Fanfic: Além da Vida : Te esperando do outro Lado... | Tema: A Usurpadora, Paulina, Carlos Daniel
- Me prometa que vai seguir em frente? Perguntou-Me Paulina me olhando com lágrimas nos olhos.
- Não posso... Não posso seguir em frente sem você, minha vida!Eu disse a ela com um nó esmagando minha Garganta. Estava tentando ser forte por ela, Para ela.
- Sei que vai... Sei que vai conseguir seguir em frente meu amor... E eu estarei ao seu lado. Serei seu anjo da guarda! Ela me disse deixando as lágrimas rolaram, mas aquele sorriso ainda estava lá apesar de toda a dor e tristeza que sentia.
Estávamos juntos depois de todos os obstáculos que enfrentamos nada nem ninguém conseguiu nos separar, mas agora a morte estava nos separando. Estávamos felizes, íamos nos casar... É junto agora, Justo quando estávamos tão contentes. Isso não é justo, Não é justo com a gente...
-Meu amor... Por favor, pense melhor... Podemos interromper a gravidez para que você possa se tratar! Eu tentei argumentar. – um dia podemos ter outros filhos...
Essas seriam palavras que fariam eu me arrepender pelo resto da minha vida, mas o desespero a estavam dizendo não meu coração... Meu coração queria esse filho mais do que nunca. Mas também não queria perder Paulina. A mulher que amo. E eu não poderia ter os dois.
-Não diga isso Carlos Daniel... Eu nunca permitirei que tirem a vida do nosso filho! Ela me disse com firmeza, mas sua voz deu uma leve tremida no final. Ela estava com medo e eu também.
- Me perdoe meu amor... Estou tão desesperado! Eu disse a abraçando com força enquanto chorava em silencio. Podia sentir seu corpo tremendo em meus braços. Queria poder tirar a dor, o medo, a Tristeza dela... Queria Poder trocar de lugar com ela...
Quando descobrimos que estávamos esperando nosso primeiro filho ficamos tão felizes... Estávamos realizados com a chegada dessa criança e nunca poderia imaginar que em uma consulta de rotina transformaria nossas vidas nesse inferno.
Paulina tinha uma Grave doença, Um tumor cerebral em uma região difícil de operar, mas que com o tratamento poderia ter uma chance... E o medico nos disse que Paulina teria de escolher entre o Tratamento e entre seguir com a gestação... O tratamento era muito agressivo e poderia prejudicar o desenvolvimento do bebê... Mas essa escolha isso implicava em sua morte e na vida do nosso filho ou a perda do nosso filha e a possibilidade de tê-la ao meu lado... Somente um milagre poderia salva-la. E eu confesso que eu quis que ela escolhesse por se salvar. Tento não imaginar como vai ser minha vida sem ela.
- Mas eu preciso tanto de você! Eu disse me aproximando e depositando um leve beijo em seus lábios.
- Você será um ótimo Pai... Quando nosso bebê nascer fale de mim para ele! Ela me pediu enquanto deixava as lágrimas rolarem e eu secava enquanto olhava seu rosto agora pálido.
- isso não é justo com a gente! Eu disse irritado. - Deus não esta sendo justo!
- Não pense assim! Ela me pediu entendendo a mão para mim e eu peguei. E ele a colocou sobre seu ventre de dois meses. – O nosso Milagre esta aqui! Disse-me sorrindo.
Ela estava certa... Mesmo assim não podia deixar de sentir raiva de Deus pelo que estava Fazendo comigo. Estava Tirando o amor da minha vida. é por quê? Para satisfazer mais um de seus caprichos?
Tudo isso Enquanto eu só podia ficar sentado olhando. Paulina a Cada dia ficava mais fraca... Enquanto apenas podia olhar a vida ser sugada dela. A raiva só crescia dentro de mim...
- Não guarde Raiva da vida! Ela me disse em uma manhã. Enquanto me olhava em silêncio.
- Como não posso sentir raiva? A pessoa que mais amo nessa vida esta me deixando e eu nada posso fazer! Eu disse a ela me aproximando e segurando em suas mãe geladas.
-Eu Te amo Carlos Daniel. e mesmo depois que estiver morta meu espírito vai continuar te amando! Ela me disse depois de ficar em silencio me olhando.
Vê-la falando da morte como se fosse natural era difícil para mim. Ela parecia conformada... Mas podia ver em seus olhos que nunca estaria conformada apenas resignada ao seu trágico destino. Isso é tão injusto... E eu queria poder trocar de lugar com ela. Queria poder dar minha vida pela sua...
Agora entravamos no Terceiro mês de gestação. Tinha dias em que Paulina parecia ótima e outros que ela sentia tantas dores que me deixava em desespero por não poder fazer nada para aliviá-las a única coisa em meu alcance era segurar em sua mão e dizer o quanto a amava.
- Não se preocupe meu amor... Logo isso Vai acabar! Ela me disse um dia em que eu estava segurando sua Mão.
- Não diga isso meu amor! Eu pedi, mas sabia que era a verdade. Logo o sofrimento dela acabaria e o meu apenas se estenderia pelo resto de minha vida com sua ausência.
Eu apenas a olhei em silencio... A cada dia que passava se aproximava o dia em que eu teria de me separar dela para sempre... Como vou poder suporta viver sem ela? Essa era a pergunta que eu sempre me fazia enquanto a olhava adormecida pelos remédios...
Eu procurava sempre demonstrar meu amor por ela com palavras, gestos... De todas as formas possíveis...
- Como gostaria que nosso filho se chamasse? Ela me perguntou me olhando com aqueles olhos que tanto me encantavam.
Eu a olhei em silencio... Estive tão preocupado em perdê-la que em nenhum momento pensei no nosso filho pode parecer egoísmo da minha parte, mas não posso evitar, a dor esta esmagando meu coração a cada dia que passo naquele hospital a seu lado. mas ao ver seus olhos brilhando ao falar do nosso bebê eu não pude evitar de por um momento ficar feliz... Ela estava se sacrificando por ele... Estava sacrificando nosso amor por ele...
Às vezes quando Falávamos sobre o bebê eu conseguia acreditar que apesar de tudo ela estava feliz e eu fazia o impossível para fazê-la se sentir feliz nesses últimos meses ao meu lado.
- Não sou muito bom com nomes minha vida... Que nome você gosta? Perguntei a ela enquanto acariciava seu rosto.
- Gabriel! Ela me disse sorrindo - como o anjo! E completou depois de uma pausa pensativa E eu a acompanhei sorrindo.
A cada dia sua barriga ficava mais evidente e a cada dia ela ficava mais debilitada, abatida... Hoje ela não se parecia em nada com o que foi um dia... Mas sua força era surpreendente eu é quem devia ampará-la nesse momento difícil... Mas às vezes não agüentava e desmoronava e ela é quem me confortava...
- Te conhecer foi à melhor coisa que aconteceu em minha vida! Eu disse a ela antes de levarem ela para uma avaliação para saber seu estado e o do bebê.
- Para mim também meu amor! Ela me disse sorrindo. –Eu Te amo Foi a ultima coisa que ela me disse antes de a levarem...
Os médicos logo a levaram em uma maca para outra sala e eu a acompanhei ate a porta... Era só ate ali que poderia ir e antes dela entrar eu disse que a amava e que a esperaria ali. Ela apenas sorriu e ficou me olhando ate a porta ser fechada. As horas se arrastaram enquanto a esperava e quando saiu da sala estava dormindo...
- O que os médicos disseram? O Gabriel esta bem? Foi à primeira coisa que ela me perguntou quando acordou.
- Não se preocupe Paulina... Ele esta crescendo forte! Eu disse tentando parecer calmo.
Mas o nó se formou em minha garganta ao escutá-la chamando nosso filho pelo nome pela primeira vez. E a forma como ela falava dele... Ela já o amava sem mesmo o ter visto.
As noticia dos médicos não foram muito animadoras... O bebê corria sérios risco e a doença de Paulina progredia muito mais rápido do que o esperado. Seu sacrifício poderia ser em vão e quando ele me disse isso eu não agüentei... E ali mesmo no corredor eu rui em um choro descontrolado. O medico me amparou e me levou para sua sala para que pudesse ter um pouco de privacidade em minha dor...
- O senhor tem que se manter forte senhor Bracho... Ela agora mais que nunca precisa de você! Ele me disse me olhando com pesar.
Eu chorei o que tinha que chorar ali, mas quando coloquei o pé para fora daquela sala estava disposto a ser forte novamente pela Paulina... Pelo nosso filho. Eles precisavam de mim.
- Não esta me escondendo nada? Ela me perguntou desconfiada. Apesar do pouco tempo que ficamos juntos ela já me conhecia bem.
- Não... Ele esta bem! Eu disse mantendo meu olhar firme.
Os meses passaram voando e eu não desgrudei de seu leito nem por uma noite... Vovó e Rodrigo sempre iam me dar uma força... E insistiam que eu tinha que me cuidar ou acabaria doente. Mas era inútil tinha que ficar ao lado dela...
No Quinto mês de Gravidez as coisas começaram a piorar e eu comecei a ruir novamente... Ela estava pior. Estava sofrendo... E eu não podia fazer nada, os médicos não podiam fazer nada... E eu pedi a deus que me levasse no lugar dela enquanto a via sofrendo... Mas era inútil ele parecia não me ouvir. Deus parecia ter nos abandonado!
- Eu estou com tanto medo Carlos Daniel! Ela me confessou em uma noite enquanto soluçava em meus braços.
- Eu também estou minha vida... Mas vou ficar com você meu amor... Prometo que não vou sair do seu lado! Disse enquanto a abraçava e depositava-lhe um beijo em seus lábios.
Sabia que nada que eu dissesse poderia aplacar seu medo... Eu também tinha medo. Ela acabou adormecendo em meus braços depois de horas chorando.
Esses momento em que ela não conseguia suportar toda essa carga eram os piores... Porque meu coração apertava de vê-la assim... Ela Era tão alegre... A momentos em que fico apenas a observando enquanto dorme enquanto as lembranças atravessa minha mente... As noites de amor que tivemos... Suas risadas, seus olhos brilhando os momento em que a provocava só para vê-la envergonhada... Queria voltar no tempo para poder revivê-lo e dizer a ela tantas coisas que não disse naquele momento.
Em certas vezes enquanto ela dormia em que eu acariciava seu ventre enquanto rezava pedindo que seu sacrifício não fosse em vão... Eu não poderia suporta.
Entravamos no Sétimo mês de gestação... Faltava tão pouco agora. E o medo aumentava em meu coração.
- Com quem será que ele vai se parecer?
- Espero que seja parecido com você meu amor! Eu disse sorrindo.
Com o avanço da Gravidez a curiosidade dela só aumentava e eu queria que ela pelo menos tivesse a chance de poder segurar nosso filho nos braços pelo menos uma vez... Ninguém mais que ela desejou esse bebê...
Agora ela mais dormia do que ficava acordada. Mesmo assim eu ficava a seu lado. Tinha medo de me afasta e perder minha chance de dizer o meu ultimo “Eu te Amo!” para ela. Com muito custo eu a convenci de nos casarmos ali mesmo no hospital... Ela lutou contra, mas no final acabou cedendo e agora esperávamos a chegada do padre. Rodrigo, Patrícia e vovó Piedade... Todos vieram... Paulina estava Radiante apesar de fraca.
- Hoje somos testemunhas de um amor... Um verdadeiro amor, porque somente os que se amam verdadeiramente permanecem unidos nos momentos mais difícil... O Padre dizia enquanto seu olhar pousava sobre cada um naquele quarto de hospital.
Todos tentavam conter a emoção... Mas podia ver seus olhos brilhando pelas lagrimas.
- Paulina Martins aceita esse homem com seu legitimo esposo e promete, amá-lo respeitá-lo ate que a morte os separe? O padre a perguntou e eu percebi o leve tremor em sua voz no final dessa frase.
- Aceito! Ela me disse olhando em seus olhos e sorrindo.
- Carlos Daniel Bracho aceita essa mulher como sua legitima esposa e Promete amá-la, respeitá-la ate que a morte os separe? Ele me perguntou me olhando com pesar.
- Aceito! Eu disse a olhando nos olhos.
Logo depois trocamos alianças...
- Com o poder em mim investido eu vos declaro marido e mulher! Ele disse nos olhando. – Pode beijar a noiva! Ele me disse dando um leve sorriso.
E eu me aproximei de Paulina e lhe beijei... Um beijo calmo, Carinhoso... Tentei transmiti ali todo meu amor por ela. Logo depois o Padre nos parabenizou e se despediu desejando o melhor para nos... E depois foi a vez de Rodrigo, Patrícia e vovó se despedirem. Não poderiam ficar muito tempo ali... Paulina tinha que descansar e já tinha passado por emoções demais.
- Estou tão feliz! Ela me disse enquanto me olhava e sorria.
- Eu também meu amor! Eu disse me aproximando e lhe dando um leve beijo em seus lábios.
Durante a madrugada uma forte chuva caiu sobre o México... Seguido de trovões e Relâmpagos. Eu olhava a janela quando uma forte ventania veio em minha direção me fazendo afasta da janela...
Paulina dormia com um rosto sereno... E me aproximei para beijá-la sua pele estava mais fria que o normal e meu coração parou. Eu apertei a campainha diversas vezes tentando chamar o medico.
-Paulina meu amor... Por Favor, acorde! Eu a balancei enquanto sentia as lágrimas embaçarem minha visão. – Paulina.
- Eu te amo Paulina! Eu sussurrei em seu ouvido.
Ela não me respondia... O desespero começou a tomar conta de mim e já não me importava com mais nada apenas a abracei em silencio enquanto as lágrimas molhavam meu rosto... A dor invadia meu coração. Eu estava a perdendo...
Os médicos e enfermeiros não demoraram a aparecer e foi preciso dois enfermeiros para conseguirem me afastar dela. Passai horas andando de um lado para o outro em total desespero e a única coisa que conseguia pensar era que eu a tinha perdido...
Quando os médicos apareceram na sala de espera em que me colocaram eles não estavam com uma cara nada boa...
- infelizmente ela entrou em coma e tivemos que levá-la para a UTI senhor Bracho! O medico foi direto.
- em coma? Eu perguntei sem acreditar. – é o bebê? Eu perguntei por que sabia que essa seria a maior preocupação de Paulina.
- Ele esta bem... Vamos manter essa gestação o Maximo de tempo possível! Ele me disse me olhando com pesar.
- Posso ficar com ela? Eu perguntei o olhando.
Ele me olhou com o intuito de me negar, mas alguma coisa o fez mudar de idéia... Quando eu a vi ligada aos aparelhos apenas caminhei em silencio ate ela enquanto as lágrimas escorriam por meu rosto e a olhei... Ela parecia tão serena. Fiquei ali parado a olhando por horas...
-Volta para mim! Eu pedi enquanto acariciava seu rosto. – Não me deixe aqui sozinho...
Ela não me respondeu e talvez nunca mais me responderia. Queria poder apenas mais uma vez poder olhar em seus olhos... Queria apenas mais uma vez dizer o quanto a amo... Nunca era o suficiente...
Enquanto os dias passavas eu tentava imaginar que ela estava apenas dormindo e que logo ela acordaria com aquele sorriso que tanto amava... A única coisa que me confortava naquele momento era vê-la respirando... Ela ainda estava viva e isso me deixava com esperança que ela pudesse acorda.
- Volta para mim Minha vida! Era o que eu pedia todos os dias enquanto passava horas apenas a olhando.
O medico Reuniu uma equipe medica para avaliarem o estado de Paulina e do bebê... E mais uma vez me colocaram para fora da sala. A angustia estava me consumindo aos poucos.
- Senhor Bracho Precisamos de sua autorização para fazer uma cesárea! O medico me disse me olhando muito seriamente. – A Vida do seu filho depende disso.
- E o que Vai acontecer com minha esposa? Eu perguntei por pergunta no fundo eu já sabia a resposta.
- Eu não tenho como saber senhor... Ela esta muito mal e o bebê não pode esperar mais para nascer... Temos que arrisca se quisermos salva-lo.
Eu o olhei em silencio por um momento e apenas assenti com a cabeça... Mas antes do medico me virar às costas mais uma vez eu o chamei.
- Posso acompanhar ela?
- Não creio que seja uma boa idéia senhor... Acho melhor esperar aqui! Ele me disse me olhando.
- Eu prometi a ela... Prometi que ficaria a seu lado! Eu disse não me importando com as lágrimas que voltavam a embaçar minha visão novamente.
- Esta bem senhor! Ele cedeu.
Uma enfermeira me levou ate uma sala onde coloquei uma roupa especial e tive que esperar por um tempo em uma sala ate que terminasse de prepará-la para a cirurgia. Quando eu entrei todos me olharam, mas eu não olhei para ninguém eu estava focado nela... e Caminhei devagar ate ela e segurei sua mão... O nó em garganta estava tão apertado que chegava a doer.
- Eu estou aqui meu amor! Sussurrei em seu ouvido.
Eu podia sentir o movimento das pessoas ao meu redor... O cheiro de álcool, remédio, sangue... Mas meu mundo tinha se estreitado a ela... Eu apenas a olhava. Enquanto acariciava seu rosto pálido... E a única coisa que conseguia presta a atenção era no bip do monitor dos batimentos cardíacos... Aquele som me confortava tanto... Mas um som novo me chamou a atenção. Um choro fraco. Mas ainda sim um choro... E quando olhei o medico erguendo meu filho e o entregando para a enfermeira fiquei fascinado...
Enquanto os médicos continuavam a cuidar de Paulina e do bebê eu não podia deixar de sorrir.
- Ele nasceu Paulina... Nosso Filho Nasceu! Eu disse a olhando.
E meu coração quase parou quando ela abriu os olhos e me olhou... Ela não disse nada apenas me olhou e um sorriso se formou em seus lábios. E o Bip começou a acelerar... Eu sabia... Era à hora de me despedir... Eu me aproximei sem desviar meu olhar nem por um segundo...
- Eu te Amo Paulina! Ela alargou o sorriso ainda mais e seus olhos perderam o brilho... E o Bip se foi... E ela se foi...
Eu cai sobre seu corpo agora sem aquela respiração lenta que tanto me confortava e chorei... Deixei que toda minha dor viesse... Ninguém tentou me afasta dela dessa vez.
-Eu te Amo, Eu te amo, eu te amo... Era a única coisa que conseguia pronuncia enquanto permanecia abraçado a seu corpo.
As lágrimas pareciam não ter fim. Como a dor que eu senti acho que nunca deixaria de senti-la. Antes de eu sair daquela sala...
- Cuidarei do nosso Gabriel meu amor... Não se preocupe eu cuidarei dele por você! Eu Juro! Eu disse enquanto acariciava seu rosto.
Ainda conseguia ver o vestígio do ultimo sorriso dela em seu rosto...
==== Dias Depois ====
Os dias passaram, mas a dor não diminuiu e as lembranças dos momentos felizes que tivemos estavam mais vivas em minha mente... Nosso bebê ainda teve que ficar no hospital eu ainda não o tinha visto não tive coragem.
- Esta na Hora de cumprir minha promeça a você meu amor! Eu disse enquanto olhava o retrato de Paulina na cabeceira da minha cama.
Hoje eu iria busca meu Filho no hospital. Hoje ele voltaria para a casa... Eu só agora prepararia tudo para recebê-lo. Não tive nem cabeça para fazer um enxoval... Mas sei que Paulina iria querer e farei isso antes de ir buscá-lo no hospital.
Demorei horas para escolher cada roupinha, sapatinho, mamadeira... Vovó me ajudou com uma lista de tudo que eu precisaria para comprar ela se ofereceu para me acompanhar, mas eu recusei...
Quando cheguei no hospital muitas pessoas me reconheceram e me cumprimentaram... Tentavam me transmitir alguma força... E depois de conversar com o medico e saber que tudo estava bem ele me levou ate o berçário... Eu respirei fundo e entrei.
- Gabriel! Foi à única coisa que disse ao vê-lo...
Eu o peguei meio desajeitado e olhei para aquele rostinho...
- Ele tem os olhos da mãe! Eu disse enquanto sentia meus olhos se encher de lagrimas... Pensei que nunca mais olharia para aqueles olhos novamente.
O medico sorriu e deu uns tapinhas reconfortantes em minha costas... Depois de algumas recomendações segui com o bebê para casa. Não conseguia parar de olhar para ele...
No inicio foi um desafio cuidar de um bebê recém nascido sem a mãe e por diversas noites chorei com ele em meus braços imaginando como seria nos três juntos... Às vezes eu passava noites contando ao bebê como era sua mãe... Ele não entendia, mas quando estivesse grande o suficiente entenderia.
===== Alguns anos depois =====
Vovó Piedade Morreu em uma tarde chuvosa trazendo ainda mais desespero para meu coração já Machucado pela perda da minha Paulina... Mas meu Filho me mantinha em pé. E apenas por ele eu tentava ser feliz e assim fazê-lo feliz também... Tentava suprir a falta que ele sentia da mãe... A Cada dia Gabriel mais se parece com a Paulina... E não só nos olhos que são verdes iguais ao da mãe, mas na doçura, na personalidade...
- Eu queria ter conhecido a mamãe! Ele me disse uma vez enquanto eu o colocava na cama.
- Ela esta sempre do nosso lado Gabriel... Sabe, ela prometeu que seria nosso anjo da guarda! Eu disse em tom de confidencia e ele sorriu mais ainda. – Ela te amava muito Filho!
- Eu amo a mamãe! Disse me olhando. – E amo você também Papai!
E ele correu pulando em meus braços e me abraçou apertado... Sentir aquelas mãozinhas me abraçando era tão reconfortante.
Oito anos se passaram e o Gabriel estava grande... Tinha os Cabelos Castanhos como os da mãe e era tão parecido com ela... Eu ficava horas o olhando. Ela tinha razão... Sempre teve. Gabriel era um Milagre não sei o que teria sido de mim sem ele...
Minhas lágrimas secaram, mas a dor de perdê-la continuava lá... O que me mantinha vivo era minha promessa de cuidar do nosso filho.
===== 40 Anos depois ====
Eu estou morrendo... Não sinto dor ou medo. Acho que cumpri com minha promessa de criar o Gabriel da melhor forma possível ele se tornou um homem responsável. Tornou-se advogado formou uma família linda. E seu terceiro filho esta a caminho... Não terei tempo para conhecê-lo.
- Não fique triste Gabriel... Eu vou me encontrar com sua mãe! Eu disse com os olhos marejados o olhando.
- Sim, Papai... Logo vocês estarão juntos novamente! Ele me disse com lagrimas nos olhos.
Acho que depois de me fraga tantas vezes chorando por sua mãe, relembrando dos momentos que passamos juntos era reconfortante para ele Acreditar que finalmente eu poderia encontrá-la do outro lado.
Ficamos em silencio por um tempo apenas nos olhando... Depois da morte da vovó Piedade eu e Gabriel ficamos mais unidos do que já éramos...
-Gabriel... Eu te amo Filho. você foi à melhor coisa que me aconteceu... Você me manteve Vivo! Disse a ele e ele sorriu e me abraçou.
-Eu Também Te amo pai! Ele me disse não conseguindo conter as lágrimas.
Depois dessa Rápida conversa... O telefone dele tocou e ele se afastou para atendê-lo. Sentia que minha hora estava próxima e não queria que ele estivesse perto. A única coisa que conseguia pensar era em Paulina... Era em poder vê-la Novamente. Em poder esta o seu lado depois de tantos anos de saudades.
-Paulina! O nome dela escapou de minha boca quando senti seu perfume... E lá estava ela. parada sorrindo para mim... Estava tão linda, Tão Radiante. Não sabia se era real ou uma alucinação, mas eu a segui sem medo.
-PAI? Pude escutar Gabriel me Chamando. Pude sentir a tristeza em sua voz... Não queria ter de me separar do filho que tanto amava, mas Paulina estava me esperando.
- Por Favor, Pai... Não se vá! Ele me pedia enquanto segurava minha mão com força. Eu ainda podia sentir seu aperto em minha mão. – Eu ainda preciso de você!
Doía-me ter de deixá-lo. Mas agora meu tempo ao lado dele estava acabando...
Eu o escutei... podia sentir a dor, o desespero em sua voz mas aos poucos sua voz ia sumindo. Ele teria de ser forte. Seguiria em frente porque era sangue do meu sangue... O meu tempo a seu lado tinha terminado. E antes que meu tempo a seu lado terminasse eu olhei para ele uma ultima vez. Aqueles olhos...
- Senti tanta sua Falta meu amor! Disse finalmente a abraçando.
-Eu também... Carlos Daniel! Ela me disse me abraçando de volta.
E ficamos nos dois ali Parados de mãos dadas olhando nosso filho. E os meses que passamos naquele hospital enquanto ela estava doente agora era como se fosse apenas um pesadelo em que estive preso. A dor, a saudades... Se foram junto com os ultimos batimentos do meu coração... Gabriel estava sofrendo e nada podíamos fazer. Mas sabíamos que ele iria superar esse momento. É só o tempo diminuiria a dor, mas a saudade a cada dia cresceria mais em seu coração. Mas como todos, ele conseguiria Seguir em frente...
Apenas uma coisa tinhamos certeza. Eu e sua mãe estariamos o esperando do outro lado...
“A Morte é Só o principio. Coisa Maiores nos esperam em algum lugar... a dor diminui. Mas, a saudades aumenta a cada dia longe da pessoa amada... Demonstre seu amor enquanto ainda tem tempo...”
Fim!
Autor(a): Tamy
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