Fanfics Brasil - 23 Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy

Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 23

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PARTE II


- Vocês não me entendem - disse o patinho. - Acho melhor eu sair para a vastidão do mundo.

- Você acha que isto aqui é o mundo todo? - perguntou a mãe pata. - Ora, o mundo se estende por aí afora, para além do outro lado do jardim e até o campo do pároco, se bem que lá é ainda mais longe de onde já estive.

- Diga lá, companheiro - falaram os gansos selvagens ao patinho - é tão feio que acabamos gostando de você. Venha conosco e se torne um pássaro de travessia.



Hans Christian Andersen
O Patinho Feio (1843)


Capitulo VI – Pássaro de Travessia



Eu vi velhos navios navegando como cisnes adormecidos.

Herman James Elroy Flecker
Os Velhos Navios


Tudo estava em ordem, desde o baú de viagem perfeitamente arrumado até o chapéu cinza que Thankful atara com um laço preciso abaixo do queixo de Dulce. A superfície negra e polida do baú de viagem reluzia sob o sol da manhã. Ela tinha um bolso interno e removível na saia preta repleto de cédulas de dinheiro, além de moedas de ouro e prata na moeda comum dos altos-mares: libras esterlinas.

Carregadores, estivadores, ajudantes portuários e passageiros apinhavam-se nas docas, pois pelo menos nove navios partiriam do porto de Boston naquele dia. Eventuais curiosos paravam para observar o clã Savinon e as expressões em cada rosto denunciavam seus pensamentos. Avaliavam a dignidade grisalha dos pais, a beleza dourada de irmãos e irmãs e, então, descartavam Dulce como sendo uma parenta pobre qualquer.

Ela manteve a cabeça erguida e esforçou-se para ignorar os olhares. Logo teria partido dali, teria ido para um lugar que podia apenas imaginar, um lugar que ela e tia Elizabeth tinham desvendado em suas noites acolhedoras de leitura diante da lareira em Saltem. Seu único lamento era o de que Poncho não tivesse aparecido para se despedir.

Finalmente, Dulce viu o navio o esplêndido Cisne de Prata. A grande embarcação ainda estava recebendo a nova carga, que era levada para seu interior com notável rapidez. A visão do navio e o fato de saber que o vento estava soprando na direção certa para a partida enchiam-na de entusiasmo.

Quase explodia em expectativa. Não havia chance de aquilo acontecer, porém. Thankful fora meticulosa quando lhe amarrara o espartilho. As barbatanas comprimiam-lhe o peito impiedosamente. Dulce perguntou-se como, a bordo do navio, iria se vestir sozinha a cada dia, mas não ousou anunciar seus temores em voz alta. Não queria dizer nem fazer nada que levasse sua família a hesitar em deixá-la ir.

Talvez pudesse simplesmente dormir com seu espartilho. O som longo de um apito cortou o ar.

- Tenho que subir a bordo – disse Dulce.

- Sim. - Pigarreando, seu pai virou-se para o carregador que havia levado o grande baú com suas coisas. - Você tem tudo o que precisa, uma porção de livros. Não se esqueça de ler o de Emerson e me enviar sua opinião a respeito.

- É claro, papai. No manifesto do navio, estou descrita como membro ocioso da tripulação, para a minha vergonha. Assim, imagino que terei tempo de sobra para ler.

- Ser um membro ocioso significa simplesmente que você não entrará nos turnos das tarefas a bordo - explicou Peter, pegando-lhe a mão e apertando-a na sua. - E deve se sentir grata por isso. O trabalho neste navio mercante já parece árduo demais até para um marujo comum.

- Não há nada de comum em nossa Dul - declarou Thomas.

- Comporte-se em Harvard - disse Dulce ao irmão.

- O quê? E arruinar a minha reputação?

- Oh, Dul. - Anahí abraçou-a. - E pensar que, quando você voltar, eu já estarei casada!

- Eu lhe trarei um presente de casamento especial. Algo tremendamente exótico, creio eu. Um papagaio numa gaiola? Uma muda de mangueira?

Maite segurava seu bebê, enquanto as duas outras crianças pequenas agarravam-se às suas saias.

- Dul, que aventura. Nunca pensei que, entre todos nós, você seria aquela que navegaria para terras distantes.

Finalmente, Dulce viu-se de frente para a mãe, e um turbilhão de lembranças e emoções dominou-a. A mãe a amava, daquilo não tinha dúvida; ainda assim, era assombrada pela persistente sensação de que era um grande desapontamento para aquela mulher digna e bonita. De que nada do que pudesse fazer iria agradá-la plenamente.

Exceto talvez desaparecer.

- Eu escreverei, mãe - prometeu com seu senso de dever.

- E eu também. Quero que me conte sobre tudo que acontecer com você. Tudo. - Para a estupefação de Dulce, Sophia violou a dignidade do momento sucumbindo, ainda que brevemente, aos soluços.

O pai despertou de algum pensamento de repente, como se alguém tivesse estalado os dedos diante de seu rosto. Numa questão de segundos, os três homens entregavam lenços a Anahí. Com a mesma rapidez, ela já estava enxugando os olhos e ajeitava desnecessariamente as fitas do chapéu de Dulce.

- Eu gostaria que você tivesse concordado em levar Thankful junto - disse-lhe, sem fazer nenhuma menção ao breve acesso de lágrimas. - Lembre-se de usar sempre um chapéu e de não se expor demais ao sol e ao vento. Sabe como podem ser prejudiciais à saúde e à aparência de uma pessoa.

- Sim, mãe. Adeus. Adeus a todos. - Apesar de ansiosa para partir, Dulce tinha um nó na garganta enquanto abraçava a todos e aceitava beijos afetuosos do pequeno sobrinho e sobrinha. Então, virou-se na direção do navio.

Os estivadores subiam e desciam por pranchas de madeira com caixas e barris nos ombros. Dino e alguns dos homens da tripulação estavam presentes, gritando ordens. Deduziu que o homem de rosto magro e tristonho, usando o apito, era Ralph Izard, o primeiro imediato, e reconheceu Timothy Datty, o garoto que tanto tentara impedir que ela humilhasse a si mesma.

Ele logo aprenderia quanto aquilo era inútil.

Dulce virou-se para olhar para a família uma última vez, usando o dedo indicador para baixar os óculos e poder enxergar acima das malditas lentes. Envolto pelo brilho do sol matinal, o clã Savinon permanecia no cais como se estivesse posando para um retrato. Maite segurava o bebê nos braços, enquanto as duas crianças mais velhas acenavam docemente. Anahí e Sophia estavam de braços dados, enquanto os homens formavam um pano de fundo alto para as damas e crianças graciosamente vestidas. Se houvesse um pintor vivo capaz de retratar tão magnífica beleza, ele ainda não o fizera. E deveria, sem dúvida. Aquela era a família mais perfeita que já existira.

Especialmente agora, pensou Dulce, com um quê de amargura.

Ergueu a mão para um último aceno de despedida. E, então, virou-se, mantendo o queixo erguido e o olhar para o céu, enquanto embarcava no Cisne de Prata.



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Autor(a): chrisdul

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Sabia que não deveria esperar nenhum tipo civilizado de boas-vindas ali. Aquele era um navio de carga, seu único propósito era fazer dinheiro. No convés principal, havia grande movimentação de marujos, carregadores, oficiais da alfândega e agentes. Que fantástico era tudo aquilo para ela, a carga que era conduzida ao int ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41

    Meu deuses cadê vc posta +

  • lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06

    Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!

  • mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42

    Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!

  • samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26

    Oi, posta mais :)

  • lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42

    POSTA MAIS!!! PLEASE...

  • taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57

    Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/

  • taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52

    QUERO POSTS...

  • lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39

    Por favor continua a web!!!! *---*

  • a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47

    Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.

  • vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36

    Por favor posta maaais estou amando a web *---*


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