Fanfics Brasil - Capitulo 31 Um Amor Improvável

Fanfic: Um Amor Improvável | Tema: Portiñon (Adaptada)


Capítulo: Capitulo 31

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A primeira impressão que tive quando entrei em casa foi que o furacão da Ilha dos Ventos passara por ali. Estava tudo virado. Todas as gavetas, todos os armários, o fundo do estofado rasgado. Até meu colchão tinha sido vítima de um facão ou navalha.


Contudo o que eu tinha de mais precioso, que eram meus equipamentos fotográficos, foram poupados. Quem fizera aquilo não sabia de seu valor ou não estava interessado. O meu computador também não fora sequer tocado.


--Sente falta de algo? – o policial indagou.


--Sim, da minha diarista. Ela só vem nas sextas-feiras.


Então observei mais um pouquinho, tentando descobrir se o invasor havia encontrado afinal o que tanto queria, mas nada parecia ter sumido. Pelo menos nada de tanto valor assim:


-uma caneca com a frase “Eu amo minha namorada”, que eu mesma comprei pra mim, porque nenhuma delas teria comprado.


-fotos sensuais de algumas modelos com quem eu tinha dormido, tendo como pano de fundo a minha cama. Boas lembranças que o safado pegara, mas que não me preocupava, pois eu tinha cópias. E podem apostar que de onde viera aquilo, havia muito mais. Kkkkkk Que baita cachorra, né? Au! Au! Essa sou eu.


-minha garrafa de uísque importado que eu tinha ganho de uma garota escocesa que dei um pegão numa feira de automóveis. Ela era uma daquelas modelos lindas que ficam sentadas fazendo pose num automóvel poderoso e que faz você pensar “Não sei quantos cavalos tem essa coisa, mas essa égua já ganhou a corrida!”. Sexista pra caramba, não acham? Bom, dentre tantos outros defeitos que possuo, este não chega a ser dos piores.


O que tínhamos então? Um ladrão romântico, tarado, alcoólico e tremendamente bagunceiro. Para somar tudo, tão estúpido que deixara o mais caro para trás.


Fiquei com pena da namorada dele: ia receber de presente uma caneca usada enquanto o cara se divertia com as fotos do mulherio, bebendo uísque importado com os amigos.


É claro que os policiais não acharam o perfil que eu traçara dele muito útil e limitaram-se a dizer para que eu trocasse as fechaduras e me apresentasse à delegacia para fazer um boletim de ocorrência. Mas na hora fiquei pensando: de que adianta trocar alguma fechadura se o ladrão de uísque alheio entrara metendo o pé na porta?


Os meus vizinhos diziam não ter percebido nada diferente. Mas como isto poderia ser verdade? Cada vez que eu chegava da rua com Dulce, todas as portas pareciam se abrir para xeretar a gente. Agora ninguém vira nada? Só se todos tivessem feito uma grande festa no prédio na hora da invasão.


E nem tiveram a decência de me convidar para o embalo, o que era revoltante. Depois de morar tantos anos no edifício, merecia que tivessem pelo menos me avisado do rola-rola. Eu não teria ido, já que me tornara uma mulher séria, com namorada firme e tudo. Só que magoou o meu coraçãozinho não terem sequer lembrado de mim.


Mas voltando ao meu apartamento inteiramente arruinado, era óbvio que não dava para eu e Bernardo ficarmos naquele caos. Liguei para Dulce e ela aceitou nos dar um teto até que eu pudesse arrumar o que poderia ser arrumado e comprar todo o resto que fora danificado sem qualquer possibilidade de conserto.


Mal desliguei o celular e ele já tocava. O dia estava sendo dureza mesmo.


E desta vez era a Marcinha, com a voz ainda mais apavorada que antes.


--Anahi, você ainda tem a cadernetinha que te dei?


--Claro, quase que já decorei tudo que você escreveu lá. – respondi com orgulho.


--Então faça o seguinte: guarde ela bem guardadinha em algum lugar seguro. Não deixe no seu apartamento de jeito nenhum.


Dei uma risada.


--Por que está rindo?


--É que meu apartamento foi invadido e fizeram uma confusão total lá. Não tem nem como ficar nele.


--E a caderneta?


Era muito estranho que ela se preocupasse tanto com aquela tal caderneta. Será que ela achava que eu era tão incompetente que não conseguiria tomar conta do filho dela sem ficar lendo instruções o tempo todo?


--Vamos conversar de algo mais importante: quando é que você volta? Já pensou em deixar o Bernardo pra mim?


--Anahi, por favor, apenas me fale da bendita caderneta. Depois conversamos sobre o resto.


--Que droga, Marcinha, será que dá para esquecer esse troço e prestar atenção no que digo?


--Você não está entendendo.


--Não estou mesmo. Onde diabos você está, mulher? Por que todo esse apavoramento?


Ela respirou fundo várias vezes. Dava para ouvir o ar entrando e saindo de seus pulmões.


--Não posso te explicar tudo, Any. Mas em resumo, meu marido cuidava da contabilidade de um bicheiro e tinha todas as contas dele no exterior anotadas nessa caderneta, juntamente com as senhas e um histórico dos depósitos.


Senti o chão me faltar. Ela estava metida numa tremenda roubada e me envolvera no rolo. Agora fazia sentido o fuçado que fizeram no meu apartamento. Algum capanga do bicheiro tinha ido lá em busca da caderneta. E eu tivera sorte de não estar presente na hora ou ele me viraria de cabeça para baixo do lado de fora da janela até que eu contasse onde estava.


--Ah, tenha dó, Marcinha! Você me colocou numa tremenda fria. O que eu faço agora? Os caras vão vir para cima de mim e do Bernardo.


--Você tem que sumir por uns tempos.


--Que beleza! Sumir que nem você? Muito obrigada, mas não. Vou agora mesmo na polícia entregar a tal caderneta e me livrar dessa bomba.


--Não faz isso, Anahi. Preciso da caderneta para negociar com o bicheiro.


--Então deixa que eu dou a caderneta de volta pra ele e digo que foi um engano. Aí fica tudo bem.


Dessa vez ela riu às gargalhadas.


--A sua ingenuidade é tocante. Então não sabe que essa gente não perdoa ninguém? Tenho que bolar um plano muito bem feito para conseguir nos livrar de tudo isso. É muito importante que eles não peguem essa caderneta.  A minha vida depende de não conseguirem pegar a caderneta.


--Marcinha, você não pensa em colocar o Bernardo no meio disso, não é?


Ela hesitou.


--Depois eu te ligo. Por enquanto fique atenta a qualquer coisa anormal.


--Como assim?  O que você considera como anormal? Arrombarem o meu apartamento atrás de uma maldita caderneta e detonarem com tudo lá dentro? Pois eles já fizeram isso, sua maluca desajustada!


--Anahi, anormal é alguém se aproximar de você com uma arma escondida na cintura.


Não concordei muito com aquilo. Assalto há muito tempo deixara de ser uma coisa fora do comum.


--Entre nesse carro logo, Anahi, e acelere fundo.


--Do que está falando?


--Faça o que estou dizendo. Tem alguém atrás de você com uma arma na cintura. Saia correndo daí agora mesmo!


Ela estava por perto nos observando, mas onde? Olhei em volta e o que vi foi um homem sisudo atravessando a rua e vindo em minha direção em atitude suspeita.


--Entre nessa porra de carro! – ela se esgoelava ao telefone -- Agora!!!


Pulei no banco do motorista e pisei fundo, deixando metade da borracha dos pneus grudada no asfalto.


Todo o tempo Marcinha estava me espionando sem que eu desconfiasse. E como se eu não tivesse problemas suficientes, agora tinha que fugir dos homens do bicheiro.


Realmente, minha gente, o ruim sempre pode ficar pior.


Onde eu iria agora? Não queria envolver mais gente, principalmente Dulce e Maite. Agora que sabia estar com um enorme alvo colado atrás nas minhas costas, o melhor era guardar distância de todo mundo. Mas não sabia se aquilo seria possível.


Olhei pelo retrovisor e o garoto não parecia ter se abalado com a minha arrancada de Fórmula 1. Estava distraído na cadeirinha brincando com seu ursinho.


Fiquei aliviada com isso, pois a última coisa que eu queria era traumatizá-lo com o que estava acontecendo. Até para mim a trama estava se tornando complicada demais. Pelo modo como as encrencas pareciam sempre me perseguir, era óbvio que ao nascer tinham me batizado com água de privada.


Um dia eu ainda colocaria meus pais contra a parede para confessarem a verdade sobre isto e exigiria que encontrassem uma solução definitiva para anular essa maldição.


A melhor idéia para o momento era encontrar um lugar para me esconder com Bernardo até Marcinha pensar num modo de resolver toda aquela confusão. Se é que ela teria capacidade para tanto. Pelo que me lembrava, a tonta era uma tremenda cabeça de vento. Depender dela era uma enorme furada.


Quanto mais eu pensava onde poderia me esconder, mais ficava com dor de cabeça. Por mais que não quisesse, tinha que pedir auxílio para alguém e ninguém melhor do que Dulce. Ela saberia o que fazer. Ou pelo menos ficaria apavorada junto comigo e era muito depressivo me descabelar sozinha.


Parei o carro numa rua qualquer e liguei para ela.


Mas assim que ela atendeu achei sua voz diferente. Meio vacilante, sabe como é?


--Oi amor, tenho um pequeno problema. – falei para ela.


--Eu também. – ela me respondeu amedrontada.



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • flavianaperroni Postado em 07/12/2014 - 05:01:54

    Eita como é PERFEITAS suas webs amei essa assim como amo as outras uehuehuehe

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:44:15

    OIE , mais um fic sua que leio e cada vez me surpreendo mais , voce é uma otima escritora ,PARABÉNS ,amei essa fic ,foi incrivel do começo ao fim !!

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:42:48

    Dona angelr vc surpreende heim... Adorando suas fics heim... Ow pessoa talentosa sow... rsrsrsrs =)

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:41:32

    Gente me diverti com esta Anahi, de todas as fics já li sobre o tema... Essa é a mais engraçada, principalmente na ilha...kkkkkkk Nesta ela é quem conquista.. não a Dulce..rsrsrs Adorei...mto bom... =)

  • angelr Postado em 30/11/2013 - 00:10:46

    portinons2vondy - Sim perfeita

  • portinons2vondy Postado em 29/11/2013 - 23:56:50

    pena que acabou angelr a web era muito boa mesmo :(

  • angelr Postado em 29/11/2013 - 22:01:55

    maralopes - Pois é pena que acabou hahaha mas to postando uma nova

  • maralopes Postado em 29/11/2013 - 16:25:46

    que pena tava amando ler a web mas bola pra frente bjaum angelr

  • angelr Postado em 28/11/2013 - 21:16:13

    rayssamiiraanda - Sim amanha acaba infelizmente :(

  • rayssamiiraanda Postado em 28/11/2013 - 17:11:16

    pooooooooooooxa :( queria mais dessa fic .. amanhã vai terminar :'(


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