Fanfics Brasil - Capitulo 13 Um Amor Improvável

Fanfic: Um Amor Improvável | Tema: Portiñon (Adaptada)


Capítulo: Capitulo 13

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Não precisei abrir os olhos para sentir que aquele seria mais um dia perdido. O terceiro desde que chegamos. Dava para ouvir o som da chuva que começara a cair algumas horas antes. Realmente não consegui entender como num local tipicamente ensolarado repentinamente não parava de desabar água. O vento não era forte, mas eu não gostava nem um pouco da maneira como a vegetação se sacodia de um lado para o outro.


--Nem vem, Dulce.


Cortei outro olharzinho de “Eu não te disse?” que ela me dava todas as manhãs chuvosas.


Depois do nosso beijo não tocamos mais no assunto e tentávamos ficar longe uma da outra o máximo de tempo possível. Eu queria mesmo é esquecer minha fraqueza momentânea. Era muita decadência da minha parte ficar pegando mocoronga. Logo eu que já levara para a cama as mulheres mais bonitas, tentadoras e cobiçadas do mundo da moda. Era uma total falta de senso estético. Eu podia até alegar insanidade temporária por aquele comportamento bizarro, tão avesso à minha normalidade.


Ela continuou me olhando com os braços cruzados, como se eu fosse uma estudante adolescente pega fumando no banheiro da escola. Cada vez odiava mais sua insistência em querer cancelar as fotos e ir embora da ilha com as mãos abanando.


--Isso já vai passar e amanhã vamos continuar com o planejado. – prossegui na minha teoria de que aquilo não passava de uma chuva de verão. Uma looooonga e caudalosa chuva de verão.


--Temos que nos preocupar com a possibilidade de que se demorarmos demais para ir embora o Stuart talvez não possa decolar para nos pegar.


--Deixe de falar besteira, ave de mau agouro. Amanhã vai abrir o maior sol e tudo vai ficar bem. Aí a gente faz as fotos, recolhe o equipamento e damos um tchau para os moradores da ilha.


--Espero que tenha razão. Conversei com alguns nativos e eles disseram que o vento vai aumentar e que talvez o furacão venha em nossa direção. Não seria a primeira vez. A dúvida é saber qual o tamanho do monstro e quanto tempo vai durar.


Virei os olhos, aborrecida. Dulce era aquele tipo de pessoa que só pensava em desastre. Um ventinho de nada e já imaginava o fim do mundo. Era a verdadeira apóstola do apocalipse.


--Faz o seguinte, Dulce: pega um livrinho daqueles de romance barato que vende em banca de jornais e vai ler um pouquinho. Não é isso que pessoas como você costumam fazer?


--Pessoas como eu?


--É isso mesmo. Mulheres frustradas e puritanas, mas que adoram uma boa cena de sexo, com muito suor e sacanagem.


--Não leio essas coisas! – ela afirmou indignada.


--Tá vendo? Esse é o seu problema: sexualidade reprimida. Mas se ficar bem quietinha no seu quarto, o sol vai logo aparecer. Ouça o que estou dizendo.


Ela saiu bufando e bateu a porta do quarto.


Maite chegou também preocupada.


--O que ela diz é verdade, Any. Andei igualmente fazendo algumas perguntas por aí e acho melhor garantirmos nossa segurança encontrando um lugar para nos abrigarmos caso o pior aconteça. Há grandes chances de que estes chalés sejam atingidos pela maré.


Levantei da cama e passei por ela sem dar ouvidos ao que dizia, indo direto para o banheiro. Além de suportar mais um dia de tédio ainda teria que lidar com o apavoramento daquelas duas. Some-se a isto o meu trabalho frustrado e já dá pra ver o total desagradável dessa conta chata. Eu poderia sair gritando e sapateando pela chuva se não fosse meu medo de levar um raio na cabeça.


Na volta do banheiro pude ouvir a conversa das duas.


--Vim agora da casa de Oiroti e quer saber? Eles empacotaram tudo e se debandaram durante a noite. Estamos sozinhos nessa vila. – Dulce dizia andando de um lado para outro – E a culpa é toda minha por estarmos aqui.


Não fiquei muito surpresa com aquela afirmativa, pois na verdade a culpa era dela mesmo. A maldita revista para a qual ela trabalhava fizera os arranjos para nos abandonar na ilha.


--Não fique assim. – Maite a consolava -- Suas intenções eram boas.


--Egoístas você quer dizer.


--Não há nada de egoísta em buscar sua felicidade. Em nenhum momento passou por cima das pessoas ou prejudicou alguém.


--Mas agora com este furacão...


--Vamos dar um jeito de sair dessa. Minha prima é muito criativa e vai encontrar um meio de nos manter a salvo.


--Isso se ela se tocar que realmente estamos encrencados. Até agora ela está em processo de negação e se recusa a desistir do trabalho.


--Anahi é muito orgulhosa para aceitar que nada deu certo e que vai ter que voltar sem as fotos.


--Odeio ter que fazer isto, mas não tenho outra alternativa a não ser chamar o Stuart, mesmo contra a vontade dela. Não quero a responsabilidade de colocar a vida dessas pessoas em risco.


Respirei fundo e fiz a minha entrada triunfal.


--Ok, vamos supor que vocês estejam com alguma razão e uma tempestade forte esteja por vir.


Elas soltaram um suspiro conjunto. Não suportavam mais minha teimosia.


--Não estou concordando com nada do que vocês estão dizendo. – deixei bem claro -- Mas na hipótese remota de estarem certas, devemos contatar Stuart e pedir para que ele venha já. As fotos que se danem.


As duas relaxaram satisfeitas e concordaram de pronto. Saímos na chuva para ir ao chalé principal onde ficava o rádio e desta forma requisitar a vinda imediata do velho aviador.


A casa estava realmente vazia e comecei a ficar preocupada. Se os que moravam naquela ilha há anos estavam se debandando, o que afinal eu estava fazendo ainda lá? Era uma otária ou o que?


Mexi nos botões do velho rádio para todos os lados tentando achar uma freqüência onde alguém mais estivesse. Falava pelo microfone, mas não recebia qualquer resposta. Tudo o que havia era estática.


--Deixa eu tentar. – Maite me empurrou para o lado e começou a fuçar em tudo, sem ter mais sucesso do que eu.


Meu ego inflou com seu fracasso. Ia ser humilhante que ela conseguisse contato e eu não. Então lembrei de que nossa vida dependia daquela comunicação e enfiei o egocentrismo no rabo. Estávamos ferrados e eu ali cheia de empáfia, querendo ser melhor do que minha prima. Mesmo porque, em toda a minha vida, jamais havia conseguido ser.


Comecei a pensar em toda sorte de detalhes. Quanto tempo dura um furacão? Qual a velocidade máxima que o vento chega? Qual a área que pode ser atingida? O que fazer se me der vontade de ir no banheiro e o teto sair voando?


Tive vontade de dar um tapa em mim mesma para voltar à realidade.


--Olha só. Vamos reunir a turma, empacotar e amarrar o que der dos equipamentos e fugir para o centro da ilha com toda a água potável que pudermos pegar. Os nativos se esconderam em algum lugar e precisamos achar onde.


--Por que eles não nos chamaram para ir junto? – Dulce fez uma pergunta bem pertinente.


--Porque eles acham que os estrangeiros dão azar. – Maite respondeu de imediato – Se eles nos levassem, haveria grandes chances de ocorrer uma desgraça pela nossa presença.


--Mas na hora de receber para ficarmos hospedados aqui não tinha problema nenhum.


--São coisas que não adianta discutir. Você está certa e nossa melhor chance é seguir para o meio da ilha e tentar achar algum abrigo. Talvez uma caverna.


--E se não encontrarmos? Vamos ficar mais vulneráveis do que aqui.


Lá estava Dulce sendo pessimista novamente. Ia engrossar com ela, mas seus olhos estavam tão apavorados, que não tive coragem. Ao invés disso abracei-a, acariciando suas costas ternamente. O que foi uma coisa bem estranha, diga-se de passagem. Eu nunca fui muito carinhosa com as pessoas.


--Tudo vai ficar bem, Dulce. Toda ilha tem cavernas. Nunca assistiu filme de pirata? Pode ser até que a gente encontre uma arca de tesouro depois que passar a ressaca.


Ela enxugou as lágrimas e sorriu agradecida para mim.


Disfarcei a emoção que aquele sorriso causara em mim e sai para reunir o resto da equipe.


 



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Autor(a): angelr

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Colocamos os equipamentos em relativa segurança e seguimos em fila indiana por uma trilha pelo meio do mato. Eu ia na frente com um facão enorme, abrindo caminho, com o queixo empinado. Sentia-me o próprio Indiana Jones na liderança dos refugiados. A chuva aumentara e agora chegava a atrapalhar nossa visão. As gotas grossas e pesadas do&ia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • flavianaperroni Postado em 07/12/2014 - 05:01:54

    Eita como é PERFEITAS suas webs amei essa assim como amo as outras uehuehuehe

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:44:15

    OIE , mais um fic sua que leio e cada vez me surpreendo mais , voce é uma otima escritora ,PARABÉNS ,amei essa fic ,foi incrivel do começo ao fim !!

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:42:48

    Dona angelr vc surpreende heim... Adorando suas fics heim... Ow pessoa talentosa sow... rsrsrsrs =)

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:41:32

    Gente me diverti com esta Anahi, de todas as fics já li sobre o tema... Essa é a mais engraçada, principalmente na ilha...kkkkkkk Nesta ela é quem conquista.. não a Dulce..rsrsrs Adorei...mto bom... =)

  • angelr Postado em 30/11/2013 - 00:10:46

    portinons2vondy - Sim perfeita

  • portinons2vondy Postado em 29/11/2013 - 23:56:50

    pena que acabou angelr a web era muito boa mesmo :(

  • angelr Postado em 29/11/2013 - 22:01:55

    maralopes - Pois é pena que acabou hahaha mas to postando uma nova

  • maralopes Postado em 29/11/2013 - 16:25:46

    que pena tava amando ler a web mas bola pra frente bjaum angelr

  • angelr Postado em 28/11/2013 - 21:16:13

    rayssamiiraanda - Sim amanha acaba infelizmente :(

  • rayssamiiraanda Postado em 28/11/2013 - 17:11:16

    pooooooooooooxa :( queria mais dessa fic .. amanhã vai terminar :'(


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