Fanfic: Vingança Refinada [Finalizada] | Tema: Vondy

Christopher ficou sem palavras durante um longo momento. Ele nunca testemunhara tamanha perfeição delicadamente feminina. De ossos pequenos e cintura fina, Dulce tinha quadris que o deixavam louco para pôr as mãos ali e moldar a forma dela à dele. A pequena massa de cachos loiros que cobria o sexo dela o deixara de boca seca.
Seus seios eram mais fartos do que ele imaginara, e firmes, com pequenos mamilos.
Ela o olhava agora, com os olhos imensos no rosto em formato de coração, o cabelo jogado para trás. Nada de maquiagem. Uma fartura de emoções cintilava naquelas piscinas cinza, e Christopher estava indo para um lugar ao qual jamais fora antes.
As palavras saíram de sua boca antes que ele as percebesse.
— Você é linda.
Ele as dissera muitas vezes para outras mulheres. Contudo, nunca com o significado daquele momento.
Por um segundo, Dulce não conseguiu reagir. Estava em transe.
Um som alto de um pássaro quebrou o feitiço. A humilhação dominou Dulce. Ele a estava provocando novamente. O homem merecia um prêmio por sua atuação.
Ela recuou.
— Fique longe de mim, Ukermann.
E, com aquilo, ela se virou e voltou para a mansão.
Christopher observou a pequena forma dela. Ela parou ao lado da caixa do gatinho na cozinha, e as mãos dele se cerraram em punhos quando Christopher imaginou aquelas pequenas mãos no gatinho. Ele as queria nele. Sobre todo o seu corpo, e especialmente onde ele mais sentia desejo.
Christopher voltou para dentro quando imaginou que Dulce já estaria em seu quarto. Ele se perguntou o que a teria deixado tão arisca. Ela devia ter ao menos 25 anos, ou se duvidar, até mais.
Esqueça a ideia de torturá-la, pensou ele. A única pessoa que ele parecia estar torturando era a si mesmo. Dulce tivera sorte de flagrá-lo saindo do chuveiro; do contrário, teria visto a facilidade com a qual ela o excitava.
Christopher precisou enfrentar a desconfortável percepção de que nenhuma outra mulher o fizera sentir aquilo. Nem mesmo Maria, e ela o consumira, dia e noite, durante semanas.
Ainda que ele já fosse capaz de reconhecer que sua juventude e inexperiência tivessem tido muito a ver com a facilidade com a qual ela o seduzira, isso não abrandava a humilhação. Ele ficara obcecado por ela. Acreditara que talvez nem sempre as coisas precisassem ser trágicas e tristes. E Eva, irmã dele, também fora conquistada por ela, cativada pela beleza.
Christopher se sentiu nauseado ao se lembrar daquele último e terrível dia, quando toda a sua ingenuidade e toda a verdadeira feiura de Marian tinham sido expostas. Ela estremecera visivelmente e dissera:
— Quanto à sua irmã, como pode tolerá-la em sua família? Ela nem está presente por completo, e a maneira como ela quer me tocar o tempo todo, brincar com meu cabelo, isso me deixa com nojo.
Christopher continuava se sentindo culpado por ter permitido que ela chegasse perto de sua amada irmã. Então, ele pensou em Eva e em sua mãe e, de repente, sentiu um amargo ressentimento de Dulce por tê-lo colocado numa posição em que ele estava incomunicável caso elas precisassem dele.
Ele foi alimentado pela raiva, daquilo e do que ela o fazia sentir em geral. Christopher subiu até o quarto de Dulce para bater bruscamente na porta, que se abriu para a revelar recém-saída do banho, com outro roupão e uma toalha em torno da cabeça. O perfume inebriante que era unicamente dela o envolveu como o canto da sereia, trazendo consigo todos os tipos de imagens de corpos suados entrelaçados.
— Preciso ligar para a caixa postal para ver se está tudo bem, se minha mãe ou minha irmã tentaram falar comigo. Acho melhor me deixar telefonar, Dulce — disse ele ameaçadoramente. — Ou isso vai envolver muito mais do que só O’Brien. Tenho muitos outros interesses de negócios além dele, mas, se minha mãe ou minha irmã precisarem de mim e eu não souber disso, você vai se arrepender de ter nascido.
Dulce olhou naqueles olhos escuros e sérios e, pela primeira vez desde que trouxera CHristopher até a ilha, sentiu o gelo descer por sua espinha. Quando a questão envolvia a mãe e a irmã dele, Christopher claramente falava sério. Por um traiçoeiro momento, Dulce imaginou como seria ter alguém assim tão protetor com ela.
— Certo. Acho justo. Mas vamos fazer do meu jeito, e vou supervisionar cada momento. Se eu achar que você está mandando uma mensagem para alguém, vou desligar imediatamente.
— Certo.
— Vou me trocar e desço num minuto.
Ela fechou a porta na cara dele e se vestiu rapidamente com uma calça cargo e uma camiseta branca. Não se deu o trabalho de pôr um sutiã e esfregou rapidamente o cabelo antes de sair.
Dulce desceu a escada na frente dele, indo até a porta do quarto, já bastante ciente da ausência do sutiã e se arrependendo de sua pressa.
Virou-se e olhou para Christopher.
— Espere aqui.
Ela entrou e fechou a porta, balançando a tranca para parecer que a tinha trancado. Em seguida, correu até o cofre, de onde tirou um telefone comum. Conectou-o, trancou novamente o cofre e voltou, fazendo a mesma coisa com a tranca. Ela detestava aquelas fraquezas: fobia de sangue e de locais trancados.
Abriu a porta e deixou Christopher entrar.
— O que me impede de imobilizar você e fazer as ligações relevantes para que eu seja resgatado?
— Nada — admitiu Dulce. — Mas você não chegaria muito longe, já que tem um código de segurança de 12 dígitos que você precisar digitar antes de fazer uma chamada externa.
— E imagino que você não vá revelá-lo.
Dulce simplesmente empinou o queixo, determinada a não deixar que ele a intimidasse.
— Vá digitar então — disparou ele.
Dulce foi até o telefone e cobriu sua mão, digitando o código. A memória fotográfica era uma das peculiares características que a tinham ajudado a conseguir sua bolsa de estudos em Cambridge.
Ela estendeu o telefone para Christopher quando ouviu o som da linha. Ele o pegou e a olhou furiosamente, antes de discar o número da caixa postal. Dulce fora até onde o telefone estava conectado à parede, para poder puxar facilmente o fio se fosse necessário.