Fanfics Brasil - Escolhas A Maldiçao do Tigre AyA

Fanfic: A Maldiçao do Tigre AyA | Tema: RBD AyA


Capítulo: Escolhas

483 visualizações Denunciar



Entrei e fechei a poda, deixando que meus olhos se ajustassem à escuridão. Perguntei-me se Poncho estaria na casa ao lado e ponderei se deveria ou não esclarecer as coisas com ele aquela noite.
Cheguei à sala e arquejei baixinho quando avistei a forma familiar do meu tigre branco de olhos azuis esparramado no sofá de couro. Poncho ergueu a cabeça e olhou diretamente em minha alma.
Lágrimas vieram-me aos olhos. Eu não havia me dado conta de que sentira tanto a falta desse lado dele, o meu amigo. Ajoelhei-me diante do sofá, joguei os braços em torno de seu pescoço e deixei que grandes lágrimas jorrassem, escorrendo pelo meu rosto até seu pelo branco e macio. Acariciei sua cabeça e alisei suas costas. Poncho estava ali. Finalmente estava comigo. Eu não estava mais sozinha. De repente percebi que ele devia ter se sentido assim também, ficando sem mim todos esses meses.
Reprimi um soluço.
— Poncho, eu... eu senti tanta saudade. Queria falar com você. Você é meu melhor amigo. Eu só não queria limitar suas escolhas. Você consegue entender isso?
Meus braços ainda envolviam com força seu pescoço quando senti que ele se transformava. Seu corpo se metamorfoseou e logo seus braços estavam a em torno do meu corpo e eu me encontrava sentada em seu colo. Sua camisa branca estava úmida das minhas lágrimas.
Abraçando-me com força, ele disse:
— Eu também senti saudade, iadala. Mais do que você imagina. E entendo suas razões para partir.
— Entende? — murmurei de encontro à sua camisa.
— Sim. Mas quero que você entenda uma coisa também, Annie. Você não limita minhas escolhas. Você é a minha escolha.
— Mas, Poncho... — funguei.
Ele puxou minha cabeça de volta para seu ombro.
— Este homem, Li. Você o beijou?
Assenti silenciosamente contra seu peito. Não tinha sentido negar. Eu sana que ele devia ter ouvido através da porta.
— Você o ama?
— Somos amigos e gosto muito dele, mas com certeza não estou apaixonada por ele.
— Então por que o beijou?
— Eu o beijei para... comparar, eu acho. Para analisar o que eu realmente sentia por ele.
Poncho me pegou e me sentou no sofá ao lado dele. Ele estava se animando com o assunto e eu não conseguia entender por quê. Esperava que ele ficasse furioso, mas não estava nada zangado.
— Então é nesses encontros que vocês descobrem se gostam um do outro?
— É — respondi, hesitante.
— Você teve outros encontros ou esse é o primeiro?
— Com Li?
Ele ergueu uma sobrancelha.
— Houve outros?
— Sim.
Franzi a testa.
— Quantos? — quis saber ele.
— Três no total. Li, Jason e Artie. Se é que se pode contar Artie. Poncho, por que todas essas perguntas? Aonde você quer chegar?
— Só estou curioso em relação a rituais de corte modernos. O que você fez nesses encontros?
— Fui ver alguns filmes, saí para jantar, fui a um casamento com Li e a um jogo de futebol com Jason.
— Você beijou todos esses homens?
— Não! Só beijei Li e essa foi a primeira vez.
— Então Li é o seu preferido. — Poncho começou a murmurar consigo mesmo. Ficando de frente para mim, ele tomou minhas mãos nas dele. — Anahi, acho que você deve continuar com esses encontros.
Meu queixo caiu.
—O quê?
— Estou falando sério. Fiquei pensando nisso enquanto você estava fora. Você falou sobre me dar escolhas. Eu já fiz a minha, mas você ainda não fez a sua.
— Poncho, isso é loucura! Do que você está falando?
— Saia com Li ou Jason ou com quem mais você quiser e prometo que não vou interferir. Mas também mereço uma chance. Quero que você saia comigo também.
— Você não entendeu como isso funciona, Poncho. Não posso ficar saindo com três ou quatro homens para sempre. O objetivo desses encontros, ou melhor, do namoro, é a pessoa acabar ficando exclusivamente com alguém com quem se identifica.
Ele sacudiu a cabeça.
— Você namora para encontrar a pessoa que você ama, Anahi.
— Então você acha que eu devo dizer a Li: “A propósito, Poncho está de volta e ele achou que seria ótimo se eu saísse com vocês dois”? Ë isso? — explodi.
Ele deu de ombros.
— Se Li não consegue lidar com um pouco de competição honesta, é melhor você saber disso agora.
— Isso vai atrapalhar minhas aulas de wushu.
— Por quê?
— Ele é o meu professor
Poncho sorriu.
— Ótimo. Vou com você. Quero conhecê-lo. Aliás, um pouco de exercício vai me fazer bem.
— Poncho, é uma turma de iniciantes. Não é apropriada para você e eu não quero você lutando com Li. Prefiro que não vá.
— Serei um perfeito cavalheiro. — Ele inclinou a cabeça, me observando. — Você tem medo de que eu seja a escolha óbvia?
— Não — respondi com irritação. — Estou mais preocupada que você vá esmagá-lo.
— Eu não faria isso, Anahi. Mesmo que quisesse, essa não seria a maneira de conquistar o seu amor Até eu sei disso. Então, vai sair comigo?
— Sair com você seria... difícil.
— Por que é mais fácil com outros homens do que comigo? E não me venha com a explicação do rabanete outra vez. Ela é ridícula.
— Porque — continuei baixinho —, se não desse certo com os outros homens, eu poderia sobreviver sem eles.
Beijando-me os dedos, Poncho me olhou com intensidade e disse:
— ladala, você nunca vai me perder. Eu sempre estarei perto de você. Me dê uma chance, Annie. Por favor.
Soltei um suspiro e filei seu lindo rosto.
— Vamos tentar.
— Obrigado. — Ele se recostou no sofá, muito satisfeito consigo mesmo. — Então me trate como todos os outros caras.
Ah, sim. Sem problema. Basta tratar o homem mais perfeito e lindo na face da terra, que por acaso é um antigo príncipe indiano que, por meio de uma maldição, se transformou em um tigre, como se ele fosse um cara comum. Nenhuma garota em seu juízo perfeito poderia sequer olhar para ele — mesmo sem saber tudo que eu sei— e pensar que ele era igual aos outros.
Ele se inclinou para me dar um beijo no rosto.
— Boa noite, rajkumari. Ligo para você amanhã.
Na manhã seguinte o telefone tocou muito cedo. Era Poncho me convidando para jantar, nosso primeiro encontro oficial.
Eu bocejei, sonolenta.
— Onde você quer jantar?
— Não faço ideia. O que você sugere?
— Em geral o homem tem um lugar em mente quando telefona, mas vou te dar um desconto dessa vez, já que você é novo nessa coisa de sair, namorar e tudo mais. Eu sei aonde podemos ir. Use uma roupa casual e me pegue as cinco e meia. Mas você pode me fazer uma visita mais cedo se quiser.
— Vejo você às cinco e meia, Annie.
Andei à toa pela casa a maior parte do dia, vigiando nossa porta de comunicação, mas Poncho permaneceu teimosamente do seu lado. Eu até fiz biscoitos com gotas de chocolate, esperando que o cheiro o atraísse mais cedo, mas nada funcionou.
As cinco e meia em ponto ele bateu na minha porta da frente. Quando a abri, ele me entregou uma rosa-chá e me ofereceu o braço. Estava ridiculamente bem-vestido para um encontro casual, com uma camisa listrada cinza-escuro de mangas compridas e um colete esportivo acolchoado de grife.
La fora, Poncho abriu a porta do Hummer. O ar quente soprou das saídas do sistema de aquecimento do carro quando ele deslizou as mãos pela minha cintura e me levantou até o banco. Certificou-se de que o cinto estava devidamente preso e perguntou:
— Para onde?
— Vou apresentá-lo ao orgulho do Noroeste. Vou levá-lo a Burgerville.
No caminho Poncho me falou sobre todas as coisas que aprendera nos últimos meses, entre as quais estava dirigir. Contou uma história engraçada de quando seu irmão bateu acidentalmente o Jeep no chafariz e depois o Sr. Kamal não quis deixar Felipe nem chegar perto do Rolls-Royce.
— Kamal me instrui em todos os temas imagináveis — continuou Poncho.
— Estou estudando política moderna, história mundial, economia e administração. Aparentemente, viver durante séculos, somado aos sábios investimentos feitos por Kamal, foi lucrativo. Somos muito ricos.
— Ricos?
— O suficiente para governar um país.
Fiquei boquiaberta.
Poncho prosseguiu casualmente.
— Kamal estabeleceu contatos no mundo todo. São recursos bastante valiosos e você ficaria surpresa com o número de pessoas importantes que lhe devem favores.
Pessoas importantes? Como quem?
— Generais, presidentes de grandes empresas, políticos dos principais países do mundo, a realeza e até líderes religiosos. Ele é muito bem relacionado. Mesmo que eu pudesse assumir a forma humana o dia inteiro e passasse todas as horas com ele, não conseguiria nem chegar perto de reunir todo o conhecimento que ele adquiriu ao longo dos anos. Ele já era um conselheiro brilhante para o meu pai. Agora, porém, não é nada menos que um gênio. Não existe recompensa na Terra que possa lhe pagar a lealdade que demonstrou
para conosco. Eu só queria que houvesse uma forma de expressar nossa gratidão apropriadamente.
No estacionamento do restaurante, Poncho me ofereceu o braço. Eu o aceitei e disse:
— Ser imortal tem seu preço. O Sr. Kamal parece muito solitário e isso é algo que vocês três têm em comum. Vocês formam uma família. Ninguém pode compreender o que você passou melhor do que Felipe e o Sr. Kamal.
Acho que a melhor coisa que podem fazer como pagamento é oferecer a ele o mesmo nível de lealdade. Ele considera você e Felipe como filhos e a melhor maneira de um filho honrar o pai é ser o tipo de homem que o deixaria cheio de orgulho.
Poncho parou, sorriu e inclinou-se para beijar meu rosto.
— Você é uma mulher muito sábia, rajkumari. Esse foi um excelente conselho.
Quando chegou nossa vez na fila do Burgerville, Poncho me deixou escolher primeiro e em seguida pediu sete sanduíches enormes, três porções de batata frita, um refrigerante grande e um milk-shake grande de amora. Quando a atendente perguntou se era para viagem, ele sacudiu a cabeça negativamente confuso, e lhe disse que comeríamos ali. Eu ri e disse à mulher que ele estava com muita fome.
Na máquina de refrigerante, Poncho provou vários sabores. Observá-lo descobrindo novos sabores e novos alimentos era muito divertido.
Enquanto comíamos, conversamos sobre a faculdade e minha pesquisa inacabada para o Sr. Kamal sobre criaturas aladas e a prova das quatro casas. Também lhe contei sobre Jason e meu encontro horrível com Artie. Poncho franziu a atesta, sem entender por que alguém sairia com Artie por vontade própria.
— Ele praticamente engana as garotas, forçando-as a sair com ele — expliquei — Mas é supercritico e egocêntrico.
— Hum.
Poncho desembrulhou seu último sanduíche e o olhou, refletindo.
Eu ri.
— Está cheio, Tigre? Seria uma pena dispensar seu Milk-shake de amora. É o melhor do país.
Ele pegou outro canudo e o enfiou na tampa do copo de milk-shake.
— Aqui, divida comigo.
Dei um gole e Poncho inclinou-se e sugou cerca de um terço de uma só vez.
Depois de comer fomos até um parque ali perto e resolvemos dar uma Caminhada. Poncho pegou um cobertor na mala do carro.
— Tenho permissão para segurar sua mão num primeiro encontro? — perguntou Poncho.
— Você sempre segura minha mão.
— Não num encontro.
Revirei os olhos, mas estendi a mão. Andamos pelo parque por um tempo e ele me fez muitas perguntas sobre os Estados Unidos, sua história e sua cultura. A conversa fluía facilmente. Tudo era novo e fascinante para ele.
Paramos à beira de um lago. Poncho se sentou, me puxou contra o seu peito me envolveu com os braços.
— Só estou tentando aquecê-la — disse, na defensiva, quando lhe lancei um olhar significativo.
Ri com deboche.
— Esse é o truque mais velho do mundo.
Poncho sorriu e roçou os lábios em minha orelha.
— Que outros truques eu deveria usar com você?
— Não sei por quê, mas acho que você vai descobri-los sozinho.
Apesar da minha brincadeira, ficar perto dele de fato me manteve aquecida e ficamos conversando e observando a água iluminada pela lua durante horas.
Poncho queria saber tudo que eu tinha feito desde que saíra da Índia. Queria ver as cachoeiras do Parque Silver Falis, assistir ao Festival de Shakespeare, ir ao cinema e conhecer todos os restaurantes da cidade.
Depois que terminou de me interrogar sobre coisas a fazer e lugares a visitar no Oregon. a conversa mudou.
Ele me apertou mais forte e disse:
— Senti sua falta.
— Senti sua falta também.
— Nada foi igual depois que você partiu. A casa ficou sem vida, Todos notaram. Não fui o único que sentiu saudade. Até Kamal ficou abatido. Felipe dizia que o mundo moderno não tinha nada para lhe oferecer e várias vezes ameaçou ir embora. Mas eu o peguei em mais de uma ocasião escutando seus telefonemas também.
— Eu não queria tornar a vida de vocês mais difícil. Minha intenção era tornar as coisas mais fáceis, contribuir para que sua adaptação de volta ao mundo fosse um pouco menos complicada.
— Você não complica minha vida. Você a simplifica. Quando está perto, sei exatamente onde eu deveria estar: ao seu lado. Quando
você se vai, apenas corro em círculos, confuso. Minha vida ficou desequilibrada. Fora de foco.
— Então eu sou a sua Ritalina, é?
— O que é isso?
— Um medicamento que ajuda as pessoas a ter mais concentração.
— É, acho que é isso. — Ele se pôs de pé, me levantou em seus braços e disse:
— Não se esqueça: preciso de doses frequentes.
Eu ri e lhe dei um beijo no rosto. Poncho me pôs no chão, dobrou o cobertor e voltamos para o Hummer com o braço dele em meu ombro.
Eu me sentia bem. Pela primeira vez em meses, sentia-me completa e feliz. Quando me acompanhou até a porta de minha casa, ele disse:
— Shubharatri, Annie.
— O que isso quer dizer?
Ele me lançou um sorriso daquele tipo luminoso e de fazer tremer os joee depositou um beijo demorado na palma da minha mão.
— Quer dizer “Boa noite”.
Confusa e ligeiramente frustrada, fui para cama.
Sentir-me confusa e ligeiramente frustrada tornou-se uma constante nos encontros com Poncho. Eu o queria por perto com uma frequência muito maior, mas ele estava determinado a passar pelo que chamava de práticas de corte habituais. Isso significava me deixar
sozinha a menos que tivéssemos um encontro previamente marcado. Ele não me deixava nem vê-lo como tigre.
Todos os dias ligava para saber se eu estava livre. Então me convidava para o cinema, um jantar, um chocolate quente ou uma ida a uma livraria. Quando determinava que o encontro havia chegado ao fim, ia embora. Desaparecia completamente e pelo resto do dia eu não via nem de relance sua figura listrada. Ele também se recusava a me beijar dizendo que tinha muito o que pôr em dia. Mesmo estando do outro lado da parede, eu sentia saudade do meu tigre.
Começamos a ler Otelo juntos. Até Otelo ser enganado por lago, Poncho gostou do personagem.
— Foi Otelo quem destruiu o amor dele e de Desdêmona, da mesma maneira que Romeu. Isso não teve nada a ver com lago — comentou Poncho, pensativo — Otelo não confiava na mulher. Se ele tivesse simplesmente perguntado a ela o que acontecera com seu lenço ou o que ela sentia por Cássio, teria descoberto a verdade.
— Otelo e Desdêmona não se conheciam há muito tempo — argumentei. — Talvez não estivessem de fato apaixonados. Vai ver que seu único vínculo verdadeiro eram as histórias que ele contava e suas aventuras empolgantes. Não muito diferente de você, devo dizer.
Poncho estava deitado com a cabeça no meu colo. Ele brincou com meus dedos um minuto, pensativo, e perguntou, hesitante:
— É por isso que você está comigo, Anahi? Pela aventura? Está entediada sentada aqui, lendo, quando poderíamos estar andando pela Índia à procura de objetos mágicos e combatendo demônios?
Ponderei sobre a pergunta por um momento.
— Não. Eu gosto de estar com você, mesmo que a gente fique só comendo e lendo.
Ele beijou meus dedos.
— É bom saber.
Recomecei a ler, mas ele se levantou de um pulo e me arrastou para a cozinha com uma súbita urgência de aprender a fazer pipoca de micro-ondas.
Uma tarde eu estava tão desesperada para ver meu tigre que resolvi ir à procura dele sem ter um encontro oficialmente marcado. Bati na porta de comunicação e, não obtendo resposta, entrei na sala de estar de Poncho. Alguns pacotes fechados estavam empilhados sobre a bancada. Fui ao andar de cima.
— Poncho? — chamei, mas não obtive resposta.
Onde ele poderia estar?, pensei, enfiando a cabeça no escritório de Poncho. O notebook estava ligado e a tela tinha três janelas abertas.
Acomodando-me em sua confortável cadeira de couro, vi que a primeira janela era do site de uma loja de roupas de grife e a segunda era de um link para uma página de rituais de corte através dos tempos.
A terceira janela exibia uma série de e-mails do Sr. Kamal. Eu me senti um pouco culpada lendo as mensagens de Poncho, mas eram tão curtas que, antes que me desse conta, já havia lido tudo.
De: mestredearmas©rajaramcorp.com
Para: tgrbrc©rajaramcorp.com
Assunto: Documentos
Poncho,
A questão dos documentos está resolvida.
Kamal
De: mestredearmas@raiaramcorp.com
Para: tgrbrc©rajaramcorp.com
Assunto: Relocação
Poncho,
A seu pedido, anexei um arquivo em caso de emergência.
Documentos? Relocação? O que eles estão aprontando? Com o mouse, posicionei o cursor sobre o anexo. Com o dedo no botão, hesitei, ponderando até onde estava disposta a deixar a curiosidade me levar, quando uma voz me fez dar um pulo.
— É apropriado pedir permissão antes de bisbilhotar documentos de outras pessoas, você não acha? — perguntou Poncho casualmente.
Minimizei a janela e me levantei. Ele parou no vão da porta, apoiando o ombro no portal e mantendo os braços cruzados.
— Eu... eu estava procurando você e acabei me distraindo — murmurei.
— Estou vendo. — Ele fechou o notebook com delicadeza e apoiou o quadril na mesa, me avaliando. — Eu diria que você encontrou mais do que estava procurando.
Fitei os cadarços dos meus tênis por alguns segundos, mas rapidamente encontrei uma centelha de irritação para amenizar a culpa e levantei a cabeça.
— Você está escondendo coisas de mim?
— Não.
— Bem, tem algo importante acontecendo que você não quer me contar?
— Não — repetiu ele.
— Jure — eu disse baixinho —, faça um juramento real.
Ele tomou minhas mãos nas suas, fitou-me nos olhos e disse:
— Como o príncipe do Império Mujulaain, juro que não há aqui nenhum motivo de preocupação. Se não acredita, pergunte a Kamal. — Ele aproximou a cabeça um pouquinho mais de mim. — Mas o que eu quero de verdade é a sua confiança. Não vou desmerecê-la, Anahi.
— É melhor mesmo — enfatizei, cutucando-o no peito.
Ele levou meus dedos aos lábios, distraindo-me o bastante para que o assunto de repente perdesse a importância.
— Não vou — prometeu ele e me conduziu de volta para casa.
A vertigem romântica desapareceu logo depois que ele saiu e eu me vi furiosa a facilidade com que ele me dobrava à sua vontade com um simples toque.
Nas aulas de wushu recomeçavam na segunda-feira após o Natal e eu não tha a menor ideia do que diria a Li. Poncho concordou em não ir no primeiro dia para que eu pudesse conversar com Li primeiro. Não consegui me concentrar durante toda a aula e fiz um esforço tímido para aprender as formas da mão. Não conseguia guardar os nomes. Os únicos de que eu me lembrava eram garra de águia e macaco.
Depois da aula chegou a hora de enfrentar o problema. O que eu vou dizer? Ele vai me odiar.
— Li, eu queria falar com você.
— Claro — disse ele, sorrindo.
Ele estava feliz e despreocupado. Eu me sentia justamente o oposto. Estava tão nervosa que precisei me sentar em cima das mãos para que elas parassem de tremer.
Li esticou as longas pernas no tapete e se apoiou na parede ao meu lado. Depois de beber um grande gole de água, ele secou a boca e perguntou:
— E aí, Anahi? O que foi?
— É... eu não sei bem como dizer isso, então acho que vou direto ao ponto: Poncho voltou.
— Ah. Eu estava me perguntando quando ele apareceria. Achei que não fosse ficar longe de você para sempre. Então, você está rompendo comigo... — disse ele com naturalidade.
— Bem, não, não exatamente. Olhe, Poncho quer que eu continue saindo com você, mas quer que eu saia com ele também.
— O quê? Que tipo de cara iria... espere... então você não está terminando comigo?
Apressei-me em explicar:
— Não, mas vou entender se você não quiser mais me ver. Ele acha que eu devo sair com vocês dois e então escolher.
— Bem, que atitude... esportiva da parte dele. E o que você acha disso? Pus a mão em seu braço.
— Concordei em tentar, mas disse a ele que seria estranho e que você nunca concordaria.
— E o que ele disse?
Suspirei.
— Disse que, se você não conseguisse lidar com um pouco de competição honesta, era melhor eu saber agora.
Li cerrou os punhos.
— Se ele acha que eu vou desistir e deixar o caminho livre para ele, está enganado! Então vamos à competição honesta.
— Você está brincando? Está zombando de mim, não está?
— Meu avô me ensinou a estabelecer objetivos e então batalhar pelo que quero e de jeito nenhum vou perdê-la sem lutar. Um homem que não corre atrás da garota de que gosta e não luta por ela não a merece.
Fiquei pasma. Li e Poncho eram farinha do mesmo saco, ainda que estivessem separados por séculos.
— Ele está aqui na cidade? — perguntou ele.
— Não exatamente — suspirei. — Ele é meu vizinho.
— Então ele já tem a vantagem da proximidade.
— Você fala como se estivessem planejando invadir um castelo — murmurei com ironia.
Ele ignorou meu comentário ou não o ouviu. Ajudou-me a levantar, distraído, e me acompanhou até o carro.
Quando Li se debruçou em minha porta aberta, acrescentei:
— Ah, e ele também quer vir a uma aula de wushu.
Li esfregou as mãos e riu.
— Excelente! Vamos ver do que esse cara é capaz. Ele pode vir amanhã! Diga que, como cortesia especial, não vou nem cobrar a taxa de matrícula.
— Mas, Li, ele não está no mesmo nível que eu.
— Melhor ainda! O iniciante vai aprender uma ou duas coisinhas!
— Não. Você entendeu mal. Ele...
Li me beijou com força na boca, o que efetivamente me calou. Ele sorriu e fechou a porta antes que eu pudesse concluir minha resposta. Acenando, desapareceu na escuridão do estúdio.
No seguinte encontrei um bilhete escrito com capricho colado na garrafa de suco de laranja na geladeira.
De todas as formas de cautela, a cautela no amor é talvez a mais fatal para a verdadeira felicidade.
Bertrand Russel
Suspirei, descolei-o da garrafa de suco e colei-o em meu diário. Liguei para Poncho, já que ele só queria me ver em encontros planejados, e informei que ele estava convidado para a aula de wushu. Então lhe disse com todas as letras o que achava daquela ideia. Ele fez pouco da minha reação e afirmou que Li seria um excelente rival e que estava ansioso para conhecê-lo.
Exasperada, desisti de tentar convencê-lo a esquecer aquela história e bati o telefone. Ele ligou várias vezes naquele dia, mas ignorei o telefone e tomei um demorado banho de banheira.
De noite, Poncho tirou o Hummer da garagem e veio me pegar. Eu temia muito, muito, muito ficar no mesmo ambiente com Li e Poncho e não pude deixar de sentir alivio por não estarmos avançados o bastante no wushu para usar armas.
O corpo dele ocupou o vão da porta.
— Está pronta? Mal posso esperar pela minha primeira aula.
Meu silêncio mal-humorado não pareceu perturbá-lo nem um pouco e ele falou sobre o começo das aulas na Western Oregon durante todo o trajeto.
Chegamos alguns minutos atrasados. A aula já havia começado e Jennifer estava fazendo o aquecimento em nosso canto. Poncho caminhava confiante ao meu lado. Com a cabeça baixa, entrei rapidamente, larguei a bolsa no chão e tirei o casaco.
Olhei para Jennifer, que estava no chão alongando as pernas. Ela fez uma pausa no meio de um movimento para olhar Poncho. Seus olhos praticamente saltavam das órbitas. O olhar de Li passou sobre minha cabeça fixando-se em Poncho, que o sustentou com atrevimento, estudando Li como se o avaliasse em busca de fraquezas.
Poncho tirou o casaco, o que provocou um gritinho de Jennifer, agora totalmente concentrada nos bíceps de bronze dourado de Poncho. A camiseta justa exibia seus braços e peitoral bem desenvolvidos.
Sibilei para ele baixinho:
— Pelo amor de Deus, Poncho! Você vai deixar as mulheres com taquicardia!
Ele levantou as sobrancelhas, confuso.
— Annie, do que você está falando?
— Você! Você é... — desisti, aborrecida. — Deixe para lá.
Pigarreei.
— Desculpe interromper a aula, Li. Ei, pessoal, este é o meu convidado, Poncho. Ele é da Índia e está passando uns tempos aqui.
A boca de Jennifer se escancarou num grande e silencioso “Oh!”
Li me lançou um olhar interrogativo antes de voltar à aula. Ele nos fez praticar chutes e posturas e pareceu bastante irritado quando viu que Poncho conhecia todos os movimentos. Li ordenou que formássemos duplas e decidiu que Poncho faria par com Jennifer enquanto ele trabalharia comigo.
Poncho voltou-se para Jennifer todo simpático e ela enrubesceu dos pés à raiz dos cabelos. Estávamos praticando movimentos para derrubar o oponente. Li demonstrou um em mim e então pediu que todos tentássemos repetir. Poncho já estava à vontade conversando com Jennifer, gentilmente guiando-a pelo movimento, dando-lhe dicas e sugestões. De alguma forma ele já a deixara completamente à vontade. Poncho era gentil e encantador. Quando ela tentou derrubá-lo, ele caiu de maneira dramática e esfregou o pescoço, fazendo-a explodir em risadinhas.
Sorri e pensei: É, ele exerce esse efeito em mim também. Fiquei feliz que ele estivesse sendo simpático com minha amiga. De repente me vi caída de nas, fitando as luzes fluorescentes. Enquanto eu olhava Poncho e Jennifer, Li havia me derrubado com força. Eu não tinha me machucado, só fui pega de surpresa. A expressão determinada de Li imediatamente se transformou em arrependimento.
— Desculpe, Anahi. Machuquei você? Eu não queria...
Antes que ele pudesse concluir seu pedido de desculpas, foi atirado no tatame a alguns metros dali. Poncho se ajoelhou, debruçando-se sobre mim.
— Ele machucou você, Annie? Você está bem?
Zangada e constrangida, sibilei:
— Poncho! Eu estou bem! Li não me machucou. Eu só não estava prestando atenção. Acontece.
— Ele devia ter tomado mais cuidado — rosnou Poncho.
— Estou bem — sussurrei baixinho. — E caramba! Você precisava atirá-lo no tatame do outro lado da sala?
Ele resmungou e me ajudou a ficar de pé.
Li voltou correndo e ignorou Poncho de propósito.
— Você está bem, Anahi?
Pousei a mão em seu braço.
— Estou bem. Não se preocupe. Foi minha culpa. Eu me distraí.
— É. Você estava distraída. — Seus olhos correram para Poncho brevemente. — Belo golpe, mas gostaria de vê-lo tentar isso outra vez.
Poncho abriu um sorriso.
— Quando quiser.
Li sorriu de volta e estreitou os olhos.
— Mais tarde, então.
Fiquei ao lado de Jennifer, que tremia de emoção. Ela abriu a boca para a primeira do que eu imaginava ser uma série de perguntas, mas ergui um dedo no ar.
— Agora não. Eu só quero terminar esta aula. Prometo que depois lhe conto o que está acontecendo.
— Promete? — ela articulou sem emitir som.
Assenti com a cabeça.
Jennifer passou o restante da aula observando-nos com atenção. Eu podia ver sua mente trabalhando, enquanto ela ouvia com cuidado cada comentário e avaliava cada olhar e toque casual. Li nos orientou a fazer formas simples com as mãos pelo restante da aula e então nos dispensou abruptamente.
Ele e Poncho pareciam travar uma competição de olhares. Ambos tinham os braços cruzados, avaliando o outro com frieza. Acompanhei Jen até a porta.
Ela apertou meu braço.
— Seu Poncho é maravilhoso. Um espetáculo. Agora entendo por que você teve tanta dificuldade em deixá-lo. Se eu fosse alguns anos mais jovem e não vivesse um casamento feliz, eu o trancaria comigo e engoliria a chave. O que você vai fazer?
— Poncho quer que eu saia com os dois.
Jennifer ficou de queixo caído e eu me apressei a acrescentar:
— Mas ainda não vou tomar nenhuma decisão.
— Isso é tão emocionante! É melhor que minha novela favorita. Boa sorte, Anahi. Até segunda.
No carro, a caminho de casa, perguntei a Poncho:
— Você e Li conversaram?
— Não muito. Vou frequentar as aulas de wushu, mas tenho que pagar um preço especial, que Li estipulou achando que eu não poderia pagar.
— Não gosto nada disso. Eu me sinto como uma criança num processo litigioso de guarda compartilhada.
— Você pode sair com os dois ou romper com Li agora — replicou ele. — 4 Mas, para ser justa, deveria dar a Li pelo menos uma semana.
— Rá! Está tão certo assim que eu escolheria você? Li também é um cara legal!
Poncho esfregou o queixo e disse baixinho:
— É. Acho que sim.
Esse comentário me surpreendeu e fiquei em silêncio, pensando nisso a caminho de casa. Poncho me ajudou a saltar do carro, me deixou na porta e desapareceu, como sempre.
Sair com Li, Poncho e Jason ao mesmo tempo era ridículo. Era quase como se eu estivesse cercada por cavaleiros lutando pela preferência da donzela. Enquanto eles marchavam em suas armaduras de batalha, afiavam as lanças e se preparavam para montar seus cavalos, eu refletia sobre minhas opções. Tinha uma escolha, afinal de contas. Eu podia escolher o vencedor, o perdedor ou nenhum deles, O lado bom é que isso me faria ganhar algum tempo.
Eu podia compreender a ideia de uma rivalidade romântica do ponto de vista de Poncho, pelo menos um pouco. No século em que ele nasceu os homens provavelmente lutavam pelas mulheres. Certamente seu instinto de tigre lhe dizia que afugentasse outros machos. O que me surpreendeu foi a reação de Li. Quem iria imaginar que ele fosse chegar a esse ponto?, pensei. Se Li houvesse terminado comigo, teria facilitado muito meu papel nessa novela. Talvez os dois se matassem na disputa e todos morressem no fim, como em Hamlet.
Quando chegamos para a aula de wushu na segunda, Li e Poncho pareciam ter estabelecido um acordo tácito de não se olharem. A turma os observava com cautela, mas, vendo que nada acontecia, todos acabaram sossegando. Nem Li nem Poncho fizeram par comigo.
Li se esforçava para me levar a restaurantes elegantes e planejar piqueniques elaborados. Poncho se contentava em ir à minha casa para ler ou, assistir a uns filmes. Pipoca passou a ser seu lanche favorito. Víamos filmes antigos depois ele fazia milhões de perguntas. Ele se divertiu com vários deles, especialmente Star Wars. Gostava de Luke e achava que Han Solo era bad boy demais.
—Ele não é digno da princesa Leia — disse Poncho, o que me deu uma compreensão mais profunda sobre sua persona de “cavaleiro na armadura brilhante”
Na noite de sexta, Poncho e eu estávamos prestes a começar a ver outro filme quando me lembrei de que havia marcado um encontro com Jason. Eu disse a Poncho que ele podia assistir ao filme sem mim. Ele resmungou, pegou um saco de pipoca e foi ligar o micro-ondas.
Quando desci com um vestido azul-escuro, sandálias de tiras e o cabelo liso, Poncho levantou-se bruscamente e deixou cair a tigela de pipoca no chão.
— Por que está vestida assim? Aonde você vai?
— Jason vai me levar para ver uma peça em Portland. Mas pensei que você tivesse algum tipo de política de não interferência cavalheiresca em relação aos meus encontros.
— Quando você se veste assim, posso interferir quanto quiser.
A campainha soou e, quando abri a porta, Poncho se aproximou pelas minhas costas e me ajudou a vestir o casaco. Jason se moveu para a frente e para trás pouco à vontade. Seus olhos fuzilaram Poncho.
— Ah, Jason, este é meu amigo Poncho. Ele é da Índia e vai passar uns tempos
Poncho estendeu a mão e sorriu, destilando veneno.
— Tome conta direitinho da minha garota, Jason.
Havia decididamente um “senão” implícito no fim da frase. Jason engoliu em seco.
— Arrã. Pode deixar.
Empurrei Poncho de volta para dentro de casa e fechei a porta em sua cara. Na verdade, era um alívio estar com Jason. Eu não sentia a
pressão intensa que agora sentia com Li e Poncho. Não que eles estivessem me pressionando. Poncho, em particular, parecia ter uma paciência infinita. Acho que isso vinha de sua metade tigre.
Jason me levou para ver O Rei Leão. Os figurinos e adereços eram incríveis e eu me peguei desejando que Poncho estivesse ali comigo em vez de Jason. Poncho teria adorado ver como os animais eram representados.
Depois do espetáculo a multidão se espalhou pela calçada do teatro. A pessoas caminhavam devagar em todas as direções na rua, obrigando os carros a avançar em perigosos solavancos. Uma senhora idosa deixou cair seu programa da peça e estava se abaixando para pegá-lo quando um carro dobrou a esquina.
Sem pensar, corri na frente da mulher e fiz sinal para que o carro parasse. O motorista pisou no freio, mas não rápido o bastante. Minha sandália de tiras ficou presa numa fenda do calçamento quando tentei sair do caminho. O carro bateu em mim de raspão e eu caí.
Jason correu para me ajudar e o motorista saltou do carro. Eu não estava ferida com gravidade. Meu vestido e meu orgulho é que haviam sofrido danos, mas, fora isso, eu só tinha alguns arranhões e machucados. Um fotografo do teatro correu para bater algumas fotos. Jason posou comigo, com meu vestido rasgado e o rosto sujo, e forneceu meu nome, dizendo que eu era uma heroína e que salvara a mulher idosa.
Tirando com desgosto minha sandália com o salto quebrado, segui para o carro. Jason, animado, falava do acidente e dizia que era bem provável que minha foto saísse na revista do teatro.
Ele tagarelou sem parar durante todo o trajeto sobre o trimestre seguinte na faculdade e a última festa a que fora. Quando parou diante da minha casa, não abriu a porta para mim. Suspirei, pensando: O cavalheirismo está quase extinto nesta geração. Jason
ficava olhando para meu vestido rasgado e para as janelas. Provavelmente estava apavorado pensando que Poncho pudesse ir atrás dele por não ter tomado conta de ruim. Virei-me no assento pata encará-lo.
— Jason, precisamos conversar.
— Claro, O que foi?
Suspirei de leve e disse:
— Acho que devíamos parar de sair. Não temos muito em comum. Mas eu gostaria que a gente conservasse a amizade.
— Tem outra pessoa na jogada?
Os olhos dele dispararam para a porta da casa outra vez.
— Talvez sim.
— Arrã. Bem, se mudar de ideia, estarei por perto.
— Obrigada, Jason. Você é um cara muito legal.
Um pouco medroso, mas ainda assim legal.
Dei-lhe um beijo de boa-noite no rosto e ele se foi de bom humor Não foi tão ruim. Da próxima vez não será fácil assim.
Entrei em casa e encontrei outro bilhete na bancada da cozinha, ao lado uma tigela cheia de pipoca.
Nunca se perde por amar
Perde-se por se refrear
Barbara DeAngelis
Estou identificando um tema aqui. Peguei uma Coca diet, a pipoca e subi lentamente os degraus, carregando minha sandália quebrada.
Um a menos. Que venha o próximo.




Compartilhe este capítulo:

Autor(a): ju10linha

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Na manhã seguinte Poncho ligou para ver se podíamos tomar o café da manhã juntos e assistir a um filme. Eu disse que sim e desliguei o telefone. Meu corpo estava um pouco dolorido da queda, então engoli umas aspirinas e tomei um banho quente.O cheiro de panquecas queimadas flutuava escada acima. Encontrei Poncho na cozin ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 98



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 15:59:39

    OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso

  • Elis Herrera ❤ Postado em 23/04/2015 - 16:57:14

    Postaaaaaaaa =(

  • franmarmentini♥♥ Postado em 02/04/2015 - 17:30:00

    AMORESSSSSSSSS IREI VIAJAR E JÁ TO COM VÁRIAS FICS EM ATRASO MINHA VIDA TA UMA LOUCURA MAS NUNCA NUNCA VOU DEIXAR DE LER...VOU IR VISITAR A CIDADE ONDE MINHA MÃE ESTÁ INTERRADA QUE FICA PERTO DE PITANGA PARANÁ E É NO SITIO ENTÃO PROVAVELMENTE EU NÃO TENHA COMO LER PQ TENHO MUITOS TIOS LÁ E QUERO VER SE CONSIGO VISITAR TODOS...VOLTO NA TERÇA FEIRA E PROMETO TENTAR COLOCAR EM DIA TODAS AS FICS O QUANTO ANTES BJUSSSSSSSSSSSSSSSS A TODAS AMO VCS!!!!!!!!! FUI....

  • franmarmentini Postado em 29/01/2015 - 08:39:07

    thatyponny o que vai acontecer??? quero aya juntosssssssssssssss :/ agora vc me deixou apriensiva..;.

  • franmarmentini Postado em 29/01/2015 - 08:37:34

    quero felipe bem longeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeeeeeeeee da any,,,,e não vejo a hora dela encontrar o poncho logo :)

  • elis_maria Postado em 23/01/2015 - 12:43:03

    Posta mais...

  • thatyponny Postado em 08/01/2015 - 14:14:54

    VOCÊ NÃO SABE QUANTO EU ESPEREI, ESPEREI TANTO QUE JÁ LI TODOS OS LIVROS, MAS LER EM PONNY É UM AMOR O RUIM É QUE EU SEI O QUE VAI ACONTECER.

  • franmarmentini Postado em 04/01/2015 - 16:50:57

    Ebaaaaaaaaaaa

  • franmarmentini Postado em 08/12/2014 - 11:48:24

    cade vc?? :(

  • elis_herrera Postado em 20/10/2014 - 20:39:49

    Olá, continua... gostei de sua fic.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais