Fanfic: Minha Cura ou Perdição? | Tema: Harry Potter, Crepúsculo

#Bella

Eu já perdi as contas de quantos dias estou vagando por aí, sem ver a minha família, com a morte de Edward a eternidade se tornou um castigo para mim. A única cosia que desejo é uma morte rápida e que ele estivesse errado quanto a não termos mais alma. Eu ainda tenho esperanças de reencontrá-lo, mesmo que seja em outra encarnação ou em outro plano. Mas eu não queria ninguém tentando me consolar, não agüentava ver o olhar de pena que a minha família me olhava.

Se eu fosse humana teria me entregado as drogas, remédios e tudo que acabasse com o meu corpo controlar, mas agora sou vampira, nada pode me destruir, mesmo que eu já esteja destruída por dentro, então me entreguei ao sangue, porque a única coisa que não diminuía com todo o sofrimento era a cede que eu sentia. Quando o aroma do sangue invadia minhas narinas, não havia nada que me segurasse. Nunca vi a minha filha, Reneesme precisava ser mantida a quilômetros de distancia de mim, a solidão era a minha companheira, eu me sentia uma depende química vagando em busca da próxima onda de sensações alucinantes.

A noite era iluminada pela luz do luar, era uma noite perfeita para caçar, minha garganta estava seca, já tinha me alimentado há poucas horas, mas era como se existisse um poço sem sim dentro de mim. Vaguei por uma ruazinha da periferia da cidade. As casas eram todas iguais, não fazia mais de uma semana que eu estava em Londres, não conhecia ninguém aqui, nem sabia porque tinha vindo para cá, mas eu sentia que estava no lugar certo.

- Hermione você tem certeza que quer fazer isso sozinha? – Observei um rapaz magro e de óculos perguntar a uma garota de cabelos volumosos e castanhos.

- Harry não se preocupe, tenho que fazer isso sozinha. – Fiquei observando escondida. O garoto murmurou algo e desapareceu, a garota respirou fundo e entrou em uma casa simples.

Fiquei aguardando para ver se ela saia, mas ela continuou lá dentro. O aroma do seu sangue me prendia ali, não havia nada que eu quisesse mais do que provar o líquido de suas veias. Fiquei observando ela pela janela da sala, a garota observava um casal que parecia ser os seus pais, eles estavam sentados no sofá abraçados, uma lágrima rolou por seu rosto e eu senti uma vontade de abraçá-la, de protegê-la. Então ela sacou uma varinha e murmurou um feitiço.

- Obliviate – Fiquei observando que fotos dos portarretratos que tinham a imagem dela em todas as fases foram desaparecendo, como se ela nunca tivesse existido naquelas lembranças.

Ela saiu desabalada e esbarrou em mim. A segurei junto ao meu corpo para evitar que ela caísse. Seu rosto estava molhado de tantas lágrimas que escapavam de seus olhos, lindos olhos castanhos.

- Calma. - Minha voz saiu mais rouca do que de costume e a senti relaxar em meus braços.

- O que você quer? – Ela me encarava, desviei meus olhos, não queria assustá-la.

Por ser uma recém criada e me alimentar de sangue humano meus olhos eram de um vermelho vivo.

- Não quero lhe assustar. – Voltei a olhar em seus olhos quando ela segurou o meu rosto.

- Você é vampira? – Perguntou sem nenhuma pontada de medo na voz.

- Você é bruxa? – Rebati a pergunta e ela sorrio timidamente. Mesmo com o rosto inchado por ter chorado, aquele sem dúvida era o sorriso mais lindo que já li em toda a minha vida e eternidade. – Não está com medo de mim?

- Você não vai me fazer mau. – Afirmou, mas segura disso do que eu estaria se fosse ela.

- Como pode ter certeza? - A desafiei.

- Eu já estudei sobre vampiros. Se você fosse me atacar não me olharia com carinho.

Carinho? Era assim que estava olhando para ela? Mas o que estava acontecendo comigo? Eu já deveria ter atacado aquele pescoço e saboreado o seu sangue, que pelo cheiro deveria ser o melhor que provei até hoje.

- Podemos sair daqui? – Ela olhou para a casa e as lágrimas continuaram a escapar timidamente.

Hermione segurou minha mão e uma força me puxou como redemoinho, e eu concentrei no rosto dela para não passar mal. Quando senti meus pés firmes no chão observei o lugar, mas não reconheci.

- Onde estamos? – Perguntei, quando Hermione soltou minha mão.

- Eu venho pra cá quando estou triste. – Comentou sem dizer onde era.

- Porque me trouxe?

- Eu não sei. Só tenho vontade de ficar perto de você. – Falou com tranquilidade.

- Eu poderia matar você Hermione. – Falei segurando ela contra uma árvore.

- Tava me seguindo? Não me lembro de ter lhe dito o meu nome. – Falou sem ligar para a minha ameaça.

- Você gosta de brincar com o perigo. – Disse em seu ouvido e senti ela se arrepiar. Mas seus olhos não desviaram dos meus, nem havia medo neles.

- Eu sou o próprio perigo. – Rebateu e eu sorri de lado.

Hermione tinha um sorriso malicioso e até poderia ser confundido com anjo, se não fosse por sua mão passado por meu rosto. Seu rosto ainda estava inchado, mas ela já não chorava. Eu não conseguia fugir do seu olhar, meu corpo queimava com cada toque de seus dedos por meu rosto.

- Hermione o que está acontecendo? - Perguntei segurando em sua cintura.

- Eu não sei, mas eu preciso descobrir.

Ela se aproximou cada vez mais seu corpo do meu e dessa vez era ela que me prendia contra a árvore. Seus lábios tocaram os meus e pela primeira vez depois da morte de Edward eu sentia uma sensação de prazer sem ser pelo gosto de sangue em minha boca. Seus lábios se moviam pressionando os meus e eu logo dei passagem para a sua língua macia e quente. A puxei para mim com possessão, não importava se nunca tinha beijado uma garota, eu estava me sentindo viva de novo, não deixaria Hermione ir embora.

- Qual é o seu nome? – Perguntou beijando meu pescoço.

- Isabella. - Eu sussurrei em seu ouvido e a senti se arrepiar.

- Como você me fez arrepiar inteira, apenas com a sua voz? – Perguntou rindo, eu não sabia como estava resistindo ao sangue dela, que me atraia tanto e me prendia ali.

- Eu não sei até quanto vou conseguir resistir a não te morder. – Comentei entre dentes.

- Eu sei que você não vai me morder Bella. – Ela segurou meu rosto. – Eu acho que tem algo importante surgindo entre nós.

- Eu não quero ficar longe de você Hermione.

[Hermione]

Isso realmente estava acontecendo? Eu estava mesmo ficando com uma garota? Ela além de tudo era vampira. Hermione onde você está com a cabeça? 

- Eu não sei se conseguiria ficar longe de você Bella. – Isso suou mais sincero do que qualquer coisa que eu tenha dito até hoje.

Eu estou assustada, sempre sei o que fazer, mas agora não é bem assim. Bella era uma garota linda, perfeita, e eu sou apenas, Hermione Granger, a amiga sabe-tudo de Harry Potter, apaixonada há anos por ele e boazinha demais para entrar em uma disputa com a minha melhor amiga, Gina Weasley, pelo amor dele.

- No que está pensando Hermione? – A voz de Bella quebrou minha linha de pensamento depressivo.

- Que você não pode ser real. – Bella sorriu e acariciou meu rosto.

- Eu é que não acredito que isso está acontecendo. Eu não tinha mais motivos para viver e agora não me imagino longe de você. – Bella me abraçou, sua força era incrível, sua pele fria, mas terna.