Fanfic: Uma sedução arriscada (adaptada AyA) | Tema: anahi e alfonso
Poncho quis tocá-la com uma fúria renovada, tamanho foi o seu desejo de sentir a pele dela contra a sua, de tomar aquela boca e torná-la sua. Deitá-la sobre a superfície lisa mais próxima e se perder dentro dela, finalmente.
Mas ele não fez nada daquilo, agarrando-se ao seu autocontrole outra vez.
– É claro que não – disse ele, friamente, como se não houvesse tensão alguma entre eles, nem desejo, ou necessidade. Estendeu a mão na direção do Financial Times, dobrado ao lado de seu prato, e disse a si mesmo que a estava dispensando como sempre fizera antes, sem pensar. – É para isso que eu lhe pago.
AQUELA FOI uma viagem muito longa.
Eu não queria que você fosse embora, dissera ele.
Any não conseguia deixar de repassar aquilo em sua mente, repetidas vezes. Havia cuidado das malas, do envio das roupas apropriadas para Poncho e de sua própria apressada seleção de alguns itens. Enviara, ainda, uma série de e-mails e fizera uma série de ligações, desempenhando suas habituais tarefas.
Mas ela não conseguia tirar a noite passada de sua mente. O ar gelado, a escuridão e a mão macia dele em seu rosto. Aquela tempestade estampada no olhar dele a abalara também. E ainda abalava.
Por que aquelas poucas palavras e alguns toques a afetaram tanto? Por que tudo lhe parecia diferente, se nada aparentemente havia mudado?
Eles embarcaram em um dos jatos de Poncho em Milão, tarde da noite, e Any se encaminhou para o quarto que costumava utilizar.
Ela se esparramou na cama e tentou não sucumbir ao turbilhão de emoções que a agitava, pensando nas duas semanas que ainda teria pela frente.
Quando acordou, algumas horas depois, eles simplesmente retomaram o trabalho, como se estivessem em um dos escritórios da Herrera Group em Londres, e não em um avião, atravessando continentes. Ela permaneceu sentada ao lado dele, na área reservada aos negócios, cuidando das ligações e lidando com os diferentes detalhes referentes a cada uma delas. Atendia às diversas pessoas que ligavam, alertando-os do humor instável de Poncho e sugerindo diferentes modos de combatê-lo.
– Estou cansado dos joguinhos dele – disse Poncho, a certa altura, referindo-se a um dos membros do conselho. – Quero acabar com ele.
– É uma alternativa – falou Any, afastando uma pilha de documentos da frente dele e substituindo-a por uma ainda maior. – Outra poderia ser simplesmente isolá-lo, como você fez com o projeto da Argentina. Com quem ele poderá seguir jogando?
Poncho a olhou por um momento, com uma expressão de aprovação no olhar que não deveria ter agradado tanto a Any.
– Com quem, não é? – perguntou ele, suavemente.
Ela cuidava para que o café dele estivesse sempre quente e do seu gosto, e insistia para que comesse alguma coisa mais substancial, depois de certo tempo servindo-lhe uma refeição ali mesmo, quando se recusava a se afastar do trabalho durante aqueles vôos. Ao notar que a voz de Poncho assumia um tom cada vez mais irritado, sugeria calmamente que ele se retirasse para a suíte máster, a fim de recarregar as baterias. Mantinha-se sempre à frente dos planos de viagem também, assegurando-se de que não houvesse nenhum inconveniente, independente do país em que estivesse, ou do que estivesse fazendo.
Algo, porém, havia mudado naquela noite. Até mesmo o ar entre eles parecia eletrizado, carregado. A mão dela roçou a dele e ambos congelaram. Any desviou os olhos de seu tablet e o flagrou olhando para ela, com uma expressão pensativa naqueles olhos cujo brilho ela não reconheceu, mas, efetivamente, sentiu, em seus seios, em seu ventre. Em seus membros excessivamente pesados, hoje, e na sua respiração que ela não conseguia regularizar.
Aquilo a deixou excitada e trêmula, excessivamente consciente da presença dele. Aquilo a fez querer novamente o que ela jamais poderia ter.
Já haviam se passado cerca de 17 das quase 24 horas previstas para a viagem, acrescidas ainda das paradas para reabastecer, sendo que eles trabalharam durante nove delas. Aquilo nem chegava à metade de um dia habitual de trabalho, nos padrões de Poncho. Eles fizeram uma pausa, sentando-se na área comum no avião. Any tomou água e soube que não deveria perguntar por que ele a estava olhando com aquele novo brilho desconcertante nos olhos, como se nunca a tivesse visto antes. Como se aquela estranha conversa que mais parecera um sonho, no terraço de Milão, realmente tivesse alterado algo fundamental entre eles.
– Por que Bora Bora? – perguntou Poncho.
Any rolou a garrafa entre as palmas.
– E por que não? – perguntou ela, levemente. – Se há algo que aprendi trabalhando com você, foi exigir o melhor em tudo.
– É verdade. – Alguns fogos espocaram entre eles e, por um momento, Any não conseguiu desviar o seu olhar do dele. Seus lábios, então, se curvaram em uma espécie de sorriso duro, irônico e levemente divertido. – Fico deleitado em descobrir que você leva a indolência tão a sério quanto todo o restante.
– Talvez tudo o que eu queira da vida seja me sentar sob uma palmeira e olhar para o mar – disse ela, embora a simples ideia a enervasse.
– E ter tudo servido em uma bandeja de prata? – perguntou ele, com um tom de voz que ela não conseguiu decifrar.
Any pensou nas cinzas de Dominic guardadas na lata que fazia às vezes de urna, no centro de sua estante, em Londres, e nas promessas que ela fizera a ele e a si mesma. Que o lançaria ao vento e na água. O mínimo que ela podia fazer era honrar o homem que ele poderia ter sido, caso tivesse feito escolhas diferentes, ou tivesse sido mais forte na luta contra os próprios demônios.
Ela sabia que também precisava de um encerramento. Uma cerimônia. Uma despedida definitiva.
– Mais ou menos isso – disse ela, sem cruzar o olhar com o de Poncho.
Any, porém, sabia que ele não havia acreditado nela, a julgar pelo modo como ele se remexeu em seu assento e o jeito que afastou o cabelo da testa.
– Que debochada.
Aquilo fora uma provocação e a atingira em cheio, embora ela devesse estar imune a ele.
– Deixo este tipo de coisa para o senhor, Senhor Herrera – retrucou ela.
Tudo pareceu se contrair. Não havia mais ar nem som algum. Any experimentou uma sensação de pânico, temendo que o avião estivesse caindo, mas ao ver que Poncho não havia movido um único músculo concluiu que aquilo só estava acontecendo em sua cabeça. Ela sentiu o coração bater forte dentro do peito, e então desacelerar, sem conseguir desviar o olhar do dele, daquela boca dura que ela não podia fingir que não desejava e daquela perigosa luz nos olhos dele ao olhar-lhe.
– Isso é um desafio, Srta. Portilla? – perguntou ele, suavemente, aquela voz correndo por ela, transformando toda aquela necessidade em um desejo insistente e doce, ardendo dentro de Any. A boca cruel dele se curvou em um sorriso duro que ela sentiu como uma carícia. – Vou me esforçar para corresponder às suas fantasias.
Any percebeu que havia enrubescido. Será que ele sabia o que a mantinha desperta... O que a atormentava, o que ela podia ver com excessiva clareza agora... Aquela deliciosa fusão do que havia acontecido em Cádiz e no iate e o que ela imaginava que viria depois...
– Mas antes – prosseguiu Poncho, naquele tom mavioso, extremamente perigoso, estreitando o seu olhar no dela –, vamos fechar o acordo com Taiwan.
Any se sentiu esvaziada e um pouco zonza com a mudança de fuso horário e também com os efeitos de sua própria e excessiva imaginação, quando eles, finalmente, chegaram ao que ela supôs ser Bora Bora. Poderia, contudo, ser qualquer outro lugar do mundo, tendo em vista a intensa escuridão.
COMENTEM ^^
Autor(a): day
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 43
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hadassa04 Postado em 21/06/2014 - 00:19:45
Day, minha menina super poderosa, estou tão triste e tão encantada, encantada com seu talento para escrever e triste porque conheci a maioria das suas fic tarde de mais, seria um prazer ler e comentar como faço com tantas outras, mais prometo compensar com PAIXÃO DE PELE, que também é maravilhosa envolvente e se tiver escrevendo outra me avise quero acompanhar tudo.
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franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:36:36
amei a fic* que bom que eles ficaram juntinhos lindossssssssssssssssss
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franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:05:53
voltei...
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iza2500 Postado em 27/12/2013 - 01:25:27
amei o final,muito bom!
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franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 13:03:51
Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)
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franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 23:25:33
até que enfim ela disse que o ama.....quero ver o que poncho vai fazer com esse sentimento agora...
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cayqueramos Postado em 14/12/2013 - 21:41:50
Poncho tem q ir atras dela e dizer q tambem ama ela.
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franmarmentini Postado em 10/12/2013 - 23:07:19
nossa...mas desse jeito será que ele não vai pisar nela... :( ele deveria ter ido atraz dela...
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franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:23:07
pelo que estou vendo...um está de um lado desolado e o outro também :( quem vai dar o braço a torcer primeiro :(
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franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:22:25
tadinha da any!!!!!!! não tem ninguem :(