Fanfic: A Maldiçao do Tigre AyA | Tema: RBD AyA
No trajeto de volta para a cidade, o Sr. Kamal
ouviu com toda a atenção cada detalhe de nossa
experiência no templo de Durga e me metralhou
com dezenas de perguntas. Pediu detalhes que
eu nem sequer tinha considerado importantes.
Por exemplo, ele quis saber que imagens as
outras três colunas do templo mostravam e eu
nem me lembrava de ter olhado para elas.
O Sr. Kamal estava tão absorto na história que
seguiu direto para o hotel, esquecendo-se de
deixar Poncho na selva. Voltamos e acompanhei Poncho
até a mata. O Sr. Kamal ficou feliz de continuar
no Jeep e examinar a gada mais de perto.
Atravessei o mato alto com Poncho até o começo das
árvores, dei um abraço nele e sussurrei:
- Pode ficar no meu quarto no hotel de novo, se
quiser. Vou guardar um pouco do jantar para
você.
Beijei o alto de sua cabeça e o deixei lá, me
olhando enquanto eu me afastava.
No jantar, o Sr. Kamal usou a cozinha do hotel
para nos preparar omeletes vegetarianas com
pão frito e suco de papaia. Eu estava faminta e,
olhando os outros pratos que vinham da cozinha,
fiquei muito grata pelo fato de o Sr. Kamal gostar
de cozinhar. Outra hóspede preparava alguma
coisa em uma panela grande e o cheiro deixava a
desejar. Para mim, parecia que ela estava
cozinhando roupa suja.
Devorei um prato cheio e ainda pedi Sr. Kamal
uma segunda porção ao para comer no quarto,
no caso de eu sentir fome à noite. Ele ficou mais
do que feliz em me atender e, por sorte, não fez
perguntas.
Deixei a gada aos cuidados do Sr. Kamal, mas
descobri que o bracelete de cobra não se soltava
do meu braço, por mais que eu tentasse deslizálo,
puxá-lo ou arrancá-lo. O Sr. Kamal temia que
alguém tentasse roubá-lo de mim.
- Eu adoraria tirar Fanindra do braço - afirmei. -
Mas, se o senhor tivesse visto a forma como ela
chegou até aqui, também ia querer que ela
permanecesse inanimada.
Reprimindo rapidamente esse pensamento, eu
me censurei por esquecer que Fanindra era um
presente e uma bênção divinos, e sussurrei um
breve pedido de desculpas para ela.
Quando voltei para o quarto, vesti o pijama, o
que deu certo trabalho. Felizmente, eu tinha um
de mangas curtas. Prendi a bainha da manga
numa das voltas de Fanindra para que sua
cabeça não ficasse coberta. Olhei para Fanindra
no espelho enquanto escovava os dentes.
Batendo levemente na cabeça da serpente,
murmurei:
- Bem, Fanindra, espero que goste de água,
porque amanhã de manhã eu pretendo tomar um
banho e, se ainda estiver no meu braço, você vai
comigo.
A serpente continuou imóvel, mas seus olhos de
pedra brilharam no espelho do quarto mal
iluminado.
Depois de escovar os dentes, liguei o ventilador
de teto, arrumei o jantar de Poncho na cômoda e
subi na cama. O corpo da serpente me
incomodava no lado do corpo e eu tinha
dificuldade em encontrar uma posição
confortável. Pensei que nunca conseguiria dormir
com aquela jóia enrolada no braço, mas, por fim,
acabei adormecendo.
Acordei no meio da noite com Poncho arranhando a
porta de leve. Ansioso para ficar perto de mim,
ele comeu rapidamente e então me abraçou, me
puxando para o seu colo. Pressionou a face
contra minha testa e começou a falar sobre
Durga e a gada. Parecia entusiasmado com o que
a gada podia fazer. Assenti, sonolenta, e mudei
de posição, descansando minha cabeça em seu
peito.
Eu me sentia segura aconchegada em seus
braços e era um prazer ouvir o timbre da sua voz
enquanto ele falava suavemente. Mais tarde, ele
passou a assoviar baixinho e eu sentia o ritmo do
forte batimento de seu coração de encontro ao
meu rosto.
Depois de um tempo, ele parou e moveu os
braços enquanto eu emitia um protesto
sonolento. Ajeitando meu corpo inerte, ele me
pegou no colo e me aconchegou em seu peito.
Semi-adormecida, murmurei que eu podia andar,
mas ele me ignorou, me colocou na cama e
delicadamente ajeitou meus braços e minhas
pernas. Senti que ele depositava um beijo leve
em minha testa e me cobria com a colcha, e
então apaguei.
Algum tempo depois, abri os olhos sobressaltada.
A serpente dourada havia desaparecido! Corri
para acender a luz e a vi descansando na
mesinha de cabeceira. Ela ainda estava imóvel,
mas agora se encontrava enrodilhada com a
cabeça descansando no alto do corpo. Eu a
observei, desconfiada, por um instante, mas
Fanindra não se moveu.
Estremeci, pensando em uma cobra viva
coleando sobre o meu corpo enquanto eu dormia.
Poncho ergueu sua cabeça de tigre e me olhou,
preocupado. Dei-lhe tapinhas carinhosos e disse
que estava bem e que Fanindra tinha se
deslocado durante a noite. Pensei em pedir a Poncho
que dormisse entre mim e a serpente, mas decidi
que precisava ser corajosa. Então virei de lado e
me enrolei bem na colcha para evitar que
qualquer coisa estranha acontecesse aos meus
membros sem o meu conhecimento.
Também disse a Fanindra que ficaria muito grata
se ela não deslizasse pelo meu corpo quando eu
não estivesse ciente disso e que preferiria que
isso não acontecesse em hipótese nenhuma, se
ela pudesse evitar.
Ela não se moveu nem piscou os olhos verdes.
E por acaso cobras piscam? Refletindo sobre essa
questão profunda, virei de lado e adormeci
facilmente.
Pela manhã, Poncho já tinha partido e Fanindra não
se movera, então resolvi tomar um banho. Estava
de volta ao quarto, secando os cabelos com a
toalha, quando percebi que Fanindra havia
mudado de forma novamente. Dessa vez, estava
retorcida em arcos como antes, pronta para ser
colocada em meu braço.
Apanhei-a gentilmente e deslizei seu corpo
inflexível pela extensão do meu braço, onde ela
se acomodou. Dessa vez, quando tentei tirá-la,
ela deslizou com facilidade.
Colocando-a de novo no braço, eu disse:
- Obrigada, Fanindra. Vai ser muito mais fácil se
eu puder tirá-la quando precisar.
Não tinha certeza, mas pensei ter visto seus
olhos de esmeralda brilharem por um instante.
Eu estava acabando de trançar meus cabelos e
amarrá-los com uma fita verde que combinava
com os olhos de Fanindra quando ouvi uma
batida na porta. Era o Sr. Kamal, que se
encontrava ali de pé, com o cabelo recém-lavado
e a barba aparada.
- Pronta para partirmos, Srta. Anahi? - perguntou,
pegando minha bolsa.
Fizemos o check-out e deixamos o hotel,
seguindo para a selva a fim de pegar Poncho.
Esperamos vários minutos e então ele surgiu em
disparada do meio das árvores e correu até o
carro. Dei uma risada nervosa.
- Dormiu um pouco demais hoje, hein?
Ele provavelmente havia corrido o caminho todo
de volta. Dirigi-lhe um olhar sugestivo, esperando
que entendesse nas entrelinhas o que eu queria
de fato ter dito: "Você devia ter saído mais cedo!"
No caminho para Hampi, paramos em uma
barraca de frutas e comprei uma vitamina de
iogurte chamada lassi e uma barra de cereais
para cada um de nós. Bebi metade da vitamina e
ofereci o restante a Poncho. Ele enfiou a cabeça
entre os dois bancos dianteiros e lambeu o que
restava no copo. Sua língua comprida também
fez questão de lamber minha mão "acidentalmente"
algumas vezes.
O Sr. Kamal indicou que estávamos nos
aproximando de Hampi e apontou para uma
grande construção a distância.
- A estrutura alta e cónica que você vê adiante é
chamada de Templo de Virupaksha - explicou ele.
- E a construção mais conhecida de Hampi, que
foi fundada há dois mil anos. Logo passaremos
pela caverna Sugriva, onde dizem que as jóias de
Sita foram escondidas.
- As jóias ainda estão lá?
- Nunca foram descobertas, o que também é uma
das razões de a cidade ter sido saqueada por
caçadores de tesouros com tanta frequência -
afirmou o Sr. Kamal. Então ele parou no
acostamento da estrada para que Poncho saltasse. -
Vai haver muitos turistas ali durante o dia,
portanto Poncho pode esperar aqui enquanto
andamos pelo local à procura de pistas.
Voltaremos para buscá-lo no começo da noite.
Estacionamos diante do portão. O Sr. Kamal me
conduziu à primeira e maior estrutura, o Templo
de Virupaksha. Tinha aproximadamente a altura
de um prédio de 10 andares e se assemelhava a
uma casquinha de sorvete gigante de cabeça
para baixo. Apontando para lá, o Sr. Kamal
descreveu a arquitetura do templo.
- Ele conta com pátios, sacrários e portões em
todos aqueles edifícios laterais. Lá dentro, tem
um santuário interno, onde há salões com
colunas e claustros, que são longas galerias com
arcos dando para um pátio central. Venha, vou
lhe mostrar.
Enquanto andávamos pelo templo, o Sr. Kamal
me lembrou de que estávamos procurando uma
passagem para Kishkindha, um mundo governado
por macacos.
- Talvez haja outra marca de mão. A profecia de
Durga também menciona serpentes.
Mais cobras, pensei, me encolhendo. Um portal
para um mundo mítico? As coisas estão ficando
cada vez mais estranhas à medida que mergulho
fundo nesta aventura.
No decorrer do dia, fiquei tão deslumbrada com
as ruínas que esqueci completamente nosso
propósito ali. Tudo o que eu via era
impressionante. Paramos em outra estrutura
chamada Carruagem de Pedra. Tratava-se de
uma escultura em pedra de um templo em
miniatura erguido sobre rodas, que tinham o
formato de flores de lótus e até podiam girar
como pneus comuns.
Outra construção, o Templo de Yithala, ostentava
lindas estátuas de mulheres dançando. Ouvimos
o guia de turismo explicar o significado das 56
colunas do templo.
- Quando batemos nelas, as colunas vibram e
produzem sons semelhantes às notas musicais -
disse o guia.
Ficamos quietos por um momento para ouvir as
colunas zumbirem e vibrarem enquanto ele batia
de leve na pedra. Os tons musicais mágicos soavam,
elevavam-se no ar e iam enfraquecendo aos
poucos até se transformarem em silêncio. O som
desaparecia muito antes de as vibrações
cessarem.
Paramos em outra edificação chamada Banho da
Rainha. O Sr. Kamal destacou suas
características.
- O Banho da Rainha era um lugar onde o rei e
suas esposas podiam relaxar. Havia
apartamentos em torno do centro. Sacadas se
projetavam de edifícios retangulares e as
mulheres se sentavam, apreciando a vista do
tanque de banho. Um aqueduto despejava água
no reservatório de tijolos e também havia um
pequeno jardim na lateral, bem aqui, onde as
mulheres podiam descansar e fazer piqueniques.
Ele fez uma breve pausa e depois retomou suas
explicações:
- O tanque tinha cerca de 15 metros de
comprimento e 1,80 metro de profundidade.
Despejava-se perfume na água para deixá-la
mais cheirosa e espalhavam-se pétalas de flores
na superfície. Fontes no formato de lótus também
cercavam o tanque. Ainda se pode ver algumas
delas. Um canal cercava toda a estrutura e a
construção era fortemente guardada, de forma
que somente o rei podia entrar e se divertir com
as mulheres. Todos os outros homens eram
proibidos de entrar.
Franzi a testa.
- Humm, se o rei era o único homem a entrar,
como é que o senhor sabe tantos detalhes sobre
o tanque das mulheres?
Ele coçou a barba e sorriu.
Chocada, sussurrei:
- Sr. Kamal! O senhor invadiu o harém do rei?
Ele deu de ombros.
- Era um rito de passagem para um jovem tentar
entrar no Banho da Rainha e vários morreram
tentando. Por acaso sou um dos poucos bravos
que sobreviveram à experiência.
Eu ri.
- Bom, preciso dizer que minha opinião sobre o
senhor mudou completamente. Entrar em um
harém? Quem diria? - Dei mais alguns passos e
então me virei. - Espere aí. O senhor disse que
era um rito de passagem, não disse? Então Poncho e
Felipe...?
Ele parou e ergueu as mãos.
- É melhor a senhorita perguntar diretamente a
eles. Não quero falar o que não devo.
- Humpf - resmunguei. - Essa pergunta acabou de
ir para o topo da minha lista.
Seguimos para um tour pela Casa da Vitória, o
Lotus Mahal e o Mahanavami Dibba, mas não
vimos nada particularmente interessante ou
extraordinário ali. O Palácio dos Nobres era um
lugar para encontros diplomáticos, onde
funcionários do alto escalão jantavam e bebiam
vinho. A Balança do Rei era um edifício usado
pelos reis para pesar ouro, dinheiro e grãos
comercializados, e também para distribuir
doações aos pobres.
Meu local favorito foram os Estábulos dos
Elefantes. Uma estrutura comprida e cavernosa,
que em seu auge havia abrigado 11 elefantes. O
Sr. Kamal explicou que os elefantes não eram
usados em batalhas, mas em rituais. Faziam
parte da criação particular do rei - altamente
treinados e empregados em vários tipos de
cerimônia. Com frequência eram vestidos em
tecido dourado e jóias, e sua pele era pintada. O
edifício tinha 10 domos de diferentes formas e
tamanhos que repousavam no topo dos
aposentos de cada elefante. Ele explicou que
outros elefantes eram mantidos também para
fazer trabalho servil e de construção, mas que a
criação particular era especial.
Uma grande estátua de Ugra Narasimha foi a
última coisa que vimos. Quando perguntei ao Sr.
Kamal o que representava, ele não respondeu.
Deu a volta na estrutura, examinando-a de
muitos e variados ângulos enquanto
pensava e murmurava baixinho para si mesmo.
Protegi os olhos contra o sol e estudei o topo.
Tentando obter a atenção do Sr. Kamal, repeti:
- Quem é ele? É um sujeito bem feio.
Dessa vez o Sr. Kamal respondeu:
- Ugra Narasimha é um deus meio homem, meio
leão, embora também possa assumir outras
formas. Ele deveria parecer assustador e
impressionante. É mais famoso por matar um
poderoso rei demônio. O interessante é que o rei
demônio não podia ser morto nem na terra nem
no ar, durante o dia ou a noite, nem do lado de
dentro nem do lado de fora, nem por homem
nem por animal, nem por qualquer objeto.
- Parece que vocês têm muitos demônios difíceis
de matar perambulando pela índia. Então, como
foi que ele exterminou o rei demônio?
- Ah, Ugra Narasimha foi muito esperto. Ele pegou
o rei demônio, colocou-o no colo e então o matou
no crepúsculo, em uma soleira de porta, com
suas garras.
- Hum, muito esperto.
- Se olhar com atenção, vai ver que ele está
sentado sobre uma serpente de sete cabeças
enrodilhada e que essas cabeças se arqueiam
acima dele, com os capelos dilatados, fornecendo
sombra para o deus.
Contraí o braço e espiei minha serpente dourada.
Fanindra ainda era uma joia inanimada.
O Sr. Kamal voltou a murmurar para si mesmo e
ficou examinando a estátua de Ugra Narasimha
por muito tempo.
- O que está procurando, Sr. Kamal?
- Parte da profecia diz: "Deixe as serpentes
guiarem você." Antes, pensei que se referisse
apenas à sua serpente dourada, mas talvez o
plural seja importante.
Juntei-me a ele procurando uma entrada secreta
ou uma marca de mão como a que eu havia
encontrado antes, mas não vi nada. Tentamos
parecer tão despreocupados quanto os outros
turistas enquanto estudávamos a estátua.
Por fim, desistindo, o Sr. Kamal disse:
- Acho que pode ser uma boa ideia você e Poncho
retornarem aqui esta noite. Tenho uma suspeita
de que a entrada para Kishkindha esteja por aqui,
perto desta estátua.
Levamos o jantar para Poncho. Arranquei pedaços do
frango tandoori para ele, que comeu
cuidadosamente em minha mão, e contei-lhe
sobre as diferentes construções que tínhamos
investigado no templo.
O Sr. Kamal nos explicou que as ruínas eram
fechadas aos visitantes no fim do dia, a menos
que houvesse um evento especial acontecendo.
- Durante a noite, há guardas de vigia, atentos a
caçadores de tesouros. Na verdade - completou
ele -, os caçadores de tesouros são responsáveis
por grande parte da destruição que se vê nas
ruínas hoje. Eles procuram ouro e jóias, mas
essas coisas foram levadas de Hampi há muito
tempo. Os tesouros atuais de Hampi são
exatamente o que eles estão destruindo.
O Sr. Kamal achava que era melhor nos deixar
em um local do outro lado das colinas, onde não
havia estradas levando para Hampi nem
tampouco guardas.
- Mas, se não há estradas, como vamos chegar lá?
- perguntei, temendo a resposta do Sr. Kamal.
Ele sorriu.
- Uma das razões por que comprei o Jeep, Srta.
Anahi, é ele ser off-road. - Ele esfregou as mãos,
animado. - Vai ser emocionante!
Gemi e murmurei:
- Ótimo. Já me sinto enjoada.
- A senhorita vai precisar carregar a gada em sua
mochila. Acha que consegue?
- Claro. Não é tão pesada assim.
Ele parou o que estava fazendo e me olhou,
atônito.
- O que quer dizer com não é tão pesada? Na
verdade, é muito pesada.
Ele a desembrulhou e a ergueu com as duas
mãos, forçando os músculos.
- Isso é estranho - murmurei, intrigada. - Eu me
lembro de tê-la achado leve para o tamanho.
Fui até ele e peguei a gada de suas mãos, e
ficamos ambos chocados que eu pudesse
levantá-la com uma só mão. Ele a pegou de volta
e tentou erguê-la da mesma forma, e novamente
cambaleou sob o peso da arma.
- Para mim, parece pesar uns 20 quilos.
Tornei a pegá-la.
- Para mim, talvez uns dois ou quatro.
- Impressionante - admirou-se ele.
- Não tinha idéia de que pesasse tanto -
acrescentei, perplexa.
O Sr. Kamal tornou a pegar a arma da minha
mão, envolveu-a em um cobertor macio e então a
colocou em minha mochila. Entramos novamente
no Jeep e ele nos conduziu por uma via
secundária, que se transformou em estrada de
terra, em seguida de cascalho e então em duas
linhas de poeira, que por fim desapareceram
completamente.
Ele nos deixou sair e montou um
miniacampamento, assegurando-me que Poncho
conseguiria encontrar o caminho de volta.
Também me deu uma pequena lanterna, uma
cópia da profecia e acrescentou um aviso:
- Não use a lanterna a menos que isso seja
essencial. Há guardas de segurança andando
pelas ruínas à noite. Fiquem alerta. Poncho pode
farejar sua aproximação, então vocês não devem
ter problemas. Além disso, sugiro que Poncho
permaneça como tigre o máximo possível para o
caso de você precisar dele mais tarde.
O Sr. Kamal apertou meus ombros e sorriu.
- Boa sorte, Srta. Anahi. Lembre-se de que
podem não encontrar nada. Talvez seja
necessário começar tudo de novo amanhã à
noite, mas temos bastante tempo. Não se
preocupe. Não estamos sob nenhuma pressão.
- Está bem. Lá vamos nós!
Comecei a andar atrás de Poncho. A noite sem lua
permitia que as estrelas brilhassem ainda mais
no céu negro e aveludado. Por mais bonito que
fosse, desejei que houvesse lua. Felizmente, o
pelo branco de Poncho era fácil de seguir. Buracos
pontilhavam o terreno e eu precisava andar com
extremo cuidado. Seria uma péssima hora para
cair e quebrar o tornozelo. Eu não queria nem
pensar em que tipos de criatura haviam feito
aqueles buracos.
Depois de alguns minutos tropeçando, uma luz
esverdeada começou a brilhar à minha frente.
Olhei à volta e por fim percebi que a luz vinha
dos olhos de Fanindra. Ela iluminava o campo
escuro para mim, proporcionando um tipo
especial de visão noturna. Tudo estava
claramente delineado, mas ainda assim parecia
assustador, como se eu estivesse atravessando
um terreno alienígena em algum estranho
planeta verde.
Depois de quase uma hora de caminhada,
chegamos aos limites das ruínas. Poncho reduziu a
marcha e farejou o ar. Uma brisa fresca soprava
nos morros e abrandava o calor da noite. Ele
devia ter concluído que não havia perigo, pois
continuou em frente em ritmo acelerado.
Atravessamos as ruínas, abrindo caminho em
direção à estátua de Ugra Narasimha. As ruínas
que haviam me parecido magníficas durante o
dia agora pairavam acima de mim, lançando
sombras escuras. Os belos arcos e colunas que
admirara agora eram bocas negras escancaradas
esperando para me devorar. A brisa suave que eu
apreciara mais cedo assoviava e gemia ao
serpentear pelas passagens e portas, como se
antigos fantasmas anunciassem a nossa
presença.
Os pelinhos na minha nuca se eriçavam enquanto
eu imaginava olhos nos vigiando e demônios
espreitando em corredores escuros. Quando finalmente
nos aproximamos da estátua, Poncho
começou a investigar, farejando e procurando
fissuras ocultas.
Passada uma hora de procura improdutiva, eu
estava pronta para desistir, voltar para junto do
Sr. Kamal e dormir um pouco.
- Estou exausta, Poncho. Pena que não temos
oferendas e um sino. Talvez a estátua ganhasse
vida.
Ele se sentou ao meu lado e eu acariciei sua
cabeça. Então ergui os olhos para a estátua e
uma idéia surgiu em minha cabeça.
- Um sino - murmurei. - Será que...
Eu me levantei e corri para o Templo de Vithala,
com suas colunas musicais. Adivinhando o que
fazer, bati de leve em uma delas três vezes,
torcendo para que nenhum guarda ouvisse, e
corri de volta para a estátua. Os olhos da
serpente de sete cabeças agora refletiam uma luz
vermelha e uma pequena escultura de Durga
havia surgido na lateral da estátua.
- É isso! O sinal de Durga! Muito bem, acertamos
uma coisa. O que fazer agora? Uma oferenda? -
gemi de frustração. - Não temos nada para
ofertar!
A boca da estátua metade homem, metade leão
se abriu e uma névoa fina e cinzenta começou a
jorrar dela. Baforadas do vapor frio e fumarento
desceram pelo corpo da estátua, derramaram-se
até o chão e começaram a se expandir em todas
as direções. Os olhos vermelhos da cobra logo
eram a única coisa que eu conseguia distinguir.
Mantive a mão na cabeça de Poncho para me
tranquilizar.
Resolvi escalar a escultura de pedra e procurar
algum sinal na cabeça da estátua. Poncho grunhiu,
contrariado, mas eu o ignorei e comecei a subir.
De nada adiantou, pois não encontrei nada que
nos fizesse avançar. Ao pular da estátua, calculei
mal a distância até o chão e tropecei. Poncho
imediatamente se pôs ao meu lado. Nada me
aconteceu, a não ser ter uma unha quebrada,
mas me ver envolta naquela neblina era
apavorante.
Nesse exato momento, enquanto olhava minha
unha, lembrei-me da história que o Sr. Kamal
contara sobre Ugra Narasimha.
- Poncho, talvez, se repetirmos as ações de Ugra
Narasimha, a estátua nos conduza ao próximo
passo. Vamos tentar reencenar a famosa tarefa
de Ugra Narasimha.
Ele roçou em minha mão na escuridão.
- Muito bem, são cinco partes. A primeira coisa de
que precisamos é de um ser metade homem e
metade animal, portanto este é você. Fique aqui
perto de mim. Você pode ser Ugra Narasimha e
eu serei o rei demônio. Em seguida, precisamos
ficar em um lugar que não é nem dentro nem
fora, então vamos procurar algum degrau ou
portal.
Tateei em torno da estátua.
- Acho que havia um pequeno portal aqui, perto
da estátua.
Estendi a mão e senti o umbral de pedra. Ambos
nos colocamos sob ele.
- A terceira parte era nem dia nem noite. O
crepúsculo já passou. Acho que posso tentar usar
a lanterna. - Acionei a lanterninha, acendendo-a e
apagando-a, torcendo para que aquilo fosse
suficiente. - Então havia a parte sobre as garras.
Que você de fato tem. Humm, acho que você
precisa me arranhar. A história diz matar, mas
me arranhar pode ser suficiente.
Então me encolhi.
- Talvez você precise tirar um pouco de sangue de
mim.
Ouvi seu peito roncar, protestando.
- Está tudo bem. Só um arranhãozinho. Nada de
mais.
Ele grunhiu baixinho novamente, ergueu a pata e
a colocou com delicadeza em meu braço. Eu o
vira caçar a certa distância e também vira suas
garras durante a luta com Felipe. Quando a
lanterna iluminou suas garras estendidas, não
pude deixar de sentir medo. Fechei os olhos e
ouvi um grunhido suave quando ele se moveu,
mas não senti nada.
Corri o feixe da lanterna por toda a extensão das
minhas pernas e não vi sangue nenhum. Eu sabia
que ele havia feito alguma coisa, pois ouvira suas
garras rasgando a carne. Imediatamente
desconfiei de uma coisa e virei a lanterna para o
seu corpo branco, procurando ver onde ele se
machucara.
- Poncho! Deixe-me ver. Foi sério?
Ele ergueu a perna e vi rasgões onde as garras
haviam atravessado o pelo até a carne. O sangue
gotejava no chão.
Eu estava zangada.
- Sei que você pode sarar rápido, mas tinha que
se cortar tão fundo, Poncho? Sabe que de qualquer
modo pode não funcionar se eu não sangrar.
Reconheço o seu sacrifício, mas ainda quero que
você me arranhe. Sou eu que estou representando
o rei demônio, então me arranhe... de
preferência não tão fundo assim.
Mas ele não erguia a pata. Precisei me curvar e
praticamente erguer eu mesma a pesada pata.
Quando finalmente a posicionei em meu braço,
ele retraiu as garras.
- Poncho, por favor, coopere - implorei. - Isso já é
difícil demais.
Ele expôs as garras até a metade e arranhou de
leve o meu braço, mal deixando uma marca.
- Poncho! Faça logo, por favor. Agora.
Ele emitiu um grunhido baixo de desaprovação e
me arranhou com mais força. As garras dessa vez
deixaram vergões vermelhos na extensão do meu
antebraço. Dois dos arranhões sangravam
ligeiramente.
- Obrigada.
Eu me encolhi e ajustei o foco da lanterna para
ver novamente seus arranhões, que a essa altura
estavam quase cicatrizados. Satisfeita, passei
para o último item.
- Agora, o último requisito é que o rei demônio
não pode estar nem no céu nem na terra. Ugra
colocou o demônio em seu colo, o que significa,
eu acho, que vou ter que... me sentar nas suas
costas.
Que constrangedor. Embora Poncho fosse um tigre
grande, eu tinha consciência de que ele era um
homem e não achava certo fazer dele um animal
de carga. Tirei a mochila e a pousei no chão,
pensando no que poderia fazer para deixar a
situação menos embaraçosa. Reunindo coragem
para me sentar em suas costas, tinha acabado de
concluir que não seria assim tão ruim se eu me
sentasse de lado, quando meus pés
escorregaram.
Poncho havia assumido a forma humana e me
tomara nos braços. Eu me debati por um
momento, protestando, mas ele se limitou a me
lançar um olhar - do tipo que queria dizer que
nem adiantava eu tentar discutir. Calei a boca.
Ele se inclinou para pegar a mochila, pendurou-a
nos dedos e perguntou:
- O que vem em seguida?
- Não sei. Isso foi tudo que o Sr. Kamal me
contou.
Ele me ajeitou nos braços, foi se posicionar no
portal novamente e examinou dali a estátua.
- Não vejo nenhuma mudança - murmurou.
Ele me segurava, protetor, enquanto olhava a
estátua e, tenho que admitir, parei
completamente de me importar com o que
estávamos fazendo. Os arranhões em meu braço,
que latejavam um instante atrás, não me incomodavam
mais. Eu me deixei desfrutar da
sensação de me aninhar junto ao seu peito
musculoso. Que garota não ia querer ser tomada
nos braços por um homem lindo de morrer?
Permiti que meu olhar subisse até seu rosto
maravilhoso. Ocorreu-me então que, se eu fosse
esculpir um deus de pedra, escolheria Poncho como
modelo. Esse tal Ugra metade leão, metade
homem não chegava nem aos pés dele.
Por fim, ele percebeu que eu o observava e disse:
- Annie? Estamos aqui quebrando uma maldição,
lembra?
Limitei-me a sorrir de volta, me sentindo uma
boba. Ele arqueou uma sobrancelha para mim.
- Em que você estava pensando agora?
- Nada importante.
Ele sorriu.
- Então saiba que você está numa posição
perfeita para que eu lhe faça cócegas e que não
tem como fugir. Vamos, fale.
Caramba. O sorriso dele é luminoso mesmo no
meio da névoa. Eu ri, nervosa.
- Se me fizer cócegas, vou me debater com
violência, o que fará você me deixar cair e
estragar o que estamos tentando fazer.
Ele se inclinou, aproximando a boca de meu
ouvido, e então sussurrou:
- Parece um desafio interessante, rajkumari.
Poderemos experimentá-lo mais tarde. E, só para
registrar, Anahi, eu não a deixaria cair.
A maneira como ele disse meu nome provocou
um arrepio nos meus braços. Quando baixei os
olhos para esfregá-los, percebi que a lanterna
estava apagada. Tornei a acendê-la, mas a
estátua continuava a mesma. Desistindo, sugeri:
- Nada está acontecendo. Talvez devêssemos
esperar até o amanhecer.
Ele deu uma risada rouca enquanto seu nariz
brincava com minha orelha e afirmou baixinho:
- Eu diria que alguma coisa está acontecendo,
mas não do tipo que vá abrir o portal.
Ele seguiu uma trilha de beijos suaves e
vagarosos da minha orelha ao pescoço. Suspirei e
inclinei o pescoço para lhe dar melhor acesso.
Com um último beijo, ele gemeu e ergueu a
cabeça com relutância.
Desapontada com a interrupção, perguntei:
- O que significa rajkumari?
Ele riu baixinho, me colocou no chão com cuidado
e disse:
- Significa princesa. Vamos procurar um lugar
para dormir algumas horas. Vou correr e avisar
ao Sr. Kamal que estamos planejando esperar
até o amanhecer para tentar de novo.
Ele pegou minha mão e me levou a um local
gramado e escondido. Assim que me acomodei,
ele partiu. Dobrei a colcha sob a cabeça e tentei
dormir. Insone até a sua volta, por fim me
aconcheguei ao seu corpo de tigre e adormeci.
Acordei ao sentir que era deslocada, aninhada
nos braços de Poncho. Ele estava me carregando de
volta ao portal.
- Você não precisa me carregar. Eu posso andar -
murmurei, sonolenta.
Ele sorriu.
- Você estava cansada e eu não tive coragem de
acordá-la. Além do mais, já estamos aqui.
Ainda estava escuro lá fora, mas, a leste, o
horizonte começava a clarear. A estátua estava
como a tínhamos deixado - os olhos vermelhos da
serpente brilhando e a névoa vertendo de sua
boca. Paramos no portal por um instante e senti
algo se retorcer e se mover. Era Fanindra, que
subitamente ganhou vida, cresceu até seu
tamanho normal e se desenroscou do meu braço.
Poncho me aproximou do chão para que ela baixasse
delicadamente para a terra. Ela serpenteou na
direção da estátua e encontrou uma forma de
subir até o topo, onde as cabeças da cobra
descansavam.
Dos degraus, nós a vimos avançar sinuosamente
em torno das sete cabeças. À medida que
passava, elas também ganhavam vida e se
contorciam de um lado para outro. Podíamos ver
as voltas do corpo sobre as quais a estátua
repousava se transformarem aos poucos em
carne coberta por escamas.
Fanindra refez seu caminho, deslizando na minha
direção. Enrodilhando o corpo em uma espiral,
ela enrijeceu e encolheu de volta ao formato do
bracelete de ouro. Poncho me colocou no chão e a
pegou. Então a deslizou cuidadosamente pelo
meu braço, sorriu para mim, traçou com os dedos
os arranhões no meu braço e franziu a testa. Ele
roçou um beijo de leve em minha pele e virou
tigre outra vez.
Em seguida, nos aproximamos da estátua, onde o
torso coleante da cobra agora se agitava e se
deslocava. O corpo em espiral da cobra se
levantou e lentamente ergueu a estátua cada vez
mais alto no ar, até que um buraco escuro surgiu
debaixo dela. A imagem do deus macaco se
elevou de modo a haver espaço suficiente para
que Poncho e eu descêssemos pela abertura.
Espiando o buraco, vi uma série de degraus de
pedra que desapareciam na escuridão do solo. A
boca da estátua de repente parou de lançar a
névoa e, em vez disso, começou a sugá-la de
volta. A névoa se precipitou em nossa direção,
subindo à boca da estátua e depois mergulhando
no fosso abaixo. Engoli em seco e voltei a
lanterna na direção dos degraus. Passamos entre
as espessas dobras da cobra, e Poncho e eu
descemos para o nevoeiro de sombras turvas.
Tínhamos encontrado a entrada para Kishkindha.
Autor(a): ju10linha
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Não deu pra postar hoje pq um amigo faleceu desculpem
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 98
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franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 15:59:39
OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso
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Elis Herrera ❤ Postado em 23/04/2015 - 16:57:14
Postaaaaaaaa =(
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franmarmentini♥♥ Postado em 02/04/2015 - 17:30:00
AMORESSSSSSSSS IREI VIAJAR E JÁ TO COM VÁRIAS FICS EM ATRASO MINHA VIDA TA UMA LOUCURA MAS NUNCA NUNCA VOU DEIXAR DE LER...VOU IR VISITAR A CIDADE ONDE MINHA MÃE ESTÁ INTERRADA QUE FICA PERTO DE PITANGA PARANÁ E É NO SITIO ENTÃO PROVAVELMENTE EU NÃO TENHA COMO LER PQ TENHO MUITOS TIOS LÁ E QUERO VER SE CONSIGO VISITAR TODOS...VOLTO NA TERÇA FEIRA E PROMETO TENTAR COLOCAR EM DIA TODAS AS FICS O QUANTO ANTES BJUSSSSSSSSSSSSSSSS A TODAS AMO VCS!!!!!!!!! FUI....
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franmarmentini Postado em 29/01/2015 - 08:39:07
thatyponny o que vai acontecer??? quero aya juntosssssssssssssss :/ agora vc me deixou apriensiva..;.
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franmarmentini Postado em 29/01/2015 - 08:37:34
quero felipe bem longeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeeeeeeeee da any,,,,e não vejo a hora dela encontrar o poncho logo :)
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elis_maria Postado em 23/01/2015 - 12:43:03
Posta mais...
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thatyponny Postado em 08/01/2015 - 14:14:54
VOCÊ NÃO SABE QUANTO EU ESPEREI, ESPEREI TANTO QUE JÁ LI TODOS OS LIVROS, MAS LER EM PONNY É UM AMOR O RUIM É QUE EU SEI O QUE VAI ACONTECER.
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franmarmentini Postado em 04/01/2015 - 16:50:57
Ebaaaaaaaaaaa
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franmarmentini Postado em 08/12/2014 - 11:48:24
cade vc?? :(
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elis_herrera Postado em 20/10/2014 - 20:39:49
Olá, continua... gostei de sua fic.