Fanfics Brasil - Capítulo 2 O Filho do Inventor

Fanfic: O Filho do Inventor | Tema: Percy Jackson


Capítulo: Capítulo 2

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Luma e sua mãe, estacionadas no estacionamento da escola. Ela se sentia mal a cada escola nova, sempre se considerou problemática demais, até para conseguir ficar numa escola sem arranjar confusão. Sua mãe percebeu isso em sua expressão, mesmo que Luma descarregasse todos os seus sentimentos na música que emanavam dos fones de ouvido.


- Eu sei que você se sente mal, querida. – disse ela, num tom preocupado – Mas não tem por que. Logo você descobrirá que é natural, que é assim que é pra ser.


O tom de sua mãe mudava ao longo da frase. No começo ela tinha uma preocupação materna, mais relacionada aos sentimentos de Luma. No fim, parecia preocupada com o que ela supostamente descobriria, ou como se algo terrível fosse acontecer a ela a qualquer momento.


- Está tudo bem, mãe. Já me acostumei.


Embora soubesse que era mentira, Sheri deixou para lá. Deu um beijo de despedida na filha e deixou-a ir. Sabia que ainda veria muito essa cena na vida, a de vê-la partir, para longe da proteção da mãe.


 


 


Bridgett Benson High School tinha grandes portões com as iniciais BBHS esculpidas no escuro ferro. Estavam abertos e dezenas de adolescentes o ultrapassavam. Luma se sentia invisível, como se os fones a fornecessem uma barreira visual, o que era ótimo.


Havia uma aglomeração um pouco após os portões. Alunos de todos os tamanhos olhavam para um mural. Depois de um tempo esperando a multidão se dissipar, Luma conseguiu ver. Eram as informações de onde ficava cada sala. As letras eram difíceis de entender, flutuavam e faziam inúmeras piruetas aos olhos dela. Mas, enfim, conseguiu ler que estava na sala 75, Bloco D. Saiu dali e deu-se conta de que não fazia ideia de onde ficava a sala. Nem sabia que havia mais de um bloco. Tudo que via era um prédio branco comprido e um azul de dois andares, ambos com janelas brancas e jardins na frente. Mas podia perceber que era um campus bem grande.


Resolveu pedir informações. Mas a questão era: Para quem? Adultos normalmente não a levavam a sério antes mesmo de conhecê-la, os adolescentes em volta não pareciam muito confiáveis ou simpáticos. Foi então que, em um banco rodeado de jardins, avistou duas garotas sentadas. Pareciam mais o seu tipo, liam livros grandes e uma delas estava com fones de ouvido, o que não mostrava muita coisa, ainda poderia ser Britney Spears tocando, ou sei lá. Mas Luma chegou à conclusão de que seria no mínimo Green Day, pelas roupas dela.


A garota da esquerda, a dos fones, usava uma jaqueta jeans preta, por cima – é claro – da camiseta do uniforme, calças de couro e coturnos de cano médio, pretos e surrados na frente, como se já tivesse chutado centenas de pessoas com aquilo. Ela tinha longos cabelos loiros escuros, como areia e era tudo que Luma podia enxergar.


A da direita parecia um pouco mais amigável. Usava grandes óculos de armação vermelha, cabelo curto, preto e liso, preso para trás num alto rabo de cavalo. Usava um cardigã de lã preta, jeans desbotados e botas de cano médio marrons, com um salto mínimo e forro de pelúcia branca. Usava um cinto marrom avermelhado por cima do cardigã e do uniforme, o que o tornava realmente bonito.


Depois de chegar mais perto, Luma percebeu que a garota da direita tinha ares misteriosos e perigosos, quase obscuros, o que não parecia combinar muito com ela. Mas com certeza, aquela menina tinha a capacidade de conseguir tudo o que quisesse facilmente, mesmo que não parecesse usar isso.


Por algum motivo, ela se sentia mais confortável com essas garotas do que com a multidão de adolescentes sorridentes e bronzeados na entrada da escola.


- Com licença… – disse Luma, tentando parecer simpática.


A da direita olhou, após alguns poucos segundos, para ela. Já a da esquerda nem pareceu perceber sua existência. Ela tinha olhos magníficos, que faziam Luma querer se ajoelhar e perguntar qual era sua ordem. Eram pretos, mas muito pretos, com um fundo azul marinho, e eles pareciam ter inúmeros minúsculos pontos brilhantes, como uma noite estrelada. Eram levemente puxados, num formato lindo, com ares de indiferença. Só quando ela olhou para Luma, ela pôde perceber o quanto a garota era bonita. Mas ela parecia não se importar e se esforçar para não chamar a atenção desse jeito, o que era inútil, pois ela era realmente muito bonita. Percebeu também que seus cabelos eram extremamente escuros, quer dizer, os de Luma eram castanhos, mas os da garota eram muito pretos. E muito brilhantes também, mas de tão escuros o brilho do cabelo dela era azul marinho.


Após o espanto e o pequeno transe que o olhar da garota causava em Luma, ela continuou falando:


- Você sabe onde fica a sala 95?


A garota a olhou de baixo para cima, não com um olhar crítico, mas como uma surpresa.


- Você é do terceiro ano? – disse, arregalando aqueles intensos olhos.


- Não, do primeiro. – afirmou Luma.


- Então sua sala deveria ser a 75, no Bloco D.


- Isso mesmo, obrigada. Onde fica?


O sinal tocou.


- Vem que eu te mostro, estamos na mesma sala.


A garota se levantou e começou a andar, levando seu livro e sua bolsa a tira colo, quando se voltou para o banco e chamou:


- Isis.


A garota loira não respondeu.


- Isis! – gritou.


Nada.


Então ela foi até lá, cutucou-a e tudo o que conseguiu de resposta foi o dedo indicador de Isis, pedindo espera, talvez quisesse terminar o parágrafo, ou ir até o ponto. Após um tempo, a garota olhou para ela.


Ela tinha o rosto fino e sobrancelhas levemente arqueadas. Sua aparência era charmosa, esguia, com feições maliciosas, como se estivesse sempre brincando com você, fazendo piadas e pegadinhas. Tinha grandes olhos claros, num tom azul esverdeado, com um fundo castanho. Não os arregalava, mas parecia estar sempre atenta a tudo.


- O sinal tocou, vamos para a sala! – disse a garota do rabo de cavalo, gesticulando e falando alto.


A loira pareceu indiferente, ficou imóvel, olhando-a com cara de nada. A do rabo de cavalo revirou os olhos e tirou seus fones. Estavam altos demais, Luma conseguia identificar a música facilmente, e com certeza não era Britney Spears.


A menina do rabo de cavalo repetiu e a loira levantou-se sorrindo, brincalhona. Tinha um sorriso malicioso também, como se tivesse acabado de te pregar uma peça e estivesse esperando você perceber, mas não da forma ruim, como se você não pudesse confiar nela, ao mesmo tempo em que parecia pregadora de peças, tinha traços acolhedores, o que deixava Luma à vontade perto dela.


Foram juntas para a sala.


 


Ao longo das três primeiras aulas, Luma descobriu que os nomes das duas novas amigas eram Isis Gallagher e Audrey Love. A loira e a da armação vermelha, respectivamente. Pôde perceber que, realmente, Isis era mais piadista, enquanto Audrey, com seus ares misteriosos, era um pouco antissocial e quieta. Luma suspeitava de que, se ela fosse mais sociável, seria uma das mais populares.


Descobriu também que Audrey tinha um gato preto e sonhava em ser astrônoma. Para Luma, não era necessário mais nenhum tipo de estudo, aquela garota conhecia tudo mesmo sobre galáxias, o espaço, os planetas, enfim, astronomia. Cada pontinho de luz em seus olhos brilhava mais intensamente quando ela falava sobre, o que pode parecer entediante para você, mas Luma gostava, achava interessante, ao contrário de Isis, que começava a fazer caretas fingia se matar quando Audrey começava a falar.


Isis era fissurada por cobras ou qualquer coisa rastejante, o que dava medo, pois ela tinha aquela cara imprevisível, perigosa, como se pudesse estar enchendo sua mochila de creme naquele mesmo momento. Imagine o que ela poderia fazer com cobras. Isis tinha mais amigos do que Audrey, e vivia dando sustos em todos. Já inclusive assustara Luma uma vez. Distraída, conversando com Audrey, ela nem vira Isis sair da conversa e ir se postar parada atrás da porta. Era incrível como ela passava despercebida. Várias vezes pegara algo de Luma sem ela nem sequer suspeitar, mas devolvia com um sorriso assim que ela sentia falta de algo.


Era também uma deusa da tecnologia. Qualquer problema com celulares, laptops ou qualquer outro aparelho eletrônico, ela era chamada para ajudar, resolvendo o problema em alguns poucos minutos.


 


Era hora do intervalo. As meninas desceram o único lance de escada do Bloco D. A escola era realmente grande. Visto de cima, seu campus era um quadrilátero, formado por cinco prédios. À frente, na entrada, logo após os murais, o bloco A, o prédio térreo, branco e comprido, onde ficava a administração da escola, a direção. À direita, dois prédios: um verde, que era o ginásio e as salas de artes e o bloco B, um prédio de dois andares, azul. Luma não fazia ideia de quem estudava lá. Ao fundo, o bloco C, um prédio laranja, também térreo e, pelo que Isis informou, era um auditório e um salão de festas. Finalmente, à esquerda, o bloco D, um pequeno prédio amarelo de dois andares. No meio, um jardim circular, divido em quatro como uma pizza pequena. As fatias de grama, separadas por caminhos de asfalto. Era ornamentado com árvores e bancos de pedra. No fundo do campus, atrás do bloco C, havia duas quadras, uma de vôlei, outra poliesportiva e um campo arborizado maior, com bancos e um espaço perfeito para um piquenique. Era incrível como, mesmo depois de tantas tentativas em tantas escolas diferentes, sua mãe ainda achava uma escola grande e boa como aquela.


 


As garotas foram direto ao jardim circular, sentaram-se num banco e começaram a conversar. Elas já eram boas amigas, riam muito, comentavam sobre os garotos e aprendiam mais uma sobre a outra. Ao longo do dia, perceberam que passariam muito mais tempo juntas, e nenhuma delas parecia se importar com isso, não de um jeito ruim.



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Autor(a): lola_sky

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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