Fanfics Brasil - 21 Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas

Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes


Capítulo: 21

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   Um sentimento de ira veio a minha mente. Debati-me como louca entre os braços de Phil que insistiam em me segurar. Milhares de pessoas, de todos os pontos do Distrito estavam juntos tentando apagar a minha casa em chamas.


- Desgraçado... – Um sussurro sai de meus lábios. Phil estava me segurando com suas forças. Era se como o Snow gozasse da minha cara e eu deixasse os outros ficarem rindo.


   Nicolas sai da multidão com as roupas totalmente pretas. Sua blusa azulada estava cheia de buracos e negra como carvão. Em suas mãos um caixote enorme. E em sua cara a expressão de ‘’ perdemos tudo’’.


- Foi tudo que deu para salvar! – Diz ele me entregando o caixote. Na verdade não era um caixote, mas sim a capa velha e mofada do meu violino.


- Obrigado, Nicolas... – Digo deixando escorrer algumas lágrimas.


 As pessoas conseguem apagar o fogo e algumas ate me amparam.


- Você pode ficar na minha casa... – Diz Phil.


- Não quero te dar trabalho!


- Eu insisto vocês iram para minha casa! – Diz Phil, com uma voz firme. Eu estava tão dominada pela raiva e louca diante da cena que aceitei sua proposta. Eu absolutamente não estava com cabeça para pensar em arranjar abrigo uma hora dessas e Phil era a única pessoa que poderia me acolher neste momento.


- Tudo bem... – Digo sem chiar. Eu estava com tanta raiva que esperei a fumaça se misturar com o ar para ver o estrago do incêndio.


   Margareth me trouxe um copo com agua para me acalmar. Dei alguns goles e joguei o copo de vidro na fumaça negra que estava a minha frente. Os olhos agonizantes dos moradores do Distrito 8, ainda estavam me olhando. Phil estava do meu lado, tentando me acalmar. Nicolas tinha sumido do recinto. Não havia visto mais seu rosto cinzento.


- Desgraçado... – Um sussurro sai de minha boca. É era tudo oque eu queria dizer. Certamente foi ele que mandou queimar minha casa. Algumas pessoas disseram que uma vela havia caído encima de minha cama, e começou o incêndio. Mas eu sabia que aquele cretino havia posto fogo no meu passado.


   Sinceramente ele me fez um favor. Um favor de esquecer as dificuldades e as más lembranças que tive nessa casa. Mas ele queimou o santuário do meu pai. Ele queimou a casa que meu pai suou para erguer. Isso me deixava agoniada. Ele queimou tudo. Todas as lembranças que eu ainda tinha do meu pai, da minha mãe e do meu irmão.


   Ele só não conseguiu queimar isso. A lembrança mais bonita que consegui salvar. Meu violino. O velho instrumento feito de madeira rustica que meu próprio pai fez. Era tudo que eu precisava.


- Lisa.. Você não acha melhor...


- Não Phil! Eu não vou embora ate ver esta casa em ruinas...


- Então eu ficarei aqui com você... – Diz ele com uma voz melosa. Esta vendo, Phil estava usando o poder de amenizar minha raiva. Estava conseguindo curar minha alma dos estragos do Snow. Mas não era suficiente. Eu ainda estava ciente em acabar com a vida daquele velho inútil. Eu iria queimar tudo que ele tinha como ele fez comigo.


   Depois de mais o menos uma hora a fumaça se misturou com o cheiro horrível do nosso ar poluído. Estava tudo carbonizado. Não existia mais teto e as paredes estavam absolutamente no chão. Eu não conseguia diferenciar os moveis dos entulhos queimados. Era isso que restou. Cinzas e fagulhas cintilantes que brilhavam sobre os pedaços de carvão no chão. Mas nossa família ainda tinha uma esperança. Eu não poderia deixar que morrêssemos nas cinzas. Não a família White. Nós temos o poder de seguir em frente mesmo que os outros tentem nos derrubar. A fênix renasce das cinzas... Por que não poderíamos?


   Somos como fênix que ainda estão dormindo sobre as cinzas. Só precisamos acordar. Acordar e infernizar a vida daqueles que gostam de nos ver sofrendo.


   Eu acordei. Literalmente. A morte de James, o incêndio, o Massacre que me obrigaram a participar... Essas coisas me fizeram acordar. E agora que acordei eu estou mais furiosa do que nunca. Não tenho medo de me queimar com minhas próprias chamas e tão pouco de queimar os outros.    


   Caminhei junto a Phil sobre os pedaços de carvão que antes eram a estrutura da minha casa. Ele achou o álbum de fotos da família que estava estranhamente entre algumas estacas de madeira queimadas que antes eram a escrivaninha da minha mãe. Passei encima de cacos de porcelana que deveriam ser o conjunto de xicaras da minha vó. Uma coisa brilhou diante dos meus olhos. Com meu pé, afastei um pouco do pó negro do chão e achei um pingente que brilhava muito.


   Phil pegou o pequeno pingente na mão. Seus dedos examinaram a pedra como se ele fosse um especialista.


- É cristal... – Diz ele me entregando a pedra.


- Cristal? Nunca soube de nada que fosse realmente valioso aqui em casa...


- Acho que era de sua mãe, ou ate mesmo da sua irmã!


- Não... Se fosse da Anna, ela me contaria certamente. Acho que isso foi um dos presentes do meu pai... – Pingente de Cristal, colar de ouro. Não sabia que tínhamos tantas riquezas e nossa casa. Vai ver que isso é só um pedaço de vidro que brilhou em meio às cinzas. Phil não é nenhum garimpo profissional. Mas ele já teve amigos do Distrito 2, que sabia diferenciar pedras, isso eu não posso negar.


   Guardei a pequena pedra no bolso da calça de Phil, pois estava de vestido. Nem tinha notado que esta era a única vestimenta que eu tinha naquele momento. O vestido lilás da minha mãe.


   Tudo que conseguimos salvar foram as fotos, o violino e a minúscula pedra que se diz cristal. Era tudo que eu precisava realmente. Das lembranças boas. Obrigado Snow, por der queimado todo o meu passado desgraçado.


   Me certifiquei de que tudo havia queimado ate virar pó e fui acolhida por Phil. O cheiro ficou ainda pior com a fuligem negra de fumaça. Minha cabeça doía. Aquela dor que a própria mente criava. Phil me carregava literalmente entre as ruas. Como James quando eu desmaiei fora do campo de força. Ele me carregava como se eu fosse uma boneca de pano, prestes a ser jogada.


   Ele entrou em sua casa e me deitou na cama que antes era de Martin. Vi alguns vultos passando pela casa, mas os acontecimentos do dia estavam me deixando em estado de hibernação. Meus olhos começaram a se fechar, mas eu não queria embalar nos sonhos que certamente estariam recheados de pesadelos. Vi Anna correndo entre o corredor, e me desesperei. Meu corpo não conseguia se reerguer, como na arena. Meus músculos estavam rígidos de tanta dor. Dan entrou no quarto e me deu um copo com alguma espécie de remédio. Acho que era para a dor de cabeça causticante. Cai literalmente no sono e não vi mais nada do que estava ocorrendo no recinto.


   Na minha mente um sonho surgiu enquanto eu estava drogada com o remédio de Dan. Estava sentada numa cadeira antiga de balanço na varanda. Meu pai me ensinando cautelosamente a tocar o velho violino empoeirado. Estava vestida com o vestido lilás de minha mãe, que saia de casa com um vaso de flores lindas em sua mão. Os tordos que pousam nos prédios sujos de nosso Distrito, estavam empoleirados aos montes, esperando a melodia sair de meu violino. Meu irmão sai de casa e dá uma xicara de chá a meu pai que solta aquele sorriso fantástico. Quando começo a tocar o violino os tordos me acompanham, seguem a melodia como num coral celestial. Todos da família param para escutar eu tocar meu velho violino, como nas tardes de antigamente, quando eu só tinha meus 9 anos de idade.


   Era mesmo assim. Todas as tardes. Era tão bom, que eu nunca imaginei que depois de poucos anos eles estariam todos mortos. De repente os tordos param de cantar. Um silencio horroroso se alastra sobre a varanda. Quando largo meu violino no chão vejo que os tordos estão se transformando nos abutres que me atacaram na arena, Aqueles abutres que James golpeou antes da fuga. Quando olho para traz vejo nossa casa em chamas, como nessa noite. Tudo sendo engolido pelas labaredas. Meu pai, minha mãe e meu irmão. Implorando socorro e os abutres me puxando para traz. O vestido lilás começou a queimar. E quando me dou conta, estou sendo consumida pelas chamas. O calor arde em minha pele, e a quentura aumenta a cada segundo.


   Sinto Phil tentando me acorda. Tentando me tirar das chamas de meu pensamento. Agora eu havia percebido, eu era uma fênix. A fênix que perdeu oque mais amava, mas teve que nascer das pequenas chamas.


- Lisa! – Grita Phil. Abro meus olhos e vejo que estou suando. O calor vinha de uma manta que estava sobre meu corpo. Meus cabelos curtos estavam molhados e meus olhos estavam negros de dor.


- Phil, eles morreram... Todos eles morreram por minha causa... Eu poderia ajuda-los! – Digo berrando e lhe abraçando.


- Só foi um sonho... Esta tudo bem! – Diz ele me acalmando. No canto do quarto uma cadeira repousava, acho que ele estava-me observando o tempo todo. Conto a ele sobre o sonho que primeiramente era uma linda lembrança que depois se transformou nos piores dos pesadelos. Eu poderia correr de tudo, lutar contra tudo, mas meus pesadelos iriam continuar me perseguindo. Mas de alguma maneira eu teria que repousar minha mente. Eu teria que enfrentá-los de qualquer jeito.


- Depois dos jogos, você não estar como antes... – Diz ele acariciando meus cabelos.


- O Snow começou a infernizar minha vida, Phil! Ele quer me ver morta, do jeito mais fútil possível... Ele quer ver meu corpo sendo inçado pelo aerodeslizador! Ele quer que eu morra como um bicho! – Digo soltando as lagrimas que estavam presas em meus olhos. Ele se deita ao meu lado e me abraça como James me abraçou no galho daquela arvore na arena. Ele acariciou meus cabelos minúsculos e sussurrou em meu ouvido.


- Mas eu estou aqui... Eu não vou deixar que ele encoste um dedo em você! – Sua boca encosta em meu ouvido, deixando sua respiração quente. Ele abraça e me coloca para dormir como se eu fosse uma bebezinha precisando de ajuda. Quem tinha o habito de colocar pessoas para dormir era Dan, todas as noites ele cantava para Anna dormir. Mas acho que Phil só fez isso comigo ate agora. Por que eu estava tão apaixonada por Phil. Pelo jeito dele me tratar, como sua filha mimada.


   O destino escolheu Phil. James se foi com a morte. E era isso. Não sei se ainda terei uma vida amorosa com Phil ou ate mesmo com outro pretendente. Pois irei para arena e agora não posso fugir e tenho que ganhar. Eu terei que ganhar para ter um futuro com Phil, graças a o querido Presidente Snow.


- É disto que eu tenho medo... – Digo.


- Medo de que?


- O medo que terei que enfrentar sozinha sem você... Aqui, você estar ao meu lado! Mas na arena eu estarei sozinha... – Falo em seu ouvido.


- Mesmo que você esteja sozinha lá, eu estarei aqui torcendo por você! – Diz ele.


- Obrigado Phil! Mas as coisas não vão ser tão fáceis como no ano passado... Massacres Quaternários são famosos por ter grandes armações envolvidas... E se eles dobrarem o numero de tributos novamente... E se eu for obrigada a levar algum parente comigo... E se...


   Ele me interrompe com os dedos em meus lábios. Seus olhos me encaram.


- “E” e “Se” são palavras diferentes... Mas juntas elas significam medo, ou ate mesmo aflição...


- Eu não estou com medo... E você esta ficando muito filosofo! – Digo rindo.


- Eu sei que você pode sair dali viva Lisa! Eu simplesmente sei! – Diz ele com um tom tranquilizador.


   Ele ficou fazendo o velho cafuné em meus cabelos. Deitei e adormeci sossegada. Dormir ate a tarde do dia seguinte. Phil não estava mais no quarto. Algumas roupas estavam dobradas no canto da cama. Anna entrou pela porta quando acordei. Ela me ajudou a levantar e esperou eu me vestir.


- Fiquei sabendo que o Snow queimou nossa casa...


- Ele nos fez um favor... Não precisávamos mais daquilo! Só trazia tristeza... – Digo.


- É... Você tem razão, não precisávamos viver na tristeza... E agora? – Diz ela me perguntando.


- E agora oque? – Pergunto de volta.


- Aonde vamos morar? O que vamos fazer? – Pergunta.


- Lembra do chalé que o Snow ofereceu, vocês iram morar lá! E agora iremos seguir nossas vidas normalmente ate o dia do levante, entendeu? – Digo penteando os pequenos fios do meu pescoço.


- Tá bom... – Diz ela num tom baixo. – Toma cuidado... Eu gosto de você, e não quero te ver sofrer!


- Nós já sofremos demais, não se preocupe! – Digo confortando. Ela estava usando uma camiseta cinzenta e calças de couro apertadas da cor do carvão. Seus cabelos loiros como ouro e longos que chegavam à cintura estavam presos numa espécie de laço rosado. Seus olhos eram da cor de mel. Meio amarelados. Como os do meu pai. Acho que os olhos de Anna eram mais bonitos que os meus.


   Finalmente a turnê da vitória chegou. Amanhã o vitorioso estaria aqui, para mostrar que conseguiu ficar vivo. Eu sinceramente não sabia quem havia ganhado a edição passada ate Dan me informar sobre a garota do 12 que levou a melhor. E não foi só ela. O mini Marcus também saiu vivo. Mas como? Só um é vitorioso... Nos dias de hoje as regras estão sendo quebradas, tanto é que eu estou aqui vivinha da silva, mesmo sem ter ganhado aquela chacina. Decidir assistir a reprise de todos os jogos hoje anoite na casa de Phil. Para podermos ver como eles conseguiram sair vivos. Certamente eles estão sendo caçados pelas câmeras famintas da capital. Enquanto estive na fabrica, Saara contou tudo sobre nosso plano amanhã.


   Seria uma espécie de ensaio. Todos iriam só se organizar em seus respectivos lugares. Existia um grupo avulso que iria mandar as mensagens de revolta para os outros Distritos. Chamavam eles de filhos de Hermes. Por que Hermes era o mensageiro do olimpo. Enquanto os outros rebeldes estariam lutando contra os grandes pacificadores que iriam revidar certamente.


   Saara comenta sobre todos os mensageiros que estariam no grupo dos “H”. Primeiramente ela falou sobre um dos caras que trabalhavam com James, Ryan, um velho carregador de tecidos que já tinha todos os cabelos brancos á mostra. Depois vinham um casal de pioneiros da fabrica. Twill era uma mulher que trabalhava com minha irmã na fabrica dos uniformes, mas seu Marido Gus trabalhava comigo. Gus era um cara simpático ate demais que sofria de uma tosse egocêntrica por causa do fumo excessivo. Seus cabelos eram castanhos escuros e lisos como os de James, Twill era uma mulher de 32 anos que nem sonhava com filhos. Professora da escola, eu a via ensinando no meu antigo colégio. Para acabar o grupo dos “H” tinha o solitário Tobby que tinha a mesma idade que a minha, mas era um pouco menor que eu. Ele era da equipe de inspeção de uma das fabricas de tecido. Seus cabelos eram espetados e negros para cima. E minha irmã sempre comenta sobre ele ser o “palhaço” da turma. Ela diz que ele é tão risonho que em seu rosto havia duas covinhas mesmo sem ele estar sorrindo. Mas para esta missão dar certo, ele teria que ser seriamente forte. Teria que deixar toda a brincadeira de lado e leva a informação para os outros.


   Eles iriam se vestir com uniformes dos pacificadores roubados. E iriam entrar em algum dos trens para se espalharem entre os outros Distritos. Era um plano tão bom que eu desconfiei de que não foi o povo que vez.


   Eu iria com Phil para a praça me posicionar para os dias seguintes. Tudo armado, tudo em seu devido lugar. As armas forjadas pelos rebeldes em segredos seriam guardadas nos porões das casas perto do Dromo.   


   Melissa citou que tudo isso estava movendo em torno de um tordo. A garota do 12 havia virado uma espécie de símbolo depois da atuação nos jogos. Eu não me revoltei. Achei ate bom. Não queria ter o fardo de carregar uma revolução inteira em minhas costas. Eu só queria vingar. Fazer justiça com as mãos. Mesmo que isso fosse um gesto pequeno, mas fosse um gesto meu. Não queria ser um tordo, mas queria fazer a minha parte. Estava feliz por ela. Aquela garota era confiante e poderia sim ser uma espécie de símbolo para as pessoas acordarem. Ela é um tordo e eu sou uma fênix, e isso é oque nos diferencia.


   Passamos a tarde falando sobre os últimos toques finais para nossa revolta. As maquinas barulhentas faziam com que nossas conversas fossem secretas. Fora isso a tarde estava como sempre.


   O céu ficou estriado de nuvens alaranjadas e o por do sol estava caindo quando decidi voltar para a casa de Phil. Passei rapidamente na casa de Margareth para ver se estava tudo bem com sua casa depois do grande incêndio. Ela me abraçou e mostrou os estragos da minha casa pela janela do seu quarto. Quando eu ia saindo ela me ofereceu algumas roupas femininas. Aceitei por que o fogo havia queimado tudo e a família de Phil é composta basicamente por homens.


   Nicolas não teria problemas em arranjar roupas já que é forte e Phil pode doar muitas de suas camisas. Mas eu e Anna só temos praticamente as roupas do corpo. Esse foi o único problema que o incêndio causou a minha família.


   Cheguei à casa de Phil e encontrei todos sentados no sofá para ver a tão esperado reprise dos jogos que Derick havia enviado. Anna me ofereceu um pouco de ensopado enquanto víamos TV, juntos. Eu, Phil, Anna, Nicolas e Dan. Todos juntos na sala de estar que não era tão grande assim.


   Primeiramente o filme começa com a colheita, meu pedido caloroso de se oferecer como tributo. Ao ver James uma lagrima sai de meus olhos. Não uma lagrima de dor, mas sim de raiva.  As expressões nas caras das pessoas quando eu me ofereci foi a melhor. E aquele James calado e fechado subiu ao palco. Depois inesperadamente eles cortam para a nossa chegada na Cerimonia. As armaduras douradas que todos gamaram. Ou nem todos por que ao mostrar os tributos do 12, as pessoas ficaram alucinadas. Nossas roupas estavam melhor do que a da maioria dos tributos. Isso eu não poderia negar.  Mostraram algumas fotos do treinamento e nossas notas. James ficou com um nove e eu me contemplei com um dez.


   As entrevistas começam e Caesar insiste em deixar os tributos mais calmos. Vejo todos ele. Alguns eu não vi muito por causa da ansiedade. Só lembro dos rostos mais conhecidos como Cato, Glimmer ou ate mesmo Katniss que conseguiu de algum jeito ganhar. Mas agora vendo a reprise vejo os rostos assustados das crianças avulsas. A que mais me impressionou foi uma garota um pouco mais nova que eu, mas suas feições eram iguais as de James. Cabelos ruivos como de uma raposa e sardas pintadas em torno de sua bochecha. Seus olhos eram azulados como os de James. Eles poderiam ate serem gêmeos. Ela ara a garota do 5, não conseguir escutar seu nome mas ela era muito confiante.


   Ai vem minha entrevista. Meu rosto estava tão modificado por causa da maquiagem e do corte que ate parece que substituíram aquela garota que saiu do Distrito 8 por um dublê. Meu vertido curto e negro me deixava ainda mais extravagante. E Caesar não poderia me deixar ainda mais exibida. A minha entrevista acaba com aquelas frases que gritei para a multidão “irei fornecer um grande show este ano!”. E dei como prometido. A entrevista de James foi mais calorosa, não posso negar. Garotas afobadas gritando para que ele as tocasse. Caesar como sempre soltando as terríveis piadinhas e ele ficando cada vez mais vermelho de vergonha. Ate que Caesar tocou na palavra Treinamento e ele ficou blefando na frente de toda Capital. Ainda me lembro desta noite. Foi à noite que nos descemos ate o jardim e ficamos conversando sobre o plano de fuga. Eu ate fiquei um pouco confusa se deveria ou não acreditar nele. Mas meus instintos diziam que ele era decente. Então foi isso, conseguimos mesmo fugir. Mas ele acabou num caixão por causa da minha arrogância.


   As entrevistas acabaram com os tributos do 12, que eram a sensação deste ano. Katniss estava mais quente do que nunca, com um vestido vermelho que quando movimentado era engolido por labaredas vermelhas de fogo. Peeta foi mais engraçado, ele virou um tipo de amigo intimo de Caesar ainda no inicio da entrevista. Ate que Caesar também tocou no assunto amor! Foi quando ele disse para quem quisesse ouvir, que ele era apaixonado por ela. Isso me deixou mais confusa ainda. Primeiro ele anda junto a ela na cerimonia, se mostra apaixonado por ela e depois quando entra na arena, ele caça ela como um animal. Essas pessoas estão mais loucas do que nunca.


   Filmam um pouco nossa saída com o hino estrondoso de Panem ao fundo. Mostram nossa preparação junto aos outros tributos, alguns até desmaiaram no Curral. Mostraram meu cabelo sendo aparado por Gary e meu colar sendo posto em meu pescoço. Cortam para a contagem regressiva de 60 segundos. Tributos afobados estão se posicionando para correr. Alguns certamente aproveitando os últimos minutos de vida. Dão um close nos rostos medrosos de alguns e o gongo soou como sempre. Meu tombo é um dos primeiros movimentos a serem filmados, mas depois cortam rapidamente para o banho de sangue. Ninguém na sala riu mesmo vendo a cena hilária do tombo que levei ao sair da plataforma. Filmam muito bem e de vários ângulos diferentes as mortes. Acho que isso deveria fazer eles felizes.


   Neste mesmo momento enterrei a cabeça entre uma das almofadas do sofá. Não escutamos canhão como sempre, por que são muitas mortes a serem escutadas. Algumas crianças gritam, mas são caladas pelas facas de Cato ou de Marvel, entre as barrigas. Deram um closet quando matei dois de uma vez. O garoto do 5 morreu com os olhos fincados a minha cara, como se eu fosse sua ultima memoria. O garoto do 7 fechou os olhos para não ver a minha facada rápida entrando em sua barriga. Algumas lágrimas saíram de meus olhos por causa das duas crianças que eu nem mesmo conhecia, mas elas haviam morrido futilmente. Em algum lugar de Panem, pessoas estariam chorando por seus nomes. E eu estou aqui, viva. É isso que me dói mais.


   Filmam James me puxando para a mata e a garota do 12 lutando contra um garotinho do Distrito 9 por uma mochila. Ate que Clove arremessa uma de suas facas que acerta em cheio nas costas do garoto e uma é cravada na mochila alaranjada que estava sendo disputada. Cortaram para nós correndo ligeiramente entre as arvores e para os outros Tributos que também estavam correndo para longe. Filmam os carreiristas rindo e arrumando os containers em uma grande pilha.


  Depois de minutos filmando as almas desoladas nas matas em meio as arvores eles filmam a morte da garota do 4 a noite. Assustei-me com o assassino da garota. Não era Cato ou Clove. Mas era o garoto enfadado do Distrito 12. Sim o Mini Marcus. Depois de alguns minutos eles cortam para eu e James dormindo nas arvores. Filmam James me chamando para dormir ao seu lado. Mesmo com murmúrios eu aceitei. A cena era tão melosa que ate dava nojo. James com seus braços sobre meu tronco e eu usando seu peitoral como travesseiro. Obviamente eles estavam nos chamando de amantes.


   Ao ver a cena Phil enterrou os olhos negros em minha cara pálida. Uma expressão de ciúmes brotou de suas sobrancelhas e seus lábios estavam tão rígidos como duas rochas expostas ao sol. Mando um olhar de “A culpa não é minha, era tudo encenação”. Mas pelas suas trocas de olhares dava para ver que ele não estava acreditando de fato.


   Mostram o tombo de James no galho e minhas gargalhadas histéricas. Na arena eu estava rindo, era hilariante, mas aqui no Distrito 8, a coisa é tão dolorosa que me faz ate chorar. Mostram-me fazendo o topete de James com babosa e Katniss andando desolada na floresta. Era por isso que ela foi atacada pelas chamas como nós. Ela estava tão longe de outro tributo que se continuasse a andar, iria certamente bater contra o campo de força.


   Rapidamente cortam para ela correndo pelas labaredas e dando de cara com os Carreiristas. Dão um close no casal de loucos do Distrito 8, que estão atrás de um arbusto bem ao lado da cena hilariante. Os Carreiristas tão fortes e imponentes não deram conta de uma mísera menina que estava em minoria e ferida pelo fogo ardente. Gravam-me junto a James rindo em legitimo silencio e Cato com a cara vermelha de raiva. As câmeras estão todas visando ela, que mesmo ferida ainda insistia em tirar uma com a cara dos retardados que se chamavam de Carreiristas.


   Nossa saída de fininho dos arbustos ,Cato montando acampamento embaixo da arvore que aprisionava a garota do 12, ela própria se retorcendo em dor, tudo gravado rapidamente. Ao final da tarde ela recebeu uma dadiva que deve ter custado muito, uma espécie de creme para queimaduras que deveria custar minha vida.


   Cortam para uma cena onde ela encontra os olhos negros de Rue entre as folhas e os galhos das arvores. Rue como é esperta lhe apresenta um ninho de Teleguiadas prontinho para ferir Cato e seu bando. Ela serra o galho quando o hino toca ao céu. Acho que ela não queria acordar Cato com o barulho irritante do galho sendo serrado. Com o término do hino ela não consegue acabar o trabalho, mas logo pela manhã quando todos estão bêbados de sono ela serra o que restou do serviço.


   Clove acorda como uma maluca. Berrando para os outros acordarem também. – Para o lago, para o lago! – Grita Marvel em desespero. Cato consegue se reerguer do chão e correr junto ao grupo, mas Glimmer começa a se debater no ar tentando matar todas as Teleguiadas e acaba desabando toda deformada no chão. Katniss desceu da arvore ainda meio zonza, porque pelo menos uma Teleguiada lhe piou enquanto serrava o tronco. Ela se ajoelha diante de Glimmer que agora estava desfigurada e tenta retirar sua aljava de seu tronco inchado. Ao pegar o arco que carreguei horas depois, Peeta chegou como um raio e lhe guiou ate o local aonde a encontramos caída ,Cato como punição pelo ato lhe deu uma facada na coxa.


   A cena era tão horrorosa que dava nojo. O corpo caído de Glimmer, A facada exposta de Peeta, A garota do 12 caída como um corpo sem vida. É disto que a Capital gosta, eles gostam de tudo assim. Meninas frágeis morrendo por coisas estupidas, como picadas de vespas. Garotos se retorcendo em suas próprias dores como animais indefesos. É disto que eles gostam.


    Para amenizar um pouco o clima da arena, as câmeras cortaram para a rocha onde estávamos acampados. O beijo de James sobre minha boca no amanhecer. Sabia que eles não iriam deixar isso passar. Imaginava que a cena de Rue se aliando a garota do 12 iria cortar a cena do beijo, mas não. Eles só gravaram e colocaram depois de alguns minutos.


   Phil insistia em me dar aquele velho gelo. Seus cabelos negros e pontudos sobre suas sobrancelhas que insistiam em me afrontar. Ele estava com tanto ciúme que aceitava a cena na boa. E eu não gostava disto. Ele olha ligeiramente meu rosto com aquele olhar de – Os meus beijos são melhores! – E continua a observar o filme.


   As outras cenas são quando eu e James encontramos Rue e decidimos ajudá-la a cuidar da garota do 12. Mostram nós carreando-a ate o acampamento da pequena Rue ,que nos contado sobre tudo que havia ocorrido depois da nossa deixa. Cortam para o momento em que recebo minha primeira dadiva. O pequeno saco de balas pousa na minha mão e as câmeras me gravam sonhando acordada no galho daquela arvore de arena.


   Logo após a cena de eu e James correndo contra o fogo aparece. Nossas expressões fechadas e respirações aceleradas. Minha jaqueta pegando fogo, uma das bolas flamejantes atingindo o pescoço de James aparecem no filme. Eles apenas gravam as crateras se abrindo em meio ao chão e os nossos tiros de canhão. Era por isso que todos achavam que estávamos mortos. Eles não mostraram a gente lutando contra os pássaros ou ate mesmo atravessando o campo.


   As próximas cenas são mais cortadas ainda. O plano da garota do 12 de explodir a comida dos Carreiristas acaba com a morte de Rue. Pequenas lágrimas brotam dos meus olhos. A garota do 12 fez uma coroa de flores sobre a pequena Rue, trançou seus cabelos negros e a cobriu de pequenas flores. Pelo menos isso. Ela morreu com alguma dignidade, mesmo com uma lança sobre o estomago. Marvel também morre com uma flechada no pescoço, que doeu ate em mim.


   O anuncio da nova regra me deixou entusiasmada. Agora dois poderiam ser nomeados vencedores, mas aposto que deve ter dedo sujo no meio disto. Se eu e James estivéssemos nos jogos de verdade, a gente poderia ganhar de alguma forma. Essa regra faz com que Cato e Clove fiquem ainda mais mortíferos e a garota do 12 ir atrás de Peeta.


  Gravam rapidamente a garota do 12 cuidando dos ferimentos monstruosos de Peeta e o acomodando numa caverna. A onde eles passam um bom tempo por causa de um temporal que assombrou todos na arena. Filmam Thresh se acomodando sozinho sobre uma barraca negra e Cato e Clove vivendo na verdadeira sarjeta na Cornucópia. Já que Katniss explodiu toda a comida deles, a situação piorou para o lado deles. A garota do 5 que incrivelmente ainda estava viva, se abrigou num galho oco aonde passou dias se alimentando de raízes e folhas ate a chuva passar.


   Todos os Tributos estavam necessitados de algo. Remédios, comida, suprimentos, de tudo. Então o ingênuo Seneca Crane criou um pequeno banquete para os Tributos na Cornucópia com coisas que eles realmente precisavam. Mochilas de diferentes tamanhos foram implantadas na boca do chifre ao amanhecer. Cato e Clove decidiram reunir as únicas armas que tinham e se esconder nas redondezas. A garota do 5 como é esperta, se escondeu no chifre mesmo, e quando a mochila apareceu ela foi a primeira a recuperar a sua.


   A luta entre Clove e a garota do 12 era acirrada. Elas rolavam no chão como legítimos animais. Quando Clove conseguiu prender Katniss com seus pés, Thresh lhe matou por causa de comentários inúteis. É por isso que eu sempre digo. A morte é dura e silenciosa. E logo num Jogos Vorazes, palavras tem poder. Qualquer comentário pode ser alvo da morte. Thresh deixou a 12 ir embora viva por causa de Rue e seguiu seu caminho. Cato ao ver Clove caída e morta deu gritos tão estrondosos que as pessoas do Distrito 12 poderiam escutar. Ele estava destinado a matar qualquer um para vingar a morte de Clove. Como eu, com a morte de meus pais e de meu irmão.


   No final mostram a morte frustrante da garota do 5 por causa de míseras amoras cadeado. Thresh morre depois de ser literalmente devorado por bestantes enormes. Cato corre ate a Cornucópia para fugir das feras e se dar de cara com o casal de desafortunados do Distrito 12. Ele tenta matar Peeta com sua força mas, Katniss atira uma flecha em sua mão. A noite começa a ficar doentia e eles mostram os gemidos de Cato sendo devorados pelos bestantes. Ao inicio da manhã Katniss se cansa de esperar, e atira uma flecha em seu rosto por causa do escudo que protegia seu corpo.


   Eles eram os vencedores ate a Capital armar para cima deles novamente. Modificando novamente as regras e deixando os dois frente a frente para a morte. Inexplicavelmente eles decidem se alto-suicidarem. Comendo os dois amoras cadeado, e quando o gosto da amora chegou à boca dos dois a Capital os nomearam vitoriosos. Pronto. Isso foi a 74° dos Jogos Vorazes. 



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Autor(a): Bonnie

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

SPOILER – Feliz 2014 ( Fiz este Spoiler de presente para os leitores. Não é obrigado a ler! É um presente meu a vcs leitores que estão me acompanhando!)    Meus dedos estão ligeiramente gelados. Meus cabelos finalmente começaram a encostar-se aos meus ombros novamente. No silencio da sala escura escuto o bravo grito ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • giuliaperruci Postado em 15/04/2014 - 01:53:19

    Gente me desculpem pelo atraso dos cap's, o pc estava com alguns problemas, mas agora irei postar em tempo real, todo mes tem Cap novo :3 irei acabar no Cap 40 :P Aproveitem

  • giuliaperruci Postado em 24/12/2013 - 10:16:41

    Vllw, espero que todos estejam gostando :)

  • faruk Postado em 18/12/2013 - 19:51:28

    Muito legal, parabéns!

  • cisne Postado em 06/12/2013 - 15:20:39

    continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • cisne Postado em 04/12/2013 - 12:14:52

    continuaaaaaa

  • cisne Postado em 03/12/2013 - 22:56:46

    continuaa amo Jogos Vorazes

  • giuliaperruci Postado em 23/11/2013 - 17:55:26

    Obrigada! irei continuar com a fanfic :)

  • cisne Postado em 17/11/2013 - 19:24:56

    Ta ficando perfeita


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