Fanfics Brasil - 16 Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy

Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 16

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- Não. - Christopher respondeu rapidamente para dissipar o ar esperançoso que lhe surgia no rosto. - Não é que você não esteja apta de algum modo a fazer a viagem - apressou-se a acrescentar. - O problema é comigo e com minha tripulação. O Cisne é um navio de carga, repleto de trabalhadores. Jamais poderíamos estar à altura dos padrões de uma dama de classe como você.

Ela contraiu o semblante de leve e baixou o olhar. Submissa, derrotada. Christopher sentiu-se como se tivesse afogado um animalzinho, e tal sensação deixou-o zangado.

- Achei que me deixaria julgar isso por mim mesma - respondeu Dulce timidamente.

Ele fez um gesto amplo ao longo do esplêndido jardim e em direção à mansão.

- Nada no Cisne de Prata pode se comparar a isto. Não pode trocar o paraíso por meses confinada a espaços apertados na companhia de rudes marujos.

- Posso, sim, se você me permitir.

Que mulher exasperante e complexa era aquela! Christopher andou de lá para cá sob o coberto, tentando controlar sua impaciência.

- Senhorita parece achar que o seu serviço como tradutora e intérprete é tudo o que será requerido de você durante essa viagem. Rivera, nosso antigo tradutor, também era um hábil navegador.

- Usando instrumentos ou observações astronômicas?

- Ambos.

- Ótimo. Também conheço ambos os sistemas. Estudei o Bowditch e fiz cursos de trigonometria esférica. - A timidez dela dissipou-se enquanto falava.

Um assobio baixo ecoou dos lábios de Dino, que se achava no gramado perto do coberto.

- Não uso Bowditch - respondeu Christopher, esforçando-se para ocultar a sua surpresa.

- Não é necessário. A posição pode ser determinada sem seu uso - concordou ela.

Na verdade, as fórmulas da trigonometria eram um mistério para Christopher, mas não estava disposto a admitir algo assim àquela mulher tão culta.

- Então, você entende alguma coisa sobre navegação. Mas isso não a qualifica para essa jornada.

- Eu diria que entendo mais do que “alguma coisa”.

Dulce ergueu o queixo em desafio. Desafio. Christopher imaginou-a em seu navio, desafiando suas ordens.

- Qual a posição adequada para a verga real?

- Trinta e seis graus a bombordo, até que se chegue ao equador. Então, muda para estibordo.

- Conhece outros nomes de vergas?

- Sim, há a verga de sinais, de pendão, redonda, seca, entre outras.

Ele desviou o rosto para esconder a surpresa.

- Saberia me explicar para que serve cada uma delas, suponho?

- Claro. A de sinais é uma pequena verga que aguenta adriças para...

- Está bem, já estou vendo que sabe isso. E o que são adriças?

- São cabos utilizados para içar determinadas vergas e velas.

Christopher recusou-se a olhar para Dino, sabendo que o encontraria sorrindo de orelha a orelha.

- Admito, srta. Savinon, que você me surpreende e impressiona com o seu conhecimento. Mas para se entender os pontos mais intrincados da navegação é necessário...

- Pelos céus, Christopher, é você mesmo? - indagou uma voz da varanda envidraçada.

Dulce soltou um suspiro um tanto trêmulo. Christopher protegeu os olhos do sol com a mão enquanto um grupo de pessoas vestidas de branco adiantava-se em sua direção.

Reconheceu os homens de seus tempos de Harvard:

Thomas Savinon, famoso por sua habilidade no tênis e infame por seu estômago fenomenal, capaz de conter vastas quantidades de bebida. Seu irmão, Peter, de uma beleza tão extraordinária que chegara a irritar, fora bastante estudioso e benquisto por todos. Achavam-se ali também Neville, um sujeito tolo, dado a intrigas e maledicência e Manuel Velasco, cuja única qualidade memorável era a fortuna de sua família. E, finalmente, Alfonso Herrera, o filho e herdeiro de Arthur. Era agraciado com uma beleza de deus grego e uma cabeça assustadoramente oca.

O grupo se aproximou numa onda de sorrisos e apresentações, e Christopher cumprimentou as damas, Angelique e a irmã de Dulce, Anahí, que o fazia lembrar de um manequim na loja de uma modista.

- Que prazer revê-lo, Christopher - declarou Thomas em seu tom descontraído e confiante de um universitário de longa data. - Você causou um alvoroço e tanto quando deixou Harvard.

- As pessoas em Harvard ficam alvoroçadas facilmente. - Christopher fez um gesto na direção de Dino. - Gostaria de lhes apresentar meu sócio, o Sr. Dino.

O grupo apenas olhou para ele. Enfim, Neville deu um passo à frente, fazendo uma mesura.

- O prazer é nosso - gritou, pronunciando cada palavra devagar. - Tenho certeza.

Dino abriu um largo sorriso.

- Eu sou africano, senhor. Não surdo.

Os risos que ecoaram pelo grupo foram um tanto tensos, mas Thomas conseguiu desviar a atenção de Dino para Dulce. Estava sentada feito uma estátua, o rosto pálido, os olhos baixos. A vivacidade que a dominara minutos antes enquanto estivera falando sobre seus conhecimentos dissipara-se por completo.

- Os meus olhos me enganam? - perguntou Thomas, com um riso. - Ou é mesmo verdade? Encontramos minha irmã realmente conversando com um cavalheiro em vez de estar com o nariz metido num livro?

Os demais riram. Dulce conseguiu forçar um sorriso tenso, desconfortável.

- Oh, pare - protestou Anahí graciosamente, sacudindo um leque de renda branca. - Não vê que está deixando a pobre Dul constrangida?

Dulce respondeu espirrando violentamente de encontro ao lenço.

- Saúde - murmurou Poncho automaticamente.

Ela lançou-lhe um sorriso trêmulo, tímido e curiosamente doce. A julgar por sua expressão, Poncho não fazia ideia do que ficava de imediato evidente para qualquer um com um mínimo de inteligência, a pobre garota estava apaixonada por ele.



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Autor(a): chrisdul

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Ela lançou-lhe um sorriso trêmulo, tímido e curiosamente doce. A julgar por sua expressão, Poncho não fazia ideia do que ficava de imediato evidente para qualquer um com um mínimo de inteligência, a pobre garota estava apaixonada por ele. - Como foi o jogo de croqué? - perguntou ela, num tom gentil, a voz tremendo um pou ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41

    Meu deuses cadê vc posta +

  • lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06

    Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!

  • mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42

    Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!

  • samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26

    Oi, posta mais :)

  • lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42

    POSTA MAIS!!! PLEASE...

  • taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57

    Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/

  • taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52

    QUERO POSTS...

  • lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39

    Por favor continua a web!!!! *---*

  • a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47

    Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.

  • vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36

    Por favor posta maaais estou amando a web *---*


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