Fanfics Brasil - 2 Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy

Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 2

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A tentação em escapulir por ali foi grande demais.

No escritório escuro, talvez pudesse se recompor e deixar as convenções de lado, metendo a mão sob o espartilho para aplacar a coceira que a torturava.

Caminhou até a entrada do salão de baile e parou sob o grande arco de madeira entalhada. Estava quase lá. Tinha apenas que ultrapassar o vestíbulo e seguir pelo corredor. Ninguém sentiria sua falta.

Decidida a escapulir, contornou um grupo de estudantes de Harvard, amigos de seus irmãos. Passou depressa por alguns colegas de seu pai, do Clube Somerset, e tinha quase conseguido ultrapassar um grupo de debutantes sorridentes. Adiantando-se pelo vestíbulo cheio de gente, teve quase que se espremer de encontro a um espelho de parede e um gracioso vaso de folhagens a um canto.

Bastava um passo e, depois, outro. Invisível. Era como se fosse invisível; podia voar como um pássaro, deslizar feito uma serpente. Imaginou-se graciosa, os pés leves, não causando mais agitação do que uma brisa enquanto aparecia no nada, mergulhava na liberdade...

Absorta em uma de suas fantasias, esqueceu-se do laço atrás do vestido preto, que se projetava feito a cauda de um pato, adornado por fitas esvoaçantes.

Ouvindo um ruído estranho, virou-se a tempo de ver uma das fitas compridas enroscando-se no suporte de ferro do vaso. O tempo pareceu ficar lento, e ela viu toda a cena como se fosse através de uma cortina de água. Inclinou-se, a fim de apanhar a fita, mas com um segundo de atraso. Ficou esticada, fazendo a grande planta virar.

O vaso de alabastro espatifou-se no chão de mármore.

O movimento brusco e a explosão do vaso espatifando-se no chão fez com que as pessoas à volta se imobilizassem no lugar exatamente por três segundos. Então, todos os olhares viraram-se para Dulce. Os alunos de Harvard. As amigas de sua mãe. Homens de negócios e damas da sociedade. Acuada pelos olhares de estupefação, ela permaneceu imóvel, assustada, feito um prisioneiro diante de um pelotão de fuzilamento.

- Oh, Dul. - Como de costume, sua irmã mais velha, Maite, assumiu o controle da situação. - Que catástrofe! E bem no meio da festa de Anahí. Venha, deixe-me ajudá-la a se desenroscar dai. - Um instante depois, uma criada apareceu com pá e vassoura. Logo em seguida, o quarteto começou a tocar novamente.

O incidente durou apenas alguns momentos, mas, para Dulce, arrastou-se por uma eternidade tão longa quanto sua condição de solteira. Naquele meio tempo, ficou ciente dos mesmos murmúrios de reprovação e dos risinhos divertidos que haviam povoado toda a sua dolorosa adolescência. Céus, tinha que sair dali!

Mas como uma pessoa escapava de sua própria vida?

- Obrigada, Mai - disse apropriadamente. - Como fui desajeitada.

A irmã não negou, mas com gestos rápidos libertou-lhe a fita do laço e abriu-lhe um sorriso.

- Nenhum mal foi feito. Será preciso mais do que um vaso de planta derrubado para estragar a noite. Está tudo bem.

Ela falava a sério, percebeu Dulce sem rancor. Maite, a mais velha dos irmãos Savinon, era tão loira e delicada quanto a Vênus de Botticelli. Casara-se com o mais rico proprietário de moinhos em Frammgham, mudara-se para um palacete de tijolos e mármore nas colinas verdejantes e ano sim, ano não, na primavera, como uma valiosa reprodutora puro-sangue, dava à luz um bebê branco e rosado perfeito.

Dulce obrigou-se a retribuir o sorriso da irmã. Que dupla peculiar deviam fazer, pensou. Maite, que tinha a linda aparência de uma boneca de porcelana e ela, o patinho feio da família.

Seu momento de vexame encerrado, Dulce, enfim, escapou para o escritório do pai. Era o escritório clássico de um proeminente comerciante de Boston, decorado com mobília elegantemente entalhada, livros com luxuosas encadernações em couro e um generoso suprimento de bebidas e tabaco. Inalando-os cheiros familiares com alívio, soltou um longo suspiro e fechou os olhos, recostando-se numa parede.

- Céus, menina, você parece um tanto agitada - disse uma voz familiar. - Alguma coisa aborreceu você?

Ela abriu os olhos e notou um cavalheiro sentado numa poltrona de couro, uma caixa de rapé numa mão e um copo de ponche na outra.



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Autor(a): chrisdul

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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- Sr. Herrera! - disse surpresa. - Como vai? Ela imaginou poder ouvir as juntas do Sr. Herrera estalando com reumatismo enquanto ele se levantava e lhe fazia uma breve mesura, mas seu sorriso, emoldurado por suíças grisalhas, irradiava calor. - Estou bem, Srta. Savinon. - O cavalheiro tornou a afundar pesadamente na poltrona. - Muito bem, na verdade. E voc&ec ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41

    Meu deuses cadê vc posta +

  • lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06

    Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!

  • mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42

    Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!

  • samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26

    Oi, posta mais :)

  • lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42

    POSTA MAIS!!! PLEASE...

  • taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57

    Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/

  • taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52

    QUERO POSTS...

  • lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39

    Por favor continua a web!!!! *---*

  • a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47

    Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.

  • vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36

    Por favor posta maaais estou amando a web *---*


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