Fanfic: Uma Escola de Charme - Adaptada Vondy | Tema: Vondy
Capítulo XIX – Lição de Vida
Reprovação nos lábios dela,
mas um sorriso em seus olhos.
Samuel Lover
(1836)
Fiel à sua palavra, Christopher despiu-se por completo, enquanto Dulce acabava de fumar o pequeno charuto de ervas e o observava, boquiaberta.
Sempre soubera que ele era a própria perfeição. Constatou de imediato que era a pura verdade. Ele possuía o corpo musculoso de um atleta grego e a pele bronzeada, exceto em algumas partes.
Estava bastante familiarizada com o peito largo e nu devido aos longos dias no mar, mas as coxas fortes, as nádegas firmes e a rija masculinidade eram uma novidade para seu olhar curioso.
- Puxa, você é poderoso! - exclamou.
Christopher abriu-lhe um sorriso e pegou-lhe a mão na sua.
- Vamos?
- Vamos fazer o quê?
Em resposta, Christopher se virou, ainda segurando-lhe a mão e pulou da beirada da pedra na lagoa.
Dulce soltou um gritinho ao sentir o contato da água fria na pele. Os dois afundaram cada vez mais, até que seus pés roçaram o chão e, finalmente, com um impulso, Dulce tossiu muito e agitou os braços, agarrando-se a Christopher voltaram à superfície.
- Eu me lembrei da outra razão para não nadar aqui - disse, em meio à tosse.
- E qual é?
- Eu não sei nadar.
Christopher segurou-a junto a si, e foi inevitável que ela se deliciasse com o contato de seus corpos.
- Ah, carinho, segure-se a mim, e eu lhe ensinarei.
Conduziu-a até a parte mais rasa da lagoa, onde os pés de ambos tocavam o chão. Hermione adorou sentir a água em torno de seu corpo. Nos trechos iluminados pelo sol estava quente e balsâmica; nas sombras causava-lhe deliciosos arrepios. Sentia-se como se fosse Eva, ou uma ninfa da floresta já era uma criatura da natureza, livre das amarras das convenções. Ali estava naquele mundo mágico com um homem que parecia um deus grego ensinando-a a nadar. Tudo não passava de um sonho fantástico, as cores vibrantes demais para o mundo real, a lagoa demasiado bela para humanos comuns.
- Pegue minhas mãos - instruiu-a Christopher, a água chegando-lhes a altura dos ombros. - Deixe seu corpo boiar com a correnteza.
A correnteza suave ergueu-a. Ele ensinou-lhe como bater os pés e, então, segurou-a pela cintura enquanto movia os braços. Dulce segurou-se a um cipó enquanto o observava mergulhando. Tentou imitá-lo, segurando-se ao cipó, mas mergulhou, sentindo-se tão leve quanto um peixe. Abriu os olhos debaixo da água cristalina e, então, emergiu, rindo ao subir à superfície.
- Você de fato aprende rápido. Eu nunca ensinei ninguém a nadar antes.
- Você não está me ensinando a nadar, Christopher. Está me ensinando a viver. - Dulce pendeu a cabeça para trás, mergulhando os cabelos, olhando para o céu azul emoldurado por galhos altos e ramagens de formatos exóticos. - Em Boston, todos os dias eram iguais. Eu me levantava, fazia o desjejum, passava algumas horas lendo ou escrevendo cartas. Às vezes, aparecia um convite, mas era sempre para mais leitura ou debates na casa de alguém. Sem mencionar as festas a que me obrigavam a ir, ou eram promovidas em casa por meus pais. - Ela soltou um risinho ao acrescentar - E, de repente, estou nadando nua numa lagoa, no meio de uma floresta tropical.
Correu a mão distraidamente pela água cristalina.
- Não é que eu não goste de Boston - prosseguiu. - Acho que é mais o caso de Boston não gostar de mim. A sociedade prefere mulheres que sejam charmosas, divertidas.
Ele nadou na direção da cachoeira.
- Você é tudo isso. Nunca ri tanto quanto faço em sua companhia.
- Mas você é o único. - Dulce agitou as mãos, tentando flutuar na superfície. - Todas as jovens que são socialmente bem-sucedidas em Boston não são apenas charmosas e divertidas. São também extremamente bonitas.
- E você também é.
Ela riu.
- O que quer que tenhamos fumado me deixou bastante inebriada. Mas não a ponto de acreditar numa coisa dessas. - Vendo-o fazer menção de protestar, ergueu a mão. - Tenho plena consciência de que sou desengonçada e sem graça, sem o menor senso de como me vestir ou me comportar. Com tudo isso, só consigo fazer as outras pessoas se sentirem pouco à vontade na minha presença.
Christopher mergulhou na água e emergiu na frente dela, bem perto, fitando-a com aqueles intensos olhos verdes.
- Você é impossível. Impossível e adorável. Eu gostaria de poder fazer amor com você.
Dulce observou-lhe o rosto, por onde escorriam gotas de água cristalina, os olhos, os lábios, hipnotizada.
- Acho que já está fazendo.
- Não com meras palavras, Dulce. Com minhas mãos. Meus lábios. Meu corpo.
Ela flutuou para trás na água, fascinada, mas nem um pouco temerosa. Aquele era Christopher, afinal.
- Você não deve.
- Eu sei.
Dulce pensou por um momento.
- E por que não deve?
- Porque - respondeu ele, com excessiva paciência - você tem que se manter casta e pura.
- Ah - murmurou ela. - Para Poncho? - Não pensara nele durante dias. No momento, nem sequer conseguia se lembrar de seu rosto. - Poncho. Que tipo de nome é esse, afinal? Soa como o nome de um peixe exótico, ou talvez um tipo raro de doença de pele. - Aproximou-se da cachoeira e deixou que a água caísse sobre sua cabeça. Estava fria, criava um delicioso contraste quando se mesclava com a água mais quente da lagoa. - Acho que você deveria fazer assim mesmo - disse de repente.
- O quê?
- Fazer amor comigo.
Christopher começou a rir como se tivesse ouvido um gracejo. Então, estreitou o olhar, desconfiado.
- Por quê?
- Porque nunca fiz amor antes. Como nunca havia fumado um charuto de ervas. É o meu último dia no Brasil. Estamos completamente a sós. - Saindo de debaixo da cachoeira, ela fitou-o nos olhos. - Ninguém nunca precisará saber.
Christopher aproximou-se pela água, puxando-a para si.
Dulce estudou-lhe o rosto molhado, os cabelos escuros, os ternos olhos verdes, enquanto a guiava para uma parte mais calma da lagoa. Um indicio de sorriso curvava-lhe os lábios.
- Ninguém nunca precisará saber, hein?
- Ninguém nunca quis saber nada a meu respeito antes e, portanto, não vejo por que eu teria que dar satisfações a alguém agora. Sem mencionar que estou curiosa.
- Curiosa. Sobre como seria quando... se... eu fizesse amor com você.
-Sim.
Christopher abriu um sorriso maroto.
- Eu realmente gosto da sua curiosidade. - Afastando-se um pouco para trás, nadou de maneira deliberada, vagarosa, em torno dela. - Se eu fosse fazer amor com você, eu começaria despindo-a.
- Você já fez isso.
- Então, já estou fazendo amor com você.
Dulce sentiu uma inesperada onda de excitação percorrendo-a.
- Quer dizer que é tarde demais para ficar pensando em honra?
- Pode ser.
- E o que você faria em seguida?
- Acho que, talvez, eu começaria pela sua mão. Você tem mãos muito bonitas e, portanto, achei que, espere, é mais fácil demonstrar-lhe. - Christopher pegou-lhe a mão, segurando-a com gentileza na sua. - Fico satisfeito que tenha parado de roer as unhas. - Fitou-a nos olhos enquanto lhe levava lentamente a mãos aos lábios. - Se eu fosse fazer amor com você, continuaria desta maneira - Beijou-lhe um dedo após o outro, dedicando atenção a cada um como se fosse uma relíquia. Levando um à boca, sugou-o sensualmente, fazendo-a soltar um gemido. - Você ficaria ofendida se eu fizesse isto?
Dulce sentiu-se leve, eufórica pelos efeitos do charuto e do desejo.
- Não, isso apenas me levaria a tentar imaginar o que você faria em seguida.
- Eu estreitaria você junto a mim. Deste jeito.
Ela descobriu-se envolta por aqueles braços fortes, os seios contra o peito viril, os lábios de ambos quase se tocando.
- Se estivéssemos realmente fazendo amor, eu esperaria que você não se ofendesse com isto.
- O que?
Christopher moveu ligeiramente os quadris.
- Céus!
- Isso é meramente uma indicação de quanto eu a desejaria se estivéssemos fazendo amor.
- Estou sentindo, isto é, eu estaria sentindo quase mesma a coisa - confessou Dulce.
- Ótimo. E, então, é claro, eu beijaria seus lábios. Deste jeito.
Ela sentiu-se mergulhando num mundo de sensações quando os lábios firmes e macios se apossaram dos seus. Teve a nítida impressão de que o primeiro instante em que o vira, mesmo dissoluto, com uma sirigaita nos braços, estivera conduzindo-a na direção daquele encontro idílico. Era impossível resistir à surpreendente paixão que a dominava e abraçou-o com força, deslizando as mãos pelos ombros largos, deliciando-se com o contato dos músculos sob suas palmas.
Ele, enfim, ergueu os lábios que a haviam estado beijando com languidez e volúpia e sussurrou.
- Oh, carinho, sim, se realmente estivéssemos fazendo amor, você me tocaria dessa maneira. E eu... - Tornou a beijá-la demoradamente, a língua invadindo-lhe a maciez da boca numa erótica exploração. - Eu tocaria você deste jeito.
Deslizou a mão pelo corpo dela, afagando-a sob a água morna da lagoa, tocando-lhe as partes mais secretas, mais femininas. Partes de si que Dulce era proibida até de denominar ou de pensar à respeito, mas pensava agora, pensava sobre o fogo que a percorria por inteiro, expandindo-se pelos pontos mais sensíveis de seu corpo, aquele fogo despertado pelo toque mágico de Christopher. Sabia que estava sob o efeito do charuto de ervas que fumara e ele também, mas ainda assim sentia-se feliz. Gratificada. Satisfeita com o fato de estar sob o domínio daquela substância que fazia parecer tão certo estar nos braços de Christopher daquela maneira maravilhosa. Tinha plena consciência do que fazia no momento, mas, por outro lado, não havia inibição alguma, nem barreiras, nem tabus. Tudo o que importava era que, mais do que qualquer coisa no mundo, queria estar ali vivenciando o dia mais incrível de sua vida.
- E finalmente... - sussurrou-lhe Christopher ao ouvido, enquanto continuava afagando-a com intimidade e ousadia, ministrando-lhe carícias inimagináveis que a faziam sentir-se lânguida e, ao mesmo tempo, febril. - Finalmente, eu teria que levar você até a relva para terminar o que comecei.
- O que começou. - repetiu ela, ofegante.
- Sim, quero ter você por inteiro, Dulce.
Daquela vez, Dulce nem sequer conseguiu encontrar a voz, pôde apenas menear a cabeça em assentimento. De mãos dadas, deixaram a lagoa e deitaram-se na relva macia à sombra de uma árvore, usando como leito improvisado as anáguas que ela deixara ali.
- Eu sabia que estas coisas serviam para algo - comentou Christopher e, então, soltou um riso gentil, apoiando-se num cotovelo para observá-la. - Olhe para você, toda molhada e cintilando com as gotas de água da lagoa. - Inclinando-se, traçou um círculo em torno de cada mamilo rosado com a ponta da língua, deixando-a chocada e excitada demais até para respirar. - Você é uma deusa e, se eu estivesse fazendo amor com você, isto seria uma maneira de reverenciá-la.
Durante a vida inteira, todos tinham feito Dulce se sentir como se não tivesse nenhum valor. Acreditar que ninguém, nenhum homem, poderia querê-la. Ainda assim, tudo aquilo que haviam incutido em sua mente através de anos de desprezo, rejeição e pouco-caso, por vezes de maneira sutil e em outras nem tanto, subitamente se desvanecia com as palavras sublimes daquele homem.
Ele a chamara de deusa...
Dulce se recostou na pilha de anáguas, num misto de surpresa e encantamento, enquanto os lábios de Christopher sorviam a água da fonte de seus seios, ombros e ventre, e as mãos, movidas por infinita ternura, afagavam-na com extasiante intimidade.
- Devo prosseguir com minha explicação?
- Que explicação? - Em vez de inibida ou relutante, ela ficava mais inebriada e receptiva a cada instante.
- Pobre moça. Devo continuar?
- Sim, por favor.
A confirmação ofegante pareceu excitá-lo ainda mais, os olhos verdes brilhando sedutoramente. Continuou com suas carícias provocantes.
- A próxima coisa que eu faria...
Dulce arqueou os quadris de leve num gesto involuntário.
-... é beijar você bem aqui.
- Não!
- Ah, você sabe bem o seu papel. Eu esperaria apenas um leve murmúrio de protesto de sua parte a esta altura.
- Protesto? - Mesmo enquanto falava, ela movia os quadris ao ritmo da delicada tortura daquele toque. - É claro que haveria um protesto. Não é algo natural.
- O que poderia ser mais natural do que querer proporcionar o máximo de prazer a minha deusa?
- É pecaminoso.
- Você já viu isso escrito em alguma lista de pecados?
- Eu nem sequer sei como se chama.
- Então, com certeza, esse pecado não existe. - Christopher percorreu-lhe o pescoço com os lábios úmidos, deslizando pelo colo acetinado, os seios firmes, o ventre liso. - Portanto, você não tem nada a temer.
- Arderemos no fogo do inferno.
- Não. - Ele mordiscou-lhe a coxa. - Arderemos agora.
Da mesma maneira como fizera com as mãos, ministrou-lhe carícias impensáveis com os lábios, e ela teve a mais extraordinária reação. Era como se flutuasse num mar de sensações. Como se estivesse numa queda vertiginosa das alturas, tomada por euforia e liberdade, mas não medo, sabendo que pousaria suavemente, como se flutuasse nas nuvens.
Não, nunca voara como um pássaro, mas aquela era a exata sensação. Nunca explodira em chamas, mas era como o fogo insaciável que a percorria a fazia sentir. Nunca vira as estrelas brilhantes com os olhos fechados, mas era o que parecia estar acontecendo.
Quando os lábios cálidos voltaram a subir por seu corpo, deslizando por sua pele lentamente, sentia-se zonza, desorientada. E, curiosamente, ainda tomada por um anseio indefinível.
- Christopher? - A voz saiu na forma de um débil sussurro.
- Sim? - Ele sugava-lhe um mamilo languidamente.
- A sua explicação terminou?
- Depende.
- Do quê?
- Do que você esperaria de um encontro como este.
- Não sei o que quer dizer.
- Bem, se fossemos fazer amor, você esperaria uma satisfação física final semelhante àquela que acabou de experimentar, ou preferiria um prazer mais profundo e espiritual?
- Quer dizer que existe diferença?
Christopher soltou um riso suave.
- Oh, carinho, existe, acredite.
- Eu acho - respondeu Dulce, abraçando-o pelo pescoço - que preciso de mais explicações.
- Seria preciso um comprometimento mais sério de sua parte. Um sacrifício, como talvez você o chamasse.
- Que tipo de sacrifício?
- Seu corpo e alma. Sua vontade. Entregaria tudo isso com abandono? Abriria mão de sua pureza? Acho que podemos dizer que isso já se foi. Mas a sua castidade. Tecnicamente falando, ainda está intacta. Desistiria disso?
- Pelo prazer espiritual que você está oferecendo? - Dulce deu de ombros. - Por que não?
- Há uma questão mais prática a considerar. Fazendo amor de verdade, você perderia a sua virgindade.
- Felizmente isso, tem sido o fardo indesejável de uma solteirona há tempo demais.
- Fala sério?
- Sim.
- Não se preocupa com a possibilidade de que, se você for se casar, um marido poderia esperar uma explicação?
- Eu teria que lhe dizer que fui seduzida no meio da selva por um pirata que me confundiu com uma deusa.
- Não houve confusão alguma.
Dulce também o tocou, com intimidade, e abriu um sorriso maroto quando o viu contendo o fôlego.
- Nem de minha parte.
- Então, você quer, o restante da demonstração, quero dizer.
- Sim. Você deve continuar, sem dúvida. O que aconteceria em seguida?
- Bem, uma vez que estamos prestes a dar um passo que sempre levo muito a sério, eu beijaria você mais e mais. - E foi o que Christopher fez. Agora, seus beijos eram mais sôfregas, famintos e ardentes.
- E então... - sussurrou-lhe, os lábios roçando-lhe o ouvido - Então, eu provavelmente diria a você que a amo.
O tempo ficou em suspenso. Tudo à volta parou, o vento, a torrente de água, os sons da floresta. Finalmente, Dulce encontrou a voz:
- E você estaria falando a sério?
- Provavelmente não no sentido que a maioria das damas prefere. Seria uma declaração do tipo “se eu não tiver você agora, vou explodir”. Oposta à declaração “vou me comprometer com você para o resto da vida”. - Ele afagou-lhe os seios carinhosamente enquanto falava. - E, é claro, a esta altura, tais distinções não importariam muito.
- Suponho que não - concordou Dulce. Mas não podia negar que as palavras dele havia criado um absurdo fio de esperança em seu coração. - E então? O que aconteceria em seguida?
- Fique em meus braços e eu lhe mostrarei.
Christopher deitou-se sobre ela, posicionando-lhe os quadris para recebê-lo. Começou a penetrá-la com gentileza, e Dulce, apesar de sua inexperiência, arqueou os quadris instintivamente e cingindo-o pela cintura com as pernas. Houve uma breve pressão, uma pontada de dor e, ouvindo-a soltar um gemido, ele disse por entre os dentes cerrados.
- Sinto muito. Eu..
- Está tudo bem - assegurou-lhe Dulce, perdida naquele abraço e adorando a sensação de estar sendo envolvida por seus braços, possuída por Christopher, seus corpos começando a ondular numa cadência que lhe fora até então desconhecida, mas que lhe parecia tão natural quanto respirar.
Podia ver para além dos ombros tensos dele, abrir os olhos e deparar com o arco-íris produzido pela luz cintilante que se filtrava junto à cachoeira, contemplar a explosão de cor produzida pelos raios de sol banhando tudo à volta.
Ficou maravilhada, porque aquela era a manifestação perfeita, sem palavras, do prazer fantástico que aumentava cada vez mais dentro de si. Era um prazer que inundava cada parte de seu ser, finalmente chegando ao auge na forma de um som que nunca ouvira antes em seus lábios, uma exclamação de admiração e êxtase, como uma simples nota musical que dizia, num clamor de júbilo, tudo o que estava sentindo, enquanto deliciosos espasmos a percorriam.
Um momento depois, Christopher ficou imóvel, o rosto tenso, os olhos curiosamente intensos enquanto, por precisamente um segundo, fitou-a. E naquele breve intervalo de tempo, ela ficou apavorada, apavorada em pensar que havia terminado, que aquele momento chegaria ao fim e a magia desaparecia, levando junto a alegria.
Mas não aconteceu de tal maneira. Ele sussurrou seu nome repetidamente, enquanto o êxtase também o arrebatava. Espasmos percorreram-no e seu semblante adquiriu uma expressão de pura felicidade. Finalmente, deitou-se outra vez sobre ela e virou-se de lado, mantendo-a em seus braços.
Permaneceram assim por longos momentos, enquanto o sonho se estendia, como a luz do sol sobre a água, e a ilusão era mais real para ela do que a própria vida. Esperou, sentindo o calor dos braços de Christopher e, de repente, a tensão.
- Oh, céus - ouviu-o murmurando. - O que fui fazer?
Ainda enquanto falava, ele se afastou, soltando-a de seus braços e, pela primeira vez desde que haviam mergulhado na lagoa, Dulce teve plena consciência de sua nudez, sentiu-se envergonhada.
- Eu quis que você fizesse - disse num fio de voz, apanhando a combinação e segurando-a à sua frente como um escudo. - Um minuto atrás você olhava para mim e via uma deusa. E agora, o que vê?
- O pior erro de minha vida. - Christopher desviou o olhar, enquanto recolhia suas roupas do chão e começava a se vestir. - Eu me aproveitei de você, vergonhosamente. Fiz com que ficasse inebriada e depois a seduzi.
- Diga-me, qual acha que é exatamente o problema?
Sem nem sequer fitá-la, ele estendeu-lhe o espartilho.
- Não sei por que as mulheres insistem em usar estes instrumentos de tortura.
Dulce colocou o espartilho o mais depressa que pôde, perguntando-se como ele podia diminuir tão rapidamente o que haviam partilhado. Ela experimentara o maior prazer de sua vida, e Christopher dissera que tudo fora um erro.
Pensou, de repente, na prostituta com quem ele estivera no porto de Boston. E na do Rio, na ocasião do desembarque. Era evidente que Christopher encarava tais encontros como corriqueiros.
- Acho que compreendo - declarou, vestindo suas anáguas. A euforia produzida pelo charuto dissipou-se por completo, carregada por um vento frio. - Quando você está inebriado, eu sou uma deusa. Então, recobra o raciocínio e eu sou um erro.
Christopher fez uma pausa enquanto fechava a camisa. Estendendo a mão, tocou o rosto mortificado dela, com tanta ternura que a fez querer chorar.
- Não, Dulce. Fui eu que cometi o erro.
Bom gatas, por hoje é só. A partir de amanhã, começo a postar a Parte II
beijinhos
Autor(a): chrisdul
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
PARTE III O Pássaro do Inverno O inverno tornou-se mais frio, tão terrivelmente frio que o patinho tinha que nadar de lá para cá pela água para não congelar. Mas, noite após noite, o buraco em que ele nadava ficava cada vez menor. O buraco, então, congelou de tal maneira que o patinho teve que se debater continuamen ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 49
Para comentar, você deve estar logado no site.
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carolinevondyzinha Postado em 15/04/2015 - 20:09:41
Meu deuses cadê vc posta +
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lalita_vondy Postado em 15/07/2014 - 16:40:06
Oieeeee LEITORA nova!! Posta mais por favor to curiosa!! Nao abandona nao por favor!!! Posta vai!! Bjoes!!
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mariaeduardavondy Postado em 30/05/2014 - 15:20:42
Oii! Sou leitora nova!por favor não abandona a web!Por favor!è uma das webs mais perfeitas q eu já li aq no site!por favor volta a postar!
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samandra Postado em 08/03/2014 - 09:43:26
Oi, posta mais :)
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lolawho Postado em 24/02/2014 - 15:15:42
POSTA MAIS!!! PLEASE...
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taisa Postado em 03/02/2014 - 16:05:57
Um MÊS SEM CAPÍTULO NOVO :/
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taisa Postado em 22/01/2014 - 23:23:52
QUERO POSTS...
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lolawho Postado em 18/01/2014 - 19:18:39
Por favor continua a web!!!! *---*
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a_letiicia Postado em 03/01/2014 - 20:49:47
Ahhh espero que você dê-nos esses capítulos enormes todos os dias, todos os dias! hahaha Porque é tão gostoso ir descendo, descendo e descendo o capítulo e ainda ter mais coisa pra ler hahahahahh na verdade é bom porque dá continuidade, não fica aquela história toda picada com meia dúzia de palavras por capítulos, interrompendo as coisas que tem que acontecer sabe? não sei explicar, mas é ótimo!!! hahaha Enfim, eu sabia!!!! Sabia que a timidez, a tristeza, e a inibição da Dulce eram culpa daquele bando de imbecis que ela tinha que conviver. Olha como ela está feliz nesse navio? Ela como ela está se divertindo, se soltando... Ela encontrou o seu lugar ali, perto das pessoas que a 'alta sociedade' provavelmente despreza. Claro que a Dulce tá se livrando pouco a pouco das 'máscaras', o cabelo grande com esses penteados horríveis, os óculos, as roupas enormes e pesadas, os sapatos antiquados... E isso é culpa do Christopher também, que a propósito já está louco por ela.
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vemkgaabi Postado em 03/01/2014 - 11:37:36
Por favor posta maaais estou amando a web *---*