abandonar aquele bebê à própria sorte. — Muito bem, eu aceito. Mas será apenas um casamento de aparências. Não serei sua esposa senão no nome. Não viverei com você, não trabalharei para você, e não dormirei em sua casa. Depois de alguns meses anularemos o casamento e o assunto estará encerrado.
— Não pode estar falando sério!
— Estou. Errei ao concordar com os planos de Dom, mas não pensei que a mentira pudesse magoar alguém. Agora várias pessoas estão sofrendo, e não quero repetir o mesmo erro. Esta será a última vez, pelo bem de Toni, e porque, sou covarde demais para revelar toda a verdade a meu pai. Mas assim que Christopher e Dulce voltarem, estará acabado.
— Não vou discutir com você. Só quero que entenda uma coisa: Seu pai nos casará dentro de alguns minutos, e não haverá uma anulação. Depois de algum tempo, assim que puder enxergar toda a verdade, nos casaremos novamente na minha igreja.
— Não.
— Já disse que não vou discutir. Tenho de tomar algumas providências, e enquanto isso você pode ir se preparando para a cerimônia. Vou telefonar para Christian e convidá-lo para servir de testemunha.
— Não vai convidar sua família?
— Só meu irmão. Papai pensa que já estamos casados, e acho que não vai querer o resto da tropa por aqui. Vai?
— Não... acho que não. Ela sorriu, apesar das circunstâncias.
— Não vou demorar, disse beijando-a apaixonadamente antes de sair.
O Reverendo ficou cuidando de Toni enquanto Anahí preparava-se, e uma hora mais tarde, usando o vestido branco que Alfonso sugerira, ela examinou-se no espelho do quarto. Aplicara uma maquiagem suave, um leve toque de perfume, e havia acabado de escovar os cabelos dourados e brilhantes.
Uma batida na porta a fez perceber que o momento chegara.
— Anahí? — Alfonso chamou, entrando e fechando a porta. — Você está simplesmente linda, mia amorata.
Ele também estava muito elegante no terno escuro. A gravata vermelha contrastava com o branco imaculado da camisa, e as abotoaduras de ouro faziam conjunto com o prendedor de gravata.
— Christian já chegou? — Ela perguntou.
— Sim, e seu pai está pronto para realizar a cerimônia. Só queria lhe entregar isso antes de nos casarmos. Foi de minha mãe — explicou, colocando a caixa de veludo negro em suas mãos. — Ela também ganhou esse presente de meu pai no dia do casamento.
— Alfonso...
— Não pode recusar. Por favor, abra a caixa. Resignada, ela atendeu o pedido e sentiu o ar escapar de seus pulmões diante da peça de beleza rara, uma gargantilha de ouro e esmeraldas. — Meu Deus...
— Deixe-me ajudá-la — ele ofereceu, esperando que ela levasse a jóia ao pescoço para acionar o fecho.
— Obrigada — Anahí murmurou emocionada.
— Não foi nada. Podemos ir?
De mãos dadas, entraram na sala onde o Reverendo esperava ao lado de Christian, que segurava a sobrinha nos braços.
— Você está linda, minha filha — o religioso elogiou com orgulho. — Tem certeza de que é isso mesmo que quer?
— Sim, papai. Estou absolutamente certa.
— Então estou feliz — ele concluiu, depositando um beijo amoroso em sua testa.
Christian também a beijou antes de colocar-se em seu lugar, ao lado dos noivos.
— Podemos começar?
— Sim, papai. Estamos prontos — ela respirou fundo.
— Muito bem. Queridos fiéis...
As batidas na porta o interromperam. Murmurando um pedido de desculpas, Christian foi atender.
— O que estão fazendo aqui? — Perguntou com surpresa exagerada.
Rocco entrou na sala como um furacão.
— Você disse que nos arrependeríamos se não viéssemos depressa. O que está acontecendo?
Marc e Stef vinham logo atrás, e os três pararam boquiabertos diante da cena no centro da sala de estar. Marc foi o primeiro a recuperar-se.
— Estão se casando?
— Sim, estamos — Alfonso suspirou. — Se querem testemunhar, fiquem quietos e não atrapalhem. Por favor, Reverendo, prossiga. Desculpe a interrupção.
— Onde estávamos? Ah, sim... Queridos fiéis, estamos aqui reunidos para unir esse homem e essa mulher pelos sagrados laços do matrimônio, uma condição na qual não se deve entrar de maneira inconsequente. Por que não convidou seus irmãos? — Ele disparou, os olhos fixos em Alfonso.
— Porque eles não sabem como se comportar em público. Continue, por favor.
Toni choramingou.
— Oh, não — Christian resmungou. — Podem me dar licença para uma rápida troca de fraldas?
— Não!
— Alfonso, seja razoável — Anahí intercedeu. — Marc, pode preparar uma mamadeira, por favor?
— Isso não pode esperar? — Alfonso inquietou-se.
— A mamadeira servirá para acalma-la, caso ela fique inquieta.
Cinco minutos mais tarde todos reuniram se novamente, na sala. Toni permanecia satisfeita no colo de Rocco, e Marc segurava a mamadeira como se pretendesse enfiá-la na boca da criança ao primeiro sinal de desconforto. Alfonso estava cada vez mais irritado.
— Podemos prosseguir, ou alguém tem mais algum comentário ou crítica? perguntou. — Acho que agora vamos conseguir, Reverendo.
— Veremos. Caros fieis...
— Já passamos por essa parte — Alfonso interrompeu. — Estava falando sobre o matrimônio, uma condição na qual não se deve ingressar de maneira inconseqüente. Não podemos ir direto ao que realmente importa?
O Reverendo Puente olhou para a filha:
— Você se importaria?
— Não, papai. Pelo contrário.
— Nesse caso... Alfonso Herrera, promete amar, honrar e respeitar essa mulher até que a morte os separe?
— Sim.
— Anahí Puente, promete amar, honrar e obedecer...
— Papai!
— Não interrompa seu pai, Anahí!
— Não vou prometer obediência. Se você pode respeitar, eu também posso.
A campainha ecoou longa e estridente. Alfonso resmungou alguma coisa em italiano e Anahí emitiu um suspiro cansado.
— Eu atendo — Christian se ofereceu. No instante seguinte Dom surgia na sala.
— Por que não fui convidado para o casamento? Ou melhor, por que disseram que já eram casados, quando não eram?
— Você sabe — Alfonso suspirou resignado.
— Porque eu o teria deserdado se soubesse que havia tido uma filha fora do casamento. E ainda posso deserdá-lo.
— O que foi que disse? — O reverendo interferiu. — Essa criança é sua filha, Anahí?
Autor(a): theangelanni
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— Não! Papai, será que pode terminar a cerimônia? Prometo explicar tudo mais tarde. — Acho que é melhor explicar agora. A campainha soou novamente, e desta vez Stef correu até a porta. Alfonso ergueu os braços. — Quem mais pode ser? — Resmungou. — Espere! Que tal a polícia? Eles ainda não ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 54
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maryannie Postado em 17/05/2009 - 22:43:36
tah ótima, num vejo a hora de ler mais.
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pattybarcelos Postado em 15/05/2009 - 12:28:35
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pattybarcelos Postado em 14/05/2009 - 20:04:05
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pattybarcelos Postado em 14/05/2009 - 20:03:27
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pattybarcelos Postado em 14/05/2009 - 20:03:17
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pattybarcelos Postado em 14/05/2009 - 20:03:06
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pattybarcelos Postado em 14/05/2009 - 20:02:52
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aniiinhaa Postado em 14/05/2009 - 16:48:43
Poosta ?
Já disse que tuua web é perfeeita ? -
pattybarcelos Postado em 14/05/2009 - 01:08:41
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