Fanfic: Drink your fear... Or your fetish. | Tema: BDSM, ORIGINALS, BDSMS.
Sentia-me como uma doente em recuperação difícil. Enlouquecemos juntos dentro de um quarto. Tirou de mim um lado que eu não conhecia e que eu jamais pensei que existisse. Depois, me jogou como um pedaço de carne para os leões. Tê-lo foi como um fósforo.
Eu sou a vela.
Sou o fogo e sua violência, a gasolina.
Eu tive que correr para não explodir.
O dia amanhecia junto da chuva. Meu corpo estava estraçalhado como depois de uma briga. Arranhões, roxos, dor. Dor para todos os lados. Mas eu não me arrependia. Sabia apenas quem ele era, mas tinha certeza que fiz a coisa certa... E o melhor, foi bom.
Os comentários do refeitório e de todo o resto do lugar eram hipócritas. Vinham de garotas que se convivem como vadias de programa.
– Anne – Camille, a garota que dormia no quarto ao lado do meu chamou minha atenção na fila do refeitório – Você está bem? Está toda marcada. Meu deus!
– Eu ‘tô bem.
Melhor impossível.
– Tem certeza?
– Sim.
Eles não sabiam dar o que eu queria. Mas tinham exceções. Dois deles conseguiam fazer como tinha de ser feito.
‘’Ele’’ e Brian.
As mãos de Brian. Dedos grossos, peito másculo. Braços tão fortes, movimentos tão pesados. Cortava minha bunda nos tapas de um jeito tão... Enlouquecia como se o mundo estivesse próximo a acabar. Santo Deus, minha mente me devasta. Rodeada de pessoas, já atraindo olhares por minhas marcas no corpo e agora ainda mais por esta minha feição que não consigo disfarçar.
Retirei-me o mais rápido que pude. Tranquei todas as portas que dava acesso á qualquer alma.
Abri minhas pernas junto de meu coração. Sentia-me como se estivesse á ponto de explodir ou até mesmo chorar. O prazer me invadia de um jeito constante, era incontrolável. Qualquer toque seria capaz de colocar tudo em erupção. Sentia meu corpo impuro. Já não era mais como antes. O sentimento animal parecia fazer parte de mim agora. Sem hora nem lugar.
Como uma doença...
Atacando.
Estava no haus de meu desespero íntimo. Enquanto descia meus dedos quentes em contato com minha intimidade tão súbita, sentia perto de gritar. Meu umbigo era invadido por uma sensação de ardência. Era como se um ser estivesse curvando-se diante de mim e beijando meus pés. Era o poder, eu estava me sentindo poderosa. Eu tinha ataques. Mal conseguia ficar parada em uma posição só, era irregular. Sentia um calor, um calor fora de série. As cenas vieram à mente. Senti a boa impureza em meu corpo. Em segundos senti também o arder das chibatadas. As mordidas, os puxões de cabelo. E foi aí que eu me lembrei das características que algumas das garotas falaram sobre o tal chefe. Algo que coincidia. Á partir de então eu soube que era ele.
...
A vontade de uma boa transa me inflama. Meu corpo bombardeia e não me deixa ampliar a visão. Preciso me sossegar, me recompor. Daqui a pouco são as aulas e meu deus, as aulas!
Os dias passam e as noites estão pegando fogo
Tudo ocorreu bem na aula hoje. Quero dizer, sempre a mesma coisa, mas algo em mim me fez gostar de tudo o que me rodeia...
Eu não quero ir embora daqui.
A prática do BDSM requer não somente amarrações e mordaças. O que dá origem ao ato é o fato de ter um submisso e um ‘mestre’. É isso o que torna o sadomasoquismo um tabu para a sociedade. A maioria deles gosta de amarrar, chicotear, machucar e abusar. São poucos os que levam a violência e o prazer em primeiro lugar. Tira-se a grande parte que são loucos e que não sabem o que é o real BDSM e sobra apenas os que realmente vale a pena.
Estou no corredor, perto da cozinha. Uma alma transita a porta de entrada, está sem camisa. Uma tatuagem enorme.
Espera, eu conheço essa tatuagem.
– Ei! – gritei enquanto acelerava os passos para alcançar o corpo, mas ele não se virou
Santo homem!
– O que faz aqui? – perguntou tranqüilo.
– Estava passando e te vi. Tudo bem?
– Tudo, saudades de você.
Meu pescoço sentiu sua falta, Brian.
– Eu quem diga. Vem comigo!
O beijei. Foi um beijo violento, um beijo cheio de prazer, um beijo sexual da qual o passava toda a certeza do que eu realmente queria. Ele devolveu-me na mesma intensidade, como se soubéssemos cada ponto fraco um do outro.
Se perca dentro de mim, querido.
Levou-me para um quarto mais próximo e me jogou no chão. Deu-me um tapa.
Um tapa que ardeu, um tapa que queimou. Aquele tapa que cutucou o meu lado desconhecido, aquele lado que eu tanto havia me identificado. Meus olhos faiscavam, minhas mãos continham suas vidas próprias. Seu membro era duro como um ferro e aquilo só deixavam tudo em mim mais vibrante.
Eu o queria sentir, senti-lo dentro de mim.
Os tapas não paravam. Eram na bunda, no rosto. Algemou-me com os braços rente à cabeceira da cama e se esfregava em meu corpo. Meu deus, como aquilo era bom. Eu o queria engolir, engasgar-me, mas ele se segurava para me pirraçar. Em mim, era contido um demônio, um leão. Eu o queria e se demorasse mais, seria capaz de quebrar as algemas para jogá-lo naquela cama e mostrar quem é que manda aqui.
– Brian, me solte!
Ele parou. Olhou-me olho de canto e mudou a expressão de contente para sério.
–... Não é como antes. Não vou tentar fugir, prometo. Você vai gostar de ter me soltado!
Demorou uns segundos até o mesmo cair na real. Alisei meus punhos e fui com minha boca até suas coxas musculosas.
Eu não me importava por sentir-me como uma puta. Algo em mim tinha mudado, e eu sabia que era para melhor.
Minha boca passeava entre sua barriga e sua virilha. Uma boxer preta era a única coisa que separava minha língua do seu membro pulsante. Puxava meus cabelos com tanta vontade que me arrancava gemidos altos e ardentes. Tudo era apagado de minha memória quando via Brian, além do mais, quando estava com ele me esquecia até do desgosto – passado – por estar aqui.
Ele queria falar, mas sua boca estava ocupada demais gemendo enquanto retirava sua cueca. Seu membro praticamente pulou em meu rosto e eu o abocanhei, como um deserto em sede.
Mal deu tempo de pensar depois que ele me puxou para cima. Virou-me rápido e apossou-me com tanta força que eu mal pude parar para respirar. Enquanto fazia um vai-e-vem violento, puxava meus cabelos com voracidade. Meu pescoço ardia de tantas mordidas e chupões que ali deixou. Meu corpo se cansou rápido, mas minha mente queria continuar. Queria continuar persistente como uma audaciosa, prostituta infame. Fiquei de quatro e mais rápido ele estava, cada vez aumentando e aumentando. Em mim havia um vulcão em erupção. A genitália ardia, ardia e ardia, doía, mas era uma dor boa. Uma dor que eu queria sentir cada vez mais forte. Os gemidos de Brian era o que me deixavam mais excitada, por vê-lo gostar do que fazia.
Passou seus braços em meu pescoço e apertou. O desespero me contraiu, eu gozei. Gozei com gosto, com um gemido intenso e vibrante. Oh céus, que delicia. Seu membro rígido não deixou de me penetrar. Eu sabia que ele estava se segurando ao ultimo devido às estocadas que eram cada vez mais fortes. Eu sentia uma vibração forte nos meus seios, queria que ele fosse mais fundo, que me rasgasse. Tirei seus braços cuidadosamente de meu pescoço e o deitei no colchão. Ele me olhava sugestivo, queria entender o que eu tentava fazer.
Galopei, rebolei, flutuei. Minhas coxas e minha vagina abrigavam seu membro como uma proteção. Era ritmado, tudo era encaixado perfeitamente como se o seu sexo fora feito exclusivamente para o meu. Entre nós era passado uma carga de mil graus. Uma explosão, uma chama. Raios eram trocados entre olhares. Deu-me um tapa. Deu-me dois. Minha boca já era fraca o suficiente para não conseguir esconder um gemido, ou melhor, um grito. Meu corpo quase parava, um fio de suor atravessava minha coluna, mas eu não iria parar. Queria mais, queria mais. Mais um tapa, um puxão de cabelo. Trouxe meu rosto para perto do seu e um beijo. Sangue das mordidas. Eu estava ardida, caso de impenetrância, mas não paramos. Eu queria mais grosseria, eu queria um sexo mais selvagem que aquele.
Os olhos dele eram de uma cor penetrante. Ele era um sádico espiritual, fora todas suas vontades carnais. Sugava sua alma e sua intelectualidade de maneira bruta... Mas, nada se comparava aos olhos do chefe. Dele que não sei o nome, somente o gosto, somente o jeito. Seus olhos verdes eram destrutivos. Olhando para eles, não se sabia ao certo o que se queria da vida. Fechei meus olhos enquanto cavalgava em Brian e imaginei tudo daquele dia. Era prazer. Eu estava disposta a pagar muito caro para satisfazer todo este prazer reprimido. Esta sensação que eu venho escondendo do mundo e de mim mesma há anos. Essa chama, esse fogo que ninguém conseguiu apagar, só acender. Só provocar.
Eu já não conseguia mais raciocinar. Minha mente apenas trabalhava por conta própria, sem força e custo. As imagens vinham como conseqüência, apesar de inconscientemente. Abri meus olhos. Olhei bem para o rosto que estava abaixo de mim. Um rosto tão bonito, de um homem tão incrível. O centro de minha mão direita coçou. Meus dedos tremiam. Ainda rebolando profunda e insanamente, joguei meus cabelos negros compridos para trás e cravei minha unha em suas coxas. Com força, com vontade. Ele gritou. Gritou para parar, mas não parei. Algo em mim queria vingar todo o prazer que estava me dando. Não que o prazer fosse algo ruim, mas meu corpo queria ser o dono de tudo. De tudo agora.
Os gritos começaram a cessar e com o tempo foi entrando em silêncio, mas suas mãos respondiam por ele. Apertava minhas costas como se quisesse esmagar-me. Eu sabia que aquilo estava suando bom. Puxou meu cabelo descendo minha cabeça para seu joelho. Queria ver meu corpo se mexer, ele queria ver tudo. Fiquei apenas com a bunda apoiada em seu membro e deixei que visse como me penetrava. Cada movimento era bem sincronizado, bem feito. Ele gemia e como gemia. Parecia que tinha acabado de gozar, mas ainda não. Estava se segurando o máximo e por isso sentia suas veias começarem á saltar como em uma explosão. Mas não agüentou por muito mais tempo e me tirou de si depois de jorrar seu intimo para fora, quente como fogo. Eu havia o satisfeito, eu via sua expressão. Era irreconhecível. Ele estava satisfeito com o que tinha acontecido. Ele havia gostado.
xx
O quarto cheirava a sexo por todos os cantos. Aquela sensação embargava-me para um paraíso inexistente. Atirei-me na cama. Brian estava com um sorriso de orelha a orelha comentando coisas como ‘’eu te desconheço’’ ‘’você não é a mocinha que eu pegava há uma semana’’ ‘’diaba’’.
Aquilo soava para mim como elogios. Elogios dos melhores que se existia. Eu gostava disso.
Prendi meus cabelos encharcados pelo suor em um rabo de cavalo bem rápido e recolhi minhas roupas pelo chão. As vesti. Nunca senti tanta dor em toda minha vida. Meu corpo pedia socorro, pedia descanso. Estava esgotada em um limite além do cansaço padrão. Ficamos duas horas sem descanso tentando apagar essa chama. Confesso que melhorou, mas tenho muito a mostrar ainda.
– Vou te elogiar muito hein, pode deixar – Brian dizia ao fundo, se aproximando depois e se despedindo com um selinho rápido
– Vou indo nessa. Tchau! – o abracei e sai do quarto.
Os corredores estavam movimentados pelos ‘soldados’ e pelas garotas que saiam das portas, algumas até chorando por não agüentar a dor. Meu sorriso era a coisa que mais brilhava naquele local. Alguns dos enormes caras que estavam escoltados cuidando de nós me olharam com uma feição estranha, mas eu não ligava. Não estava para criticas hoje. Adentrei meu quarto e fui direto para o banho.
Minha genitália estava sangrando. Sangrando muito devido à violência que foi usada na penetração. Tomei meu banho com muito esforço devido aos hematomas da força de Bri e devido a tudo que ardia e doía. Coloquei uma camiseta larga e um shorts que uns caras haviam esquecido e eu fiz questão de lavar logo em seguida e pegar para mim. Aquela aglomeração de quando entrei para o quarto não existia mais agora. Fechei os olhos e caminhei tentando lembrar onde era aquele corredor vermelho. Quando os abri para ir até lá, recebi uma pancada na cabeça e a partir daí não vi mais nada.
Esta é uma luta pelo dia
Uma dança da vitória
Um tumulto ardente
Autor(a): korn6661
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