Fanfic: Bbyororong Kangnam | Tema: Winner
Já faz um mês que eu divido o quarto com Kang Seungyoon, e nesse mês, eu não tive descanso nem mesmo uma vez. A respiração, a forma como ele resmungava dormindo, até mesmo os seus passos de manhã me atentavam a mente. Era erótico, de todas as formas, e como eu conseguiria lidar com isso por mais tempo?
Sempre que acordava, eu focava meus pensamentos em eliminar toda e qualquer resistência que a minha ignorância fazia para deixar subentendidas todas as ações daquele garoto, e não preciso te dizer que é em vão. Tudo desaparecia perto dele, e em certo ponto, eu me sentia apaixonado, com borboletas no estômago e com a cabeça alheia ao mundo.
Vamos começar tentando explicar o que eu sinto. É confuso demais. Quando eu fui morar com ele, já tinha imaginado que de alguma forma ele seria o meu tipo. Não exatamente “meu” tipo... Mas a voz dele, aquele timbre grave e seduzente me fez delirar a noite inteira, divagando a mente para que pudesse imaginar os seus gemidos, imaginar o que ele diria se estivéssemos juntos em algum momento. Isso passou pela minha cabeça, tenho de admitir.
Quando me mudei, largando o meu antigo colega de quarto, que se incomodava com a minha cantoria exagerada pela madrugada, não imaginei que dormiria na cama ao lado de Kang Seungyoon. E qual não foi a minha surpresa em saber que ele dormia de samba-canção e tinha, como eu disse, a respiração tão erótica, assim como os resmungos.
Você deve estar imaginando que eu sou um tarado, ou coisa parecida. Mas eu te garanto... Se você dormisse na cama ao lado da dele, você se sentiria exatamente como eu me sinto, sentiria a minha própria excitação. Aquela excitação que você tem por alguém que é palpável, está perto de você, mas de alguma forma seu receio te impede de tocá-la.
Essa é uma divisão justa das coisas, e sempre que nos encontramos em ambientes comunais, a minha mente traça uma linha imaginária entre o meu corpo e o dele, por onde eu não consigo passar, nem mesmo se for para apertar a sua mão. De um lado, Nam Taehyun; do outro lado, Kang Seungyoon. Desde que vim morar com ele, notei exatamente isso: Ele não gostava de toques, e evitava ao máximo me tocar, como se eu tivesse algum tipo de doença.
Exemplo disso foi quando eu cheguei, há um mês. Eu fiz uma breve reverência para ele, e quando fui apertar sua mão, ele recuou tão rápido, que quase derrubou uma mesinha. Preciso dizer o quanto fiquei constrangido? Meu rosto queimou, e eu sabendo disso, só o senti queimar mais ainda. Depois desse dia, nunca mais tentei nada com ele e nossa relação melhorou um pouco. Nós nos falamos algumas vezes por dia.
Então, me deixe voltar ao assunto. Eu sou um Seungyoon lover wannabe, e adivinhem o porquê? Nessa semana, eu descobri que o meu fascínio por essa figura é completamente justificável com uma paixão. “Mas Taehyun, vocês se conhecem há um mês e ele não toca em você”. Escuta aqui... Você sabia que para se apaixonar, leva apenas um quarto de segundo? É como se você piscasse e puff, estivesse apaixonado por Kang Seungyoon. Na verdade, eu estou, você eu não sei.
Nesse exato momento, eu estou cansado de viver. Passei o dia todo ensaiando uma coreografia nova e os meus pés estão doendo, repousados em cima da mesinha de centro. Um barulho da porta me despertou momentaneamente desses delírios e quem entra? Kang Seungyoon. Eu sei bem como ele abre a porta, e mesmo que ela esteja oculta por uma parede, eu posso prever que é a figura dele que vai surgir. Devo ter deixado isso tão focado na mente que sempre imagino ser ele... Certo, eu blefei. Só sei que é ele porque só eu e ele temos acesso a chave do apartamento, me desculpe pela brincadeira. Eu fico tão nervoso perto dele.
— Machucado, Taehyun? — ele me perguntou com um tom de voz doce, mas apesar disso, eu sentia que ele tinha uma muralha que não o permitia se estender nas suas palavras comigo.
— Que nada, hyung... Só cansaço. — respondi, tentando não gaguejar ou falhar na frase, como muitas vezes havia acontecido. Isso minava por completo nossa convivência.
Seungyoon pareceu ter entendido a minha persistência para não gaguejar, e se eu pudesse ler a sua mente, ele estaria pensando algo como “Nossa, Taehyunnie, você falou comigo sem gaguejar”. Minto... Acho que algo como “...” seria mais apropriado. Eu nunca sabia o que pensar dele, ou o que ele pensava de si mesmo. De mim, era mil vezes pior.
E ele continuava o seu trajeto, primeiro para o banheiro, e logo depois, com a toalha enrolada no quadril e uma camisa sendo colocada no tronco, passou pela sala para entrar no quarto. Como todos os dias, o timing dele só me permitia ver o seu umbigo e a região clara abaixo disso, sem nenhum pêlo, veia ou músculo saltado. Acho que gostava de me provocar, porque sempre que eu o olhava dessa forma, ele parecia que entendia o quanto mexia comigo.
Nos primeiros dias não era tão assim... Até que ele maneirava na sensualidade. Saía de roupão, e nisso, eu só podia ver parte das suas pernas. Será que eu havia deixado claro que era curioso sobre o corpo dele? Depois da primeira semana, apenas a toalha e a camisa naquele desfile. Minha mente mais vagueava pelo pensamento do que ele vestia por baixo do que pela tentação em si.
Juntei as minhas pernas e apenas então voltei a relaxar o meu corpo no sofá, pronto para prestar atenção a cada um dos movimentos dele. O seu dia a dia agora era a minha especialidade, e eu era um legítimo Kang Seungyoon expert, com mestrado no quarto dele e nas roupas sujas dele. Não era muita coisa, mas para alguém que era sempre discreto como ele, eu sabia demais daquele cara.
Assim que ele saiu do quarto, vestia um short folgado de dormir, com a mesma camisa que havia saído do banho; os cabelos minimamente úmidos denunciavam que ele tinha secado apenas para se livrar do bruto da água. Hoje, em especial, ele umedeceu os seus lábios, passando a língua por entre eles. Provavelmente estava com sede.
E não deu outra. Ao invés de ir para o fogão acender o fogo do meio, ele foi direto para a geladeira para pegar uma garrafa de água. Sem copo, sem nada, ele tomou direto no gargalo, e eu tinha certeza do que ele pensava: “Taehyun me olha demais, Taehyun não vai se importar de tomar minha saliva depois”. Errado. Eu me importava sim... Pelo menos dessa forma. Se ele quisesse me apresentar outra, estava ótimo.
Depois de se saciar com o líquido, que Seungyoon ligou o fogo do meio do fogão, e colocou sobre ele uma panela pendurada. Em poucos minutos, o cheiro de tempero de lámen invadiu o meu nariz, que já estava habituado com esse tipo de cheiro. Acho que com o passar dos dias, eu ficava mais fascinado de acompanhá-lo... Ficava mais fascinado de saber o que ele faria... Se saía uma coisa do cronograma, eu esperava ser extraordinário.
Meu olhar sempre observador era mestre no quesito de acompanhá-lo, e isso eu fazia sem qualquer pudor. Talvez fosse por causa de pessoas como eu (que encaram) que ele fosse tão fechado e tão indisponível para a sociedade. Quando se queimou com a massa que ia direto aos seus lábios com o auxílio de um garfo, eu ri instintivamente, cruzando as pernas. Burro, burro, burro.
Os segundos que se seguiram me deixaram tão temeroso, eu não sabia como reagir, ou como ele iria reagir. Mas, para a minha surpresa, Seungyoon riu. E não foi apenas uma risadinha ou uma coisa sem graça... Ele realmente riu! Com os dentes aparecendo, essas coisas. E a risada dele era tão gostosa, que dessa primeira vez que eu a ouvi, já queria repetição. Em vão, claro. Nos próximos instantes, o rosto dele fecharia novamente, se concentrando na comida.
Só foi ele terminar, que se levantou, voltando o caminho para a cozinha e deixando a tigela dentro da pia. Em segundos, ele viraria para mim e perguntaria “Você lava a louça, Taehyun?”, e meus lábios já desenhavam uma resposta positiva. Por que ele tinha de estar tão alterado hoje? O barulho da água com pressão me fez arrepiar de cima a baixo, junto da visão de suas mãos se movendo por baixo do jato de água, aparentemente lavando o que havia sujado.
É claro que eu intervim. “Você não pode lavar a minha louça, Kang Seungyoon”, eu me preparava para dizer, reunindo toda a minha raiva do momento. — Não quer que eu lave? — Eu pareci bem mais submisso do que gostaria, tenho de assumir, e foi engraçado para mim ter esse ensejo justamente com ele, assim como foi engraçado estar irritado por não lavar a louça dele.
— Hoje vou te aliviar das tarefas. — Ele disse, e claro, minha mente atrasada como sempre já formava um “Ah sim” sem mais nem menos. “Isso está muito errado, a louça é minha” vinha logo depois. Precisei de calmaria (que veio junto da água parando de cair) para que me acostumasse com aquilo, já que na minha mente, seria apenas por um dia. A louça é minha, com certeza.
— Por que? — Perguntei. Taehyun, você é muito burro! Eu aproveitei que ele estava de costas, enxugando as mãos, para dar alguns murros fracos na minha cabeça com as mãos, tomando posição séria e compenetrada quando ele virou, junto de um sorriso de canto.
— Você tá sendo um ótimo companheiro de quarto, não acho justo que fique com as mãos na água com esse frio. — Seungyoon tinha esse péssimo hábito: Ele poderia falar as coisas mais ternas do mundo, como era o caso, mas de alguma forma, a sua voz contrastava com o conteúdo e deixava tudo tão, mas tão desanimado, que meu estômago revirava a todo o momento.
— Obrigado... — Respondi simplesmente, e minha mente voltava a atacar. Olhei para o relógio, vendo o horário. Seungyoon estava atrasado dois minutos para ir dormir, será que acordaria mal disposto ou de mau humor? Esperei sinceramente que não, mesmo que ele já se encaminhasse para o quarto, dando uma última olhada para o meu corpo esticado do sofá para a mesa de centro.
— Boa noite, Taehyun. — Ele me disse, mas dessa vez, mais do que das outras, eu senti o meu ser se derreter diante daquela palavra. Não do “boa noite”. Ele dizia isso todo dia. Mas do “Taehyun”... Nunca havia entoado dessa forma, e pareceu ligeiramente mais animado do que nunca ao dizer aquilo.
A porta se fechou, dando encerramento ao meu pequeno show de adivinhações preditas e da minha paixão se provando a cada dia mais eficiente. Pensei sinceramente não ser capaz de ir dormir depois daquilo, e até me achei bobo. Eu já não era tão novinho assim para me derreter com palavras amorosas que nem tinham sido amorosas.
E sinceramente? Eu não me arrependi de ter interrompido a mudança de rotina diária de Kang Seungyoon, em principal pelo meu nome ter saído de seus lábios. Ok, não era uma mudança muito grande, mas se ele podia fazer aquilo, por que não poderia me retribuir com um pouco de paixão? Era o mínimo.
Autor(a): lucasribeiro
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