Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes

   O tempo estava Maravilhoso não tem como negar. Arrumei os meus cabelos rebeldes num rabo de cavalo simples. Não tínhamos dinheiro nem para comer, então usávamos quase o mesmo tipo de roupa. Calças de couro e blusas de malha branca. Tínhamos basicamente a mesma roupa. Os três irmãos. As três migalhas restantes da família. A única coisa que tinha que me orgulhar era de uma velha botina da minha mãe de couro legitima. Tentei me despedir da velha casa, do velho quarto, do velho medo que ali vivia. Antes de sair ate o Dromo – Uma espécie de Praça no Distrito 8 – Abrir uma das gavetas da escrivaninha do meu quarto. Tudo que tinha era um botão velho, alguma foto antiga e um pingente. Fiquei alguns segundos tentando lembrar-se de onde tinha surgido aquilo. Foi na noite que Levaram o Marcus para a capital. Ele me deu para lembrar-se dele. Era um lindo sol, com raios cintilantes, dentro te um circulo de fogo, forjado a ouro puro. – Dava-se para notar – Pendurado a uma corrente do mesmo material. Decidir usar. Por ele. Marcus era um garoto determinado. Não tinha medo dos outros. Era egoísta. E decidiu se voluntariar para os jogos. Mas ele não queria participar desse reality show da capital. Ele era esperto. Tentou desativar o campo de força da arena. Sem sucesso. Alguns boatos dizem que ele sobreviveu. Mas se sobreviveu porque nunca voltou? Porque me deixou com o fardo de duas crianças para alimentar? Por isso estou fazendo isso. Por ele. Pelo meu pai que teve sua cabeça comida por corvos e pela minha mãe que morreu de pneumonia numa cama velha. Por que não tínhamos como cura-la. Não tínhamos dinheiro. Não tínhamos remédios. Não tínhamos dignidade. Anna colocou o pingente entre meu pescoço - É o colar de Apolo, simboliza luz – Disse. - foi a única coisa que restou do Marcus – Retruco. Saímos de casa diretamente para o Dromo. Sentia as mãos de Nicolas suando. Demoramos alguns minutos para chegar. Escrevemo-nos como normalmente. A vila estava como sempre. Mesmo com a colheita. Os homens e mulheres caminhando para começar seus turnos nas fabricas. Depois de todas as outras crianças se alistarem para a colheita, os pacificadores nos arrumam em grandes fileiras em frente ao palco central. O edifício da justiça não passava de um grande palácio de concreto enfeitado.

   Sinto uma mão quente em um dos meus braços. Quando me viro vejo os olhos negros de Phil. Um velho amigo meu. Um garoto um pouco mais velho que eu. – Que susto – Digo. Seus cabelos desgrenhados e negros realçavam seus lábios carnudos. Phil era um velho garoto que entrava no prego por mim. Graças a ele eu conseguia coisas que a natureza não dava. Como lã e pregos. Era uma das pessoas que eu poderia confiar em todo o Distrito. – Deixa de ser dramática. E ai, ainda com aquela historia louca de se oferecer como tributo? – diz ele com um ar irônico.

– Eu vou me oferecer. E preciso de sua ajuda. – Digo aflita.

- Ajuda para que? Para vingar teu irmão? Tenho família para criar também! – Seus lábios enrijecem e seus olhos me afrontam.

- Por favor. Você é a única pessoa do Distrito que eu posso confiar. Preciso que não deixem aqueles dois passarem fome, entendeu?

- Não vou... Seus irmãos são como da minha família! – Sinto um alivio de imediato.

Ele enrosca seus braços dentre a minha cintura e me da um abraço daqueles que eu não tinha recebido a décadas. Retribuo. Não sentimos nada pelo outro. Somos amigos, quase como irmãos. E aquele abraço era um sinal de segurança. De lealdade. Sem Phil não sabia como minha vida seria. – Eu irei fornecer tudo que eles quiserem... Não se preocupe! – Diz.

   Depois de alguns segundos um pacificador nos separa. E a representante da capital entra no palco. Com seus cabelos num tom azulado. E suas roupa extravagantes no extremo, ela anuncia o começo da colheita. Mirla Gret era o nome enfezado da mulher que todos os anos, retirava os papeis dos escolhidos. Me junto a milhares de jovens da mesma idade que a minha. Com sonhos iguais aos meus. E percebo que algumas garotas ficam me olhando. Não sei se é ciúme. Raiva. Mas acho que foi por causa do abraço com Phil. Um garoto de porte alto. Cabelos escuros e lisos. De pele morena. Arrancava suspiros entre a escola. Todas as garotas tinham inveja de mim. Mas nos dois não pensávamos em amor. Tínhamos coisas mais importantes para tratar, como sustentar nossas famílias. Isso que me fazia a melhor amiga de Phil.

   Olho para alguns telões a esquerda. Que exibia os rostos assustados das crianças em pé no Dromo. De repente o discurso do prefeito acaba. E percebo que o sorteio ira começar. Essa era a minha hora. A hora de mudar meu futuro. Quem sabe mudar a historia de Panem.

- Bem, vamos começar a colheita. E iremos escolher os dois jovens que iram ter a honra de representar o Distrito 8 – Diz Mirla. Com aquele velho sotaque da Capital. Ficava imaginando. Que honra em. Entra num matadouro, para morrer junto a 23 jovens. Meus pensamentos são interrompidos por um leve tapinha em minhas costas. Era Anna. Querendo me lembrar do meu plano. Quando Mirla coloca seus dedos num dos papeis, crio coragem para gritar dentre a multidão:

- Eu me ofereço! – Minhas palavras saem Nuas e Cruas. Qualquer ser vivo poderia escutar.