Fanfic: As Escolhas

O movimento no DiLordes estava giganteco. O restaurante tinha lotado na hora do almoço e, pelo que Eduarda podia notar, todas as mesas já estavam lotadas pro jantar. Nunca ela tinha trabalhado tanto em um só dia.

- Ok, chef DiLordes - eduarda fingiu estar sem ar - não importa o quanto você paga pra suas garçonetes. Começe a pagar o dobro.

Eduarda percebeu que a mãe não estava prenstando a mínima atenção nela. Na verdade, Soledad estava concentrada em algo que estava atrás da filha.

Eduarda virou pra onde a mãe estava olhando. Era uma mesa com uma menina e uma mulher, provavelmente a mãe da menina. Nada de mais, pensou.

- Mãe - Eduarda balançou as mãos em frente ao rosto de Soledad - eu estou falando com você

- Desculpa, cariño - Soledad riu - é que aquela menina ali

- O que tem a menina ali? - Eduarda olhou de novo pra menina, ela era linda e algo naquela garota lhe parecia familiar, é verdade. Mas não entendia por que tanto espanto.

- Ela é igualzinha a você quando tinha essa idade - Soledad coçou a cabeça em um gesto confuso - igualzinha mesmo

Eduarda suspirou, será que a filha dela parecia com ela também?

- Talvez ela se pareça um pouquinho comigo - tentou sorrir - deixa eu ir atender a mesa do meu mini clone e você, mamãe, deveria voltar pra cozinha

- O restaurante já está quase fechando, querida. Você já me ajudou muito - Soledad colocou o avental - Pode ir pra casa se quiser

Era uma proposta tentadora. Eduarda estava morta de cansaço e não havia nada no mundo que ela quisesse mais do que a cama dela.

- Assim que eu anotar o pedido da menininha - apontou pra garota - eu pego um táxi e vou embora

A menina parecia chateada com alguma coisa. Ela estava brincando com os talheres da mesa distraidamente, enquanto a mulher junto a ela mexia no celular sem nem notar a existência da menina.

- Boa Noite, eu sou a Eduarda e vou atender a sua mesa hoje - Eduarda sorriu educadamente - posso anotar o seu pedido?

- Não vamos pedir nada, por enquanto - a mulher continuou olhando pro celular - vamos esperar uma pessoa chegar

Eduarda escutou a menina suspirar

- Meu pai ainda vai demorar muito? - a garotinha tinha uma voz doce - Esse lugar é chato

- Heleninha - a mulher lançou um olhar duro pra garota - esse é um dos restaurantes mais importantes de São Paulo, você poderia se comportar?

- Mas eu estou me compor...

- Não me responda, mocinha - a mulher interrompeu a menina de forma rude e voltou a olhar pro celular - e pare de bagunçar os talheres

Algo no coração de Eduarda começou a doer. Como aquela mulher poderia tratar uma menininha tão linda daquele jeito?

- Na verdade, tem um espaço destinado as crianças no fundo do restaurante - Eduarda riu pra menina - se sua mãe deixar, você pode esperar seu pai lá

- Ela não é minha mãe - a menininha revirou os olhos - ela é só amiga do meu pai.

Isso explica, pensou Eduarda, a maneira como aquela mulher tratava a menina

- Ok, ok, ok - Eduarda diminui o tom de voz pra que a mulher não escutasse - se a amiga do seu pai deixar

A menina riu

- Posso ir, tia Marta?

- Ir pra onde? - Marta parecia odiar aquilo tudo

- Pro espaço infantil do restaurante - Eduarda tentou parecer paciente

- Ah claro - Marta expulsou as duas com um gesto de mão - vão