Fanfics Brasil - 4 Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy

Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: 4

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Bastava, disse a si mesma, acabando de se coçar vigorosamente com o abridor de cartas. Enquanto fazia aquilo, a porta do escritório se escancarou com o vento, e uma nova onda de convidados surgiu no vestíbulo, conversando animadamente.

Tarde demais deu-se conta de que eles podiam ver o interior do escritório. Gelou, o abridor de cartas ainda metido no decote do vestido. Risos altos e masculinos ecoaram do vestíbulo.

- Pelos céus, Dul - disse-lhe o irmão, Thomas, parado em meio a um grupo de amigos de Harvard. - Essa é a sua imitação de Julieta?

Mortificada demais para falar, ela conseguiu retirar o abridor de cartas do decote. Deixou-o cair com um baque surdo sobre o tapete. Tomados por um acesso de riso coletivo, Thomas e os amigos seguiram para o salão de baile.

Dulce olhou fixamente para o abridor de cartas em formato de adaga que jazia no chão. Queria morrer. Queria realmente morrer. Mas, então, ela o viu... a única pessoa capaz de tirá-la de sua profunda melancolia.

Alfonso Herrera.

Com passadas longas e elegantes, ele seguiu o grupo de Thomas até o salão de baile, passando pela ampla entrada em arco e adiantando-se até uma das mesas para se servir de ponche. Imediatamente, várias damas em vestidos de tons claros conseguiram se aproximar dele com toda a naturalidade. Rezando para que sua mais recente gafe não tivesse sido notada por Poncho, Dulce voltou ao salão de baile.

Alfonso Herrera. O nome era como música ecoando por sua mente. A imagem dele vivia em seu coração. O sorriso irresistível povoava-lhe os sonhos. Poncho se movia com elegância nata, os cabelos ruivos brilhando, suas roupas sob medida irradiando estilo e bom gosto. Quando o observava, Dulce via tudo o que queria personificado num extraordinário conjunto de charme, inteligência e sofisticação. Ele não era apenas bonito de se olhar, seu carisma ia mais além. As pessoas queriam estar perto de Poncho. Era como se suas vidas se tornassem mais alegres, interessantes e coloridas pelo simples privilégio de conhecerem-no. Sua beleza masculina era ideal, do tipo que pintores e escultores ansiavam por captar em suas obras. Dono de um charme irresistível. Era capaz de cativar seus ouvintes com comentários inteligentes, numa voz máscula e aveludada, e com seu riso agradável.

Dulce ajeitou os óculos e observou-o, querendo-o com tanto fervor que seu coração chegava a ficar apertado. Se ao menos... pensou. Se ao menos Poncho pudesse olhar para dentro de sua alma e ver tudo o que tinha a lhe oferecer...

Mas era difícil para um homem olhar para dentro da alma de uma mulher quando deparava primeiro com uma fachada tão pouco atraente. Nas poucas vezes em que ele lhe falara, pedira-lhe para transmitir uma mensagem a Anahí, cuja mão em casamento perdera por pouco para Manuel Velasco.

Ainda assim, ela desejava que as coisas pudessem ser diferentes, que ao menos uma vez pudesse ser bonita e popular... para saber como era tal sensação. Queria dançar uma vez com Poncho, sentir-lhe os braços em torno de si, conhecer a intimidade de um sorriso particular.

Ele e os amigos se alternaram entre acessos divertidos de riso e sussurros dramáticos de cumplicidade. Então, um a um, cada rapaz fez par com uma jovem para a dança seguinte. Era uma música nova, de ritmo irresistível o bastante para despertar o interesse até do mais indiferente membro da sociedade.

Incrivelmente, Poncho emergiu do grupo sem nenhuma parceira de dança. Deixou de lado o copo de cristal com ponche e começou a caminhar na direção de Dulce. Numa espécie de transe, ela o observou atravessando o salão. Esqueceu-se até de respirar enquanto o via parando à sua frente e fazendo-lhe uma galante mesura.

- Diga-me, Dulce - começou em sua voz aveludada - seria pedir-lhe muito que considerasse fazer-me um enorme favor?

Ela olhou por sobre o ombro e não viu nada exceto a cabeça de alce empalhada que o pai levara como troféu de caça do Maine. Com o rosto afogueado, tomou a virar-se para Poncho.

- Eu? - perguntou, quase balbuciando.

Com um sorriso paciente, ele meneou a cabeça em confirmação. A surpresa era tanta que Dulce sentia as pernas amolecendo.

- Está falando comigo?

- A não ser que esse alce na parede atenda pelo nome de Dulce, creio que estou. - Ele usou o tom sardônico que caracterizava os homens do Clube de Harvard. - Vamos. Não me deixe em suspense por mais tempo. Não me faça implorar.

Seria possível que ele quisesse dançar com ela? Tinha que ser aquilo. Alfonso Herrera queria tirá-la para dançar!

- Eu... eu gostaria muito - conseguiu dizer. Estranhamente, era como se testemunhasse aquela conversa como uma observadora que estivesse fora de seu corpo. A solteirona sem graça e o estonteante Ron. Se o milagre não estivesse acontecendo bem diante de seus olhos, jamais teria acreditado.

Fazendo uma mesura, ele ofereceu-lhe a mão. Dulce aceitou-a, alegre pelas luvas de cetim que a mãe insistira para que usasse, daquele maneira Poncho não poderia saber como sua mão estava gelada e úmida.

Como ele era uns poucos centímetros mais baixo, Dulce encolheu os ombros de leve, um tanto ofegante com a surpresa e o deleite. Então, aquela era a sensação, pensou, deixando que a melodia entrasse por suas veias como um vinho refinado. Aquela era a sensação de ter um sonho se tornando realidade!

A atenção dele a fazia sentir-se mais leve que o ar, mais graciosa do que um cisne num lago plácido. Finalmente, conseguira vencer-lhe a indiferença e ele iria conduzi-la numa dança.

Mas, em vez de conduzi-la até o centro do salão, onde os vários casais dançavam, Poncho levou-a até a janela em arco que lhe havia servido de refúgio no inicio do baile. Céus, ele queria lhe falar em particular? O que estaria querendo? Deliciada, Dulce quase riu alto.

Uma cortina de franjas douradas quase os ocultava. Uma onda de calor percorrendo-a, ela mal podia conter a expectativa enquanto ajeitava os óculos para observá-lo.

- Sim, Poncho? O que é que deseja?

Ele começou a procurar algo no bolso da casaca.

- Isto vai tomar apenas um minuto do seu tempo. Deixe-me ver, eu o guardei aqui em algum lugar. 

Um relógio numa corrente de ouro saiu do bolso dele. Além do relógio, segurava um pequeno anel com uma pedra de topázio. Céus, iria pedi-la em casamento? Pela primeira vez na vida, ela entendeu a necessidade que uma dama tinha de um leque, pois o calor que a percorria aumentava a cada instante.

- Eu gostaria que você pegasse isto. - Ele colocou-lhe o anel na palma da mão.

- Oh,Poncho. - O coração de Dulce transbordava de felicidade. - Não sei o que dizer.



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Autor(a): chrisdul

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- Diga que você o fará. - O sorriso de Poncho pareceu vago, os olhos inquietos enquanto afastava a cortina e observava a multidão. O dedo dela era grosso demais para anel tão delicado. - Claro que farei, mas... - Ela está ali, usando aquele vestido lilás. - Tocando-lhe o ombro, Poncho inclinou-se para a frente e apontou. - Angeliq ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 49



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  • carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41

    Meu deuses cadê vc posta +

  • lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06

    Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!

  • mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42

    Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!

  • samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26

    Oi, posta mais :)

  • lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42

    POSTA MAIS!!! PLEASE...

  • taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57

    Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/

  • taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52

    QUERO POSTS...

  • lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39

    Por favor continua a web!!!! *---*

  • a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47

    Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.

  • vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36

    Por favor posta maaais estou amando a web *---*


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