Fanfics Brasil - 2 Uma sedução arriscada (adaptada AyA)

Fanfic: Uma sedução arriscada (adaptada AyA) | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 2

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Um momento muito tenso transcorreu lentamente entre eles, em que ele sequer piscou, emanando fogo de seu olhar ardente.
– Por acaso decidiu exigir um aumento ou a obtenção de novos benefícios? – questionou ele, rispidamente.
Any sentiu algo rachar sob a sua armadura profissional, e como se o tivesse percebido, ele sorriu.
– Eu não estou reivindicando um aumento, nem qualquer outra coisa – disse Any, muito objetivamente, desejando que depois de todo aquele tempo e do que havia descoberto, ela estivesse imune a ele e àquela selvagem sensação que o sorriso dele sempre lhe provocava. – Não quero nem mesmo uma carta de recomendação. Esta conversa é simplesmente uma cortesia.
– Se está pensando em revelar os meus segredos a qualquer um de meus adversários – o avisou, num tom casual que Any, no entanto, conhecia excessivamente bem para se deixar enganar –, deveria saber que eu seria capaz de dedicar a minha vida para destruí-la, tanto nos tribunais quanto fora deles.
– Não há nada que me agrade mais que uma boa ameaça – respondeu ela, no mesmo tom, embora duvidasse muito que o estômago dele se contorcesse por isso. – Mas não haverá a menor necessidade disso. Eu não tenho nenhum interesse no mundo corporativo.
A boca dele se curvou em algo excessivamente cínico para ser chamado de mais um sorriso.
– Diga o seu preço, Srta. Portilla – sugeriu-o, com uma voz mais misteriosa, parecendo um encantador de serpentes corporativo.
Ela, porém, não era nenhuma de suas cobras e se recusava a dançar de acordo com a sua música, por mais sedutora que ela fosse. Já vinha fazendo-o há tempo demais, e aquele era o ponto final.
Tinha que ser.
– Eu não tenho preço – disse ela, com toda a sinceridade.
Até ontem, bastaria um sorriso de Poncho para que ela movesse mundos e fundos por ele. Hoje, no entanto, ela só podia se espantar com a sua ingenuidade de outrora.
– Todo mundo tem um preço.
No mundo dele, sim, conforme ela bem sabia.
– Sinto muito, Senhor Herrera – disse Any, dando mesmo de ombros –, mas eu não tenho.
Não mais. Dominic se fora. Ela não era mais o único apoio com que ele contava e as correntes invisíveis de emoção e desejo que a haviam governado por tanto tempo não eram mais capazes de mantê-la por lá. Não depois de ela ter descoberto, acidentalmente, o que Poncho realmente pensava a seu respeito.
Ele correu aqueles seus olhos intensos, esverdeados, por ela, como se a estivesse tocando com as próprias mãos, incendiárias e exigentes. Any sabia o que ele estava vendo. Havia forjado a sua imagem corporativa de acordo com as suas preferências.
Ela se manteve impávida diante do seu escrutínio, resistindo à vontade de remexer em sua saia justa, ou na blusa de seda que estava usando, nas cores neutras que ele preferia. Sabia que o coque que mantinha o seu cabelo castanho preso no alto da nuca estava impecável. Não usava nenhuma jóia chamativa que ele pudesse classificar como “distração”. Sua maquiagem havia sido cuidadosamente aplicada, como sempre, a fim de manter a aparência sempre fresca e arrumada como se não precisasse fazer uso de cosmético algum. Ela havia se especializado em representar aquele papel, em ser precisamente o que ele queria que ela fosse. Tinha feito aquilo por tanto tempo que era capaz de fazê-lo até mesmo dormindo.
Any percebeu o exato momento em que Poncho se deu conta de que ela estava falando sério. A impaciência desapareceu de seu olhar astuto e se transformou em algo bem mais calculado, quase taciturno. Ele se recostou em sua cadeira enorme e deliberadamente intimidadora, apoiou o maxilar na mão e a submeteu a toda a intensidade de seu olhar devastador.
Alfonso Herrera jamais aceitava um não como resposta.
Aquele, na verdade, costumava ser o seu ponto de partida.
E onde ela desembarcava, daquela vez, e para sempre. Any mal conseguia conter a sua satisfação por saber que ela seria a única coisa que ele não poderia dominar. Não mais. Nunca mais.
– O que houve? – perguntou ele, tranquilamente, tendo, obviamente, concluído que a manipularia melhor se demonstrasse interesse no que ela poderia estar sentindo. – Você está infeliz?
Que pergunta absurda pensou Any, soltando uma pequena gargalhada. Os olhos dele se estreitaram, parecendo quase brilhar com a intensidade da irritação que normalmente mantinha-se apenas à espreita, em seu olhar, como uma promessa que ninguém desejava que ele cumprisse.
– É claro que estou infeliz – respondeu ela, contendo-se para não revirar os olhos. – Não tenho vida pessoal há cinco anos, porque cuido apenas da sua.
– Pelo que é extraordinariamente bem paga – pontuou ele.
– Sei que não vai acreditar em mim – disse Any, quase compadecida, o que fez com que os olhos dele se estreitassem ainda mais –, porém há coisas mais importantes na vida que o dinheiro.
Ele voltou a lhe lançar aquele olhar esverdeado sagaz mais uma vez.
– Isso tem a ver com algum homem? – perguntou ele, num tom de voz que ela poderia ter chamado de decepcionado, caso ela pertencesse à outra pessoa.
Ela riu novamente, para não permitir que ele percebesse que havia atingido uma amarga verdade que ela não tinha a menor intenção de reconhecer.
– E quando eu teria tempo de conhecer algum homem? – perguntou ela. – Entre a minha rotina diária e as viagens de negócios? Ocupada, enviando presentes de despedidas a todas as suas ex-amantes?
– Compreendo – disse ele, num tom que fez com que ela se empertigasse de tão condescendente. – Sugiro que tire uma semana de folga, Srta. Portilla. Talvez duas. Procure uma praia e alguns corpos quentes. Beba algo forte e sacie os seus desejos. Tantas vezes quantas forem necessárias. Você não é de nenhuma serventia para mim nesse estado.
– É uma ideia encantadora – reconheceu Any, por entre lábios pálidos de raiva, sentindo algo sombrio e destrutivo arder dentro dela. – E eu agradeço a oferta, mas não sou o senhor. – Ela deixou que tudo o que sentia por ele… todos aqueles anos de desejo e sacrifício, todas as coisas que havia pensado e pelas quais tinha esperado todos os sonhos tolos que ele não tinha ideia que ela nutria desde a sua infância e até mesmo aquela noite complicada e emotiva em Cádiz, três anos atrás, sobre a qual eles nunca haviam falado, nem falariam, queimassem dentro dela ao olhar para ele. – Eu não “sacio os meus desejos” com o mesmo abandono indiscriminado, deixando um rastro pelo caminho, como um Godzilla super sexualizado. Eu sigo padrões de conduta.
Poncho piscou. Não moveu um músculo sequer, mas ainda assim, Any achou melhor permanecer onde estava, tamanha era a intensidade da raiva que emanava daqueles olhos esverdeado, injetados nela.
– Está se sentindo mal? – perguntou ele. A tensão em seu maxilar de pedra e a intensificação de seu sotaque eram os únicos indícios de fúria, mas Any sabia reconhecer os sinais de perigo quando os via. – Ou será que perdeu completamente o bom senso?
– Isso se chama honestidade, Senhor Herrera – respondeu, num tom agudo que denunciou o alarme que havia começado a soar dentro dela, insistindo para que saísse correndo, que parasse de provocá-lo! – Compreendo que não esteja familiarizado com isso, especialmente de minha parte, mas é o que acontece quando alguém é descuidadamente dominador como o senhor se orgulha tanto de ser. Está cercado de um séquito que o teme excessivamente a ponto de falar a verdade. Eu mesma venho fingindo ser um deles há anos.
Ele permaneceu aterradoramente imóvel. Seu corpo musculoso parecia vibrar com o esforço que deveria estar fazendo para não explodir. Ele injetou os olhos nela, sombrios, furiosos e infinitamente mais letais do que ela gostaria de admitir.
Ou talvez ela fosse excessivamente susceptível a ele. Ainda. Sempre, sussurrou uma voz dentro dela, renovando o seu desespero.
– Sugiro que você pense muito cuidadosamente antes de dizer qualquer outra coisa – o avisou daquela sua maneira enganosa –, para não se arrepender depois.
Daquela vez, a risada de Any foi verdadeira, ainda que um pouco nervosa.
– O que você vai fazer? Demitir-me? Colocar-me na lista negra? Negar a mim uma carta de referência?
E então, realizando finalmente o sonho que acalentara desde que aceitara aquele emprego estafante a fim de conseguir pagar as contas de Dominic, uma vez que não conseguia deixar de amar o seu irmão, apesar de tudo, e porque ela era tudo o que ele tinha na vida e aquilo representara algo para ela, mesmo quando desejara que não, Any deu as costas para Alfonso Herrera, o grande demônio, e saiu da sua vida para sempre.
Exatamente como havia planejado fazer um dia.
Aquilo merecia ao menos um soar de trombetas e nem um traço sequer daquela espécie de angústia que estava tornando tudo muito mais difícil.



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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • hadassa04 Postado em 21/06/2014 - 00:19:45

    Day, minha menina super poderosa, estou tão triste e tão encantada, encantada com seu talento para escrever e triste porque conheci a maioria das suas fic tarde de mais, seria um prazer ler e comentar como faço com tantas outras, mais prometo compensar com PAIXÃO DE PELE, que também é maravilhosa envolvente e se tiver escrevendo outra me avise quero acompanhar tudo.

  • franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:36:36

    amei a fic* que bom que eles ficaram juntinhos lindossssssssssssssssss

  • franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:05:53

    voltei...

  • iza2500 Postado em 27/12/2013 - 01:25:27

    amei o final,muito bom!

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 13:03:51

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 23:25:33

    até que enfim ela disse que o ama.....quero ver o que poncho vai fazer com esse sentimento agora...

  • cayqueramos Postado em 14/12/2013 - 21:41:50

    Poncho tem q ir atras dela e dizer q tambem ama ela.

  • franmarmentini Postado em 10/12/2013 - 23:07:19

    nossa...mas desse jeito será que ele não vai pisar nela... :( ele deveria ter ido atraz dela...

  • franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:23:07

    pelo que estou vendo...um está de um lado desolado e o outro também :( quem vai dar o braço a torcer primeiro :(

  • franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:22:25

    tadinha da any!!!!!!! não tem ninguem :(


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