Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes
Oque será? Phil não é garoto de mandar cartas. Ele é daquele tipo que gosta de falar na cara. Deixei Nicolas ir para o banheiro e abri a carta rapidamente.
Escrito a caneta nanquim tinha as seguintes frases:
Quero te encontrar...
Aonde a lua e o sol se amam
Aonde nossos sonhos nos guiam
E os pesadelos nos chamam
Encontro-te as 8 hr da noite no ponto onde nos se conhecermos!
Phil Matias
Phil queria me encontrar nas escuras? Que estranho. As primeiras frases são um trechinho de uma canção famosa do Distrito 8. Meu pai sempre cantava para minha mãe nos dias em que ela chorava. Ele não tinha a melhor voz do mundo, mas ela sempre se acalmava. “Brincando com as Estrelas” era a musica que meu pai cantarolava todas as noites enquanto nós víamos as estrelas de longe. Tive uma pequena lembrança do meu pai por causa da carta de Phil. Eu iria encontrá-lo.
Tentei lembrar do local onde nós nos conhecemos. Na escola? Não, eu não iria para a escola as 8 hr da noite. Já sei. Eu ainda vou para lá de vez em quando. É o único lugar de onde da para ver todas as constelações nitidamente. é o velho teleférico abandonado. Virou um lugar entregue as moscas depois da revolução do Distrito 13. As pessoas mandavam mensagens de lá para outros Distritos. Mas depois que a guerra acabou a Capital interditou tudo. Como eu sou uma ‘’fora da lei’’. Eu todas as noites entrava junto a meu pai para ver as estrelas. A vista era linda.
Quando ele morreu a depressão me corroeu por dentro. E todas as noites eu dormia no teleférico sozinha. Phil por algum motivo me seguiu.
- Oque uma garota está fazendo aqui sozinha?
- Algo que não é de seu interesse! – Foi à primeira frase que disse a ele. Ainda me lembro do tom raivoso que respondi a pergunta dele.
- Posso? – Fala ele sentando ao meu lado.
-Fique à vontade... Eu só quero ver as estrelas! – Digo mirando o céu estrelado.
- Toma, aposto que você deve estar com um pouco de fome! – Ele me estende um pedaço de pão e um copo de suco.
- Eu... Eu te conheço de algum lugar!
- Da escola talvez... – Diz ele me encarando. – Eu só não sei seu nome...
- Meu nome é Elizabeth, mas pode me chamar de Lisa...
- Meu nome é Phillips, mas todos me conhecem como Phil! – Era a primeira vez que tinha escutado seu nome. – Agente poderia se encontrar mais vezes talvez... Para ver as estrelas sei lá!
- Você já sabe onde me encontrar... – Digo a ele com um pedaço do pão entre a boca.
Desde aquela noite, agente sempre se encontrava no teleférico anoite. Para conversar. Contar segredos. Ate mesmo piadas. Fazemos piqueniques entre o luar. Eu ate lhe ensinei como se guiar pelas estrelas.
Conseguimos virar amigos por causa daquele teleférico. Ate que um dia Phil me convidou para treinar com ele no galpão velho. Então nunca mais fomos ao teleférico. Eu ainda sinto falta das noites lá encima.
Era tão bom ter alguém para compartilhar nossos pensamentos. Nossas tristezas. Alegrias. Aflições. Tudo eu contava a Phil no teleférico. Mas oque será que ele queria me contar? Logo no velho teleférico?
Acordei do transe de pensar em nossos momentos juntos e me deitei em minha cama. A casa estava silenciosa, pois Anna ainda estava dormindo na casa de Phil, graças a minha noticia de voltar para os jogos.
A noite foi como sempre. Sonhos dominados por pesadelos. Mas esse foi um dos mais aterrorizantes.
Eu via a garota do 12 deitada junto a James e Rue como na arena, mas quando eu vou acordá-la seu rosto se transforma no rosto envelhecido de Snow, que rir e cospe sangue em meu rosto. Eu não consigo desviar de seu sangue viscoso e quente batendo em meu rosto. Uma sensação de nojo e raiva enche meu peito a este momento.
Acordo suando em minha cama e Nicolas esta tentando me acordar. Seus olhos estavam arregalados de medo.
- Calma! Esta tudo bem! – Grita ele.
- O Snow! Ele... Ele quer cuspir em mim, como se eu fosse lixo! – Digo gritando de raiva.
- Não Lisa! Só foi um sonho! – Diz ele me acalmando. Ele traz um copo de leite morno e enxuga minha testa molhada de suor. Depois de alguns minutos, Nicolas canta a suave canção do meu pai. “Brincando com as estrelas”. Caio num sono tranquilo, graças a sua voz tranquilizadora. Eu teria que me controlar de algum modo. Pois na arena eu não teria ninguém com quem contar. Nem mesmo com James ou com Phil. Ou ate mesmo com Marcus. Eu irei estar sozinha, eu e meus pesadelos.
Acordo como normalmente. Meu rosto avermelhado por causa das lagrimas que soltei de ódio contra Snow anoite. Os raios vividos do sol entravam nas frestas dos meus olhos que no momento não estavam muito azulados.
Nicolas sempre sai mais cedo por causa da escola que nunca mais eu havia ido. Ele deixou algumas frutas junto ao leite de cabra para eu me alimentar. Anna não dava sinal de vida então decidir que vou lá para ver como ela esta se recuperando da noticia. Phil certamente não deve estar em casa, pois seu trabalho começa muito cedo. Dan pode ate me ajudar, ele consegue acalmar Anna como sempre.
Sai de casa e vi que o dia estava quente como sempre. O dia iria ser razoavelmente bom. Principalmente à noite. Eu estou ansiosa para voltar a o teleférico. Estava vestida com meu legitimo conjunto de calças de couro e blusa sem mangas branca. Quando cheguei a o velho chalé da família Matias Phil estava saindo.
- Não vai trabalhar?
- Não hoje... Eu ia te chamar, mas você já está aqui!
- Pra onde você vai?
- Treinar! Como nos velhos tempos, quer ir?
- Pode ser, mas quero ver como Anna estar, não posso ignora-la não é?
Ele da alguns risinhos e vejo Anna adormecida entre os braços de Dan. Era como se Anna tivesse me incorporado e James estaria no lugar de Dan. Por algum motivo a ideia vem a minha cabeça. Eu tenho que acha-lo. De algum modo, eu tenho que achar James. Por causa de algumas coisas ele mudou minha vida literalmente. Não posso seguir sem ele.
- Vamos? – Diz Phil me tirando do transe e me puxando para a rua.
- Ela esta segura afinal! – Era a única frase que vinha a minha cabeça.
Seguimos pelo mesmo caminho que fazíamos há anos atrás. Primeiramente vinham as ruas estreitas perto dos cortiços. Depois o caminho era mais longo, mas valia a pena. Depois de caminhar por mais ou menos uma meia hora, chegamos ao velho e empoeirado acampamento.
- Nossa, há quantos anos agente não vem aqui? – Pergunto.
- Há 2 , 3 anos atrás...
- Que saudade... Ainda me lembro dos velhos tempos! – Digo a ele tirando um pouco de poeira de algumas flechas penduradas na parede. Aquele local me fazia lembrar da infância. Lembrar de tempo em que tive que ser forte e superar a dor. Lembrar de seguir em frente e nunca cair nos piores momentos da vida. Afinal, quem morreu foi eles, não eu.
O primeiro dia em que entrei naquele galpão, o senhor Matias treinava Dan e Martin com armas queima roupa de verdade. Por isso que nunca tive medo das armas de energia solar dos pacificadores.
Ele me tratou com tanta gentileza que tive ate medo. O senhor Matias era um velho pacificador chefe que teve que ser substituído por causa de ser velho de mais para exercer o cargo. Quando se ‘’aposentou’’ ele entrou em uma espécie de depressão e afogou suas magoas da Capital na bebida. Nunca soube por que o senhor Matias saiu de seu cargo de pacificador chefe. Mas ainda acho que ele não foi só despedido. Houve algo pior no meio desta historia. Algo que ele tenta esquecer no álcool. É tudo isso que sei sobre o pai de Phil, não quero entrar em detalhes sobre seus parentes.
Lembro em que o senhor Matias me ensinava a golpear os oponentes pelas costas. Pois era muito mais fácil de matar. Phil gostava mais de atirar suas flechas e lanças nos olhos de touro sobre nossas cabeças. Eu sempre ganhava dele, quando o assunto era facas e espadas. Mas quando íamos acertar maçãs e alvos eu era tão inútil quando um animal segurando um arco.
- E ai Phil, fiquei sabendo que a garota do 12 é boa com as flechas... – Digo rindo a ele.
- Boa? Ela acertou um saco de maçãs na arena, com três flechas! E tipo, o saco estava numa distancia, razoavelmente de uns 20 metros de distancia dela! – Diz ele gritando para meu lado.
- Aposto que se você também estivesse lá, poderia acertar como ela! – Digo jogando uma aljava em sua direção.
- Vamos ver... Faz anos que não pego em nenhum arco, e minha mira esta horrível! – Diz ele mirando em alguns olhos te touros borrados na parede.
- Eu prefiro isso aqui! - Digo, mostrando uma faca enferrujada e empoeirada.
- Você sempre foi mais...
- Bruta! – Completo.
- Eu ia dizer Voraz... Mas bruta também é uma resposta correta! – Diz ele rindo.
- Olha só isso! – Grito tirando um pequeno violino das ferragens. – Eu tocava quando tinha uns 10 anos de idade! Mas como foi parar aqui?
- Esse violino, foi seu pai que lhe deu não foi? – Pergunta ele com uma voz baixa.
- Foi... Foi o ultimo presente que ele me deu...
- Não chore... O dia só estar começando! – Completa Phil com uma de suas mãos entre meus ombros.
- Então quero ver se você ainda é um fracote com as armas! – Digo tentando mudar literalmente de assunto. Jogo o violino como se quisesse esquecer-se das lembranças boas que tive do meu pai. Mas eu ainda iria levar aquele violino comigo. Meu pai significava muito para mim.
Phil como sempre não se deu muito bem com as espadas enferrujadas que eu achei. Mas nas flechas ele é tão bom quanto a garota do 12.
- Eu posso ser um fracote com as facas, mas com o arco eu sou o rei! – Ele da um grito que ecoa em todo o galpão.
- A é...
Dou uma flechada numa maçã que esta acima de nossos olhos. Acerto em cheio. Bem no centro do fruto.
- Se você é um rei... Acho que posso ser uma rainha!
A manhã foi mais que especial. Lembrei-me de todos os momentos bons que tive antes da arena. De quando ei não tinha esperanças de voltar viva dos jogos. Treinamos tanto que tivemos que descansar no chão sujo mesmo. Phil havia trazido uma espécie de cesta com comida para o almoço. Piquenique no galpão. Era nossa atividade favorita.
Mesmo passando o dia comigo, Phil não comentou sobre a carta de ontem. Nem eu queria comentar com ele. Queria que tudo saísse como era para sair.
Comemos praticamente de tudo e decidir voltar para casa ao meio dia. Eu tinha uma missão afinal. Achar James em algum lugar de Panem.
- Acho que já estou indo... Tenho que continuar meu turno na fabrica, sabe! Mas foi bom ter essa manhã reservada para as lembranças...
- Qual quer coisa eu estarei aqui... – Diz ele.
Pego o violino empoeirado num canto do galpão e começo minha caminhada ate a minha casa. Começo a pensar em que lugar James poderia estar. Eu não conhecia nada sobre ele em todo o Distrito 8. Seus pais, seus irmãos, seus amigos. Não conhecia sua identidade aqui.
Decido perguntar a alguém da escola. Eles deveriam saber sobre alguém ou algum irmão de James, sei lá. Ou ate mesmo saber de seu paradeiro.
Deixo o violino encima da cama do jeito que o encontrei. E troco minhas roupas para parecer mais ‘’Menininha’’. Uma coisa que aparentemente sempre cai sobre meu rosto. A aparência de menininha ingênua. Uma coisa que eu nunca fui.
Chego à escola com o almoço de Phil na barriga. Algumas garotas seguem com seus olhos como se quisessem começar com o interrogatório. Chego a diretoria onde uma mulher alta, com cabelos grisalhos e pele branca como neve esta lendo uma espécie de anuário.
- Com licença... Desculpe interromper, eu estou procurando um aluno. – Pergunto. A mulher que não conhecia deixa o livro de lado para me atender. Eu acho que mudaram de diretora enquanto eu estava nos jogos.
- Boom, vamos ver oque podemos fazer... Nome por favor! – Diz ele com uma voz rígida.
- James... James Histon! – Não sei por que mais toda vez eu repito o nome duas vezes. Como se eu estivesse esquecido o sobrenome. Tipo “Elizabeth... Elizabeth White” foram as primeiras palavras que disse após a colheita.
- Hum... O garoto dos jogos do ano passado...
- É ele mesmo! – Digo confirmando.
- Você já deve saber que ele faleceu senhorita... – Diz ela se virando contra aporta e me deixando no vácuo.
- Talvez a senhora conheça alguém que seja ligado a ele. Um irmão ou primo...
- Hum... Ele tem uma irmã sim! Senhorita Margo, quer que eu a chame? – Pergunta. Margo, nunca ouvi falar em nome tão forte. Eu poderia ate conhece-la, mas nunca reparei em seu irmão ate a colheita.
Uma garota de 13 anos entra na sala. Seus cabelos curtos e negros se estendem ate uma franja. Sua pele é como a da nova diretora. Lisa e branca como porcelana. Mas seus olhos eram verdes como esmeraldas. Como os de Gary.
- Ele era seu irmão?
- Era... Mas não gosto de falar sobre isso! – Diz ela.
- Eu sei que ele voltou! Ele não morreu, eu sei...
- A única coisa que voltou dele, foi... Um caixão!
Autor(a): Bonnie
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Você já se sentiu a pior pessoa da face da terra. A pessoa mais horrenda de todo o planeta. Literalmente um lixo. A noticia da pequena garota me deixou sem ar, fazendo com que meu corpo caísse para trás sem medo de onde iria cair. Meus músculos estavam congelados e trêmulos e eu me sentia a pior pessoa do mundo. - Ele... ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 8
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giuliaperruci Postado em 15/04/2014 - 01:53:19
Gente me desculpem pelo atraso dos cap's, o pc estava com alguns problemas, mas agora irei postar em tempo real, todo mes tem Cap novo :3 irei acabar no Cap 40 :P Aproveitem
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giuliaperruci Postado em 24/12/2013 - 10:16:41
Vllw, espero que todos estejam gostando :)
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faruk Postado em 18/12/2013 - 19:51:28
Muito legal, parabéns!
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cisne Postado em 06/12/2013 - 15:20:39
continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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cisne Postado em 04/12/2013 - 12:14:52
continuaaaaaa
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cisne Postado em 03/12/2013 - 22:56:46
continuaa amo Jogos Vorazes
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giuliaperruci Postado em 23/11/2013 - 17:55:26
Obrigada! irei continuar com a fanfic :)
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cisne Postado em 17/11/2013 - 19:24:56
Ta ficando perfeita