Fanfics Brasil - Anahi A Maldiçao do Tigre AyA

Fanfic: A Maldiçao do Tigre AyA | Tema: RBD AyA


Capítulo: Anahi

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Eu me encontrava à beira de um precipício. Quer dizer, eu estava apenas 




na fila de uma agência de empregos temporários no Oregon, mas a sensação 




era a de me aproximar de um despenhadeiro. A infância, a escola e a ilusão 




de que a vida era boa e fácil tinham fiado para trás. À frente, o futuro se 




delineava: a faculdade, uma variedade de empregos de verão para custear os 




estudos e a alta probabilidade de uma vida solitária. 




fila avançava. Parecia que eu já estava esperando ali há horas, tentando 




garantir uma vaga para trabalhar durante o verão. Quando finalmente chegou 




a minha vez, aproximei-me da mesa de uma funcionária cansada e 




entediada, que falava ao telefone. A mulher fez um gesto para que eu me 




sentasse. Depois que ela desligou, entreguei-lhe alguns formulários e ela mecanicamente 




deu início à entrevista: 




– Nome, por favor. 




– AnahiAnahi Portillha. 




– Idade? 




– Dezessete, quase 18. Meu aniversário está chegando. 




Ela carimbou os formulários. 




– Já completou o ensino médio? 




– Já. A formatura foi há duas semanas. Pretendo estudar na Chemeketa 




no próximo semestre. 




– Nome dos pais? 




Henrique e Marichelo Portilla , mas meus tutores são Sarah e Michael 




Neilson. 




– Tutores? 




Lá vamos nós outra vez, pensei. Por algum motivo, explicar a minha vida 




nunca ficava mais fácil. 




– Sim. Meus pais estão... mortos. Morreram em um acidente de carro 




quando eu estava no primeiro ano do ensino médio. 




Ela se inclinou sobre alguns papéis e escreveu por um longo tempo. Fiz 




uma careta, me perguntando o que ela poderia estar escrevendo. 




– Srta. Portilla, gosta de animais? 




– Claro. É... eu sei como alimentá-los... – Existe alguém mais sem jeito do 




que eu? Ótima maneira de não conseguir um emprego. Pigarreei. – Quero 




dizer, claro, eu adoro animais. 




A mulher não pareceu nem um pouco interessada na minha resposta e me 




entregou o anúncio de um emprego. 




PRECISA-SE DE 




TRABALHADOR TEMPORÁRIO PARA APENAS DUAS SEMANAS 




ATRIBUIÇÕES: VENDA DE INGRESSOS, 




ALIMENTAÇÃO DOS ANIMAIS E 




LIMPEZA DEPOIS DAS APRESENTAÇÕES. 




Observação: Como o tigre e os cães precisam 




de cuidados 24 horas por dia, fornecemos 




alojamento e refeições. 




O emprego era no Circo Maurizio, um pequeno circo montado no parque 




de exposições. Eu me lembrei de que ganhara um cupom de desconto para 




ele no mercado e até havia pensado em me oferecer para levar os filhos dos 




meus pais adotivos, Rebecca, de 6 anos, e Samuel, de 4, para que Sarah e 




Mike tivessem algum tempo a sós. Mas acabei perdendo o cupom e esquecendo 




o assunto. 




– E então: quer o emprego ou não? – perguntou a mulher, impaciente. 




– Um tigre, é? Parece interessante! Tem elefantes também? Porque recolher 




cocô de elefante seria um pouco demais. 




Ri baixinho de minha piada, mas a mulher não fez mais do que esboçar 




um sorriso sem graça. Como eu não tinha outras opções, disse a ela que 




aceitava. Ela me deu um cartão com um endereço e me instruiu a comparecer 




 às seis da manhã. 




– Eles precisam de mim às seis da manhã? 




A funcionária simplesmente me olhou e gritou “Próximo!” para a fila 




atrás de mim. 




No que eu fui me meter?, pensei enquanto entrava no carro emprestado de Sarah e seguia para casa. Suspirei. Podia ser pior. Eu poderia ter que fritar 




hambúrgueres. Circos são divertidos. Só espero que não haja elefantes. 




Eu gostava de morar com Sarah e Mike. Eles me davam muito mais liberdade 




do que os pais da maioria dos outros adolescentes e acho que existia 




um respeito saudável entre nós – pelo menos tanto quanto os adultos podem 




respeitar uma garota de 17 anos. Eu ajudava a cuidar das crianças e não me 




metia em confusão. Não era o mesmo que viver com meus pais, mas ainda 




éramos uma espécie de família. 




Estacionei o carro com cuidado na garagem, entrei em casa e encontrei 




Sarah atacando uma tigela com uma colher de pau. Deixei a bolsa em uma 




cadeira e fui pegar um copo de água. 




– Preparando biscoitos vegan outra vez? Qual é a ocasião especial? – perguntei. 




Sarah enfiava a colher de pau na massa espessa sem parar, como se a colher 




fosse um furador de gelo. 




– É a vez de Sammy levar o lanche para os amiguinhos. 




Reprimi uma risada tossindo. 




Ela me encarou, estreitando os olhos. 




– Anahi Portilla, só porque sua mãe fazia o melhor cookie do mundo não 




significa que eu não possa fazer um lanche decente. 




– Não é da sua habilidade que eu duvido, é dos seus ingredientes – expliquei, 




pegando um jarro de água. – Leite de soja, linhaça, proteína em pó e 




agave. Fico surpresa de você não colocar papel reciclado nessas coisas. Cadê 




o chocolate? 




– Às vezes eu uso alfarroba. 




– Alfarroba não é chocolate. Tem gosto de giz marrom. Se é para fazer 




biscoitos, você devia tentar... 




– Já sei. Já sei. Biscoito de abóbora com gotas de chocolate ou biscoito de 




chocolate com manteiga de amendoim. Essas coisas fazem muito mal, Anahi 




– disse ela com um suspiro. 




– Mas são tão gostosas. 




Observei Sarah lamber um dedo e continuei: 




– Por falar nisso, consegui um emprego. Vou cuidar da limpeza e dar comida 




aos animais em um circo. Fica no parque de exposições. 




– Que bom! Parece que vai ser uma ótima experiência – animou-se Sarah. 




– Que tipo de animais vai alimentar? 




– Cães, principalmente. E acho que tem um tigre. Mas não vou precisar 




fazer nada perigoso. Tenho certeza de que eles contratam profissionais para 




isso. O problema é que o turno começa supercedo, por isso dormirei lá pelas 




próximas duas semanas. 




– Hum – Sarah fez uma pausa. – Bem, se precisar de nós, é só ligar. Você 




se importa de tirar a couve-de-bruxelas la “papel reciclado” do forno? 




Pousei a travessa fedorenta no centro da mesa enquanto ela colocava seu 




tabuleiro de biscoitos no forno e chamava as crianças para o jantar. Mike 




entrou, largou a pasta e beijou a mulher no rosto. 




– Que cheiro é esse? – perguntou ele, desconfiado. 




– Couve-de-bruxelas – respondi. 




– E fiz biscoitos para os amiguinhos de Sammy – anunciou Sarah, orgulhosa. 




– Vou separar o melhor para você. 




Mike me dirigiu um olhar de cumplicidade que Sarah não deixou passar. 




Ela o acertou na coxa com o pano de prato. 




 Se você e Kelsey ficarem se comportando desse jeito, vão arrumar a 




cozinha. 




 Ah, querida. Não fique zangada. 




Ele tornou a beijar Sarah e a abraçou, fazendo o possível para se livrar da 




tarefa. 




Achei que essa fosse minha deixa para sair. Enquanto eu escapava sorrateiramente 




da cozinha, ouvi Sarah dar uma risadinha. 




Eu queria que um dia um cara tentasse se livrar da louça comigo da mesma 




forma, pensei e sorri. 




Aparentemente, Mike negociou bem, pois ficou com a tarefa de pôr as 




crianças na cama em vez de arrumar a cozinha. A louça sobrou para mim. 




Eu não me importei, mas, assim que acabei, decidi que era hora de ir para a 




cama também. Seis da manhã era cedo demais. 




Em silêncio, subi as escadas para o meu quarto. Era um espaço pequeno 




e aconchegante, com uma cama de solteiro, uma cômoda com espelho, uma 




mesa para o meu computador e para os deveres de casa, um armário, minhas 




roupas, meus livros, uma cesta de fitas de cabelo coloridas e a colcha de retalhos 




da minha avó. 




Minha avó fez aquela colcha quando eu era pequena. Apesar de ser muito 




nova, eu me lembro de vê-la costurando os retalhos, sempre usando o dedal 




de metal. Tracei uma borboleta na colcha velha, puída nos cantos, recordando 




como eu havia roubado o dedal de sua caixa de costura uma noite só para senti-la perto de mim. Embora eu já fosse adolescente, ainda dormia 




com aquela colcha todas as noites. 




Coloquei o pijama, desfiz a trança do cabelo e o escovei, pensando em 




como mamãe costumava fazer isso para mim enquanto conversávamos. 




Enfiei-me debaixo das cobertas quentes, acertei o alarme para, argh, 4h30 




e me perguntei o que eu poderia fazer com um tigre tão cedo assim e como 




eu sobreviveria ao circo confuso que já era a minha vida. Meu estômago 




roncou. 




Olhei na mesinha de cabeceira as duas fotografias que mantinha ali. Uma 




era de nós três: mamãe, papai e eu, no ano-novoEu tinha acabado de fazer 




12 anos. Meus cabelos castanhos compridos haviam sido enrolados, mas na 




foto aparecem lambidos porque eu dera um ataque para não usar o laquê. Eu 




sorria, apesar do reluzente aparelho nos dentes. Agora me sentia grata pelos 




dentes brancos e alinhados, mas naquela época eu odiava aquele aparelho 




com todas as minhas forças. 




Toquei o vidro, pousando o polegar na imagem do meu rosto pálido. Eu 




sempre sonhara em ser esbelta, bronzeada, loura e de olhos azuis, mas tinha 




os mesmos olhos castanhos do meu pai e a tendência a engordar da minha 




mãe. 




A outra era uma foto espontânea dos meus pais no dia do seu casamento. 




Via-se um lindo chafariz ao fundo, e eles eram jovens, felizes e sorriam um 




para o outro. Eu queria aquilo para mim um dia. Queria alguém que olhasse 




para mim daquela maneira. 




Depois de virar de bruços e afofar o travesseiro debaixo da bochecha, 




adormeci pensando nos cookies da minha mãe. 




Naquela noite, sonhei que estava sendo perseguida na selva e, quando me 




virei para olhar meu perseguidor, levei um susto ao ver um grande tigre. No 




sonho, eu ri e então me virei e corri mais depressa. O som de patas delicadas 




e macias me seguia, no mesmo ritmo do meu coração. 




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Autor(a): ju10linha

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Que bom q vcs tao gostando :)     O despertador me arrancou de um sono profundoàs 4h30 da manhã. O clima ficaria ameno. Osdias no Oregon raramente eram quentes demais.Algum governante deve ter aprovado uma leimuito tempo atrás determinando que o estadoteria sempre temperaturas moderadas.Estava amanhecendo. O sol ainda não haviavencido ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



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  • franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 15:59:39

    OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso

  • Elis Herrera ❤ Postado em 23/04/2015 - 16:57:14

    Postaaaaaaaa =(

  • franmarmentini♥♥ Postado em 02/04/2015 - 17:30:00

    AMORESSSSSSSSS IREI VIAJAR E JÁ TO COM VÁRIAS FICS EM ATRASO MINHA VIDA TA UMA LOUCURA MAS NUNCA NUNCA VOU DEIXAR DE LER...VOU IR VISITAR A CIDADE ONDE MINHA MÃE ESTÁ INTERRADA QUE FICA PERTO DE PITANGA PARANÁ E É NO SITIO ENTÃO PROVAVELMENTE EU NÃO TENHA COMO LER PQ TENHO MUITOS TIOS LÁ E QUERO VER SE CONSIGO VISITAR TODOS...VOLTO NA TERÇA FEIRA E PROMETO TENTAR COLOCAR EM DIA TODAS AS FICS O QUANTO ANTES BJUSSSSSSSSSSSSSSSS A TODAS AMO VCS!!!!!!!!! FUI....

  • franmarmentini Postado em 29/01/2015 - 08:39:07

    thatyponny o que vai acontecer??? quero aya juntosssssssssssssss :/ agora vc me deixou apriensiva..;.

  • franmarmentini Postado em 29/01/2015 - 08:37:34

    quero felipe bem longeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeeeeeeeee da any,,,,e não vejo a hora dela encontrar o poncho logo :)

  • elis_maria Postado em 23/01/2015 - 12:43:03

    Posta mais...

  • thatyponny Postado em 08/01/2015 - 14:14:54

    VOCÊ NÃO SABE QUANTO EU ESPEREI, ESPEREI TANTO QUE JÁ LI TODOS OS LIVROS, MAS LER EM PONNY É UM AMOR O RUIM É QUE EU SEI O QUE VAI ACONTECER.

  • franmarmentini Postado em 04/01/2015 - 16:50:57

    Ebaaaaaaaaaaa

  • franmarmentini Postado em 08/12/2014 - 11:48:24

    cade vc?? :(

  • elis_herrera Postado em 20/10/2014 - 20:39:49

    Olá, continua... gostei de sua fic.


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