Fanfics Brasil - capitulo quatro Uma sedução arriscada (adaptada AyA)

Fanfic: Uma sedução arriscada (adaptada AyA) | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: capitulo quatro

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lisaponny123: HAHAHA aquele sorrisinho entrega tudo... A Perla é mais fria que um iceberg, nada normal pra alguem que é namorada de Alfonso Herrera, se fosse eu não ia consegui parar de agarrar ele hahahahaha Eu não acredito nem um pouquinha nessa história que AyA nunca tiveram nada!!! Bjs Mona


 


CAPÍTULO QUATRO


 



ELE DEVERIA estar feliz… Ou ao menos satisfeito.
Poncho se recostou em sua cadeira e olhou na direção da mesa coberta por uma toalha de linho branco na sala de jantar de sua suíte presidencial, no hotel Príncipe di Sabóia, em Milão, analisando o pequeno jantar que havia feito Anahi organizar em um dos locais mais prestigiados da Europa. Os aposentos da ampla suíte davam a impressão de pertencer à realeza, de tão luxuosos, com seus tetos altos, as antiguidades cuidadosamente selecionadas e as mais belas obras de arte italianas.
Os investidores haviam ficado impressionados, conforme o esperado.
Fumaram charutos e gargalharam, sob os impressionantes lustres de Murano.
As negociações foram um sucesso. Mais dinheiro e poder para a Herrera Group.
E mesmo assim, ele parecia se concentrar apenas em Anahi.
– Está bem – dissera ela, ainda no iate, com aqueles olhos azuis furiosos, um pouco mais escurecidos e a boca tremendo. – Eu não vou levar este jogo adiante. Se faz tanta questão dessas duas semanas, você as terá, mas esse será o fim de tudo.
– Duas semanas como minha assistente, ou como o meu cachorrinho – reiterou-o. – Para mim, não faz diferença.
Ela rira, sem convicção.
– Eu o odeio.
– Você é apenas mais uma de uma lista bastante extensa.
– Quer dizer o mundo todo?
– Eu lhe sugeriria pensar duas vezes antes de tentar alguma espécie de sabotagem passiva em seus últimos dias comigo, Srta. Portilla – advertiu ele, com um olhar que poderia tê-la fulminado. Talvez tivesse. – Você não vai gostar das conseqüências.
– Não se preocupe Senhor Herrera – dissera ela, pronunciando o nome dele como um xingamento. – Quando eu decidir sabotá-lo, não haverá nada de passivo.
Any sumira naquela tarde, e ele não a havia visto de novo até a manhã seguinte, quando ela se apresentou em sua suíte para o café da manhã, vestida no mesmo estilo irrepreensível que costumava usar anteriormente. Ela se acomodou em uma cadeira com o tablet no colo e lhe perguntou como já havia feito milhares de vezes antes, sem nenhuma inflexão especial, se os planos dele para aquele dia haviam se desviado do previsto.
Como se o dia anterior jamais tivesse acontecido.
Como se ela jamais tivesse pedido demissão e ele não a tivesse obrigado a cumprir as duas semanas de aviso prévio.
Como se eles nunca tivessem se beijado daquela maneira, como se seus ânimos não tivessem se inflamado, revelando coisas demais sobre as quais ele não queria pensar.
Naquela noite, Any parecia tão profissional e fria como sempre. Estava usando um vestido azul, simples, e um blazer feito sob medida, que ressaltava sua elegância. Ela sempre funcionara como o seu braço direito em situações como aquela; era a sua arma secreta, fazendo parecer que ele estava mais interessado em desfrutar da companhia de pessoas interessantes que viriam a se tornar seus amigos do que nos possíveis investimentos.
Era ela quem lhe conferia aquele toque humano que tantos rivais furiosos e derrotados clamavam faltar a ele.
Poncho a havia observado entreter os dez investidores cuidadosamente selecionados para o evento, incentivando-os a falar a respeito de si mesmos e deixando que cada um deles se sentisse interessante e importante. Valorizado. Ela se mantinha atenta a tudo o que eles diziam, se antecipava às suas perguntas e ria com eles, tudo isso de uma maneira refinada e inteligente que parecia totalmente autêntica.
Era por contar com ela que Poncho podia ser simplesmente implacável e focado em si mesmo, sem que ninguém se sentisse intimidado nem ficasse na defensiva.
Ela se sentou à outra ponta da mesa, com o seu tablet à mão. Sua objetividade fazia tudo parecer natural, inclusive a solicitação de uma aplicação de Reiki pelo executivo francês, às 2h da madrugada. Dava a entender que ficava deleitada em conseguir fazer a sua vontade. Ela era o seu computador ambulante, sua efetiva vice, na verdade.
Era inteligente e confiável. Ele deveria tê-la encorajado a deixá-lo três anos atrás, quando ela quisera aquela promoção. Ela poderia estar gerenciando uma de suas empresas agora.
Motivo pelo qual, é claro, Poncho havia ficado tão relutante de deixá-la ir embora.
Ele tamborilou os dedos em sua taça de vinho, fingindo prestar atenção na conversa ao seu redor.
Ela é magnífica, pensou Poncho, ignorando a súbita dor que se seguiu àquele pensamento, ao lembrar que ela, em breve, o deixaria. Ele teria de pensar logo em uma nova abordagem para conseguir o que queria de seus investidores sem o apoio silencioso e quase invisível de Any.
Em breve, teria também de enfrentar a crescente suspeita de que sua recusa em aceitar que ela fosse embora tinha bem menos a ver com os negócios do que ele ousava admitir.
Ela se ajeitou no assento, e seu olhar cruzou com o dele, do outro lado da mesa, em meio a todos aqueles investidores e à fumaça de charutos.
Foi como se o restante do recinto tivesse mergulhado na escuridão e não existisse mais nada a não ser Anahi. Nada além do impacto chamuscante de sua conexão. Era como se ela tivesse estendido a mão por sobre os restos do banquete que eles haviam compartilhado e de todo o dinheiro que haviam ganhado e o atingido com o objeto mais próximo, diretamente em seu plexo solar.
Any o odiava. Poncho não dera muita importância àquilo quando ela o dissera, depois de ter ouvido o mesmo de tantas pessoas, ao longo de anos. Mas estava começando a acreditar que ela estava realmente falando sério. Mais que isso, que ela achava que ele era um monstro.
Ele sabia muito bem o quanto havia agido como tal.
Era bom que ele se lembrasse daquilo.
BEM MAIS tarde, naquela mesma noite, todos os investidores já haviam se retirado, e Poncho não conseguia dormir.
Ele zanzou pelo quarto e acabou indo até o terraço, com uma vista privilegiada de Milão, embora não conseguisse enxergar nada além de Anahi à sua frente.
Monstro o pensou, mais uma vez. Ela acha que você é um monstro.
Ele não conseguia parar de repassar em sua mente os acontecimentos dos últimos dias e dificilmente reconhecia a si mesmo em suas lembranças. Onde estava o seu famoso autocontrole que fazia os titãs da indústria se acovardarem à sua frente? Onde estava à frieza que sempre o guiara e que havia feito com que mais de um adversário o acusasse de ser uma máquina e não um homem? Por que se sentia tão abalado com o pedido de demissão de uma assistente a ponto de tê-la arrastado consigo por toda Europa?
Tudo estava acontecendo exatamente como o seu avô havia previsto há tanto tempo, pensou ele, enquanto a lembrança há tanto esquecida, voltava à tona, contra a sua vontade, ainda carregada de toda a tristeza e dor de sua juventude. Ele se flagrou voltando no tempo, retornando ao lugar de que menos gostava: a casa de sua infância, o lugar onde havia nascido e que deixara, 18 anos depois, para sempre.
Todo o povoado já previra que ele não seria nada na vida. Era filho de uma prostituta abandonada que se vira obrigada a passar o restante de seus dias em um convento, como penitência. Ninguém se surpreenderia se a vida dele tivesse seguido o mesmo caminho.
Na verdade, aquilo era tudo o que esperavam dele, seu destino, como acreditava toda a cidadela, inclusive seu avô.
Apesar de tudo, Poncho se esforçara muito para fazer diferente. Seus lábios se curvaram ao lembrar-se daqueles anos vazios, sem fruto algum.
Quisera tanto encontrar o seu lugar naquele mundo, desde que compreendera ainda menino, que não tinha nenhum. Obedecia ao seu avô, em tudo, e era excelente aluno.
Trabalhara incansavelmente na pequena loja da família, sem reclamar, enquanto os outros meninos da sua idade se divertiam despreocupados. Nunca brigava com aqueles que o xingavam – ao menos nunca fora pego. Fizera o melhor que pudera para provar, com unhas e dentes, que ele não era merecedor dos insultos de que havia sido alvo desde que nascera. Queria mostrar a eles que não tinha culpa do que acontecera. Que pertencia ao povoado, à sua família, apesar do modo como fora parar lá.
A antiga frustração ameaçou voltar a tomá-lo de assalto.
Sem conseguir, é claro. Para tanto, seria preciso que Poncho tivesse um coração, e ele havia se virado muito bem sem um, por mais de vinte anos. Deliberadamente.
– Eu cumpri o meu dever – dissera o avô na manhã do décimo oitavo aniversário do neto, quase antes de Poncho ter despertado por completo, como se não pudesse mais esperar nem um segundo sequer, tão pesado era o fardo que vinha carregando por todos aqueles anos. – Mas agora você é um homem e deve suportar o peso da vergonha de sua mãe nas próprias costas.
Poncho se lembrou da expressão no rosto pétreo de seu avô, tão parecida com a sua. Aquela fora a primeira vez em que ele vira o velho parecer algo próximo de feliz.
– Mas, abuelo… – começara ele a dizer, tentando argumentar em seu favor.
– Você não é meu neto – dissera o velho, com aquela terrível fatalidade em seu tom de voz. – Eu fiz o que devia por você, e agora lavo as minhas mãos. Nunca mais me chame de abuelo.
E Poncho nunca mais o fizera. Não quando ganhara o seu primeiro milhão, nem quando comprara todas as propriedades daquela cidadezinha esquecida por Deus, cada casa, cada terreno, cada loja e cada prédio, ao completar 27 anos. Nem mesmo quando se vira diante do leito de morte do velho no hospital, e assistiu, impassivelmente, ao homem que o havia criado, se é que se podia chamar aquilo de criação, dar o último suspiro.
Não houvera nenhuma reconciliação nem arrependimento, ou revelação de última hora. Tudo ocorrera três anos atrás. Poncho tinha 33 anos, e já havia multiplicado os seus milhões inúmeras vezes.
– Você, não! – dissera o seu avô, olhando para Poncho, com horror. Quinze anos haviam se passado. – Ay dios mio!
– Eu – confirmara Poncho, friamente.
O velho havia se benzido com as mãos trêmulas, tortas por causa da artrite. Poncho não movera um músculo sequer.
– Você tem o diabo no corpo – praguejara aquele homem em cujas veias corriam o mesmo sangue de Poncho. – Ele sempre esteve dentro de você.
– Eu peço desculpas – dissera Poncho, secamente, quase despreocupado. – Eu era o seu dever, naquela época, e agora, pareço ser a sua maldição.
Como se tivesse concordado, o velho não disse mais nada. Apenas se benzeu outra vez, e pouco depois se foi.
Poncho não sentira absolutamente nada.


 



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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • hadassa04 Postado em 21/06/2014 - 00:19:45

    Day, minha menina super poderosa, estou tão triste e tão encantada, encantada com seu talento para escrever e triste porque conheci a maioria das suas fic tarde de mais, seria um prazer ler e comentar como faço com tantas outras, mais prometo compensar com PAIXÃO DE PELE, que também é maravilhosa envolvente e se tiver escrevendo outra me avise quero acompanhar tudo.

  • franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:36:36

    amei a fic* que bom que eles ficaram juntinhos lindossssssssssssssssss

  • franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:05:53

    voltei...

  • iza2500 Postado em 27/12/2013 - 01:25:27

    amei o final,muito bom!

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 13:03:51

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 23:25:33

    até que enfim ela disse que o ama.....quero ver o que poncho vai fazer com esse sentimento agora...

  • cayqueramos Postado em 14/12/2013 - 21:41:50

    Poncho tem q ir atras dela e dizer q tambem ama ela.

  • franmarmentini Postado em 10/12/2013 - 23:07:19

    nossa...mas desse jeito será que ele não vai pisar nela... :( ele deveria ter ido atraz dela...

  • franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:23:07

    pelo que estou vendo...um está de um lado desolado e o outro também :( quem vai dar o braço a torcer primeiro :(

  • franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:22:25

    tadinha da any!!!!!!! não tem ninguem :(


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