Fanfics Brasil - Enfim as investigações Filho Da Guerra: Um caso De Andrey Z.

Fanfic: Filho Da Guerra: Um caso De Andrey Z. | Tema: Policial


Capítulo: Enfim as investigações

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Passado o café da manhã, Andrey e o Capitão se dirigiram a mansão Sunderland, onde o soldado já os aguardava.


– Bom dia soldado, alguma novidade? – Perguntou o Capitão esperançoso.


– Não muitas senhor; o médico legista está a sua espera e as três há uma coletiva de imprensa.


– Coletiva de imprensa? Odeio dar satisfações a esses sanguessugas – Respondeu o Capitão coçando a barba.


– Burocracia Capitão, afinal ele era um homem público e internacionalmente conhecido – Disse o soldado em tom de repreensão ao comentário de seu Capitão.


–Vamos começar logo que estou ansioso, não vejo a hora de por as mãos nessa mente diabólica – Interveio Andrey abrindo a porta da casa.


– Queria ter a certeza de que tudo se resolverá assim como você pensa – Disse o Capitão colocando a mão sobre o ombro de Andrey.


– Capitão o médico legista está no escritório.


– Sim soldado, obrigado.


– Quanto tempo Capitão Petrovisk, não te vejo desde quando? Ah claro, desde aquela chacina na Índia – Disse o Senhor Rey Donaldson estendendo a mão para o Capitão.


– Pelo jeito o Senhor Não mudou em nada, continua careca e gordo – Falou o Capitão retribuindo o aperto de mãos do amigo.


– Capitão há coisas na vida que mesmo querendo muito não se muda, eu sou uma delas.


– Já sei que analisou o corpo, o que me diz?


– Olha Petrovisk o nosso defunto sofreu como um boi no matadouro. Teve a cabeça raspada, 75 perfurações no tórax, cinco dentes arrancados e destaco que o homem ficou sem uma só gota de sangue no corpo.


– Simplesmente diabólico, tenho pena do Conde – Concluiu o Capitão.


– Pena? Acho que só teve o que mereceu. As barbáries que esse homem cometeu justificam o seu fim – Disse Andrey como se falasse de um animal.


– Quanta frieza garoto me espanta. A propósito Donaldson esse é Andrey Zyrmytrov, filho de um velho amigo da Rússia.


–Muito prazer meu jovem, espero que nos ajude em um caso como esse.


–O prazer é todo meu e tudo que mais quero é ajudar doutor.


– Pois bem, os cavalheiros já foram devidamente apresentados, agora quero a lista dos criados da casa, está com você soldado?


– Sim Capitão, apesar de ter muito dinheiro o Conde não tinha muitos empregados aqui na mansão, eram apenas a cozinheira, a empregada e o motorista.


– Quanto menos melhor.Tem alguma sugestão por quem começar Andrey? – Perguntou o Capitão.


– Acho bom começar pelo motorista, é o que mais sabe o que acontecia com o patrão fora de casa.


– Muito inteligente de sua parte. Soldado chame o motorista.


– É pra já Capitão – Respondeu o soldado saindo.


Em cinco minutos ouviu-se uma forte batida na porta.


– Pode entrar – Gritou o Capitão.


– Com licença o senhor mandou me chamar? – A pergunta vinha de um homem alto, com um bigode meio grisalho e com um uniforme azul com o brasão da dinastia Sunderland do lado direito do peito.


– Pode se sentar, eu sou o Capitão Petrovisk, esse jovem é Andrey Zyrmytrov e este a minha esquerda é o Dr. Rey Donaldson, agora que nos conhece pode nos contar um pouco mais sobre você.


– Sim claro, me chamo Charles Cartwhite, vim dos EUA depois da quebra da bolsa em 1929.O senhor sabe como é,em busca de novos empregos muitos americanos vieram para Inglaterra e aqui realmente não tive do que reclamar, em duas semanas vi um anúncio no jornal e fui empregado pelo finado Conde.


– Entendo. O Senhor Foi contratado pelo próprio Conde?—Perguntou o Capitão.


– Sim, o Conde fazia questão de selecionar seus empregados, isso explica o fato de só ter três.


– Estamos em 1940, você veio para cá em 1929, pelas minhas contas trabalha para ele há 11 anos. Acho que posso te fazer perguntas mais objetivas, tipo como eram suas relações com o Conde, só te lembro de que temos fontes seguras para descobrir se suas respostas procedem – Disse o jovem Andrey surpreendendo a todos na sala.


– Não tenho porque mentir jovem, a minha relação com o Conde era completamente profissional, ele era muito reservado apesar de me conhecer a certo tempo – Respondeu Charles com uma calma angelical.


– Me responda sinceramente: você gostava do seu emprego e do seu patrão? – Perguntou novamente Andrey tomando as rédeas do interrogatório.


– Quanto a meu emprego como já disse não tem do que reclamar, meu salário é muito bom e não trabalhava pesado. Já em relação a gostar ou não do Conde vou ser sincero: nunca fui a favor do financiamento de armas, isso só poderia acabar em guerra. Mas me acostumei, o dinheiro era dele e claro eu só um humilde motorista não tenho que achar nada em relação a que me paga.


– Você notou se seu patrão andava estranho nesses últimos dias? – Continuou a perguntar Andrey.


– Pra falar a verdade aconteceu um fato inusitado, na noite de sexta-feira ele me pediu para ler uma carta, pois havia perdido seus óculos.


– E você leu?—perguntaram os três homens ao mesmo tempo.


– Sim eu li e confesso que fiquei intrigado com o que vi, estava escrito assim: “Não adianta se esconder, eu sei o que você fez e pagará muito caro por isso.“ O estranho é que estava escrito em letras de jornal e revista.


– E você ainda tem essa carta ou sabe se está guardada?—Perguntou Andrey com euforia.


– Não, assim que acabei de ler o Conde arrancou as cartas de minha mão e as jogou para queimarem na lareira.


– Espere um pouco, você disse as cartas? – Perguntou o Capitão como se estivesse acordando de um sonho.


– Sim a outra nem pude ler, mas vinha com o mesmo envelope e selo da anterior.


– Perfeito Sr. Cartwhite, não tomaremos mais o seu tempo. Só lhe peço que não saia de Londres até ser encerrado o caso.


– O quê? Não sair de Londres? Mas iria para a América visitar minha irmã que acabou de ter uma menina – Respondeu Charles levantando o tom de voz.


–Lamento, mas terá que adiar – Retrucou o Capitão com aparência de quem nada podia fazer.


– Até depois de morto esse velho me atrapalha. Passar bem senhores – Disse Charles se retirando do escritório.


– Acho que temos um bom suspeito – Falou o Dr. Donaldson em tom acusador.


– Dr. Até agora todos são suspeitos, Charles teria bons motivos para matar o patrão, mas é um homem muito sincero e acho que não saberia mentir, além de ser um homem muito leal e tem uma longa divida de gratidão com o Conde que lhe deu emprego numa hora muito difícil de sua vida – Disse Andrey com uma segurança sub-humana.


–Garoto você está se saindo melhor do que eu poderia sequer imaginar – Disse o Capitão com um largo sorriso.


– Soldado agora vá chamar a cozinheira que estou me empolgando.


– É pra já Sr. Andrey.


Com um pouco de demora o soldado entra acompanhado de uma senhora de pouco mais de meia idade, com uma cabeleira loira muito grande que batia em metade de suas costas, além dos lindos olhos verdes.


– Pode se sentar Senhora...? – Tentava adivinhar o nome da Senhora A sua frente.


– Patrícia Kilsko.


– Se não me falha a memória esse sobrenome é Sueco, não? – Insistia em perguntar o Capitão.


– Sim perfeitamente, sou da capital Estocolmo.


– Há quantos anos trabalha para o Conde?


–Deixa-me ver meu filho, se não me falha a memória vim para Londres em 1914 e trabalhei seis anos na casa da Sra. Sinclair, após sua morte fui recomendada ao Conde Sunderland e até hoje presto serviços a ele, ou melhor, prestava. Ah!Mas respondendo a sua pergunta foram vinte longos anos.


– A senhora considera que foram “longos anos”? – Perguntou Andrey se pondo um pouco a frente.


– Pra falar a verdade foram bons anos trabalhando para o Conde, era exigente, mas estava no seu direito, além do mais me deu estabilidade financeira – Respondeu a mulher num tom de gratidão.


– Gostava de seu patrão?—Perguntou novamente Andrey com certa redundância.


– Olha não é que não gostava, mas não concordava com certas atitudes dele, como essa de fabricar armas de guerra, agora todo está vendo no que deu isso.


– Notou coisas estranhas nesses últimos dias com o Conde?


– Não, andava grosso como sempre, nada que pudesse merecer atenção especial.


– Costumava conversar muito com seu patrão?


– Apesar de trabalhar a tantos anos pra ele, não conversávamos mais do que o necessário, ele era muito metido.


– O que você acha dos outros dois funcionários?


– Charles veio para cá em 1929, é um ótimo homem, sério e extremamente profissional. Já Maria é uma coitada, mal abre a boca, não ofenderia nem a si mesma no espelho, mas trabalha como poucas.


– Obrigado Sra. Kilsko, foi de grande ajuda e, por favor, pode chamar a empregada – Disse Andrey abrindo a porta.


– Sabe algo me diz que essa mulher esconde alguma coisa, mas ainda não sei o que é.


– Desculpe discordar de você Sr. Andrey, mas essa senhora me parece tão inocente quanto o motorista, ambos são pessoas de alguma idade e seria loucura matarem o próprio patrão – Interveio o soldado quase que imediatamente.


– Mas soldado você falou tudo, esse crime foi cometido por um louco – Respondeu Andrey – Olhe já estão batendo na porta.


- Entre, por favor – Gritou o Capitão.


– Com licença senhores – A voz era doce e vinha de uma jovem que aparentava 30 anos no máximo, tinha cabelos pretos e curtos até o ombro e as bochechas vermelhas.


– Bom dia senhorita, primeiramente não precisa se assustar, é só agir naturalmente e responder o que lhe for perguntado. Pode começar nos dizendo o seu nome e um pouco mais sobre você. – Disse com muita calma o Capitão.


– Meu nome é Maria Sanchez, sou natural de Buenos Aires, Argentina. Vim para a Inglaterra em 1927 para trabalhar com minha tia no interior, mas por uma infelicidade ela sofreu um acidente na maquina de moer trigo e... – A mulher parou de falar e entrou em lágrimas.


– Por favor, senhorita Sanchez não chore, nós lamentamos muito, mas temos que lembrar certas histórias de sua vida, é uma maneira de nos conhecermos – Completou o Capitão meio sem jeito.


– Eu entendo. Então como dizia depois da morte de minha tia juntei algumas economias e vim para Londres, depois disso trabalhei dois anos para uma senhora e um ano num asilo de padres, logo após vi um anuncio e vim trabalhar para o Conde Sunderland em 1933 e já estou aqui a sete anos.


– Gosta de seu emprego?


– Não é o melhor emprego que uma pessoa pode ter, mas da para viver.


– E de seu chefe?


– o Conde não era um homem bom, era mal-humorado e antipático, além de tudo fazia armas para guerra. Nunca vi tanta coisa ruim em um só homem.


– O que tem a falar de seus colegas aqui da mansão?


– São pessoas maravilhosas, Patrícia e Charles são como meus pais.


–Uma ultima pergunta “señorita”, Se fosse matar alguém que arma você usaria? – Perguntou Andrey surpreendendo a todos.


– Nossa que coisa horrível, jamais mataria alguém – Respondeu a moça indignada.


– Não estou afirmando nada, só estou lhe fazendo uma pergunta.


– Deus me livre e perdoe, mas acho que usaria qualquer tipo de veneno, para não deixar vestígios – Respondeu a empregada, fazendo logo em seguida o sinal da cruz.


– Obrigada, tenha um bom dia – Disse Andrey com um sorriso sugestivo.


– Qualquer novidade ou dúvida me chamem se puder ajudar ficarei feliz – Disse Maria fechando a porta.


– então o que acha dessa aí? – Perguntou o soldado.


– Mente descaradamente! Para começo de conversa nem é latina.


– O quê? – Surpreendeu a todos o soldado com sua intervenção.


– Sim soldado, primeiro que seu sotaque não é de longe espanhol, os pais de meu melhor amigo de infância eram espanhóis e conheço um sotaque espanhol puxado à força até dormindo, e tem o fato de que como todo latino de sangue quente ela não envenenaria ninguém,mas sim esfaquearia,é uma característica geral. Mesmo assim não disse que foi ela, às vezes só mentiu porque estava nervosa.


– Tenho uma opinião, foi alguém de fora, o Conde pelo que vimos era um homem muito odiado por algumas pessoas e alguém poderia perfeitamente entrar e mata-lo – Continuou a palpitar o soldado.


– Acho que você pode me ajudar nessa duvida. A casa foi arrombada? Alguma porta ou janela?


– Não, vistoriamos toda a área externa, portão, janelas e portas na mais perfeita ordem.


–Então como acha que poderia ser alguém de fora? Isso só poderia acontecer se os empregados permitissem e algo me diz que alguma coisa está errada com o depoimento deles.


– Não havia pensado nessa possibilidade – Respondeu o soldado.


– Mas eu pensei. Soldado poderia me fazer à gentileza de chamar os três aqui novamente?


– Claro, mas para quê?—Perguntou o soldado.


– Vocês verão.


–Com sua licença – Se retirou o soldado com formalidade.


– Garoto você enlouqueceu? Eles acabaram de sair – Disse o Capitão.


– Louco, eu? Você verá não se precipite.


–Senhores aqui estão eles – Disse o soldado entrando na sala.


– Obrigado. Podem sentar-se, por favor. Desculpem incomoda-los mais uma vez, mas só quero que escrevam, por favor, o nome completo e o endereço de cada um no antigo país, só uma questão de protocolo, nada de mais.


– Não tem problema, se é para ajudar não incomoda – Disse Patrícia.


– Soldado poderia testar a caneta, só para o caso dela estar falhando. Já tomamos muito tempo deles, não vamos querer atrapalhar ainda mais a vida dessas pessoas.


– Claro, também concordo – disse o soldado assinando o nome em um canto e entregando a caneta a Sra. Kilsko.


Assim seguiu o mesmo procedimento com Charles e Maria, após isso os três se retiraram.


– Soldado desculpe incomoda-lo, mas pode pedir a Sra. Kilsko me preparar um café e marque uma hora com o médico do finado Conde – Pediu Andrey em tom superior.


– Perfeitamente – Respondeu o soldado saindo.


– Ande logo Andrey me explique para que assinar os nomes e endereço, temos uma equipe própria pra isso. – Perguntou o Capitão Petrovisk.


– Só um momento que já te explico. Doutor você saberia me dizer se as facadas foram dadas por um canhoto ou um destro?


– Mas é claro. Cinquenta facadas foram dadas por um destro e vinte cinco foram cortes leves e superficiais, quase arranhões, que ou foram dados por um idoso ou um canhoto.


– Agora vê Capitão? Queria ver a mão dominante de cada um.


– E você concluiu o quê?


– Os três pegaram a caneta com a mão esquerda e escreveram com mesma, logo concluímos que não foram nenhum dos três que participou fisicamente do crime.


– Realmente faz sentido, mas houve as facadas com a mão esquerda – Disse o Dr. Donaldson.


– Eles são canhotos, se fossem eles as vinte cinco facadas não seriam leves.


– Garoto você nasceu pra isso – Disse o Capitão orgulhoso.


– O que é isso, só estou aplicando o que aprendi com meu pai e os livros que li.


– Que seja o importante é sua participação ativa no caso – Continuou o Capitão.


– Andrey aqui está seu café e marquei uma hora com o Doutor Lidway – Disse o soldado entregando uma xícara a Andrey.


– Obrigado soldado, então é isso, começou a caçada e sinto que o lobo está muito perto – Disse rindo Andrey.




 


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Autor(a): Souza

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