Fanfic: Pedaços de mim | Tema: Ponny

Antes de se separarem, Anahí e Poncho ainda trocaram mais alguns selinhos e isso fez com que outro beijo fosse emendado, entretanto, foi bem rápido.

Alfonso: Vem cá! – a puxou em direção ao sofá. – cadê todo mundo?

Anahí: Não sei! – Sentou-se no colo dele e deitou a cabeça no vão entre o ombro e o rosto do moreno – Deve ser parte do plano.

Alfonso: Eles não mudam! - Balança a cabeça num sinal de negação e Anahí sorri.

Ambos permaneceram desconectados do mundo. Apenas trocavam caricias ternas.

Depois de um longo silencio, Anahí afundou mais o rosto no pescoço dele e ao sentir o adorável perfume dele, fechou os olhos e deu um cheirinho ali, passando o nariz de leve. Ele riu e desceu uma mão pela cintura dela, passando pelo quadril e finalmente parando em sua coxa.

Anahí: Você está muito cheiroso – Se afastou um pouco para encara-lo.

Alfonso: Obrigado! – levou os lábios do lóbulo para o pescoço de Any, roçando-lhe a barba cerrada – Você também está.

Anahí: Me conta da sua namorada — Anahí disparou, recebendo um olhar surpreso dele como resposta imediata. Pegara Poncho completamente desprevenido naquele momento.

Alfonso: Por que está perguntando isso?

Anahí: Porque eu estou bêbada e estamos revivendo os velhos tempos. Então, eu vou ser sua melhor amiga por essa noite e você vai me contar da mulher que está transando com você... — ela ria, meio boba. Mas a verdade é que Anahí não estava tão bêbada assim como dizia. Estava até consciente demais, apenas deixando se levar.

Alfonso: Perla, hum, é uma garota legal.

Anahí: Ah, francamente Alfonso, todas são! — ela ralhou.

Alfonso: Estamos juntos há dois anos. Nos conhecemos num jogo de futebol. Ela trabalha em um museu, mora sozinha e tem uma cadela, a Tulia.

Anahí: Ela é boa de cama? — Anahí perguntou sem rodeios e ele riu da liberalidade das perguntas dela.

Alfonso: Por que você está perguntando isso? — ele a encarou. Firme.

Anahí: Somos melhores amigos, lembra? — ela piscou — Anda, vai, responde. Se não falar nada, vou interpretar como um “não”.

Alfonso: Sim. Ela é. Você sabia sobre ela?

Anahí: Não — ela negou com o rosto, sorrindo — Não sei nada de você há muito tempo. Não compro mais revistas sensacionalistas, não tenho tempo para assistir TV e Guillermo não me conta mais o que a imprensa diz.

Alfonso: Bueno, só para você saber então... estou gravando um filme, virei embaixador do NVP, ando viajando bastante. Fiz algumas peças, filmes e comprei um apartamento pra mim por aqui, no DF. Nas horas livres, corro, jogo futebol com os amigos, assisto os jogos na TV, enfim, é isso.

Anahí: Leva uma vida bem agitada. – abaixou o olhar.

Alfonso: É, um pouco! Mas já falamos demais de mim. E você, primeira-dama?

Aquilo lhe doeu um pouco, como uma daquelas feridas leves. Ele chamando-a daquele jeito. Sabia que tinha um pouco de ciúme em sua voz, sempre teria. E um tanto de interesse.

Alfonso: Vamos, também não leio tablóides e fofocas que a imprensa publica.

Anahí: Eu fiz uma novela, com o Emílio Larrosa, você deve saber. No meio das gravações, quem surge como minha rival na novela? Claudia, sua ex-namorada — Anahí riu — E a imprensa começa a publicar que nós duas nos odiávamos, e acho que eles nunca foram tão verdadeiros a meu respeito... — Poncho riu dela — Claro que ela adorou me ver por lá, então tivemos que fingir para todos que não tínhamos nenhuma desavença. Não sei como o seu nome não saiu na dança...

Alfonso: Isso me surpreende também...

Anahí: Continuei cantando, lancei um CD, viajei o mundo em uma turnê. Agora estou dando uma parada... — ela buscou ser breve no assunto. Não estava pronta para se aprofundar demais em detalhes que mexiam com sua vulnerabilidade — Minha irmã se casou de novo e teve um menino... enquanto isso, eu continuo encalhada.

Alfonso: Sim, se vê, muito encalhada, Anahí — Poncho gargalhou — e o tal do... RodrigoRuiz de Teresa...? Vocês estavam noivos...

Anahí: Ele não queria se casar. E a mãe não aprovava o relacionamento. Achou que eu não abriria mão de nada da minha carreira e da minha imagem pelo filho dela...

Alfonso: E você abriria? — ele perguntou e os dois apenas se encararam. A resposta ficou no ar — E o Anuar? Não era muito velho pra você?

Anahí: Agora você está parecendo o velho Alfonso... — Anahí riu — Que implicava com os meus casinhos. Sim, ele era mais velho. Mas quando foi que eu me importei com isso? Foi apenas um lance passageiro, de momento. Algo físico. Hilo nos apresentou.

Alfonso: Hilo? Iliana? Voltaram a ser amigas?

Anahí: Sim, mas atualmente estamos afastadas. Saíamos juntas para beber e eu estou saindo um pouco dessa vida... Ela não entende, sabe Poncho...

Alfonso: E Manuel?

Anahí: É ele que a Hilo não entende — Anahí soltou uma risada abafada.

Alfonso: Mas o que ela deveria entender?

Anahí: Que eu não sou a mesma de antes. E que, uma hora, tenho que parar de me comportar da maneira que sempre me comportei, pois assim só irei trazer para mim as mesmas coisas que sempre trouxe. Consegue compreender?

Alfonso: Consigo. Você quer dizer que noites de tequila não trazem homens como o Manuel. E que é o tipo dele que você quer nesse momento.

Anahí: Por aí...

O raciocínio de Anahí estava perfeito, exceto pelo fato de que ele sabia que ela não queria aquilo de verdade. Isso era provado pela facilidade com a qual ela vinha passando todas aquelas informações. Quando tinha muita naturalidade ao falar, era porque o assunto em questão não era muito profundo e ela não tinha nenhum tipo de problema com aquilo. E o coração de Anahí sempre criava problemas com tudo o que ela se envolvia. Ou seja, sem complicações, os sentimentos não eram nem de longe tão fortes assim. Logo, se ela estava falando tão facilmente de Manuel, era porque o amor entre eles provavelmente era um pouco superficial.

Alfonso: Você não tem que fingir ser alguém que você não é para ser feliz, muito menos para que gostem de você. Todas as pessoas que realmente te conhecem preferem como você é a alguém que você parece ser.

Ao ouvir isso, Anahí voltou a abraçar Poncho e buscou se aconchegar em seus braços. Mesmo depois de cinco anos de distância, de todas as coisas que os dois tinham vivido separados desde a última vez que se viram, ainda assim ele ainda era o cara que ela lembrava ter conhecido e amado. Que sabia exatamente o que lhe dizer para fazê-la se sentir confortável.

E ele gostava dela como era. Sem máscaras. Foi a primeira vez que Anahí começou a questionar o quanto aquilo valia a pena. E se realmente vinha sendo feliz antes daquele dia. 

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