Fanfic: As Escolhas

-Tem certeza que é realmente isso o que você quer? - Pablo deu um beijo na cabecinha do pequeno bebê que estava em seus braços - ela é tão linda.
Eduarda assentiu, não tinha a menor condição de criar aquele bebê. Ela tinha ido para Argentina para estudar administração em uma das melhores universidades da América Latina e faltava apenas 1 ano e meio para ela concluir o curso, não poderia jogar tudo pro alto agora.
Não tinha como criar uma criança, ainda mais uma criança que não estava nos seus planos. Sem falar que, se seu pai descobrissem que ela tinha engravidado e que tinha uma filha, provavelmente ela perderia todo o império que eram as indústria de cerâmicas Maceoli
- Tenho - olhou pro chão, ela sabia que não estava fazendo uma coisa certa - já foi difícil continuar estudando enquanto eu estava grávida. Agora que o bebê nasceu seria totalmente impossível
Pablo respirou fundo. Ele queria convencer Eduarda da loucura que era tudo aquilo. Eles tinham tido um criança, uma linda criança. Tudo bem que eles tinha ficado juntos por apenas uma vez.  Uma única e incrível vez.
Eles tinham sido imprudentes o bastante para não se prevenirem, tinham esquecido de raciocinar quando estiveram juntos.
Quando Eduarda lhe disse que estava grávida, Pablo também ficou assustado. Ele também tinha obrigações - afinal, ele era um dos melhores arquitetos da argentina - e mesmo assim nunca sequer cogitou abandonar a menina
O fato é que ele não conhecia aquela mulher. Nunca tinham conversado direito durante a gravidez dela. O único que sabia sobre Eduarda era que ela cursava administração e que por nada nem ninguém,  deixaria aquela universidade
- Então, você vai mesmo abandonar a sua filha? - deu um risinho triste
- Eu não vou abandonar a minha filha. Eu vou deixar ela com o pai
Ela não iria voltar atrás, Pablo sabia perfeitamente disso. Seriam ele e a menina, sozinhos.
- Ela não tem nome ainda. Você não tem alguma sugestão? - Pablo queria que ela se interessasse pela menina, que amasse o bebê do mesmo jeito que ele já o amava.
- Eu sou péssima com nomes. Quando eu era pequena todas as minhas bonecas tinham o mesmo nome: mimosinha - Eduarda sorriu - e eu duvido que você queira que sua filha se chame assim
Ela nunca tinha sonhado em ser mãe, nunca achou que tivesse jeito pra isso. Ela queria olhar pra menininha que estava nos braços de Pablo, queria saber como era o rostinho dela, mas simplesmente não conseguia.
- Eu tenho que ir, Fehar - caminhou em direção à porta do apartamento dele - eu tenho que resolver uns trabalhos da universidade e...
- Se você sair por essa porta, eu nunca mais vou deixar você ver a menina - Pablo olhou nos fundos dos olhos dela
A raiva estava tapando-lhes os ouvidos e o deixando cego. Ele estava fazendo um esforço gigantesco pra enxergar a linda figura que segurava a maçaneta da porta do seu apartamento. Mas mesmo assim, não foi dificil pra ele escutar ela dizer aquelas simples palavras:
"- mas é justamente isso o que eu quero" e logo depois o barulho de uma porta se fechando.
Estava sozinho com uma criança e ele nem sequer sabia o que fazer.
Poderia pedir ajuda a sua mãe, mas isso significaria que ele teria que continuar na argentina. No mesmo país que a Eduarda
Não! Não queria nem sequer imaginar a possibilidade de sua filha se encontrar um dia com aquela mulher. Aquela mulher que tinhas abandonado eles tão facilmente, aquela mulher sem alma e sem coração.
Algum tempo atrás,  ele tinha recebido uma proposta irrecusável de uma construtora no Brasil. Iria para lá, criaria sua filha lá.
- O que você acha do Brasil, meu amor? - a menina sorriu - Pelo visto, eu acho que você gosta. Então, é pra lá que nós vamos, bebê
 Bebê... tinha que dar um nome pra menina. Um nome bonito quanto aquele bebê era.