Fanfics Brasil - Capitulo 37 Um Amor Improvável

Fanfic: Um Amor Improvável | Tema: Portiñon (Adaptada)


Capítulo: Capitulo 37

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No dia seguinte ao barraco na porta da garagem, resolvi ignorar o que acontecera e seguir com a vida. Passou-se uma semana sem notícias de Dulce. Ela não dera sinal de vida e eu decidi que não ia correr atrás. Quantas vezes teria que provar meu amor para que ela acreditasse na minha inocência?


Eu não podia viver numa bolha para evitar contato com mulheres bonitas. Elas sempre estariam à minha volta. Aquele era o meu trabalho: fazer com que se tornassem ainda mais glamorosas do que já eram. Meu computador estava recheado de fotos femininas e nem por isso eu formataria o HD para sanar as inseguranças de uma namorada complexada.


Minha prima veio me visitar no fim-de-semana e estava realmente chateada com o fim do meu relacionamento com Dulce.


--Você não vai nem sequer ligar para ela?


--Quem sumiu do mapa foi ela, não eu. Pra mim já deu o que tinha que dar.


--E vão terminar dessa forma idiota, sem nem ao menos conversarem? Você se dizia tão apaixonada pela Dulce, mas não quer mexer um dedo sequer para fazer as pazes com ela. Está rifando a moça como se ela não significasse nada para você.


--Não é nada disso. – fiquei aborrecida com minha prima -- Quer parar de inverter as coisas e me culpar pelo que aconteceu? Ela não acreditou em mim, Maite. Preferiu aceitar a versão de que eu não passo de uma sacana que fica cantando as meninas e forçando a barra. Como se eu precisasse mesmo obrigar alguém a fazer sexo comigo. Chega a ser piada. Sou mais quente e gostosa que pãozinho fresco. Ninguém me resiste. Durmo com quem eu quiser na hora que bem entender.


Ela suportou bravamente meu acesso de orgulho ferido e deu um tempo para eu me acalmar.


--Any, pode até ser que ela tenha pisado na bola ao não te dar uma chance de se explicar, mas há de convir que você tem o dom de se meter em situações no mínimo controversas.


--E o que posso fazer? Não tenho culpa. Sou a verdadeira vítima nessa história toda.


--Sei disso, meu amor. Mas também sei que você é a mais forte e resolvida das duas. Dulce tem anos de recalque provocado pela própria família. Talvez no fundo ela ainda pense “Ei, o que esse pãozinho quentinho está fazendo aqui comigo? Será que errou de padaria?”.


Não fiquei nem um pouco mais animada com a piada da minha prima.


--Depois dessa decepção toda, estou mais para pãozinho adormecido. – me joguei no sofá totalmente desolada.


--Ligue pra ela, Any. Diga mais uma vez o quanto a ama. E se for preciso, repita esta declaração todos os dias. Faça com que ela se convença de uma vez por todas que você não precisa de outra, que ela é a mulher da sua vida.


Não me convenci muito com aquilo, mas também não disse que não. Precisava analisar as possibilidades e decidir se valia à pena embarcar num relacionamento tão frágil, o tempo todo ameaçado pelos ciúmes de Dulce.


O que eu desejava mesmo era que ela me ligasse para dizer que não me achava tão fútil e superficial e que nunca mais duvidaria de mim. Era meu direito estar magoada com a atitude dela. Depois de arriscar minha vida duas vezes para salvá-la, merecia um pouco mais de consideração.


Que o porteiro do prédio me julgasse culpada, era até aceitável, pois ele não me conhecia além de um bom-dia e obrigado. Mas a mulher que eu amava pensar igual era decepcionante.


Contratei uma babá para tomar conta de Bernardo por uma noite e fui é para a balada recuperar um pouco da minha auto-estima. Precisava espairecer minha cabeça e descobrir se ainda era capaz de me divertir sem a Dulce. Dançar era algo que eu gostava muito de fazer e por isso fui à luta.


Não saí com a intenção de faturar alguém. Só queria me divertir um pouco e esquecer que tinha perdido um grande amor sem a menor justificativa. Tudo por que as pessoas achavam que a beleza era algo fundamental no mecanismo inexplicável da paixão.


E se querem mesmo saber, Dulce nem era tão feia assim. Está certo que era branca como leite, a barriguinha não era sarada e não tinha a menor das vaidades. Com seu jeito recatado, dificilmente se destacaria na multidão. Mas isto não significava que fosse desinteressante ou indigna de ser amada. As linhas estéticas perfeitas daquelas garotas que circulavam pela pista não as ajudava a encontrar alguém que as amassem pelo que são interiormente e não apenas pela aparência. Todos só queriam desfilar com elas como se fossem um adorno a ser exibido.


Era o cúmulo da ironia o fato de que o meu problema fosse o inverso: a mulher que eu amava não acreditava que uma pessoa atraente como eu fosse capaz de ser mais do que uma boba de cabeça vazia em busca de emoções instantâneas.


Circulei pela boate chique, freqüentada pela nata social e fui parada diversas vezes para ser cumprimentada pelos produtores de moda e alguns empresários da área. Todos muito bem acompanhados com garotas jovens e belas, ansiosas por conquistar o estrelato. E aquele era realmente o grande atalho para a maioria delas. Cada homem daquele pensava que entre contratar uma mulher linda, mas desconhecida, melhor era optar pela garota com quem se está dormindo. Aquela era a lógica do meio artístico e era preciso demonstrar muito talento para fugir daquele habitual script.


Muito me dava orgulho saber que Maite  tinha conseguido ser uma das exceções ao sistema perverso de negociação da virtude por sucesso. Estava galgando sua carreira na vertical, com toda a dignidade.


--Precisamos conversar sobre aquele contrato da nova linha de sapatos da San Gerrard. – um sujeito calvo com duas garotas penduradas nele segurou meu braço e cochichou em meu ouvido para ser ouvido em meio à música estrondosa.


Balancei a cabeça concordando e lhe dei um dos meus cartões. Não sabia quem era o cara, mas conhecia a marca dos sapatos e sabia que era coisa grande fotografar para eles.


Senti alguém enlaçando minha cintura por trás e um perfume maravilhoso que me transportava para alguns anos antes. Girei meu corpo e lá estava Gisele, toda sorridente e cheia de insinuações.


Era uma ex que realmente havia lamentado perder. Astuta, com um humor fino e olhos tão bonitos quanto os meus. Tínhamos terminado em comum acordo quando ela foi morar na Inglaterra por conta de um contrato milionário. Depois disso perdemos contato e foi uma surpresa encontrá-la ali. Uma grande coincidência, pois eu deixara de freqüentar baladas como aquela desde que eu e Dulce ficamos juntas.


--Me disseram que estava fora do mercado. – ela sussurrou no meu ouvido, fazendo com que minha pele se arrepiasse. E ela sabia muito bem da minha vulnerabilidade à sua voz dengosa.


--Hummm. – balbuciei como uma perfeita imbecil.


Ela mordiscou o lóbulo da minha orelha


--Algum problema com a fala?


Era uma verdadeira maldade o que ela fazia.


--Hummm. –mais uma vez fiquei perdida sem saber direito o que dizer. Estava reduzida a um cérebro de minhoca.


--Bem que depois de te ver na internet, concluí logo que o namoro não era tão sério assim.


E lá vinha aquela história de novo. Quanta gente afinal tinha assistido àquele vídeo maldito?


De pronto isso cortou todo o meu tesão. A última coisa que eu precisava era de alguém para me lembrar do desastre em que se transformara minha vida. A custo consegui me afastar dela e colocar um sorriso na minha face, mesmo sendo totalmente falso.


--Foi bom te ver também, Gi. A gente se encontra por aí.– acenei e fui embora para o bar comprar uma dose tripla de uísque. Com muuuito gelo.


Fiquei namorando o meu copo, sentada em uma das cadeiras altas junto ao balcão. Olhava os pequenos grupos de jovens que riam sem parar de alguma coisa dita, o ir e vir de casais colunáveis desfilando elegantes de mãos dadas, as garotas testando seu charme, os rapazes escolhendo em quem investir.


Senti-me ainda mais sozinha do que estava em casa. Alguns colegas de profissão chegaram para conversar e até dei corda para tentar me animar. Mas não adiantou: sentia falta da ingrata da Dulce ao meu lado. Com ela o papo fluía naturalmente e encontrávamos sempre algo para falar, mesmo que fosse uma besteira entre uma e outra troca de olhar. Adorava ouvi-la contar da universidade e de seus amigos intelectuais. E ela sempre prestava atenção quando eu falava sobre algo importante para mim, por mais idiota que fosse.


Soltei mais um suspiro para fazer companhia a tantos outros e voltei para casa sozinha. Que ódio daquela mocoronga vacilona!


Rolei na cama por algumas horas antes de conseguir dormir e de manhã tinha tomado uma decisão bastante séria: daria um tempo do trabalho e daquela cidade. Precisava de umas boas férias para colocar em ordem meus pensamentos. Ainda não tinha fechado nenhuma campanha e estava livre para decidir o que fazer.


Queria distância de todo mundo. Precisava ir para algum lugar remoto onde pudesse apenas relaxar na beira do mar e curtir a natureza. Sem problemas, sem namorada e sem modelos deslumbrantes tentando me levar para a cama.


Sei que parece coisa de demente em último estágio desprezar as investidas das mulheres, mas dentro de mim começava a pensar que a razão das minhas desgraças era a inveja que os outros possuíam do meu sucesso no campo amoroso. Tinha olho gordo na jogada e era bom dar um tempo longe dessa cambada de despeitados.


Quanto mais longe melhor. Até me esquecerem.



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Autor(a): angelr

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 60



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  • flavianaperroni Postado em 07/12/2014 - 05:01:54

    Eita como é PERFEITAS suas webs amei essa assim como amo as outras uehuehuehe

  • justin_rbd Postado em 02/12/2014 - 12:44:15

    OIE , mais um fic sua que leio e cada vez me surpreendo mais , voce é uma otima escritora ,PARABÉNS ,amei essa fic ,foi incrivel do começo ao fim !!

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:42:48

    Dona angelr vc surpreende heim... Adorando suas fics heim... Ow pessoa talentosa sow... rsrsrsrs =)

  • vverg Postado em 06/01/2014 - 20:41:32

    Gente me diverti com esta Anahi, de todas as fics já li sobre o tema... Essa é a mais engraçada, principalmente na ilha...kkkkkkk Nesta ela é quem conquista.. não a Dulce..rsrsrs Adorei...mto bom... =)

  • angelr Postado em 30/11/2013 - 00:10:46

    portinons2vondy - Sim perfeita

  • portinons2vondy Postado em 29/11/2013 - 23:56:50

    pena que acabou angelr a web era muito boa mesmo :(

  • angelr Postado em 29/11/2013 - 22:01:55

    maralopes - Pois é pena que acabou hahaha mas to postando uma nova

  • maralopes Postado em 29/11/2013 - 16:25:46

    que pena tava amando ler a web mas bola pra frente bjaum angelr

  • angelr Postado em 28/11/2013 - 21:16:13

    rayssamiiraanda - Sim amanha acaba infelizmente :(

  • rayssamiiraanda Postado em 28/11/2013 - 17:11:16

    pooooooooooooxa :( queria mais dessa fic .. amanhã vai terminar :'(


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