Fanfic: Vingança Refinada [Finalizada] | Tema: Vondy

Dulce parou do lado de fora de um dos quartos do segundo andar e abriu a porta, afastando-se para Uckermann poder olhar lá dentro.
Ela não gostara da ideia de usar o quarto principal dos Kouros. Então, escolhera o segundo maior para Christopher  e um modesto para si mesma, sentindo-se instintivamente mais confortável num ambiente menos opulento. Ainda que modesto naquela mansão significasse um quarto palaciano com uma cama queen size. O imenso banheiro do quarto dela tinha uma sensual banheira e dava para uma sacada com uma deslumbrante vista do Mediterrâneo.
Dulce entrou no quarto que escolhera para Christopher, com os pés afundando silenciosamente no carpete. A vista dali era ainda mais espetacular que a do quarto dela.
Ela falou rapidamente, desconfortável ali com aquele homem num ambiente tão luxuoso.
— O banheiro está abastecido com todos os produtos necessários.
Dulce lutou para não recuar quando Christoher entrou junto com ela no banheiro e inspecionou as prateleiras. Ela percebeu que ele devia ter deixado o paletó e a gravata em algum lugar. Um minuto antes, os cômodos tinham parecido enormes. Agora, Dulce se sentia enclausurada.
Ela recuou para fora do banheiro e percebeu o paletó e a gravata na cama. Desviou o olhar apressadamente, sentindo um súbito calor ao imaginá-lo arrancando aquela gravata.
Dulce foi até as portas que davam para um closet. Indicou uma vasta seleção de roupas. Ternos, calças, sapatos. Roupas casuais, pijamas. Christopher foi até a porta. Com os olhos faiscando, ele olhou para Dulce e resmungou:
— Eu suspeitava de que você fosse gay, mas isso deve pertencer ao último gigolô que você trouxe para cá.
O rosto de Dulce se inflamou, e ela lutou para recuperar o controle. Ele achava que aquilo era para os amantes dela? A ideia seria risível se ela estivesse com humor para rir. E Dulce sentiu uma pontada num lugar muito vulnerável ao pensar que ele presumira que ela fosse gay.
Christopher a observou. Diversas expressões passaram pelo rosto dela. Ele estava surpreso com aquele aspecto cheio de pudor dela. Então, lembrou-se da blusa totalmente abotoada que ela usara quando fora ao escritório dele. Ela estava mais casual agora; porém, continuava sem revelar nada. Ele não gostou da incompreensível pontada que sentiu ao pensar que aquelas roupas pertenciam a outro homem.
— São todas novas. Para você. Eu sabia que sua reunião só duraria algumas horas e você não levaria roupas.
Christopher olhou algumas das roupas. Havia o suficiente para um mês, abrangendo desde o casual ao formal.
— Sr. Uckermann, sei que trouxe você até aqui contra sua vontade, mas tenho toda a intenção de deixá-lo ir embora assim que tiver certeza de que você não poderá ressuscitar seu acordo com O’Brien.
Soando mais esperançosa do que ele jamais a ouvira, ela continuou:
— Se estiver disposto a assinar um contrato afirmando que vai desistir do acordo, posso chamar um avião ou um helicóptero que chegará aqui em uma hora.
Ele a olhou.
— De jeito nenhum.
Então, deixou-a de lado, voltando a analisar as roupas. De forma perturbadora, todas eram do tamanho dele.
— Não me diga... Você invadiu a lista de pedidos da minha assistente ao meu alfaiate?
Cristopher ouviu Dulce se remexer desconfortavelmente.