Fanfic: Romeu&Julieta (New Version)
Quando me levantei para ir á escola na segunda, tinha algo novo no ar. Talvez fosse minha animação que estava em alta hoje. Me troquei e sai para a escola.
Pude perceber alguns vestígios do baile de sexta no ar; alguns enfeites ainda estavam no mesmo lugar que antes. Entrei na sala de aula e me sentei.
Essa semana seria a última semana de aula antes das férias de verão. Eu tinha que me concentrar nas matérias se quisesse me sair bem no segundo semestre.
As aulas passaram rápidas; deu pra entender pelo menos metade do que os professores ensinaram.
Me sentei na mesma mesa de sempre, com minha bandeja e comecei a comer.
- Mais uma coisa pra anotar na lista das coisas que eu sei sobre você.- Romeu sentou na minha frente.
- O que?
- Você gosta de se isolar das pessoas.
- Elas é que não gostam de mim.- respondi.
- Para com isso X. Não tem como alguém odiar você.- ele sorriu.
- X?- perguntei confusa.
- Pois é. Na matemática damos o nome de X para um determinado número não identificado; assim como você é pra mim. Então decidi te chamar de X.
Eu ri.
- Até que você não é burro.
- Obrigado.- ele riu.
Abri a latinha de refrigerante e tomei um gole.
- O que tá fazendo aqui?- perguntei olhando ele.
- Tá me expulsando?
- Não. É que você poderia estar por ai, fazendo amigos, se divertindo com outras pessoas. Por que tá aqui? Nesse papo chato e monótono?
- Bem, as pessoas não gostam muito de mim depois que eu digo que sou um gangster. Pra falar a verdade você foi uma das poucas que não saiu correndo e gritando.
Sorri.
- Eu já to acostumada com gangsters.
Ele me olhou com uma das sobrancelhas erguidas.
- Mesmo?
- Eu não devia ter dito isso.
- Parece que você está perdendo um pouco do seu mistério X. Cuidado, desse jeito eu vou acabar descobrindo quem é você.
- Isso seria uma catástrofe.
Ele sorriu.
- Olha, por que você não tenta deixar que eu mesmo decido isso?- ele me olhou sério.- Como você pode ter certeza de uma coisa se você ainda nem experimentou?
Suspirei e o fitei.
- Se eu te contar vou ter que te matar.
- Adoro ser desafiado.- ele sorriu.
- Você não vai desistir né?
- Não.
- Pra que você quer tanto saber quem sou eu? Tem que ter uma explicação.
Ele me fitou em silêncio por um longo minuto.
- Eu gosto de você X.- ele disse por fim.- Gosto da sua companhia, gosto de estar perto de você, de conversar com você. Sabe, nos últimos anos eu tenho reprimido muita coisa; não tenho sido eu mesmo. Mais isso mudou depois que conheci você. Eu posso ser eu mesmo quando estamos juntos.- ele sorriu.- E eu gosto disso. É por isso que eu quero saber quem é você. - ele segurou minha mão.- Preciso saber porque eu não pretendo deixar você fugir de mim. Não pretendo perder você.
Ficamos nos encarando sem piscar. Meu coração estava disparado; aquilo tudo que ele tinha falado era exatamente o que eu sentia por ele. Aquilo era tão novo e assustador, mais ao mesmo tempo tão bom.
- Ninguém nunca me disse isso antes.
Ele sorriu.
- Talvez seja porque ninguém nunca gostou de você como eu gosto.
Engoli em seco.
- O que você quer dizer com isso?
- Que eu gosto de você.- ele sorriu.- Não me pergunte como isso foi acontecer, porque eu não faço a mínima ideia. A única coisa que eu sei é que você não sai mais da minha cabeça; você está em todos os meus pesamentos. E eu ainda nem sei seu nome.- ele riu.
Fiquei em silêncio olhando pra ele. Só podia ser brincadeira.
- Agora você diz uma coisa legal pra eu não me sentir um idiota.
Ri e abaixei a cabeça.
- O que eu posso dizer?- fitei ele de novo.- Que eu também não paro de pensar em você? Que eu sonho com você quase todas as noites? Que meu dia fica melhor depois de eu ver você? Isso tudo é loucura.
- Então vamos ser loucos juntos.- ele segurou minha mão e apertou.
Sorri de lado e apertei a dele também.
- Vai por mim, esse não é o caminho mais sensato pra se tomar.
- Se fosse fácil não teria graça.
O sinal tocou. Me levantei.
- A gente se vê por ai.- sorri.
- Espero que sim.- ele sorriu de volta.
Sai andando. O sorriso idiota não saiu do meu rosto o resto do dia.
No final das aulas não encontrei ele; fiquei meia decepcionada, mais não tive muito tempo pra pensar nisso. Meu irmão estava me esperando no carro.
Entrei no carro e coloquei o cinto.
- Como foi seu dia?- ele perguntou.
- Bem.- dei de ombros.
Ele deu partida e nós fomos embora.
Assim que cheguei em casa fui para meu quarto, tinha muita coisa para estudar.
Me sentei na mesa de estudos que tinha no meu quarto e abri o livro de química. Não conseguia me concentrar nas fórmulas á minha frente; tudo ficava embaralhado e a imagem dele aparecia desenhada na página do livro.
Escutei um barulho no jardim. Me levantei e fui ver o que era; olhei lá pra fora, mais não vi nada. Voltei para a mesinha e mudei a página do livro.
- Esses seus guardas são muito idiotas...Julieta.
Me sobressaltei. Fiquei de pé e me virei.
- Romeu?- disse surpresa.- O que você está fazendo aqui? Como entrou?
- Pela janela.- ele apontou.
- O que veio fazer aqui?
- Da última vez que vim aqui eu descobri que essa era a casa do líder dos Gladiadores.- ele disse calmamente.- Eu precisava ter certeza disso, então pesquisei.- ele mexeu em uma foto.- Então segui o carro dele até aqui.- ele me fitou.- E para a minha grande surpresa, descubro que você é a irmã dele. Julieta. Tem alguma coisa para me dizer?
Suspirei.
- Eu avisei que você não ia gostar da verdade sobre mim.- fitei ele.
- Você podia ter me contado.
- Claro. E você aceitaria de bom grado né?
- Talvez não no começo.- ele se aproximou.- Mais você podia ter me contado Julieta. Eu teria aceitado com o tempo.
- Não teria. Se você soubesse desde o começo você teria me odiado. Eu não culpo você.
- O que eu disse á você hoje, era verdade. Eu não me importo em correr riscos. Eu gosto de você.
- Mesmo eu sendo uma Gladiadora de sangue?
Ele se aproximou e acariciou meu rosto.
- Isso é apenas um detalhe. O que eu sinto por você é bem maior do que essa guerra de gangues Julieta.- ele segurou meu rosto com as mãos e olhou nos meus olhos.- Eu estou apaixonado por você Julieta, e seria capaz de morrer por esse amor.
- Não diga bobagens. A gente mal se conhece.
- É isso que torna as coisas interessantes.- ele sorriu.- Eu não precisei conhecer você para me apaixonar perdidamente.
- Isso não vai dar certo.
- Por que não?
- Romeu e Julieta.- eu disse.- Essa história não tem um final feliz.
- Nós podemos criar nosso próprio final.- ele sorriu e aproximou o rosto dele do meu lentamente.
Sorri e fechei os olhos.
Quando nossos lábios se tocaram, foi mágico. Eu juro que ouvi sinos tocando na minha cabeça. Ele me envolveu pela cintura e me puxou para mais perto, colando nossos corpos. Enlacei o pescoço dele com os braços e me deixei levar pela magia daquele beijo.
Parecia que o mundo tinha sumido; só existia aquele quarto, só existia nós dois no universo inteiro. Por alguns instantes me esqueci do perigo que estávamos correndo, do meu irmão de tudo mesmo. Me deixei levar e me entreguei completamente aquele beijo maravilhoso.
Escutamos um barulho no andar de baixo e passos apressados na escada. Me afastei dele rapidamente.
- Meu irmão!- disse indo para a porta.- Acho melhor você ir embora.
- Eu não tenho medo dele.
- Mais eu tenho.- respondi passando a chave na porta.- A casa está cercada Romeu. Você acha mesmo que pode enfrentar todos esse idiotas sozinho?
Ele suspirou e passou a mão no rosto.
- Você me subestima demais.
- Eu só me preocupo com o que pode acontecer.
- Tudo bem. Se você acha que fugir é mesmo a única saída que tenho.- ele se aproximou de mim.- Mais eu vou voltar.- ele segurou meu rosto e juntou nossas testas.- Vou voltar por você.- sussurrou.- Me espera.
- Sempre.- sussurrei de volta.
Ele me deu um último beijo e pulou a janela de novo. Fui até a mesma e olhei para baixo. Vi ele se esgueirando pelo jardim até o muro. Quando chegou no mesmo ele se virou e sorriu pra mim; sorri de volta. Então ele foi embora.
Fechei a cortina e destranquei a porta. Me deitei na cama fitando o teto estrelado do meu quarto.
Suspirei e sorri; fechei os olhos e entrei em uma espécie de transe pós-primeiro beijo. Ainda podia sentir o gosto da boca dele na minha e o perfume dele no ar.
Como é bom estar apaixonada.
- Eu quero saber o nome dele!- meu irmão dizia nervoso ao telefone.- Não me importa se ele é da polícia, do exército a porra que for, eu quero o maldito nome.
Me encolhi no banco do carro. Quando ele acordava assim era melhor ficar quieta e calada.
- Eu quero esse nome na minha mão hoje mesmo. Se não vocês vão servir de saco de pancadas hoje.- ele disse desligando o celular.
Fiquei quieta até chegarmos na escola. Me despedi dele e desci do carro; assim que bati a porta ele acelerou e saiu cantando pneu na rua. Suspirei. Hoje o dia ia ser muito longo. Entrei na escola e fui para meu armário.
Peguei meu uniforme de Educação Física e fui para o vestiário.
As meninas se calaram quando entrei; sinceramente nem sei porque me importo com elas. Em poucos dias estarei livre das caras pintadas e das vozes irritantes delas.
Me troquei e fui para a quadra; me sentei na arquibancada e abri um saquinho de batata. Odiava cada minuto das aulas de Educação Física; detestava vestir aquela roupa ridícula que me deixava ainda mais estranha.
A professora dividiu a sala em dois times e o jogo começou. Me desliguei de tudo. Desviei meus pensamentos para o dia anterior no meu quarto. Só a lembrança daquele beijo já me fazia sorrir.
- Uma moeda por seus pensamentos.- alguém sussurrou no meu ouvido.
Me sobressaltei e deixei o saquinho de batatas cair.
- Droga.- disse olhando as batatas se espalharem pela arquibancada.- Eram minhas favoritas.
- Desculpa.- ele sentou ao meu lado.- Tudo bem?
- Tudo. O que você tá fazendo na minha aula de Educação Física?
- Mudei meu horário.- ele sorriu.
- Por que?
- Pra ficar mais tempo perto de você.- ele disse me dando um selinho.
- Legal, agora você vai me perseguir também?
- Pra onde você for.
Suspirei.
- Que má sorte a sua. Eu não vou a lugar nenhum. Acho que você está preso á um trabalho monótono.
- Mais muito bem remunerado.- ele sorriu e me puxou pela cintura, colando nossos corpos.
- E muito perigoso também.- disse séria.
- Não se preocupe. Eu ando armado o tempo todo.
Me afastei dele.
- Tá falando sério?
- Claro que não.- ele riu.- Não quero ser expulso de novo.
- De novo?- ergui uma sobrancelha.
- Pois é. Uma longa história.
- Entendi.
- Por que a gente não vai dar uma volta e eu te conto tudo?
- Matar aula?
- É a última semana de aulas, ninguém vai notar.
Pensei por um instante. Educação Física ou um tempo sozinha com o cara da minha vida? Nem precisei pensar muito.
- Vamos logo.- disse me levantando.
Ele riu e me seguiu.
- Pra onde estamos indo exatamente?- perguntei.
Ele riu.
- Não faço ideia.
Saímos da escola pelos portões do fundo. Pegamos um táxi algumas ruas para cima.
- Pra onde?- o motorista perguntou.
- Qualquer lugar.- Romeu respondeu.
Eu ri. O motorista tocou o táxi. Ficamos andando pelas ruas de Londres um bom tempo, até Romeu pedir para o táxi parar. Descemos.
Olhei em volta confusa.
- Onde estamos?
- É um parque de diversões.- ele disse apontando.- Quase ninguém vem aqui hoje em dia.
- Legal.- disse olhando para o parque.
Ele segurou minha mão e nós entramos. Não tinha muitas pessoas por lá. Andamos um pouco até Romeu parar em frente a um brinquedo antigo e velho.
- O que é isso?- perguntei.
- É um toca discos.- ele disse sorrindo.- Você coloca uma moeda bem aqui.- ele apontou um pequeno buraco para moedas.- aperta um desses botões e escolhe a música.
- Isso é muito antigo.- disse rindo.
- Vamos ver se funciona.
Ele pegou uma moeda e colocou na máquina; apertou alguns botões. Nada aconteceu por alguns minutos; de repente a máquina fez um barulho e começou a tocar uma música lenta bem antiga.
- Funciona.- ele disse.
- Não acredito.- exclamei sorrindo.
Ele se virou para mim e estendeu a mão.
- Me daria a honra dessa dança?
Ri.
- Claro.
Segurei a mão dele; nos afastamos um pouco da máquina e começamos a dançar. Como na noite do baile da escola.
- Quem está cantando?- perguntei.
- Não faço a mínima ideia.
Ri.
Continuamos dançando no ritmo da música. Sem desviar os olhos um do outro nem por um segundo.
Me perdi em pensamentos naquela imensidão azul dos olhos dele. A música deve durado uns três minutos; mais para mim foi como se tivessem passado apenas alguns segundos.
Ele sorriu quando a música acabou.
- Você dança muito bem.
- E você mente muito bem.- respondi sorrido.
Ele sorriu e segurou meu rosto com a mão.
- Por que você tinha que ser uma Gladiadora?
- Eu não sou. Tecnicamente.
- Eu queria ter conhecido você antes. As coisas seriam tão diferentes.
- Como assim?
Ele sorriu.
- Esquece. Vem, vamos aproveitar nossa fuga da escola.
Sorri e segurei a mão dele. Saímos andando de mãos dadas entre as poucas pessoas que estavam no parque.
Resolvemos dar uma volta no trem fantasma.
- Eu já disse que não gosto de escuro?- fitei ele.
- Relaxa; são só robôs.- ele disse me puxando para o carrinho do brinquedo.
Me sentei e abaixei a pequena trava de segurança. O carrinho começou a andar e logo entrou dentro do túnel; tudo ficou escuro. Agarrei a mão dele e apertei com força. O escuro não me trazia lembranças muito boas do meu passado.
- Calma.- ele disse no meu ouvido.
Respirei fundo e tentei relaxar. Um esqueleto bizarro apareceu de repente; dei um grito e pulei no meu assento. Escutei ele rindo ao meu lado.
- Não ria de mim.- dei um tapa no ombro dele de leve.
Senti ele passar o braço por meus ombros; ele me puxou para perto do corpo dele. Escondi o rosto no pescoço dele e fechei os olhos, sentindo o perfume dele.
Esqueci onde estava; abri os olhos e fitei o rosto dele. Iluminado pelas luzes fantasmagóricas do túnel. Ele era tão lindo, e o sorriso dele tão maravilhoso. Suspirei baixinho e sorri.
Uma garota gritou atrás de mim quando uma múmia pulou para fora do caixão. Nem me importei com aquilo, continuei fitando ele.
Ele abaixou o olhar e encontrou o meu.
- Tá tudo bem?- ele perguntou.
Acenei com a cabeça. Incapaz de pronunciar qualquer frase. Ele me apertou mais contra o corpo dele. Estava me sentindo completamente segura. Era como se eu pudesse enfrentar o mundo todo com ele ao meu lado. Fechei os olhos e encostei minha cabeça no ombro dele.
Senti a luz do sol tocar meu rosto ao pouco; abri os olhos e percebi que estávamos saindo do túnel escuro.
Descemos do carrinho e nos afastamos do brinquedo.
- Não foi tão ruim assim.- ele disse.
- Nem tanto.- concordei.
Ele ainda estava com o braço envolta dos meus ombros.
- Vamos comer alguma coisa. To morrendo de fome.- ele disse,
Encontramos uma barraquinha de hot dog; nos sentamos em um banco perto dela para comer.
- A quanto tempo você mora aqui?- perguntei depois de um tempo em silêncio.
- Desde que nasci.- ele respondeu.- Minha mãe veio pra cá quando estava grávida de mim.
- Eu vim morar aqui quando tinha apenas alguns meses de vida.- disse observando as pessoas que passavam por nós.- Minha mãe odiava Londres.- ri.- Meu pai e ela discutiam muito por causa disso.
- A minha também não gostava muito. Ela só veio pra cá porque era a única opção que ela tinha.
- E o seu pai?
- Ele nunca se dignou a ligar ou mandar cartas dando notícias.- ele deu de ombros.- Ele abandonou a gente e foi embora.
- Sinto muito.
- Não faz diferença para mim. Nunca precisei dele.
Vi uma sombra de rancor passar pelos olhos dele.
- E como virou um gangster?
Ele riu e me fitou.
- Como a maioria dos meninos. Ou eu virava um gangster ou continuava apanhando todos os dias na escola.
Sorri.
- Nenhuma das opções eram boas.
- Pelo menos eu não apanho mais.
Ficamos em silêncio de novo. Fiquei observando as crianças correndo pelo parque. Suspirei me lembrando da minha infância. Como eu queria voltar no tempo.
- E o seu irmão? Como virou um gangster?
- Não teve escolha.- respondi de cabeça baixa.- Ele foi arrastado para esse mundo pelas circunstâncias.- olhei pra ele.- Não gosto muito de falar sobre isso. Podemos mudar de assunto?
- Claro.- ele sorriu de lado.- Por que a gente não dá mais uma volta?- ele se levantou.
Sorri e me levantei também.
Segurei a mão dele e nós saímos andando pelo parque.
Passamos a tarde toda lá; nos divertindo. Quando a noite já estava caindo decidimos ir embora.
- Acho melhor você me deixar na esquina.- eu disse a ele.- Meu irmão deve estar em casa uma hora dessas.
- Não tenho medo dele.
- Mais eu tenho.- fitei ele.- Não é em você que ele vai descontar a raiva.
Ele me olhou por um tempo. Suspirou e parou na esquina acima da minha casa. Tirei o cinto e abri a porta.
- Obrigada pelo dia.- sorri.- Estava precisando disso.
- Não há de que.- ele sorriu.- A gente se vê amanhã na escola.
Sorri e desci do carro. Fechei a porta e sai andando pela calçada pensando na desculpa que daria para o meu irmão. Mesmo sabendo que ele não ia acreditar em uma só palavra minha.
Senti alguém me puxar pelo braço e me encostar no muro. Eu ia gritar, mais percebi que era o Romeu.
- Você me assustou.
- Desculpa.- ele sorriu de lado.- É que eu esqueci de uma coisa.
- O que?
- Isso.- ele encostou o corpo dele no meu e me beijou.
Foi um beijo ainda melhor do que o primeiro; ele segurou meu rosto com uma mão e me puxo pela cintura com a outra, colando nossos corpos. Enlacei o pescoço dele com as mãos e me entreguei ao beijo.
O beijo durou enquanto tínhamos ar nos pulmões. Paramos ofegantes. Ele encostou a testa dele na minha e fechou os olhos.
- Não gosto da ideia de você morar na mesma casa que aquele...
- Ele é meu irmão.- interrompi ele.- Não tenho escolha.
Ele abriu os olhos e me fitou.
- Tenho medo dele fazer alguma coisa com você.
- Relaxa. Ele pode ser um pouco nervoso ás vezes, mais ele sabe se controlar.- sorri.
- Promete que me liga se alguma coisa acontecer?
Ri.
- Para com isso Romeu.- me afastei dele.- Eu vou ficar bem. Eu sempre fico.
- Mas..
- Mais nada.- interrompi ele de novo.- Eu preciso ir, não quero dar motivos pra ele ficar nervoso.- sorri e dei um selinho nele.- Até amanhã.
Sai andando pela calçada de cabeça baixa, um sorriso bobo no rosto.
O som estava no último volume quando entrei em casa; escutei meu irmão gritando a letra da música no escritório dele. Ri e subi as escadas. Ainda bem que ele nem me viu chegar. Joguei minhas coisas em cima da cama e peguei uma roupa. Antes de entrar no banheiro tocaram a campainha. Como eu sabia que era impossível meu irmão ouvir, desci e abri a porta.
- Cadê o Ian?- o cara disse com a voz séria.
O que ele estava fazendo ali?
Fiquei parada olhando pra ele sem responder a pergunta.
Ele não devia estar ali. Ele não era bem-vindo! Quase fechei a porta na cara dele; mais me lembrei de quem se tratava.
- Não dá pra ouvir a música?- disse secamente.
Ele deu um passo a frente e me fitou no olhos, sério.
- As pessoas costumam ter mais respeito comigo garotinha.
- Eu não sou mais uma garotinha.- fitei ele nos olhos.
Ele riu sarcástico e entrou.
- Chame seu irmão pra mim.
- Não sou a empregada da casa.- disse batendo a porta.- Chame você.
Passei por ele indo em direção a escada. Ele me puxou pelos cabelos.
- Olha aqui garota- ele me fitou com raiva nos olhos.- eu acho melhor você descer desse seu salto e começar a demonstrar respeito.- ele puxou ainda mais meus cabelos.
Gemi e levei as mãos á cabeça.
- Me solta!
- Primeiro você vai pedir desculpas. Depois eu penso se vou soltar você.
- Me larga seu nojento!- gritei me debatendo.
Ele soltou meus cabelos e me segurou pelo pescoço, apertando. Segurei os braços dele.
- Eu deveria ter matado você quando tive a chance.- ele disse entre dentes.
Ele apertou um pouco mais meu pescoço, estava começando a ficar sem ar quando meu irmão chegou na sala.
- O que está acontecendo aqui?- ele parou nos olhando.- Jack solta minha irmã agora!- ele gritou.
Jack olhou pra ele com desdém e apertou ainda mais meu pescoço.
- Ela merece uma lição Ian.- ele disse voltando o olhar pra mim.- Só um apertinho.
Comecei a me engasgar com minha própria língua; o ar estava começando a escapar dos meus pulmões. Eu sentia que ia desmaiar a qualquer momento.
Eu disse pra você soltar ela Jack.- ouvi uma arma ser engatilhada.- Agora!
Jack olhou para meu irmão e começou a rir. Me lançou mais um olhar desdenhoso e soltou meu pescoço. Cai de joelhos no chão, levei as mãos ao pescoço e comecei a tossir. Cuspi várias vezes no chão da sala; minha respiração estava ofegante, o ar mal passava por minha garganta. Fechei os olhos e tentei respirar fundo.
O ódio crescendo dentro do meu peito.
Autor(a): paranoic4
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
- Você está bem?- meu irmão me fitou.Balancei a cabeça. Ainda não conseguia falar; respirei fundo mais duas vezes e me levantei cambaleante.- Ou você é muito burro, ou tem muita coragem garoto.- Jack disse fitando meu irmão.- Quem você pensa que é pra apontar uma arma pra mim?- O dono da casa.- meu irmã ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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severo_durkheim Postado em 17/08/2014 - 23:34:03
Continue escrevendo !!....sobre a história Planeta maldito,eu perdi a minha senha da conta,então estou postando o planeta maldito nessa conta que eu estou comentando .....XD
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ceehsilva Postado em 19/11/2013 - 01:37:31
Que vontade de bater nesse cara..tao lindos RomeuJulieta
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ceehsilva Postado em 15/11/2013 - 23:23:26
Continue ou eu sequestro sua mãe e amarro o seu pai!
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ceehsilva Postado em 09/11/2013 - 15:25:14
continua