Fanfics Brasil - 3 Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy

Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 3

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- Sr. Herrera! - disse surpresa. - Como vai?

Ela imaginou poder ouvir as juntas do Sr. Herrera estalando com reumatismo enquanto ele se levantava e lhe fazia uma breve mesura, mas seu sorriso, emoldurado por suíças grisalhas, irradiava calor.

- Estou bem, Srta. Savinon. - O cavalheiro tornou a afundar pesadamente na poltrona. - Muito bem, na verdade. E você?

Ainda estou perdidamente apaixonada pelo seu filho.

Horrorizada com o pensamento, Dulce tratou de conter as palavras. Uma gafe por hora devia ser o bastante, até mesmo para alguém como ela.

- Acho que cometi um assassinato - Fez um gesto na direção da porta aberta, indicando as folhagens carregadas do vestíbulo em meio aos cacos de alabastro. - Estou bem, obrigada, embora o clima do outono tenha me causado um resfriado. O seu navio já chegou? - Dulce sabia que a maior embarcação do Sr. Herrera era aguardada e que estava ansioso a respeito.

Ele sorveu um pouco de ponche antes de responder.

- Chegou, sim. Ancorou no porto nesta noite, e a carga será descarregada amanhã. Bateu recordes, meu navio. - Baixou a voz para um sussurro de cumplicidade ao acrescentar - O Cisne de Prata obteve um lucro de noventa mil dólares em cento e noventa dias.

Dulce arregalou os olhos, realmente impressionada, assuntos de negócios interessavam-na.

- Puxa, é uma façanha e tanto.

- De fato. Tenho que agradecer ao novo capitão.

Dulce gostava de Arthur Herrera porque ele a tratava mais como uma colega de negócios do que como uma jovem ou não tão jovem dama. Gostava dele também porque era o pai de Alfonso Herrera, o homem mais perfeito que já nascera. E nenhuma daquelas coisas admitiria nem sob tortura.

- Um novo capitão? - perguntou, polida.

- É um intrépido sulista. Um cavalheiro da Virgínia, chamado Christopher Uckermann. Possuía credenciais de navegação tão impressionantes que o contratei no ato. Pareceu-me um homem de fibra.

Ela sorriu, imaginando um velho capitão de navio. Apenas um homem calmo e conservador como Arthur chamaria um empregado seu de intrépido.

Ele tirou um lenço do bolso e esfregou a caixa de rapé até que reluzisse. Era pintada com o emblema náutico dos Herrera: um cisne prateado sobre um fundo azul.

- Ele ainda está a bordo do Cisne nesta noite, acertando o pagamento dos marujos. Espero receber um novo plano de navegação dele antes do final da semana. A próxima viagem será para o Rio de Janeiro.

- Meus parabéns - disse-lhe Dulce, com um sorriso. - Teve um êxito maravilhoso.

Arthur Herrera ficou radiante.

- Tive, não foi? - Ergueu seu copo num brinde. - A você, Dulce. Obrigado por fazer companhia a um velho maçante. E ao meu veloz e novo capitão, Sr. Uckermann.

Mal teve tempo de sorver um gole quando um lacaio entrou e lhe entregou discretamente um bilhete. Arthur desculpou-se e deixou o escritório, resmungando sobre um negócio que não podia funcionar sem ele.

Hermione permaneceu ali, desfrutando sua solidão e refletindo sobre as notícias do Sr. Herrera. Christopher Uckermann. Um intrépido cavalheiro da Virgínia. Ela não era nem um pouco intrépida, embora às vezes quisesse ser.

Usou o momento de privacidade para ajeitar o espartilho, desejando conhecer um nome feio ou dois para descrever aquele verdadeiro instrumento de tortura feito de barbatanas de baleia. Seguindo um impulso, apanhou da mesa um abridor de cartas em formato de adaga. Incapaz de resistir, meteu-o pelo decote do vestido para aliviar a coceira na pele.

Enquanto amenizava o desconforto, aconteceu de olhar para o espelho oval pendurado atrás da mesa do pai.

Espiando por sobre as grossas lentes dos óculos, viu-se exatamente como era. Os seus cabelos eram da cor vermelha. Seus olhos eram desprovidos do límpido e intenso mel tão valorizado por seus pais e evidente em seus irmãos. Não tinha nada do encanto e da beleza que seus irmãos e irmãs possuíam em tanta abundância. Em vez daquilo, tinha uma expressão taciturna no rosto, e o nariz estava vermelho por causa do resfriado.

Não era à toa que os bons cidadãos de Boston a chamavam de ovelha negra da família. Era ruiva enquanto os demais eram loiros, pálida enquanto os irmãos tinham a alvura de pele que estava tão em voga, alta e de ossatura larga, enquanto eles eram de constituição delicada e elegante.

O implacável espelho refletia uma criatura descontente nas roupas negras de uma matrona, coçando-se sem a menor fineza por causa de um espartilho impiedoso. Por insistência da mãe, usava os cabelos no estilo grego, que era considerado o auge da moda, um penteado em que parte dos cabelos se prendiam num coque discreto e a outra parte mantinha-se solta, com várias mechas finas cascateando graciosamente em torno do rosto e pescoço. O problema era que seus cabelos longos eram pesados e rebeldes, e as mechas que deviam cair supostamente em cachos delicados pareciam-se mais com grossas salsichas. Aos seus vinte e três anos de idade, ela era a própria imagem da juventude murchando como um figo esquecido numa prateleira. O pensamento deixou-a tão zangada e desgostosa consigo mesma que quis fazer algo desesperador.

Mas o quê? O quê? Não conseguia nem sequer pensar num meio criativo de acabar com o próprio sofrimento?


 


 


 




O que estão achando? 


Ah, e por favor me digam que tamanho de letra fica melhor pra vocês lerem


=D


 



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Autor(a): chrisdul

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Bastava, disse a si mesma, acabando de se coçar vigorosamente com o abridor de cartas. Enquanto fazia aquilo, a porta do escritório se escancarou com o vento, e uma nova onda de convidados surgiu no vestíbulo, conversando animadamente. Tarde demais deu-se conta de que eles podiam ver o interior do escritório. Gelou, o abridor de cartas ainda meti ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41

    Meu deuses cadê vc posta +

  • lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06

    Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!

  • mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42

    Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!

  • samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26

    Oi, posta mais :)

  • lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42

    POSTA MAIS!!! PLEASE...

  • taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57

    Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/

  • taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52

    QUERO POSTS...

  • lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39

    Por favor continua a web!!!! *---*

  • a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47

    Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.

  • vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36

    Por favor posta maaais estou amando a web *---*


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