Fanfics Brasil - 3 Uma sedução arriscada (adaptada AyA)

Fanfic: Uma sedução arriscada (adaptada AyA) | Tema: anahi e alfonso


Capítulo: 3

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Any já havia quase chegado à porta externa do escritório, onde ficava a sua mesa, quando ele gritou o nome dela. Fora um comando inflexível para o qual ela havia sido excessivamente bem treinada a não ignorá-lo. Ela se deteve, odiando a si mesma por obedecer a ele. Mas aquela seria a última vez.
Ela olhou para trás e ficou arrepiada ao constatar o quanto ele havia se aproximado sem que o tivesse ouvido. Seu olhar de advertência a atingiu em cheio, fazendo o seu coração bater mais forte e rápido.
– Se não me falha a memória – disse ele, num tom frio, completamente em desacordo com a expressão sombria e selvagem de seu olhar verde e ardente –, consta em seu contrato que você tem que cumprir duas semanas de aviso prévio.
Aquela foi à vez de Any piscar nervosamente.
– Você não pode estar falando sério.
– Eu posso ser um Godzilla excessivamente sexuado, Srta. Portilla… – disse ele, pronunciando cada palavra como quem desfere uma bala. – Mas isso não abala a minha habilidade em ler um contrato. Duas semanas, que, se não me engano, incluem o jantar com o investidor, em Milão, que planejamos durante meses.
– Por que você ia querer uma coisa dessas? – Any percebeu que havia se virado para encará-lo quando não tinha a intenção de se mexer, e cerrou os punhos. – Será que você é tão perverso assim?
– Estou surpreso por ainda não ter descoberto a resposta a essa pergunta junto às minhas ex-amantes, de quem você, aparentemente, é tão próxima – disse Poncho, com ironia.
Ele cruzou os braços, e Any se flagrou admirando, mais uma vez, a perfeição de sua forma atlética, parte do que o tornava tão mortalmente indomável. Cada centímetro daquele corpo era uma arma finamente moldada que ele não hesitava em usar como melhor lhe conviesse, como agora, intimidando-a com sua altura, a amplitude de seus ombros e a inexorável força e poder de sua masculinidade.
Ela não queria vê-lo como um homem. Não queria se lembrar do calor das mãos dele contra a sua pele, da sua boca tão exigente sobre a dela. Preferia morrer a lhe dar a satisfação de ver que ele a havia abalado.
– Cada um tem o que merece – murmurou ela soando quase blasé até para si mesma.
Poncho não pareceu esboçar reação, mas ela sentiu, mesmo assim, algo quente explodir entre eles, que quase a fez voltar atrás. Contudo, Any se recusou a se acovardar.
– Tire o restante do dia de folga – sugeriu-o. – Nos veremos amanhã às 6h30, como de hábito, Srta. Portilla.
Ele nunca pararia. Toda a sua vida era uma constante reafirmação da sua incapacidade de aceitar um não como resposta. Poncho jamais havia se confrontado com uma regra que não pudesse quebrar, com um muro que não pudesse saltar uma barreira que não pudesse derrubar, simplesmente porque ela havia ousado se colocar em seu caminho.
Ele tomava o que queria.
Havia feito isso com Any sem que ela sequer tivesse se dado conta disso até aquele dia. Parte dela ainda desejava nunca ter aberto a gaveta daquele arquivo para jamais ter descoberto o quão facilmente ele descarrilara a sua carreira, três anos atrás, sem que ela fizesse ideia disso.
Se concordasse com a proposta de ainda trabalhar para ele por mais duas semanas, poderia acabar morrendo na praia. Ele reassumiria o controle da vida dela como havia feito nos últimos cinco anos, e aquilo não teria mais fim.
Nunca. Any sabia perfeitamente que ela fora a melhor assistente pessoal que ele já havia tido. Precisara sê-lo, pois necessitava do dinheiro e da influência do nome dele para internar Dominic nas melhores clínicas de reabilitação para dependentes químicos. Ela ainda acreditava que aquilo tudo havia valido a pena, por mais arrasada que estivesse. Dominic não morrera sozinho, numa esquina solitária, em algum bairro abandonado da cidade, sem poder ser identificado, velado e pranteado.
Aquela era a única coisa que importava.
Dominic, porém, havia sido apenas a sua motivação original.
Seus sentimentos patéticos por Poncho foram a segunda razão, bem mais atraente, por sinal, de ela ter se tornado indispensável para Poncho. Any passara a se orgulhar de sua capacidade de servi-lo tão bem. Aquilo lhe trazia um sabor amargo à boca, agora, porém era a mais pura verdade. Ela havia sido masoquista a esse ponto e teria que conviver com isso. Se ficasse mais um dia que fosse com ele, veria toda e qualquer chance de ainda resgatar a sua vida e fazer algo por si mesma desaparecer.
Ele seguiria comprando mais e mais coisas e vendendo outras tantas, faria milhões e destruiria vidas por simples capricho, inclusive a dela.
E ela continuaria saltando de um lado para o outro a fim de fazer as suas vontades e abrir caminho para ele, antecipando todas as suas necessidades e se perdendo, pouco a pouco, até não ser mais nada além de uma casca de boa aparência e voz serena. Um robô sob o seu comando. Uma escrava dos sentimentos que ele jamais lhe retribuiria, apesar dos pequenos vislumbres de algo em contrário, em noites complicadas de cidades distantes sobre as quais eles jamais conversavam.
Pior, ela desejaria ser tudo o que pudesse para Poncho, contanto que pudesse ficar perto dele, como fizera desde a noite em que havia visto um lado seu completamente diferente, em Cádiz.
Ela se agarraria a qualquer coisa. Chegaria mesmo a fingir que não sabia que ele havia esmagado os seus sonhos de crescer na vida com um único e brutal e-mail.
Sabia que era patética e estúpida a esse ponto. Já não o havia provado durante todos aqueles últimos três anos?
– Não – disse ela.
Aquela era, evidentemente, uma palavra que ele raramente ouvia.
Ele baixou as sobrancelhas negras e os olhos verdes e duros brilhavam, com uma expressão de divertimento. Aquela boca impossivelmente exuberante, a mesma que fazia com que a sua legião de amantes fantasiasse que poderia haver alguma suavidade nele, apenas para descobrir, tarde demais, que aquilo não passava de uma miragem, achatou-se abominavelmente.
– Como assim, não?
O ritmo espanhol de sua fala fez com que as palavras soassem quase musicais, mas Any sabia que quanto mais denso estivesse o seu sotaque, maiores seriam os seus problemas e mais próximo aquele temperamento vulcânico estaria da erupção.
Ela deveria ter lhe dado as costas e saído correndo, para a sua própria segurança.
Deveria ter respeitado o nó em seu estômago, o calor que correu pela sua pele e o pânico que a atravessou.
– Compreendo que não esteja muito familiarizado com esta palavra – disse Any, soando, talvez, mais empoderada e segura do que seria indicado. Ou verdadeiro. – EIa significa divergência, recusa. Ambos os conceitos com os quais você apresenta muita dificuldade. Mas isso, eu folgo em dizer, não é mais problema meu.
– Pois vai se tornar seu problema já, já – disse-lhe ele, num tom que ela nunca havia escutado antes. Poncho estreitou ainda mais os olhos, como se nunca a tivesse realmente visto até aquele momento, e algo no seu olhar fez com que Any ficasse tonta. – Eu vou…
– Pode me processar – disse ela, interrompendo-o outra vez, com um gesto despreocupado que o enfureceu. – O que acha que vai ganhar com isso?
Pela primeira vez, desde que Any o havia conhecido, Alfonso Herrera ficou sem palavras. O silêncio era tenso e de tirar o fôlego, e mesmo assim soava tão alto quanto uma sirene. Ele simplesmente o olhou estupefato, com uma expressão que ela jamais havia visto naquele rosto implacável.
Ótimo.
– Vai me tirar o apartamento? – prosseguiu, encorajada, talvez, pelo seu silêncio sem precedentes e pelo caos em seu interior, pelo qual ele era o único culpado. – Aquilo não passa de uma quitinete alugada. Fique à vontade. Se você quiser, posso fazer um cheque agora mesmo com o valor de tudo o que eu tenho no banco. Vai ser esse o preço? – Ela riu e ouviu o som ricochetear pela parede de vidro, a superfície de sua mesa e até mesmo o chão encerado da parte externa do escritório. – Eu já lhe dediquei cinco anos da minha vida. Não vou lhe dar mais duas semanas. Não vou lhe dar nem mais um segundo. Prefiro a morte.
Poncho FICOU olhando para a sua assistente como se jamais a tivesse visto antes.
Havia algo no seu modo de inclinar o belo e perfeito rosto oval, na maneira como os seus olhos azuis habitualmente calmos cintilavam com a força de sua indignação e naquela sua boca que o impediam de desviar o olhar.
Uma lembrança despontou na mente dele, sem ser convidada. A mão de Any em seu rosto, seus olhos azuis calorosos e um tanto afeiçoados, seus lábios... Não. Ele havia se esforçado demais para arrancar aquela insanidade de sua consciência. Aquela fora uma única noite repreensível em cinco anos sem maiores incidentes. Por que pensar naquilo, afinal?
– Eu prefiro a morte – repetiu ela, como que achando que ele não a tivesse ouvido da primeira vez.
– Isso pode ser providenciado – disse ele, procurando aquele rosto que ele conhecia tão bem, à procura de algo que tivesse desencadeado tudo aquilo. – Esqueceu que eu sou um homem movido a desafios?
– Se vai me fazer ameaças, Senhor Herrera, que sejam ao menos críveis. Você pode ser muitas coisas, mas não é um assassino. Pelo menos não ao pé da letra.
Pela primeira vez, provavelmente desde a sua infância como filho de mãe solteira que toda a cidade sabia que fora parar em um convento, logo após o seu nascimento, para não enfrentar as conseqüências de seu ato, Poncho ficou perdido. Poderia ter achado divertido o fato de ter sido a sua tão glorificada assistente pessoal aquela a deixá-lo em tal situação, quando ninguém mais conseguia desequilibrá-lo.
Tinha certeza de que ainda riria muito daquilo tudo, mas e até lá?
Ele precisava dela, de volta ao lugar ao qual pertencia ao papel que ele queria que Any representasse, por isso ignorou a voz que lhe sugeriu que não haveria mais volta para aquilo. Que ela nunca mais se faria tão confortavelmente invisível quanto antes, que era tarde demais, que o tempo de que dispusera depois do incidente em Cádiz, três anos atrás, já havia sido um bônus e que aquilo era apenas o efeito retardado de...
– Eu estou indo embora – disse ela, tratando-o como criança pirracenta. – Vai ter que se conformar com isso, e se achar necessário me processar, fique à vontade. Eu fiz uma reserva para Bora Bora, esta manhã.


 


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Autor(a): day

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • hadassa04 Postado em 21/06/2014 - 00:19:45

    Day, minha menina super poderosa, estou tão triste e tão encantada, encantada com seu talento para escrever e triste porque conheci a maioria das suas fic tarde de mais, seria um prazer ler e comentar como faço com tantas outras, mais prometo compensar com PAIXÃO DE PELE, que também é maravilhosa envolvente e se tiver escrevendo outra me avise quero acompanhar tudo.

  • franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:36:36

    amei a fic* que bom que eles ficaram juntinhos lindossssssssssssssssss

  • franmarmentini Postado em 13/01/2014 - 00:05:53

    voltei...

  • iza2500 Postado em 27/12/2013 - 01:25:27

    amei o final,muito bom!

  • franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 13:03:51

    Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)

  • franmarmentini Postado em 14/12/2013 - 23:25:33

    até que enfim ela disse que o ama.....quero ver o que poncho vai fazer com esse sentimento agora...

  • cayqueramos Postado em 14/12/2013 - 21:41:50

    Poncho tem q ir atras dela e dizer q tambem ama ela.

  • franmarmentini Postado em 10/12/2013 - 23:07:19

    nossa...mas desse jeito será que ele não vai pisar nela... :( ele deveria ter ido atraz dela...

  • franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:23:07

    pelo que estou vendo...um está de um lado desolado e o outro também :( quem vai dar o braço a torcer primeiro :(

  • franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 12:22:25

    tadinha da any!!!!!!! não tem ninguem :(


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