Fanfic: Um Amor Improvável | Tema: Portiñon (Adaptada)
--Ótimo, então se apaixonou por uma fútil que só pensa em colecionar mulheres bonitas. O que achou? Que podia me mudar?
--Não. A pessoa por quem me apaixonei possui enorme talento e sagacidade emocional, mas se esconde por trás da futilidade e do convencimento para ser respeitada pelos demais à sua volta.
--E você chegou a essa conclusão apenas me olhando uma meia dúzia de vezes sem que nem ao menos nos falássemos.
--Anahi, freqüentemente as palavras só nos levam a desencontros. Para conhecermos alguém, mais importante do que falar é ouvir. E eu te ouvi em cada foto que tirou.
Aquilo me deixou sem palavras.
--Sei que pelas costas você me chamava de songamonga. – ela disse com olhos tristes.
--Ei, péra aí! – protestei – Eu chamava de mocoronga.
--E tem diferença?
Pensei bem e voltei a me recostar na poltrona, caladinha.
--Eu queria tanto saber se você poderia gostar de mim, mesmo eu não tendo a beleza a qual está acostumada! Quis colocar à prova que você seria capaz de descobrir o que há dentro de uma pessoa e não apenas seu exterior. E no princípio fiquei realmente decepcionada. Nem chegamos direito na Nova Zelândia e você já transou com a Keyla e depois na ilha foi logo pegando aquela nativa. Fiquei muito mal e duvidei de tudo o que sabia a seu respeito. Pensei ter feito uma enorme bobagem tendo tanto trabalho por alguém que não merecia.
Lembrei-me do que fizera e aquele comportamento não era exatamente digno de orgulho. Mas era o meu jeito de viver e estava em meu ser a ponto de tornar-se um reflexo involuntário. Se me usam e eu uso também.
--Então eu tive que encarar a morte. Estava caída sozinha na lama, com o tornozelo ferido e incapaz de buscar um abrigo. Era o meu fim e me preparei para o pior. Mas você surgiu de repente e me ergueu. Foi até mim e não me deixou ficar ali vulnerável. Foi neste instante, abraçada ao seu corpo naquele buraco, ouvindo as batidas do seu coração enquanto o mundo desabava lá fora, que percebi que estava certa.
--Eu teria feito aquilo por qualquer um. – menti para desfazer aquele romantismo em torno da minha atitude.
--E isto só torna o seu ato mais nobre. Uma pessoa fútil e egocêntrica não teria arriscado a vida para tentar salvar alguém que nem conhecia direito. Muito menos ir atrás de uma songamonga.
Ia corrigi-la mais uma vez, porém ela ergueu a mão me impedindo.
--Eu sei: uma mocoronga.
--Isso! – concordei satisfeita e ela sorriu como se sorri quando uma criança fala uma besteira adorável.
Então ela se ajoelhou junto a mim e me obrigou a descruzar as pernas. Segurou minhas mãos e beijou uma delas.
--Queria muito que o encontro que tivemos naquela praia remota não terminasse como todos os que você teve até então. Eu te amo, Any e gostaria de tentar fazê-la me amar da mesma forma. Pode me dar essa chance?
Eu já a amava, mas nunca diria isto. Não se deve confessar este tipo de sentimento para uma mulher ou ela começa a se achar sua dona. É a maior tolice entregar o coração para outra pessoa. Tem que se manter por cima da carne seca, ter os dados na mão, entende?
Eu tinha anos de experiência nessas coisas e tinha visto muita gente se dar mal caindo na armadilha do amor. Era um burrice sem par. Só otário mesmo para acreditar que alguém é capaz de nos fazer feliz. Heloooo! Eu estava acima daquilo, era dona do meu destino e jamais daria uma arma daquelas para alguém me detonar.
--Eu também te amo, Dulce!
Parei assustada ao ouvir aquelas palavras saírem de minha boca. Era como se meu cérebro tivesse perdido o controle das coisas. Mas quem assumira então? Quem me atraiçoava daquela forma?
Droga! Meu coração tinha vindo sorrateiramente e conquistado poder sobre a minha vontade.
Dulce aproximou aquela boca tentadora e eu não consegui resistir. E nem queria de verdade. Só estava fazendo docinho.
Nos beijamos e foi muito bom sentir o calor de seus lábios novamente. Minhas mãos acariciaram seus cabelos, mantendo seu rosto junto ao meu. Mas não havia resistência. Queríamos muito o que estava acontecendo e era gostoso demais.
Contudo ali não era o lugar ideal para darmos continuidade ao nosso desejo e puxei-a pela mão para fora do estúdio. Fomos para um motel ali perto e foi uma verdadeira loucura. Era tão bom fazer amor com quem se ama! Tantos livros e músicas foram escritos para descrever aquele sentimento e nenhum havia chegado perto da realidade.
Como as narrativas românticas nunca foram meu forte, deixarei para vocês a responsabilidade de imaginarem o prazer, a alegria, o devaneio sensorial que tomou conta de nossos corpos.
Eu poderia ter ficado naquele quarto infinitamente, mas ele era taxado por hora e infinito é um bocado de tempo. Com certeza eu não teria dinheiro para pagar a conta. Então, em um certo momento, começamos a nos vestir para ir embora.
Ela pareceu se lembrar de algo e me questionou.
--Quem é o Bernardo?
--O filho de uma ex-namorada que está metida numa senhora encrenca. Ela pediu para eu tomar conta dele por uns dias e está completando duas semanas sem notícias. Não sei o que aconteceu, mas ela me disse que não dava para avisar para polícia, então estou ficando com ele por enquanto.
--Ele é uma gracinha.
--Mais do que eu? – me insinuei.
--Sinto muito, mas é sim.
Fingi ter ficado ofendida e ela me abraçou sorrindo.
--Mas é você quem eu amo.
--Bom saber. Eu já estava maquinando uma forma de me livrar do garoto sem deixar pistas.
--Não precisa: o meu coração sempre será seu. E outras partes também.
Uma coisa leva a outra e não teve outro jeito: tive que gastar com mais uma hora de motel. Mas valeu cada centavo.
Agora sim as coisas pareciam se encaminhar para um final feliz. O que poderia acontecer agora? Quer dizer, tem limite para o azar de uma pessoa, não tem? Não dá para ficar cagado de coruja o tempo todo.
Ou dá?
Autor(a): angelr
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Era bom namorar com Dulce. Ela era carinhosa, atenciosa e não se importava quando Bernardo acordava no meio da noite e pulava na cama, muitas vezes interrompendo nosso amor. Quer dizer, importar a gente se importava, mas ele às vezes tinha medo e gostava de dormir entre nós duas. As necessidades dele eram mais importante do que o nosso prazer. Era como s ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 60
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flavianaperroni Postado em 07/12/2014 - 05:01:54
Eita como é PERFEITAS suas webs amei essa assim como amo as outras uehuehuehe
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justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:44:15
OIE , mais um fic sua que leio e cada vez me surpreendo mais , voce é uma otima escritora ,PARABÉNS ,amei essa fic ,foi incrivel do começo ao fim !!
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vverg Postado em 06/01/2014 - 20:42:48
Dona angelr vc surpreende heim... Adorando suas fics heim... Ow pessoa talentosa sow... rsrsrsrs =)
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vverg Postado em 06/01/2014 - 20:41:32
Gente me diverti com esta Anahi, de todas as fics já li sobre o tema... Essa é a mais engraçada, principalmente na ilha...kkkkkkk Nesta ela é quem conquista.. não a Dulce..rsrsrs Adorei...mto bom... =)
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angelr Postado em 30/11/2013 - 00:10:46
portinons2vondy - Sim perfeita
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portinons2vondy Postado em 29/11/2013 - 23:56:50
pena que acabou angelr a web era muito boa mesmo :(
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angelr Postado em 29/11/2013 - 22:01:55
maralopes - Pois é pena que acabou hahaha mas to postando uma nova
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maralopes Postado em 29/11/2013 - 16:25:46
que pena tava amando ler a web mas bola pra frente bjaum angelr
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angelr Postado em 28/11/2013 - 21:16:13
rayssamiiraanda - Sim amanha acaba infelizmente :(
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rayssamiiraanda Postado em 28/11/2013 - 17:11:16
pooooooooooooxa :( queria mais dessa fic .. amanhã vai terminar :'(