Fanfics Brasil - Capitulo 6 Romeu&Julieta (New Version)

Fanfic: Romeu&Julieta (New Version)


Capítulo: Capitulo 6

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- Você está bem?- meu irmão me fitou.
Balancei a cabeça. Ainda não conseguia falar; respirei fundo mais duas vezes e me levantei cambaleante.
- Ou você é muito burro, ou tem muita coragem garoto.- Jack disse fitando meu irmão.- Quem você pensa que é pra apontar uma arma pra mim?
- O dono da casa.- meu irmão respondeu.
- Abaixa essa merda.
Meu irmão hesitou por alguns segundos, mais acabou abaixando a arma.
- Vai para o seu quarto.- ele disse olhando pra mim.
Lancei um olhar malígno para o Jack e subi as escadas, a mão ainda no pescoço.

Entrei no quarto e bati a porta com força. Me olhei no espelho e vi que ele tinha deixado a marca dos dedos dele no meu pescoço.
- Droga!- exclamei passando a mão.
Me sentei na cama, os punhos serrados. Senti as lágrimas escorrendo pelo canto dos meus olhos. As lembranças invadindo minha mente como uma onda gigantesca, destruindo tudo e deixando rastros de dor e desespero pelo caminho.
Jackson Hansen. O cara mais temido de Londres. Um dos maiores gangsters da cidade. Um assassino frio e cruel.
Ele tinha matado meu pai na minha frente; ele tinha destruído minha família e minha vida e agora eu era obrigada a conviver com ele dentro da minha própria casa, trabalhando com meu irmão.
Era revoltante saber que meu irmão tinha se tornado em um gangster frio e sem coração como o Jack. Me deitei na cama com a cara enterrada no travesseiro e deixei que as lágrimas escorressem.
Fiquei trancada no meu quarto até ouvir a porta bater. Me levantei e fui até o alto da escada.
- Ele já foi?- perguntei ao meu irmão.
- Já.
Desci a escada e parei no último degrau.
- O que ele veio fazer aqui Ian?
- Julieta por favor. A gente já falou sobre isso.
- Já. E eu já deixei bem claro que não gosto desse cara e não me agrada nem um pouco que o assassino do nosso pai entre aqui e faça o que bem entender, como se fosse o dono da casa.- disse nervosa.
- Julieta.- ele me fitou.- Não fale desse jeito. Jack é um dos líderes dos Gladiadores. Eu devo muito á ele.
Eu ri sarcástica.
- Deve?- me aproximei dele.- Deve o que? A desgraça da sua família? O fim de tudo que nós conhecíamos? Ele matou o papai Ian. Matou covardemente como se ele fosse um inseto sujo.- lágrimas encheram meus olhos.- Ele destruiu nossas vidas. E você me vem com essa de `deve muito a ele`?
Ele me fitou em silêncio.
- Eu sinto muito sobre o que aconteceu Julieta. Mais eu devo sim muito á ele.- ele se aproximou de mim.- Foi ele que me manteve vivo por tantos anos. Foi ele que me ajudou quando a mamãe se matou.
- Ela não se matou. Ela foi assassinada Ian.
- A polícia já concluiu o caso a muito tempo Ju. Você vai ter que admitir e aceitar isso.
- Não.- disse chorando.
- Eu sei que é muito difícil pra você. Mais ele foi muito generoso nos deixando ficar com a casa. Você sabe que ele poderia ter nos tomado tudo e nos deixado na rua, sem nada. Mais ele não fez isso.
- Não fez porque ele sabia que você daria um ótimo cãozinho de estimação.- fitei ele séria.- Ele sabia que você seria fácil de ser manipulado. E foi exatamente o que aconteceu Ian. Você virou um capacho dele, como os outros.
Ele suspirou.
- Não vou discutir com você Julieta. Tenho muitas coisas pra fazer.
- Muitas pessoas para matar e roubar você quer dizer né?
Ele me ignorou e foi para o escritório dele.
Limpei o rosto com raiva. Eu não ia ficar parada ali. Se ele podia fazer o que quisesse, eu também podia. Peguei a chave do carro dele e sai de casa. Sem rumo certo.
Eu não fazia ideia de para onde estava indo. Eu só queria sair de casa e ir o mais longe possível. Acelerei o carro. As lágrimas começaram a embaçar minha visão; passei a mão no rosto com raiva e pisei ainda mais no acelerador. Eu nunca tinha dirigido antes; as única coisas que eu sabia sobre o assunto foi o que aprendi com meu irmão.
Ultrapassei os carros e acelerei. Eu estava quase na saída da cidade. Virei em uma esquina e andei por uma rua escura e continuei em frente. Virei em outra esquina e parei o carro em uma ponte. Desci e bati a porta.
Caminhei até as barras de proteção; segurei o ferro frio com as mãos e gritei. Gritei o mais alto que consegui. Deixando toda minha raiva acumulada nos últimos anos se esvair naqueles gritos.
Me agachei e apoiei a testa na barra de ferro; fechei os olhos e chorei.
Me sentei no chão e suspirei. Limpei o rosto e feitei o céu, estrelado.
- Ok.- disse suspirando.- Você exagerou dessa vez Julieta. Não precisava de tanto.- olhei para os lados, a ponte estava praticamente vazia.- Você precisa de um analista urgente.
Me levantei e tirei a poeira da roupa. Caminhei até o carro e entrei. Segurei o volante com as duas mãos e respirei fundo.
- Relaxa. Você é muito mais que algumas lágrimas e gritos.- disse a mim mesma.
Liguei o carro e sai da ponte. Dirigi calmamente pelas ruas; o vento começou a ficar frio.
Demorou mais do que pensei para chegar em casa. Não tinha percebido que tinha ido tão longe daquele jeito.
Estacionei o carro na garagem e entrei em casa. Meu irmão estava na sala, rodeado de homens vestidos de preto. Parei na porta e observei a cena.
- O que tá acontecendo?- perguntei.
- Vai pro seu quarto Julieta.- meu irmão disse sério.- Estamos resolvendo um assunto muito importante. 
- Ian..
- Depois Julieta.- ele me interrompeu.- Agora sobe!
Revirei os olhos e subi a escada calmamente. Tirei minha roupa assim que fechei a porta do quarto; entrei no banheiro e liguei o chuveiro na água fria. Fechei os olhos e fiquei parada de cabeça baixa, deixando a água cair nas minhas costas.
- Só mais um dia ruim!- disse pra mim mesma.

No meio da noite escutei um barulho alto no andar de baixo. Me levantei, ainda sonolenta, e fui até o topo da escada. O andar de baixo estava escuro e silencioso.
- Ian?- chamei.
Desci a escada e acendi a luz da sala. Não tinha ninguém lá. Olhei em volta e não encontrei nada de suspeito.
Quando ia apagar a luz de novo, escutei um barulho super alto na rua. Corri para a janela e olhei para fora. Estava acontecendo alguma coisa lá fora; tinha pessoas correndo pela rua e muito barulho.
Um disparo ecoou pela rua escura me fazendo recuar da janela. Outros disparos foram feitos. Estava começando a ficar desesperada. Dei dois passos para trás tentando alcançar o telefone; meu irmão entrou correndo em casa.
- Se abaixa.- ele gritou.
- Por que?
- Só faça o que eu mando Julieta.
Me sentei no chão e me encostei na parede perto da escada. Os disparos continuaram por mais alguns minutos, até sessarem completamente. Permaneci sentada, assustada.
- Você tá bem?
Balancei a cabeça.
Ele me ajudou a levantar.
- É melhor você subir.
- O que foi isso Ian?
- Só mais uma briga. Não se preocupe; vai ficar tudo bem.
Tentei discutir com ele, mais acabei cedendo e subi para o meu quarto. Aquela não era a primeira vez que isso acontecia; tinha acontecido muitas vezes antes. Esse era o preço que eu pagava por ser irmã do líder de uma das maiores gangues de Londres.

Na manhã seguinte eu estava parecendo um zumbi; não tinha dormido nada durante a noite, preocupada com o que poderia acontecer. Me levantei e desci para tomar o café; meu irmão estava na cozinha tomando café.
- Onde você vai vestido assim?- perguntei olhando pra ele.
- No cemitério.- ele respondeu.
- Quem morreu?
Ele suspirou e me fitou.
- David.
Parei no mesmo lugar, atônita.
- David?
Ele concordou com a cabeça.
- Como?
- Dois tiros; nas costas.
Levei a mão á boca. Senti a garganta ficar seca e apertada; as lágrimas não demoraram a rolar pelo meu rosto.David era o mais novo membro dos Gladiadores; ele só tinha 14 anos.
- Meu Deus!
Meu irmão veio até mim e me abraçou.
- Vai ficar tudo bem. Nós vamos pegar eles. Eu prometo.- ele me deu um beijo na testa e saiu.
Fiquei muito tempo parada no mesmo lugar. Não conseguia acreditar que o David estava morto. Ele era tão gentil, não se parecia nem um pouco com um gangster.
Me sentei em uma cadeira e limpei o rosto com as mãos. 
Um pensamento veio de repente á minha cabeça. Romeu.
Será que ele também estava no meio do tiroteio? Será que ele estava ferido? E um pensamento ainda pior passou por minha mente: será que ele estava vivo?
Me levantei correndo e peguei o telefone. Chamou várias vezes até cair na caixa de mensagens. Liguei muitas vezes, mais ele não atendia. O desespero foi tomando conta de mim.
Eu não fazia ideia de onde poderia encontrar ele. Foi ai que me lembrei: Mike.
Disquei o número dele e esperei.
- Graças a Deus você ligou!
- Graças a Deus você atendeu!
Dissemos juntos. Ele riu.
- Você tá bem?
- To sim.- suspirei.- E você?
- Agora eu to bem!
Ficamos em silêncio por um tempo.
- O que foi aquilo ontem?- perguntei por fim.
- Não faço ideia.- ele suspirou.- Eles não me avisaram que iam fazer isso.
- Foi bem em frente a minha casa Mike.
- Eu sei. Sinto muito por isso. Eu juro que não tinha ideia que eles fariam isso.
- Por que eles atacaram minha casa daquele jeito?
- Seu irmão mora ai.
Suspirei.
- Eu quase morri. Minha sorte foi que meu irmão estava aqui.
- Morreu alguém?
- David.
- Droga!- ele suspirou.- Você não faz ideia do quanto eu sinto por isso. 
- Eu sei. E por ai, alguma vítima fatal?
Meu coração disparou e minha boca ficou seca. Ele ficou em silêncio por alguns minutos; os piores minutos da minha vida.
- Não.- ele disse por fim.- Só alguns arranhões.
Deixei um suspiro de alívio escapar da minha boca.
- Você parece aliviada.- ele disse desconfiado.
- É que eu... fiquei feliz que mais ninguém tenha se machucado. Só isso.- disse rapidamente.
Eu queria contar tudo pra ele. Mais era perigoso demais. Se ele não concordasse com essa loucura? E se alguém descobrisse? Não. Eu tinha que guardar segredo, pra poupar o Romeu e o Mike também.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro.- ele respondeu.
- Eu conheci um garoto; na escola sabe. Ele me disse que é um Titã; mais eu não acreditei muito nele. Gangsters não estudam né?- soltei uma risada nervosa.- Eu só queria ter certeza, sabe, de quem ele é de verdade. Porque se ele for mesmo um Titã eu tenho que tomar cuidado.
Ele ficou em silêncio. Por um momento eu pensei que ele não tinha acreditado na minha mentira; mais depois de um tempo ele suspirou e respondeu.
- Você deve estar falando do Romeu. Ele é o único da nossa gangue que ainda estuda. E você tem razão, tem que tomar muito cuidado com ele.
- Por que?
- Ele é muito perigoso. Principalmente pra você.
- Perigoso? 
- É. Ele é o segundo na linha de liderança sabe. É o braço direito do Garry. Toma muito cuidado com ele Ju; aquele ali é mais frio que uma pedra de gelo. Ele não mede consequências para conseguir o que quer.
- Nossa. Você falando assim até parece que ele é algum mafioso.
- Ele é bem pior que isso. A única coisa que move aquele ali é vingança.
- Mais ele parece tão....normal.
- As aparências enganam.
Escutei alguém gritar ele ao fundo.
- Tenho que desligar. Se cuida.
- E você me devolva o meu skate.
Ele riu.
- Não se preocupe, vou dar um jeito nisso.
- Tchau.
- Tchau.
Ele desligou. Coloquei o telefone no gancho. 
Era praticamente impossível pensar naquele Romeu que o Mike tinha falado. Ele era tão diferente quando estávamos juntos; tão fora do padrão `gangster` que eu conhecia. 
Não era possível que aquele Romeu não era o verdadeiro. Eu não conseguia acreditar naquilo. Suspirei e me deitei no sofá.

- Como foi no enterro?- perguntei quando meu irmão entrou em casa.
- Triste.- ele respondeu suspirando.- Os pais dele estavam inconsoláveis.- ele sentou e colocou meus pés no colo dele.
- Imagino.
Ficamos em silêncio por um tempo. Só se ouvia o barulho a TV.
- Isso não vai ficar assim.- meu irmão disse de repente.- Nós vamos revidar essa covardia.
- Esquece isso Ian. Já não derramaram muito sangue?
- Não.- ele disse.- Eles precisam pagar. E eu já sei como.
- Do que você tá falando?
- Não se preocupe.- ele me olhou.- Nós vamos vingar a morte do David.
- Não faça nenhuma besteira Ian. Por favor.
- Ele vai pagar em nome de todos eles.
- Quem Ian?
Ele adquiriu uma expressão sombria; me deu até medo dele.
- Aquele idiota que acha que é o dono do mundo. O cara que atirou e matou o David pelas costas.- as mãos dele estavam fechadas.- Romeu!- ele pronunciou o nome dele com todo o ódio que tinha dentro de si.
Meu coração deu um salto quando ele disse isso. Eu nunca tinha visto meu irmão daquele jeito. E eu sabia do que ele era capaz.
- Ian por favor. Você pode se machucar.
- A única pessoa que vai se machucar aqui vai ser aquele idiota. E muito!- ele deu uma risada maléfica e se levantou.
- Onde você vai?- me levantei também.
- Resolver um pequeno e insignificante problema.- ele sorriu e saiu.
Fiquei ali em pé; meu coração descompassado, minhas pernas bambas e trêmula. Eu precisava avisar ele. Romeu tinha que fugir se esconder. Eu conhecia meu irmão; sabia que ele não desistiria daquela vingança. Ele iria até o fim.

Disquei o número do Romeu pela quinta vez. Chamou até cair na caixa de mensagens. Estava ficando desesperada já. 
- Ju to saindo. Não me espere para o jantar.
- Onde você vai?
- Não se preocupe. Eu volto quando der.
Ele me deu um beijo na testa e saiu. Eu vi quando ele colocou a arma dele na cintura.
- Droga!- exclamei.
Disquei o número do Romeu de novo; dessa vez nem chamou, caiu direto na caixa postal. Joguei o telefone longe e comecei a andar pela sala.
O que eu ia fazer? Eu precisava avisar ele. Meu irmão podia estar indo atrás dele nesse exato instante. E se eu não conseguisse avisá-lo? E se meu irmão conseguisse chegar nele antes de mim? O que ia acontecer?
Parei e tapei o rosto com as mãos. Eu precisava me controlar. Limpar a minha mente; pensar em alguma coisa. Respirei fundo e me controlei. Limpei o rosto e olhei em volta.
A única pessoa que eu conhecia que poderia me ajudar agora era o Mike. Eu não tinha outra alternativa.
Peguei as chaves de um dos carros do meu irmão e sai de casa.
Esmurrei o portão da casa do Mike.
- MIKE!- gritava por ele.
Em alguns minutos ele apareceu no portão.
- O que houve?- ele perguntou assustado.
- Eu preciso da sua ajuda.

- Eu não acredito nisso Julieta.- ele disse me fitando.- No que você estava pensando quando fez isso? Você tem noção do perigo que você tá correndo?
- Eu sei. Mais eu não posso fazer nada Mike. Eu amo ele; como nunca amei alguém.
Ele suspirou e começou a andar de um lado para o outro na sala da casa dele.
- Você é louca.
- Eu sei.- suspirei.- Você precisa me ajudar. Se o Ian conseguir encontrar ele antes de mim, ele vai matar o Romeu Mike.- me levantei.- Por favor.
Ele me fitou em silêncio por um tempo. Depois suspirou e passou as mãos no rosto.
- Tudo bem. Eu vou ajudar você.
- Obrigada.- respirei aliviada.
- Mais não pense que vai ser fácil. Os Titãs tem uma cede onde eles fazem todas as reuniões importantes, onde eles se reúnem para planejar coisas.
- E onde fica essa cede?
- Ai é que tá. Eu não sei.
- Como não sabe? Você é um Titã.
- Eu ainda não sou confiável.- ele disse suspirando.- Eles ainda não me disseram onde fica a cede deles.
- Droga!- me sentei no sofá de novo.
- Mais eu posso descobrir.- ele disse.- Posso dar um jeito nisso.
- Tem certeza?
- Claro que tenho.
Agradeci de novo e sai. Ele me levou até o portão.
- Sinto muito ter metido você nessa.- disse á ele.
- Amigos são pra essas coisas.- ele sorriu.
Abracei ele.
- Obrigada mesmo assim.
- Ei.- ele me puxou pelo braço.- Acho que isso é seu.- ele tirou o meu skate detrás do muro e me entregou.- Desculpa a demora.
Peguei o skate e sorri.
- Obrigada Mike.- abracei ele de novo.- Agora tenho que ir.
- Se cuida.
Sorri e entrei no carro. Estava muito mais leve quando estacionei na garagem da minha casa.
- Eu posso saber onde você estava que não atendeu as minhas ligações?
Meu irmão disse assim que coloquei os pés para dentro de casa. Deixei meu skate no canto da sala.
- tive que sair por alguns minutos. Pensei que fosse chegar mais tarde.
- Eu quero saber onde você estava Julieta. Agora!
- Na casa do Mike.- fitei ele.- Satisfeito agora? Posso ir pro meu quarto?
Ele me fitou em silêncio por algum tempo.
- Ok. É melhor você não estar mentindo pra mim.
Suspirei e subi a escada. Entrei no meu quarto e me joguei na cama, os braços abertos, fitando o teto.
Eu só precisava de mais alguns dias. Romeu só precisava ficar sumido por mais alguns dias e ele estaria a salvo. Eu tinha que conseguir falar com ele; Mike precisava mais que tudo encontrar ele antes do meu irmão.
Só de pensar no que meu irmão faria com ele se o encontrasse antes de mim, me dava calafrios. Me levantei e fui tomar um banho quente.

Acordei no dia seguinte com o sol entrando pela janela do meu quarto. Agora que não tinha mais aulas eu estava dormindo até mais tarde. Me levantei e escovei os dentes; meu irmão já não estava mais em casa quando desci para tomar café da manhã. 
Peguei o telefone e me sentei no sofá. Pensei duas vezes antes de decidir discar o número do Romeu.
Chamou várias vezes até cair na caixa de mensagens; suspirei e desliguei. Onde será que ele tinha se metido?
Disquei o número do Mike. Chamou três vezes até ele atender.
- Conseguiu falar com ele?- perguntei quando ele atendeu.
- Bom dia pra você também.- ele disse.- E não, ainda não consegui falar com ele.
- Droga!- suspirei.
- Relaxa Ju. Eu ainda não desisti. Mesmo achando essa ideia absurda e suicida.
Eu ri.
- Obrigada de verdade Mike. Eu não sei o que faria sem você.
- De nada. Mais da próxima vez se apaixone por uma pessoa mais acessível.
- Vou tentar.
Meu irmão entrou em casa com tudo nessa hora.
- Tenho que desligar.- disse rapidamente.- Te ligo mais tarde. Beijo.- nem esperei ele responder, desliguei na cara dele mesmo.
Meu irmão passou por mim e subiu a escada. Percebi que ele estava falando com alguém no telefone. Ouvi a porta bater no andar de cima e logo em seguida os gritos dele.
- EU DISSE QUE QUERO ELE MORTO. M-O-R-T-O.- ele gritava.- NÃO IMPORTA O QUE VOCÊS TEM QUE FAZER, EU QUERO ESSE VERME RASTEJANDO NO CHÃO. ENTENDEU?
Me encolhi no sofá. Sabia que ele estava falando do Romeu. Fechei os olhos e desejei que ele estivesse bem longe de Londres; em algum lugar que meu irmão nunca fosse encontrá-lo.
Não importava o quão longe ele estivesse de mim, com tanto que ele ficasse bem, e vivo.
Meu celular começou a vibrar. Peguei o mesmo, meu coração deu um salto quando vi que era ele. Fui para a varanda e atendi.
- Onde você está?- perguntei baixinho.- To que nem doida atrás de você.
- Eu sei. Vi suas chamadas.- ele riu.- Desculpa, não podia atender. Estava meio ocupado com algumas coisas. Tá tudo bem?
- O que você acha?- me sentei uma cadeira.- Eu pensei mil e uma besteiras.
- Eu to bem. Relaxa.
- Não peça pra eu relaxar Romeu. Como você acha que eu fiquei quando você não atendeu meus telefonemas depois do que aconteceu na rua da minha casa? 
Ele suspirou.
- Sinto muito. Eu devia ter dado notícias. Fiquei muito ocupado depois do que aconteceu.
- Ocupado demais para se preocupar comigo.
- Não foi isso que eu quis dizer Julieta.
- Eu sei.- suspirei.- Mais não importa. O que importa é que eu preciso ver você. Urgente.
- Posso ver você agora.
- Agora não. Meu irmão tá em casa.
- Á noite então?
- Pode ser.
- Na praça?
- Vou estar esperando você. Por favor, tente não me deixar plantada lá.
Ele riu.
- Tudo bem. Não esquenta, vou estar lá esperando você.
- Tenho que desligar. Tchau.
- Ei. Eu te amo!
Deixei um leve sorriso se formar na minha boca.
- Idem.
Foi a única coisa que deu tempo de falar antes do meu irmão aparecer na varanda. Desliguei o celular rapidamente e me levantei.
- Quem era?
- O Mike.
- Preciso dar uma saída; não vou demorar. Não saia de casa ouviu?
- Tá bom.- revirei os olhos.
Ele saiu e me deixou sozinha. Me sentei de novo e suspirei aliviada. Ele estava bem. Eu ia me encontrar com ele e avisar sobre o perigo que ele estava correndo. Ia ficar tudo bem.
Me encostei na cadeira e fechei os olhos.

O dia demorou uma eternidade para passar; meu irmão ficou fora o tempo todo. Eu não sabia o que fazer; meu irmão tinha deixado uns cinco meninos ``cuidando de mim``; eu tinha que dar um jeito de sair escondida pra ir encontrar o Romeu.
Olhei no relógio, ainda eram 19:00 horas. Me sentei no sofá e liguei a TV. Mais não conseguia me concentrar em nenhum canal; meus pensamentos estavam completamente voltados para o Romeu e o que aconteceria se meu irmão fosse atrás dele.
Desliguei a TV e comecei a andar pela casa. Precisava arrumar alguma coisa para me distrair enquanto as horas nãos passavam.
Teve uma hora que eu não aguentei mais e tive que subir pro meu quarto antes de fazer besteira.
Tomei um banho super demorado e me troquei. Eram 20:15 horas quando desci.
Agora eu tinha que arrumar um jeito de escapar daqueles idiotas. Abri a porta da frente; eles estavam sentados na frente da minha casa, jogando carta. Seria meio dificil de fugir deles.
Suspirei e fui para a garagem; meu irmão tinha levado as chaves de todos os carros.
- Ótimo. Agora sou uma prisioneira na minha própria casa.- suspirei e me encostei em um dos carros.- Mais você não vai me impedir de sair de casa.
Entrei no carro e fechei a porta. A vantagem de ser irmã de um gangster era que eu tinha aprendido muitos truques com ele. Me agachei e peguei os fios. fazer ligação direta era um desses truques. Em poucos segundos o carro estava ligado e pronto para partir.
Sai da garagem; tinha dois dos meus guardiões me esperando lá fora.
- Onde você vai?- um deles perguntou.
- Seu irmão disse pra você ficar em casa.- o outro completou.
Suspirei e revirei os olhos.
- Eu preciso ir á farmácia.
- Por que?
- Porque eu sou mulher, e mulheres tem certas necessidades mensais.
Ele não entenderam muito bem. Bufei e rolei os olhos. Eles eram mais burros do que eu imaginava.
- Eu preciso de absorventes.- disse olhando pra eles.- E a menos que um de vocês se habilitem em ir buscar pra mim... 
- Não.- um deles disse sem graça.- Acho que não tem problema em você ir na farmácia.
- Obrigada.- sorri.
- Só não demora. Seu irmão não pode saber que deixamos você sair.
- Não se preocupem, ele não vai descobrir nada.
Sorri pra eles e sai.
Respirei aliviada quando virei a esquina.
A praça não era tão longe assim da minha casa; em poucos minutos eu já tinha chegado lá. Desci do carro e fiquei parada na sombra de uma árvore.
As vezes passavam casais de namorados rindo; ou um guarda apitando na rua. Me sentei em um banco e esperei por ele.



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Autor(a): paranoic4

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Percebi que alguém se aproximava de mim no escuro. Fiquei meia assustada; mais logo percebi que era ele. Me levantei e andei na sua direção.- Você está atrasado.Ele sorriu e me puxou pela cintura.- Eu sei. Tive que resolver uma coisinha antes de vir. Você tá bem?- Agora sim.- Você se preocupa demais.- E você de menos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • severo_durkheim Postado em 17/08/2014 - 23:34:03

    Continue escrevendo !!....sobre a história Planeta maldito,eu perdi a minha senha da conta,então estou postando o planeta maldito nessa conta que eu estou comentando .....XD

  • ceehsilva Postado em 19/11/2013 - 01:37:31

    Que vontade de bater nesse cara..tao lindos RomeuJulieta

  • ceehsilva Postado em 15/11/2013 - 23:23:26

    Continue ou eu sequestro sua mãe e amarro o seu pai!

  • ceehsilva Postado em 09/11/2013 - 15:25:14

    continua


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