Fanfic: Pedaços de mim | Tema: Ponny

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Alfonso: Eu preciso ir.

Foi a primeira frase que Anahí ouviu depois que os lábios de Alfonso deixaram os seus.

Anahí: Poncho, por favor. – Pediu, esticando o braço para alcançá-lo – Podemos esquecer que isso aconteceu. – Balbuciou – Por favor, não vá embora agora. Eu não quero ficar sozinha.

Quieto, Alfonso assentiu, para depois ocupar a cadeira ao lado da cama. O corpo ali e a cabeça longe, um tanto perdida.

Com o silêncio que ficou naquele quarto e sob o efeito dos analgésicos, não demorou muito e Anahí adormeceu para acordar perto do meio dia, sozinha outra vez.

Os dias passaram rápido e finalmente Anahí já estava em casa. Alfonso mantinha as visitas constates e isso a fazia extremante bem. Quando estava com ele era como se tudo o que sentia em relação ao bebê e Rodrigo, diminuísse de proporção.

Certa tarde, Alfonso recebeu uma ligação de Tisha pedindo ajuda, Anahí havia caído da escada do apartamento. Desde que saíra do hospital ela se recusava a ficar no quarto. Saía andando pela casa se arrastando, já que não permitia que ninguém a ajudasse. Em uma dessas se desequilibrou e caiu.

Assim que entrou no quarto, Poncho viu Anahí deitada na cama, ela vestia uma larga camiseta cinza e a coberta lhe tapava até a cintura, estava deitada de lado, recomendação do Médico, e tinha os cabelos ainda molhados esparramados pelo travesseiro, saíra a pouco do banho.

Alfonso: Você só pode estar ficando louca... – balançou a cabeça em negação - Onde já se viu sair andando por aí sozinha?

Anahí: Minha mãe já foi relatar? – Alfonso rolou os olhos, soltando o ar aos poucos. – Dedo duro!

Alfonso: Ela se preocupa com você. – Disse, depois de alguns segundos de silêncio. – Eu me preocupo com você. – Complementou.

Anahí: Por que não veio me ver ontem? – Mudou de assunto.

Alfonso: Pensei que odiava minhas visitas. – Disse divertido – Até agora parecia odiar a minha preocupação.

Anahí: Eu nunca odiaria você. Só estava irritada.

Alfonso: Hm... – Alfonso abriu o guarda-roupa e alguns segundos depois tirou de lá um travesseiro – Falei com a sua mãe e vou dormir aqui hoje. – Comentou – Acho que essa poltrona é confortável.

Anahí: Você não precisa dormir aí. Tem espaço aqui para nós dois. – Os olhos dela apontaram para a cama de casal em que estava – Prometo não te atacar enquanto dorme.

Ele riu. O medo dele era exatamente o contrário.

Alfonso: Vou ficar aqui mesmo. – Ele bateu as mãos no encosto de almofadado.

Anahí: Vai acordar com uma dor nas costas terrível.

Alfonso: Vou mesmo. – Concordou – Considere então que estou sendo solidário com você. – Respondeu em meio a um riso fraco.

Anahí: Justo.

Alfonso: Posso tomar um banho?

Anahí: Claro que sim – disse – Você trouxe roupa pra dormir?

Alfonso: Trouxe - Se levantou indo para o banheiro.

Quando Poncho voltou para o quarto, o delicioso aroma do sabonete invadiu o aposento, e ela, que mantinha os olhos fechados, os abriu apenas o suficiente para que pudesse vê-lo. Ele tinha os cabelos molhados, a barba por fazer, e vestia uma calça abrigo preta e uma camiseta branca. Não percebeu que Anahí o observava e deixou o corpo cair relaxado na poltrona. Levou as mãos aos cabelos, um pouco mais compridos do que o habitual e jogando os braços para trás da cabeça fechou os olhos. Poucos segundos depois voltou a abri-los, levantando e caminhando até a cama.

Alfonso: Está dormindo? – Sussurrou.

Anahí: Não. – Respondeu, fitando-o.

Alfonso: Está se sentindo bem? – Ela assentiu – Foi um susto e tanto, não?

Anahí: Eu achei que já estivesse bem o suficiente para poder me virar sozinha.

Alfonso: Caramba! É tão ruim assim ficar aqui?

Anahí: Você não imagina quanto. Me sinto uma invalida.

Alfonso: É, acho que sei.

Anahí: Mas vou me comportar agora, Herrera. Não se preocupe.

Alfonso: Acho bom. – Ele riu. O clima naquela conversa era tão leve que nem parecia que havia mágoas e sentimentos mal resolvidos ali. – Mas, só para garantir, vou pedir para que Mari e Tisha te vigiem.

Anahí: Tem certeza de que quer dormir na poltrona? – Perguntou, acreditem, sem segundas intenções.

Alfonso: Tenho. – Levantou – Boa noite. Se precisar de algo, me chame. – Disse, para então virar as costas, apagar a luz e tomar o seu lugar naquela poltrona.

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