Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy
Capitulo VIII – Ação Impulsiva
Vocês sabem com que freqüência temos ansiado por uma viagem marítima, como a realização de todos os nossos sonhos de poesia e romance, a compreensão de nossos mais altos conceitos de existência alegre, Livre... Deixe-me assegurar-lhes, meus caros, que ir para o mar não é absolutamente o que achamos que seria.
Harnet Beecher Stowe
Memórias Ensolaradas de Terras Estrangeiras
Dulce sonhou com um bando de lobos atacando-a de todos os lados, mastigando-lhe o salto dos sapatos, reduzindo-lhe as roupas de baixo a retalhos. Desperta abruptamente de seu sono por um assobio agudo, permaneceu deitada em sua cama estreita ao amanhecer e soube que os lobos em seu sonho eram, na verdade, preocupações.
Inalou um ar tão úmido que pareceu encharcar-lhe os pulmões. Suas costas doíam depois de ter dormido encolhida num espaço apertado no escuro. O peru e o vinho da noite anterior haviam caído pesadamente em seu estômago e, quando se levantou para esvaziar seu conteúdo no vaso debaixo da cama, aquilo por si só foi algo repulsivo que suportou apenas fechando os olhos com força e recusando-se a pensar no que fazia. Ela bateu a cabeça na beirada do estrado com tanta força que viu estrelas.
Sentando-se na cama estreita, massageou a região dolorida e espiou pela pequena escotilha. Não teve dúvida de que haviam deixado o ancoradouro no porto e agora estavam detidos apenas pela âncora. Zarpariam a qualquer momento.
Na noite anterior, ela conseguira retirar o espartilho e dormira de combinação. Olhou para a peça, um espartilho que a mãe encomendara especialmente para ela, com aversão. A grande ironia do espartilho era que ele não eliminava o volume do corpo, apenas o empurrava para lugares desconfortáveis. O capitão não exagerara ao chamá-lo de couraça.
Resignada, levantou-se para colocá-lo. Uma dor aguda subiu-lhe pela perna, roubando-lhe o fôlego. Afundou de volta na cama, segurando o tornozelo esquerdo. Com cuidado, tocou o local machucado, contraindo o rosto com a dor. Devia ter torcido o pé quando caíra da escada, diretamente em cima do capitão Uckermann.
Isto não é um cruzeiro de lazer.
As palavras sarcásticas, ditas na noite anterior, ainda ecoavam em sua mente.
Céus, ela chegara realmente a pensar que seu lugar era naquele navio?
As pessoas haviam-lhe dito a vida inteira que era uma tola. Agora estava, enfim, provando que tinham razão. O que, afinal, estava fazendo num navio, vivendo entre homens de reputação duvidosa e prestes a zarpar para as águas infestadas de piratas do Atlântico sul?
Cerrando os dentes, conseguiu vencer a tribulação de se vestir, sua convicção aumentando a cada gesto. Era Dulce Maria Savinon, de Beacon Hill. Deveria estar em casa lendo um livro, ou fazendo um bordado. Não esbarrando na escassa mobília de uma cabine apertada, tentando fechar o próprio espartilho e do mar os cabelos rebeldes que lhe caíam até a cintura.
Talvez, pensou, as mãos lutando contra os cordões e os colchetes do espartilho, ainda houvesse tempo para mudar de idéia, para recuar. Se corresse, poderia descer do navio até um barco menor. Com certeza, devia haver várias embarcações pequenas indo e vindo do porto de Boston.
Sim, era a atitude certa a tomar. Enrolando o cabelo algumas vezes, prendeu-o com grampos, colocou o chapéu, os óculos e deixou a cabine depressa. Apesar das fisgadas de dor no tornozelo, obrigou-se a caminhar. Uma lufada de ar fresco do mar saudou-a no corredor. Já quase no alto da escada, pôde ver homens atarefados pelo convés, as vozes elevadas numa alegre canção.
“Todos a bordo!
Adeus aos amigos!
Este é o sinal para zarpar.
E o oceano azul atravessar.
Vamos subir a âncora.
E pensaremos naquelas garotas quando estivermos longe, bem longe,
E pensaremos naquelas garotas quando estivermos longe, bem longe.”
Christopher achava-se no convés principal, e mais uma vez Dulce ficou impressionada com a estonteante beleza máscula que emanava dele como a luz do sol. O capitão bebericava algo de uma caneca e falava com um oficial - da alfândega. Referiam-se a uma papelada em cima da mesa do navegador. Embora detestasse ter que interrompê-los, ela sabia que teria que agir depressa para voltar ao lar onde pertencia.
Lar? A casa em Beacon Hil? Quando fora que pertencera de verdade àquele lugar?
Deixou tais perguntas de lado. Apesar de se sentir quase uma intrusa na própria casa, estava ainda mais deslocada naquele navio, onde homens com cinto de corda amarrando a calça trabalhavam no convés e praguejavam mesmo quando sabiam que havia uma dama por perto.
Autor(a): chrisdul
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Capitulo VIII – Ação Impulsiva Vocês sabem com que freqüência temos ansiado por uma viagem marítima, como a realização de todos os nossos sonhos de poesia e romance, a compreensão de nossos mais altos conceitos de existência alegre, Livre... Deixe-me assegurar-lhes, meus caros, que ir para o mar nã ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 49
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carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41
Meu deuses cadê vc posta +
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lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06
Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!
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mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42
Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!
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samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26
Oi, posta mais :)
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lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42
POSTA MAIS!!! PLEASE...
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taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57
Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/
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taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52
QUERO POSTS...
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lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39
Por favor continua a web!!!! *---*
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a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47
Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.
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vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36
Por favor posta maaais estou amando a web *---*