Fanfics Brasil - Capitulo 17 Um Amor Improvável

Fanfic: Um Amor Improvável | Tema: Portiñon (Adaptada)


Capítulo: Capitulo 17

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Com muito esforço conseguimos retornar à aldeia de onde havíamos saído e levando-se em conta a violência da tempestade, até que a destruição não tinha sido tanta assim. É claro que todos os chalés estavam sem cobertura e com as janelas e portas demolidas, mas de modo geral os suportes de madeira tinham resistido.


Nossos equipamentos estavam espalhados por toda a ilha e o trabalho decididamente cancelado.


--Será que o rádio funciona? – Dulce indagou, já me puxando para a casa principal, que tinha passado bem melhor pela ventania do que as outras construções.


Encontramos o rádio embaixo de um monte de toras de madeira e ele parecia bem danificado, mas as baterias ainda estavam lá e por isso tive alguma esperança. Porém assim que o liguei ele fez um grande BUM! e estourou na minha cara.


--Acho que não está funcionando. -- proclamei sabiamente enquanto buscava um lugar para Dulce se acomodar.


--Estamos nas mãos do Stuart. – Maite concluiu exatamente o meu pensamento.


Tudo agora dependia do velho desmiolado vir em nosso socorro e a idéia era preocupante.


--Ele virá. – Dulce foi positiva, sentando-se cansada numa cadeira próxima.


--Como tem tanta certeza?


--Ele só vai receber a segunda parte do dinheiro quando nos deixar em segurança em Rarotonga.


Aquilo sim era uma boa notícia e eu poderia ter beijado Dulce por isto.


E também por outras coisas, mas não era hora de me levar por sentimentalismos. Precisávamos de água potável e alimento.


--Vamos, rapazes, peguem os vasilhames e vamos tentar achar alguma fonte d’água.


Gigio não fez menção de se juntar aos rapazes e permaneceu sentado com as perninhas cruzadas em pose de madame.


--As meninas ficam para procurar algumas frutas para comermos. – continuei passando as instruções e os olhinhos dele se arregalaram.


--Vamos ter que andar de novo pelo mato? Ai, gente, eu não aguento!


Não dei a menor bola pra ele. Todo mundo teria que dar sua contribuição naquele momento difícil.


--E tentem encontrar bastante coco só por garantia. Caso a gente não consiga alguma água que preste, o que é bem provável vamos ter que nos hidratar com água de coco.


Gigio fez uma careta.


--Isso vai dar uma caganeira! – afirmou com enfado.


Tive vontade de depenar aquela biba, mas me segurei. Fiz sinal para os rapazes me seguirem.


--Ah, Dulce. – olhei para ela com determinação – Tente não colocar peso nesse tornozelo, está bem?


Ela concordou com a cabeça, mas não senti muita firmeza.


--Estou falando sério. – insisti dessa vez tentando ser mais intimidante.


Ela apenas sorriu para mim.


 “Por que não tinha enxergado aquele sorriso antes?”, fiquei pensando. Em seguida me toquei que tinha enxergado sim, desde o começo, mas achara mais importante o traseiro das outras.


*****


Rodamos por pelo menos uma hora sem conseguirmos sequer um pote de água. Estava tudo sujo e contaminado. Eu não queria que um de nós ficasse doente tomando aquilo, ainda mais sem termos acesso aos recursos médicos da civilização.


Já as meninas tinham sido mais felizes e havia uma pilha de frutas e alguns cocos nos aguardando para abrir.


--Deve ter um facão em algum lugar. – olhei em volta.


--Tive uma idéia melhor.


Maite mostrou uma enorme chave de fenda e uma pedra.


--É só furar a casca e tirar a água.


Até que fazia sentido. Depois de abrir e beber o líquido jogamos os cocos com força no chão até desmontá-lo para comermos o conteúdo.


--Alguém aqui sabe pescar? – Tiago, o mais franzino e irrequieto do grupo indagou – Comer só isso vai ser dose, né?


Um olhou para a cara do outro sem obter qualquer resposta positiva. Éramos um bando de criaturas urbanas acostumadas a pedir comida pelo cardápio e esperar que ela fosse miraculosamente servida em nossa mesa. De onde tinha vindo aquele alimento ou como fora preparado jamais nos interessara. Agora que nossas perspectivas estavam mudando, não fazíamos a menor idéia do que fazer.


--Acho que envolve uma linha, um anzol e algum tipo de isca. – outro rapaz deu sua participação na conversa.


--Isso tudo mundo sabe, Gui. – Raul reclamou – Mas como é que chegamos lá na coisa e tiramos o bicho do mar?


--É só puxar. Nunca assistiu em filmes? Joga a linha, espera um pouco e puxa o bicho.


--Agente pode usar uma rede. – uma das modelos que se chamava Cíntia comentou.


--E onde vamos encontrar uma rede, posso saber? – Raul reclamou mais uma vez – A não ser que a senhorita saiba tecer.


Concordei que não era uma boa idéia, mas por outro motivo. O mar estava muito agitado, a água turva cheia de detritos. Não devia ter um peixe sequer ali naquela praia dando bobeira. Apesar do que a maioria pensava, os peixes não eram criaturas tão estúpidas assim. Naquele momento eles me pareciam bem mais espertos do que nós em terem sumido dali enquanto tinham oportunidade.


--Sabe de uma coisa? – me despenquei num canto e puxei uma toalha relativamente limpa em cima de mim – Eu vou é dormir um pouco. Estou cansada e sem vontade de ir atrás de comida. Se vocês quiserem, então vão sem mim.


Eles se entreolharam e acabaram se acomodando cada um num canto. Realmente tínhamos que dar um tempo, afinal os nativos não tardariam a retornar e eles saberiam o que fazer.


Mas as horas foram passando e nada do pessoal aparecer. Para onde todo mundo tinha ido e por que não voltavam logo? O que eles sabiam que a gente não? Só faltava mesmo vir um tsunami para acabar de vez com a minha graça. Talvez um tremor de terra ou uma avalanche. A ilha inteira poderia afundar no oceano por conta de uma erupção vulcânica. Depois do que acontecera, tudo era possível. Os desastres me cercavam o tempo todo.


Fiquei ali sentada no chão sem saber ao certo o que fazer e todo mundo em volta como se esperassem que eu fizesse algo.


--Ok, o negócio não parece tão bom assim e é melhor a gente encarar o fato de que os nativos se mandaram da ilha e deixaram a gente aqui. De qualquer forma não vão aparecer mais para dar uma mãozinha pra gente. Estamos sozinhos da silva.


O silêncio continuou.


--Poxa, gente, vamos reagir e partir para a operação sobrevivência. O velho vai vir e tudo ficará numa boa. Acho que damos conta de ficar vivos até lá, não é?


Então como se Deus estivesse de piada comigo, a terra deu uma tremida, assustando todo mundo.


--Nós vamos morrer, nós vamos morrer!!!! – Gigio começou a gritar a plenos pulmões.


Eita biba chata!


--Quer calar a boca! – Maite gritou para ele, também de saco cheio daqueles ataques de pelanca.


--Isso aí! – Tiago apoiou – Já estou com medo o suficiente e não preciso de ajuda. Temos é que caçar um bom javali e fazer um churrasquinho no capricho.


Todo mundo olhou para ele sem entender.


--E por acaso você viu algum javali por aqui, seu tonto? – Raul mais uma vez cortou a idéia do rapaz.


--Tem que ter algum bicho pra gente comer. – ele insistiu.


--Eu vi um tipo de tartaruga na areia. – outro lembrou.


--Se estava na praia, por essas horas deve estar sobrevoando a Nova Zelândia. – completei o cenário de pessimismo.


Maite então fez cara de quem tinha tido um insight.


--Eu me lembro de uma técnica bem simples de fazer uma armadilha e então o que ficar preso lá nós comemos, seja o que for.


Parecia razoável, desde que não fosse uma ratazana.


--Não quero comer o Taz! – outra modelo começou a chorar.


Olhamos para ela realmente confusos.


--O que o Taz tem a ver com a gente? – não resisti à curiosidade.


--Ele vive por aqui, não vive? – ela indagou entre soluços.


--Ele vive na Tasmânia, lerdinha. – Raul esclareceu orgulhoso de seu conhecimento, como se o personagem de desenho realmente existisse em algum lugar do mundo.


--Ai, que alívio! – a garota começou a enxugar as lágrimas.


--Quer dizer que comer o Pernalonga e o Patolino tudo bem? – Guilherme protestou.


--Não, mas eu sempre gostei mais do Taz.



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • flavianaperroni Postado em 07/12/2014 - 05:01:54

    Eita como é PERFEITAS suas webs amei essa assim como amo as outras uehuehuehe

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:44:15

    OIE , mais um fic sua que leio e cada vez me surpreendo mais , voce é uma otima escritora ,PARABÉNS ,amei essa fic ,foi incrivel do começo ao fim !!

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:42:48

    Dona angelr vc surpreende heim... Adorando suas fics heim... Ow pessoa talentosa sow... rsrsrsrs =)

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:41:32

    Gente me diverti com esta Anahi, de todas as fics já li sobre o tema... Essa é a mais engraçada, principalmente na ilha...kkkkkkk Nesta ela é quem conquista.. não a Dulce..rsrsrs Adorei...mto bom... =)

  • angelr Postado em 30/11/2013 - 00:10:46

    portinons2vondy - Sim perfeita

  • portinons2vondy Postado em 29/11/2013 - 23:56:50

    pena que acabou angelr a web era muito boa mesmo :(

  • angelr Postado em 29/11/2013 - 22:01:55

    maralopes - Pois é pena que acabou hahaha mas to postando uma nova

  • maralopes Postado em 29/11/2013 - 16:25:46

    que pena tava amando ler a web mas bola pra frente bjaum angelr

  • angelr Postado em 28/11/2013 - 21:16:13

    rayssamiiraanda - Sim amanha acaba infelizmente :(

  • rayssamiiraanda Postado em 28/11/2013 - 17:11:16

    pooooooooooooxa :( queria mais dessa fic .. amanhã vai terminar :'(


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