Fanfics Brasil - Capitulo 18 Um Amor Improvável

Fanfic: Um Amor Improvável | Tema: Portiñon (Adaptada)


Capítulo: Capitulo 18

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A princípio achei que eles estavam tirando sarro e brincando um com o outro, mas então percebi que eles eram realmente idiotas. Eu estava perdida numa ilha devastada, na companhia de um bando de imbecis. Mas o que me tranqüilizava era que estávamos no fundo do poço e não dava para descer mais.


O que poderia acontecer de pior dali para frente?


Pois eu digo uma coisa para vocês: jamais façam este tipo de pergunta assim levianamente. Parece que coisas assim despertam a ira de Murphy e algo péssimo sempre acontece.


Novamente o chão tremeu e todos ficaram assustados, com os olhos arregalados, tentando se agarrar em alguma coisa mais firme.


--Quer largar o meu saco, Gigio! – Raul gritou contrariado.


Neste instante Keila, a loirinha devassa, chegou correndo em desabalada.


--Gente, tem fumaça saindo do mar!


--Meu Deus, mulher, onde foi que você achou maconha que eu também quero. – tirei sarro – Fumaça no mar é dose!


--Eu juro! Venham ver!


Fomos atrás dela sem acreditar numa só palavra que ela dissera. Parecia aqueles tipos de piada com nomes de filmes ridículos: “Poeira em Alto-Mar”, “As Tranças do Careca”, “A Volta dos Que Não Foram”.


Mas quando chegamos na praia, vimos um cogumelo enorme de fumaça subindo de uma ilha bem próxima. Era tanta cinza que o céu estava se escurecendo.


Eu e minha boca grande! Era um tremendo vulcão entrando em erupção bem ali do nosso lado.


Tremi nas bases porque ali estava a explicação para a fuga dos nativos. Os desgraçados fugiram em suas canoas e catamarãs deixando a gente para trás. Se eles achavam que os estrangeiros davam azar é porque ainda não conheciam minha fúria caso os encontrasse pela frente.


--Pronto: agora eu concordo que estamos oficialmente ferrados. – Maite falou o que todos nós estávamos pensando.


Se Stuart demorasse muito para vir, talvez não conseguisse passar pela nuvem negra que estava se espalhando rapidamente. E se houvesse uma explosão seria ainda pior, pois significaria um baita tsunami que cobriria a ilha completamente.


Eu disse que a coisa nunca era muito boa para o meu lado.


E os outros não contribuíam muito.


--Como vamos fugir? – Cíntia gritou desesperada -- Eu não sei nadar!


Olhei atravessado para ela e pedi a todos os santos que me segurassem ou eu ia sacudi-la até que seu cérebro de geleia saísse pela orelha. Como podia ser tão desnivelada! Por ela a gente saia nadando e no dia seguinte estaríamos na Nova Zelândia, sãos e salvos.


Por que não tínhamos tido essa idéia genial? Podíamos até treinar nado sincronizado pelo caminho e ganhar uma olimpíada. Por que não?


--Ok, estamos numa séria dificuldade. – tentei manter a racionalidade – Mas pelo menos agora sabemos a razão dos terremotos e não precisamos nos preocupar tanto com eles. Enquanto estivermos sentindo a terra tremer é porque estamos vivos e isso é uma boa coisa.


Não consegui animar ninguém com aquele papo. Todos voltaram para a casa com a cabeça baixa, conscientes de que a morte estava próxima e não seria muito agradável. Se é que existe alguma morte divertida.


Eu fui caminhar sozinha pela areia, pulando os detritos espalhados por toda a praia, até encontrar um cantinho limpo de onde eu podia ficar olhando a bela paisagem de um vulcão em plena atividade.


Era até bem bonito, se não fosse tão mortal.


Estava totalmente distraída e não percebi quando Dulce veio mancando pela areia, carregando uma manta. Ela a esticou no chão e sentou-se a meu lado sem nada dizer.


--Veio jogar na minha cara que a culpa é minha? Você estava certa o tempo todo e agora estamos ferrados porque fui teimosa.


Mas ela não se aproveitou para tripudiar sobre a minha carcaça. Ficamos simplesmente em silêncio por um longo tempo, até minha curiosidade vencer minha depressão.


--Quem é você, Dulce?


Ela olhou para mim com uma expressão suspeita de quem tem algo a esconder.


--Por que está perguntando isto?


Encarei-a firme nos olhos.


--Sei que não é o que parece, o que diz ser.


Ela respirou fundo.


--E faz alguma diferença agora, Any? Estamos perto da morte como nunca estivemos antes. E tudo o que nos resta é sentar aqui nesse pedaço de praia olhando o nosso mundo se acabar.


Eu ainda não estava pronta para entregar os pontos.


--Não vou desistir de viver enquanto houver alguma chance de me sair bem dessa. – protestei diante de sua resignação.


--Eu sei. – ela disse com firmeza -- Faz parte de quem você é.


--E como sabe tanto de mim? – perdi um pouco da paciência com tanto mistério.


Ela deu uma risadinha melancólica.


--Não vale a pena falar sobre isso, Any. Nada parece fazer algum sentido nesse momento a não ser eu e você aqui nesse mesmo momento e espaço, esperando por um milagre.


Ela virou-se para mim e estendeu a mão para acariciar-me o rosto. O gesto foi tão carinhoso que me pegou no contrapé. Seus olhos brilhavam e não pude decifrar o que aquilo significava. Era um ato de sedução ou de conforto? O que ela pretendia percorrendo agora meu pescoço? Por que depois foi descendo pelo decote da minha camiseta? O que poderia ser aquela pegação toda nas minhas tetas?


Minhas tetas?! Opa, aquilo eu sabia bem o que significava!


Mas ela fazia isto com tanta delicadeza que despertava muito mais do que uma simples luxúria. Havia um fascínio entre a gente que me era estranho. Não reconhecia aquele sentimento suave e ao mesmo tempo sensual. E aquilo mais amedrontou do que encantou. Minha vontade era sair correndo e manter distância daquela mulher intrigante que em um momento me provocava total desdém e no seguinte despertava em mim uma determinação heróica de ir em seu auxílio.


Então ela se inclinou em minha direção para me beijar.


E que beijo! Nada possessivo nem cheio de ardor sexual. Longe disso. Foi o beijo mais envolvente, doce e fascinante que eu já havia provado. Parecia que estávamos em câmera lenta. Os movimento eram vagarosos, lânguidos, como se seguisse um roteiro ensaiado até a perfeita sincronia. Era como se nossas bocas tivessem sido feitas uma para outra.


Eu me afastei por um momento para olhá-la e mal pude vê-la na escuridão que começava a se formar sobre nós. Era a noite que chegava e que talvez não mais se dissipasse.


Deitei-a sobre o cobertor e perdi um longo tempo me deleitando com seus lábios rosados e carnudos. Não tinha pressa de terminar o que provavelmente seria o meu último encontro de amor. Queria que o tempo se congelasse e pudéssemos vive-lo e revive-lo infinitas vezes antes que a morte nos levasse.


Adorei e venerei cada pedaço de seu corpo. Minha língua saboreou cada centímetro que pude alcançar e ela acariciava meus cabelos, massageava meus ombros, unia seu desejo ao meu em nosso balé de movimentos leves e sutis, que provocavam pequenas descargas elétricas a cada toque. Éramos polos opostos e não dava para nos afastarmos uma da outra.


Deixei-a à beira da satisfação para provocá-la, retornando até sua boca linda, dessa vez com mais paixão. Aí sim pus-me a possuí-la, sugando-a, devorando-a faminta. Era o alimento da minha alma. Nossos desejos se mesclavam e a paixão não pedia, mas exigia intensamente que nos entregássemos àquela emoção desordenada que a princípio eu não consegui decifrar.


Sua respiração era arfante como se houvesse corrido por quilômetros. Contudo, mais longa tinha sido minha jornada pessoal. Ninguém tinha noção do quanto eu percorrera até chegar àquele instante. Foi à distância imensurável que vai do mundo da frivolidade, à pureza de um amor simples e absoluto, que pouco ou nada se importava com aparências.


Eu não estava nem aí se Dulce não correspondia exatamente aos ideais estéticos criados por uma indústria de beleza atrás de lucros, investindo na vaidade de pessoas inseguras demais para se darem o devido valor. A cultura do “Eu sou magra demais”, “Sou uma gorda pipa”, “Sou muito alta”, “Sou muito baixa”, “Tenho bunda de tanajura”, “Meu nariz é grande”...


Que se danassem os outros! Tudo o que me interessava era o corpo quente de Dulce sob o meu, sua boca consumindo a minha com uma loucura que em nada correspondia à sua imagem de beata.


Ela respondeu com mais vigor às minhas carícias e eu me perdi em seu olhar, em seu gemidos de excitação. Deslizei lentamente até o âmago de seu prazer, seguindo por uma trilha desconhecida que me levava ao real e autêntico paraíso. Contudo, acompanhando todo aquele clamor obviamente sexual, havia um halo de encantamento, fragilidade e ternura que me envolveram completamente.


Então após um delicioso orgasmo, estranhamente derrubei uma ou duas lágrimas de emoção, como uma perfeita retardada.


Tá bom, foi uma enxurrada! Com direito a soluço e tudo. Que droga ter que confessar isto! Espero que vocês não espalhem por aí. Tenho que preservar um pouco minha dignidade, entendem?


Na hora senti muita vergonha de expor daquela forma meus sentimentos. Até que ela me abraçou como seu eu fosse uma criança e me embalou em seus braços. Nunca me senti tão indiferente com meu iminente desaparecimento da face da Terra. Que viesse o fim-do-mundo! Eu estava amando Dulceta bu..ceta, minha gente! Qualquer fato extraordinário poderia ocorrer. Até Papai-Noel podia aparecer em seu trenó para nos salvar, pois o maior milagre de todos já havia acontecido.


 


 


 


 



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • flavianaperroni Postado em 07/12/2014 - 05:01:54

    Eita como é PERFEITAS suas webs amei essa assim como amo as outras uehuehuehe

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:44:15

    OIE , mais um fic sua que leio e cada vez me surpreendo mais , voce é uma otima escritora ,PARABÉNS ,amei essa fic ,foi incrivel do começo ao fim !!

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:42:48

    Dona angelr vc surpreende heim... Adorando suas fics heim... Ow pessoa talentosa sow... rsrsrsrs =)

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:41:32

    Gente me diverti com esta Anahi, de todas as fics já li sobre o tema... Essa é a mais engraçada, principalmente na ilha...kkkkkkk Nesta ela é quem conquista.. não a Dulce..rsrsrs Adorei...mto bom... =)

  • angelr Postado em 30/11/2013 - 00:10:46

    portinons2vondy - Sim perfeita

  • portinons2vondy Postado em 29/11/2013 - 23:56:50

    pena que acabou angelr a web era muito boa mesmo :(

  • angelr Postado em 29/11/2013 - 22:01:55

    maralopes - Pois é pena que acabou hahaha mas to postando uma nova

  • maralopes Postado em 29/11/2013 - 16:25:46

    que pena tava amando ler a web mas bola pra frente bjaum angelr

  • angelr Postado em 28/11/2013 - 21:16:13

    rayssamiiraanda - Sim amanha acaba infelizmente :(

  • rayssamiiraanda Postado em 28/11/2013 - 17:11:16

    pooooooooooooxa :( queria mais dessa fic .. amanhã vai terminar :'(


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