Fanfics Brasil - 37 Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy

Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 37

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Capítulo XIV – Novas Aventuras


Oh, cama! Oh, cama! Cama deliciosa! Esse céu na terra para a cabeça cansada.

Thomas Hood
(1841)

Quando acordou no dia seguinte, Christopher ficou olhando longamente para o teto revestido de madeira no quarto espaçoso e arejado na casa da tia.

- Ainda não consigo acreditar que fiz isso - disse em voz alta, embora não houvesse ninguém ali para ouvir.

Havia tomado Dulce Savinon em seus braços. Beijara-a. No passado, ignorar as convenções fora como um estilo de vida para ele. Mas Dulce, cujo comportamento conservador era totalmente oposto ao seu, conseguira fazê-lo entender que ele não era imune à censura. Aquelas coisas que fizera poderiam causar efeitos profundos.

Que tola ideia havia se apoderado de si? Não era que lamentasse por tê-la beijado, simplesmente não tinha consciência para tanto. O que lamentava era a reação dela. Dulce ficara tão sobressaltada, mostrara-se tão vulnerável que sabia que ela corria o risco de deixar que o beijo lhe significasse demais.

Aquilo poderia ser sinal de desastre. Poderia mudar tudo entre ambos, justamente quando estavam começando a se entender melhor. Com Dulce, tinha um relacionamento que nunca julgara possível com uma mulher. Tinha uma amizade verdadeira. Havia confiança. Respeito mútuo. Prazer em interesses em comum.

Talvez ela até desistisse de fazer aqueles malditos relatórios a Arthur.

Mas ele provavelmente destruíra tudo entre ambos quando a beijara. Enquanto fossem amigos, não poderia magoá-la. Mas se ousasse invadir o coração dela, iria destruir-lhe todas as defesas, deixá-la vulnerável a uma dor que não merecia. Era uma mulher frágil demais para um conquistador feito ele.

Fechou os olhos com força, protegendo-os da forte claridade da manhã.

Havia garotas o bastante para beijar. Mas havia apenas uma Dulce.

Lembrou-se da postura rígida dela, de sua expressão chocada na noite anterior. Ficara completamente indignada. Pudera sentir-lhe o ultraje emanando de seu corpo.

Mas quando relaxara em seus braços, quando umedecera os lábios e o tocara timidamente, Christopher se esquecera de quem ela era. Esquecera-se que nascera e fora criada na elite de Beacon Hill. Esquecera-se que ela e sua gente desprezavam os sulistas. Esquecera-se de que seu coração pertencia a Alfonso  Herrera, quer o esnobe ianque a merecesse ou não.

Entre todas as pessoas, Christopher sabia o que era querer algo que não se pudesse ter. Querer do fundo do coração. Com uma paixão que fazia com que nada mais importasse. Deveria respeitar aquilo em Dulce.

Levantando-se, lavou o rosto com a água fria do conjunto de jarro e bacia em cima da cômoda, usando um sabonete de fragrância almiscarada. Para a limpeza dos dentes, usou um pó especifico que tinha o gosto de anis. Naquele meio tempo, pensou nas conversas longas e interessantes que ambos haviam partilhado. Nas provocações e gracejos. Nos momentos de quietude lendo livros. Na satisfação em fazer cálculos de navegação a bordo e descobrir que os números de ambos batiam. Aquela era a Dulce que queria de volta. Tinha que voltar ao ponto onde haviam estado antes de ele ter ultrapassado os limites, à amizade, à confiança, ao respeito.

Mas, mesmo enquanto refletia a respeito, sabia que continuaria provocando-a. Gostava de vê-la argumentando, de fazê-la rir e, com certeza, de enlouquecê-la.

Estava cansado de fingir que era um cavalheiro. Ela sabia a verdade, de qualquer modo. Sabia muito bem que ele tinha seus apetites masculinos. Nada mais de fingir, então. Nada mais de ficar de lado, enquanto Dulce sonhasse com Poncho.

Christopher estava decidido a ter seus bons momentos.


O pesadelo de Dulce começou quando ela acordou. Iniciou-se com uma criada que mal tinha um metro e meio de altura. Tagarelando feito um papagaio, adentrou no quarto e começou a lhe dar ordens com seu sotaque cadenciado:

- Meu nome é Angélica. Você pode tomar o seu café com leite enquanto eu arrumo seu cabelo. E para o passeio a cavalo de hoje, não deve usar aquele estranho vestido norte-americano. Eu lhe trouxe algo muito melhor.

- Que passeio? - Dulce conseguiu perguntar. - Eu não sei andar a cavalo.

- Não importa. Vai montar um burro manso, e ele sabe como agir. Tudo o que você tem que fazer é se sentar. Qualquer um sabe se sentar.

- Eu certamente não vou montar num burro. Ouça, eu não posso mesmo... - Dulce quase engasgou com seu café com leite. - O que, afinal, é isso?

Angélica riu, seu rosto era alegre e agradável, apesar do péssimo estado dos dentes.

- É o seu traje de montaria.

- Não vestirei uma coisa dessas. Nunca.

- Srta. Savinon, não vai insultar a sua anfitriã com uma recusa, não é?

- Receio que terei que fazê-lo.

- Receio que não poderei deixá-la.

A argumentação prosseguiu, mas a criada baixinha mostrou ser a mais forte e, por volta das oito da manhã, Dulce achava-se no pátio da frente, olhando, incerta, para um burro de ar sonolento. Sentia-se extremamente ridícula. Angélica a fizera vestir o que parecia uma estranha saia-calça que mal lhe cobria os tornozelos.

- Chamam-se bombachas - explicara a criada, abotoando-lhe uma blusa branca e folgada nas costas. - É uma calça como as que os gaúchos usam no sul do país.

Ela sentia-se quase nua. Por outro lado, sem o espartilho e as anáguas compridas, deu-se conta de um conforto como nunca sentira. Bem, pensou. Se Rose insistira para que montasse um pouco naquela manhã, não custava atendê-la.

Mas não foi Rose que saiu ao pátio para cumprimentá-la. Foi Christopher.

Depois de todos os dias partilhados a bordo, devia estar acostumada à extraordinária beleza dele, disse a si mesma, mas não estava. Usando calça de montaria escura, botas e uma camisa branca folgada, estava mais atraente do que nunca.

Ela não pôde evitar. Ficou pensando na noite anterior. Aquilo mudara tudo. Na noite anterior, Christopher a beijara com intimidade demais para que seu gesto tivesse sido tomado simplesmente como de amizade, mas também com suavidade excessiva para ser considerado um beijo de verdadeira paixão.

O arrependimento dele fora quase instantâneo, lembrou-se Dulce. Apressara-se em voltar à casa e, pelo restante da noite, tivera o cuidado de evitá-la, enquanto contara à tia história sobre suas aventuras no mar.

De algum modo, ela conseguira suportar aqueles longos momentos, permanecendo quase imóvel na poltrona, as costas eretas, meneando a cabeça quando a palavra lhe fora dirigida e alegando cansaço bem mais cedo do que deveria, tendo-se recolhido ao quarto. Teria conseguido enfrentar normalmente aquele dia se não tivesse que ver Christopher. Quanto mais tempo passasse longe dele, mais conseguiria convencer a si mesma de que o beijo fora um mero fruto de sua imaginação.

Agora, porém, tinha que fitá-lo nos olhos sob a luminosidade do dia. Todas as sensações que aquele homem lhe despertara: o ardor, o anseio, a frustração, mal haviam esfriado e, na verdade, reavivavam-se agora que tornava a vê-lo.

Ajeitou a aba de seu chapéu de palha de modo a encobrir os olhos.

- Isto foi ideia sua?

- Bom dia para você também - disse Christopher alegremente.

Era evidente que a noite anterior não o afetara nem um pouco. Voltava a ser o Christopher amistoso e nada convencional de antes.

- Não sei montar, para seu governo - avisou-o.

- Antes de ter subido a bordo do Cisne, você também não sabia navegar.

- Mas havia um propósito em navegar. Não faço ideia de qual seja o propósito montar em um burro.

- Ah, você verá. - Ele abriu-lhe um sorriso e adiantou-se até um dos animais. - Quer que eu a ajude a montar? Segurarei a cabeça dele, enquanto você sobe no dorso. - Quando apanhou as rédeas, o animal tentou mordê-lo, grandes dentes amarelados produzindo um ruído alto. Christopher afastou a mão depressa. - Esta provavelmente deve ser uma fêmea. 

- Você é muito engraçadinho.

Ele conseguiu segurar o animal, e Dulce surpreendeu a si mesma subindo facilmente na sela. O burro era pequeno e tinha pernas curtas, o que ajudara bastante, e, uma vez que montou de frente e não de lado como faziam as damas, ela compreendeu por que haviam-na feito usar a tal calça de gaúcho, ou “bombacha”, como Angélica mencionara.

Depois que ambos haviam montado, olhou para Christopher e não pôde conter o riso.

- O que foi?

- A sua postura nobre. Que figura faz. Eu deveria chamá-lo de Don Quixote.

- Você é muito engraçadinha - retrucou ele, imitando-a. - Vamos, Sancho, fiel escudeiro, a nossa busca começa.

- Nossa busca pelo quê?

- Não seja curiosa. - Ele deu um tapinha no alforje e, então, bateu com os calcanhares nos flancos do burro. O animal começou a trotar, e a montaria de Dulce seguiu-o.

Ela apreciou imensamente o passeio. Adorou ver a paisagem do alto do dorso de um animal manso. Tudo passava à volta com agradável lentidão. Percorreram trilhas pelas colinas, descendo, enfim, em direção à cidade. O sol quente era agradável em contato com a pele. O chapéu de palha protegia-lhe o rosto, mas podia sentir o calor nos braços despidos.

Ambos conversaram pouco enquanto desciam a estrada íngreme em direção ao coração do Rio. Ela não conseguia parar de pensar na maneira como ele a tocara, segurando-a como se fosse algo frágil e precioso, algo que não pudera soltar.

Lembrou-se, então, que aquele era Christopher Uckermann, que provavelmente devia ter aprendido aquele jeito sedutor de abraçar uma mulher com suas incontáveis amantes. Ele, na verdade, tinha acabado de sair dos braços de outra mulher, como se não lhe importasse a quem estivesse abraçando. Ela estava fantasiando demais sobre algo que provavelmente fora insignificante. Haviam estado juntos num jardim perfumado, tentando persuadir um animal exótico a se aproximar, e fora apenas aquilo.

- Está pensativa demais - comentou Christopher. Ele fez um gesto amplo para abranger a vista da baía de Guanabara, as águas cintilantes e as montanhas distantes. - Eu a trouxe ao paraíso e você está franzindo o cenho. No que é que está pensando para ficar tão carrancuda?

Ela sentiu o rubor tingindo-lhe as faces.

- Em nada. Este é um meio diferente de locomoção para mim, ao qual não estou acostumada.

- Bem, tente apreciar a paisagem, e o meio de locomoção não importará tanto.

Era verdade, descobriu Dulce. O Rio de Janeiro possuía um fascínio inesgotável, desde a fonte das Lavadeiras, com criadas atarefadas que tagarelavam sem parar, até a elegante Rua do Ouvidor, onde damas misteriosas e cobertas de joias passeavam em liteiras encortinadas.

Ambos visitaram o navio e observaram o descarregamento da carga. A tarefa seguinte de Christopher seria verificar a lista das mercadorias, comparando-a com a do consignatório e, então, chegar a um preço favorável.

- Voltaremos com mais dinheiro em espécie do que qualquer outro navio ao porto de Boston - declarou Christopher, satisfeito. - Cem mil libras esterlinas.

Se o tivesse ouvido de qualquer outra pessoa, Dulce teria achado que o comentário não passava de exagero.

Ambos amarraram os burros perto do início do amplo e movimentado mercado. Vendedores ofereciam seus produtos, gritando animadamente debaixo das barracas coloridas. Alguns cantavam versos ou batiam palmas para chamar a atenção. Montes de frutas, flores, peixes, tecidos e todo o tipo de mercadoria apinhavam o mercado ao ar livre.

Quando Christopher pegou sua mão, Dulce sentiu uma onda de contentamento, mas negou-a de imediato. Ele a segurara para que ambos não se separassem no meio da multidão. Nada mais.

- Vamos fazer umas compras.

- Comprar o quê? - Ela correu o olhar pelo verdadeiro banquete de cores e sons. As frutas, os vegetais, utensílios metálicos, carne salgada, sacas de feijão e arroz, gaiolas de bambu com pássaros exóticos.

- Tudo - respondeu Christopher.

Ela não pôde se conter e soltou um riso deliciado. Não importando quanto pudesse ser exasperante, Christopher tornava tudo divertido.

As horas se passaram agradavelmente enquanto caminharam pelo grande mercado. Comeram fatias de melão e abacaxi, doces como néctar. Enviaram uma saca de café para o Cisne para ser levado na viagem de volta como lembrança aos Savinon e compraram um samovar de prata como presente de casamento para Anahí. Escolheram brincos de prata para Ale e Rose, um pente de tartaruga para Fayette e uma caixa de charutos finos para Dino.

Christopher comprou algo mais do joalheiro, mas guardou a pequena caixa no bolso antes que Hermione pudesse ver o que era. Sem dúvida, um agrado para uma de suas “amigas”, pensou ela com uma ponta de ciúme.

Que calamidade aquela, descobrir que estava com ciúme das prostitutas do cais do porto.

Tratou de afastar o desagradável pensamento. Não deixaria que nada estragasse seu dia. Se tivesse que depositar suas esperanças num homem, deveria estar pensando em Poncho em vez de deixar que seus pensamentos fossem atraídos por um homem tão inadequado quanto Christopher Uckermann. Mesmo sem saber, Poncho cativara seu coração por tanto tempo. Não iria esquecê-lo por causa de um inconstante capitão do mar.

Sabia que não significava nada para Christopher. Disse a si mesma para se concentrar em seu objetivo de se tornar útil para a Companhia de Comércio Marítimo dos Herrera. Era inteligente demais para ficar vulnerável a ponto de se deixar magoar por Christopher.

Tendo deixado tudo aquilo bem claro em sua mente, adiantou-se até um teatro de marionetes de cores vibrantes. Riu das travessuras de um par de marionetes, traduzindo a ingênua história para Christopher.

- Eles são um casal que briga como cão e gato - contou ela, apontando para os bonecos. - E ambos foram a um baile de máscaras, determinados a encontrar um amor mais digno. E cada um descobre um desconhecido exótico.

A multidão ria e aplaudia enquanto os bonecos dançavam.

- Deixe-me adivinhar - disse Christopher. - Quando tiram as respectivas máscaras, ambos descobrem que tinham estado apaixonados um pelo outro o tempo todo.

- É claro.

- Exatamente como na vida real - concluiu ele, com um ligeiro riso.

Pousou a mão nas costas dela a fim de conduzi-la na direção das barracas dos vendedores. Examinaram montes de mangas e mamões. Dulce sentiu seu corpo reagindo àquele toque antes que sua mente pudesse ignorá-lo. Sentia o calor percorrendo suas veias e, quando se deu conta daquilo, já era tarde demais para se conter.

Christopher parou também diante de uma barraca que vendia máscaras.

- Não - disse ela, adivinhando-lhe a intenção.

- Sim. - Ele comprou algumas máscaras enfeitadas e um colorido xale de franjas. - Para a dama - explicou.

- Não preciso disso.

- E é exatamente por essa razão que deve tê-lo. - Christopher colocou-lhe o xale em torno dos ombros, ajeitando-o na frente e usando-o para puxá-la mais e mais para si. Ela achou que morreria de constrangimento.

Em vez daquilo, algo inesperado aconteceu. Começou a apreciar o momento. O vendedor e os companheiros riram e bateram palmas, divertidos. Dulce colocou as mãos acima da cabeça e imitou a pose de uma dançarina de flamenco. O chapéu caiu para trás, ficando preso pelas fitas. Christopher apanhou o xale e segurou-o estendido, como se fosse um toureiro, e ela avançou para ele, apanhando-lhe o tecido da mão e provocando-o.

Quando a pantomina terminou, Christopher fez uma acentuada mesura. Pegou a mão de Dulce e cumprimentou a multidão como um apresentador de um circo. Ela riu a valer, incapaz de acreditar que Dulce Savinon, de Beacon Hill, estava agindo como artista de rua no meio de um mercado brasileiro.

Estavam deixando o mercado quando um belo tilburi parou na rua, perto dos burros. Um homem elegante, de meia idade, desceu do veículo.

- Capitão Uckermann?

- A seu dispor - respondeu Christopher.

- O seu primeiro imediato me disse que eu o encontraria no mercado. Sou Maurício Ferreira.

Christopher abriu um largo sorriso.

- Meu ilustre consignatário!

- Congratulações pela sua bem-sucedida viagem.

- Congratulações por ser o primeiro a abastecer os seus armazéns com gelo - disse Christopher, piscando-lhe um olho com ar de cumplicidade. - Permita-me apresentar-lhe a Srta. Savinon.

- Encantado. - O brasileiro moreno, sorridente, pegou a mão dela e levou-a aos lábios com excessiva cortesia. - Eu gostaria de convidá-lo para se reunir a mim e a minha família para o jantar amanhã. Você e sua adorável dama.

Dulce ficou tão surpresa com o fato de o homem ter-se referido a ela daquela maneira que quase não ouviu Christopher respondendo:

- Será um prazer.

Distraída, mal se deu conta de ser conduzida até um dos burros e ajudada a subir na sela. Seria aquela a razão para todos gostarem dela? Por que Christopher demonstrava que era seu amigo?

Não soube o que a surpreendeu mais, que o Sr. Ferreira a achasse adorável, ou que tivesse presumido que era a dama de Christopher. O restante do dia passou-se num delicioso turbilhão de atividades. Voltaram sem pressa em direção à vila, parando vez ou outra para contemplarem a beleza impressionante da exótica cidade. Para todos os lugares que olhava, ela via novas maravilhas, desde o exuberante desabrochar de flores em cada ruela e jardim até as montanhas distantes com suas fachadas de granito dando para a baía de Guanabara.

- Por que estamos parando aqui? - perguntou ela. Christopher amarrou os burros a um coqueiro.

- Estamos em Ipanema - explicou. - Uma das praias mais famosas do mundo.

Realmente, era um lugar notável, desfrutado por banhistas de todos os tipos. Pais relaxavam em cadeiras de madeira protegidos por guarda-sóis gigantes, enquanto as crianças se divertiam, cavando na areia, ou borrifando água uma nas outras.

Enquanto caminhavam, ambos afundaram os pés na areia fina e branca. Christopher parou junto a um banco e a convidou a sentar-se.

- Eu prefiro caminhar pela praia.

- E é o que faremos. Mas antes... - Sem pedir permissão ou se explicar, ele se ajoelhou diante dela, pegou-lhe o tornozelo esquerdo e tirou-lhe o sapato e a meia.

Dulce teria protestado com veemência, mas estava chocada demais para proferir sequer uma palavra. Quando, enfim, encontrou a fala, tinha ambos os pés descalços.

- Por que fez isso?

Calmamente, Christopher retirou os próprios sapatos e meias.

- É difícil demais caminhar pela areia de sapatos.

- É uma indecência ficarmos descalços.

Ele colocou os calçados debaixo do banco de pedra.

- Não vai começar com isso outra vez. Não vou deixar. - Pegou-a pela mão e a fez levantar. - Vamos caminhar.

Ela deu três passos na areia quente e parou.

- Oh, céus.

- O que foi agora?

Dulce baixou o olhar para os pés despudoramente descalços que afundavam na areia fina.

- Esta é a sensação mais pecaminosa e deliciosa que já experimentei.

Ele riu. 

- Oh, Dulce. Você tem vivido enclausurada. 

Ambos continuaram a caminhada, passando pelo Pão de Açúcar. Para além do morro, encontraram um trecho deserto onde os penhascos se elevavam acima do mar e as ondas azuis cobriam boa parte da praia. Sem hesitar, Christopher conduziu-a diretamente até a beirada da água.

- Não devemos... - protestou ela. - Isto é...

- Pare de colocar tantos obstáculos - interrompeu-a ele, com excessiva paciência. - É tão cansativo quando você faz isso.

As águas espumantes avançaram gentilmente pela praia, cobrindo-lhes os tornozelos.

- A água está quente! - exclamou Dulce. - E eu estava errada.

- Sobre o quê? 

Esta é a sensação mais pecaminosa e deliciosa que já experimentei.

- Não - discordou Christopher, puxando-a para si, estreitando-a junto a seu corpo, de maneira que ela pôde-lhe sentir o contato das coxas fortes contra as suas, o peito sólido junto a seus seios. - Você é.



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Autor(a): chrisdul

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41

    Meu deuses cadê vc posta +

  • lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06

    Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!

  • mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42

    Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!

  • samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26

    Oi, posta mais :)

  • lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42

    POSTA MAIS!!! PLEASE...

  • taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57

    Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/

  • taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52

    QUERO POSTS...

  • lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39

    Por favor continua a web!!!! *---*

  • a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47

    Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.

  • vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36

    Por favor posta maaais estou amando a web *---*


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