Fanfic: Vingança Refinada [Finalizada] | Tema: Vondy

Então, ele já estava lá, sorrindo para ela. No entanto, Dulce via o gelo em seus olhos. Nada mudara.
Ela falou ao telefone:
— Desculpe, senhores, surgiu um imprevisto. Vou precisar retomar esta ligação depois.
Ela desligou o telefone e foi até a porta.
Georgia estava corada.
— Sinto muito, Dulce, ele simplesmente...
— Está tudo bem. Eu cuido disso.
Ela fechou a porta e se voltou para Christopher, que olhava com interesse o escritório. Dulce não estava alheia aos muitos olhos que os observavam e amaldiçoou o fato de ter insistido em escritórios com paredes de vidro para dar a ideia de um ambiente aberto.
Voltou a sua mesa e se sentou, tentando afirmar sua autoridade, o que era risível. Ela não tinha nenhuma autoridade perto daquele homem. Ele pôs a caixa na mesa. Curvou-se sobre o objeto, e Dulce lutou para não recuar nem permitir que seus olhos se fixassem no rosto dele.
— Considerando como você foi generosa me dando um guarda-roupa em Oxakis, resolvi retribuir o favor. — Ele recuou. — Dê uma olhada.
Dulce corou e olhou à volta. Viu várias cabeças se voltarem rapidamente para o trabalho. Ela imaginava que Christopher tinha escolhido algo para a humilhar ao máximo possível.
— Você não pode simplesmente entrar aqui assim. Estou ocupada. Você interrompeu uma ligação importante.
Christopher levantou uma das sobrancelhas.
— Do jeito como você não entrou no meu escritório e exigiu que fosse ouvida?
Dulce corou ainda mais. Ele estava mesmo cumprindo sua promessa de retribuição.
Ela arrancou o laço da caixa.
— Se é o único jeito de me livrar de você...
A tampa da caixa caiu para revelar um material cor de champanhe. Intrigada, ainda que não quisesse estar, Dulce ergueu o vestido. Era sem alças e curto; exatamente do tipo que ela vira outras mulheres usando e as invejara.
— Não uso coisas assim. Não combina comigo.
— Bem, tenho um desejo de ver você de vestido curto. Então, você vai usá-lo hoje à noite, na inauguração de uma galeria.
Ele se sentou na beira da mesa, como se fizesse aquilo todos os dias.
— Continue. Há mais na caixa...
Por um segundo, o coração de Dulce se apertou dolorosamente. E se as coisas fossem diferentes? E se o que acontecera na ilha tivesse sido real?

cap

Envergonhada por flagrar seus pensamentos desviando para um território tão perigoso, ela revirou o resto do papel que havia dentro da caixa e tirou outra coisa. Tarde demais, percebeu que estava segurando uma faixa de renda sem alças, que fazia as vezes de sutiã. Com as bochechas em chamas, enfiou a peça de volta na caixa.
Levantou-se, e não estava preparada quando Christopher pôs a mão em sua nuca e a puxou para perto, antes de tocar sua boca na dela.
Aquele, contudo, não foi um beijo desesperado como o da noite anterior. Foi lento e exploratório, quase terno, e Dulce precisou se segurar na mesa quando suas pernas ficaram bambas. A língua de Christopher provocava os lábios dela. Suspirando impotentemente, elas os abriu.
Então, também subitamente, Christopher se afastou e se levantou, deixando Dulce comicamente inclinada à frente. Os olhos dela cuspiram faíscas para ele.
Ele riu.
— Não fique tão irritada. Estou fazendo um favor à sua reputação, sabia? Dizem que você é bem fria, mas nós sabemos a verdade, não é mesmo, Dulce?
Antes que ela pudesse explodir, ele soprou um beijo para ela e saiu do escritório. Dulce não teve como ficar alheia à súbita onda de sussurros, nem às várias cabeças que se viraram na direção dele. Ela se sentou e, com raiva, enfiou o vestido na caixa e a pôs no chão a seu lado.
Sentia aquela aterrorizante emoção crescendo novamente. Desejava desesperadamente dizer a Christopher onde ele poderia enfiar aquele convite para sair naquela noite. Entretanto, ela sabia que, provavelmente, ele passaria por cima da recusa dela e iria a seu apartamento para a vestir por conta própria, e aquele pensamento fez uma rajada de calor inundar o corpo dela.