Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes
- Phil, eu só tenho 16 anos... E a revolução...
- Casa comigo? – Ele repete a pergunta com o mesmo tom de voz.
- E se eu aceitasse, você esperaria? – Digo lhe encarando.
- Eu esperaria todo o tempo do mundo! – Suas palavras se esvaem no vento e seus lábios tocam as minhas mãos. Casamento? Eu? Ele deveria estar louco, ou ate mesmo bêbado! Nunca namoramos, ou tivemos um “caso”. Somos simplesmente amigos.
- Casar, Phil? Oque os outros vão dizer!?
- Que se dane os outros! Você mesmo diz que não precisa da opinião alheia... – Isso era pura realidade. Desde que meus pais morreram, as pessoas ficam falando de mim pelas costas. E eu sei. Mas não ligo. – Eu sei... Só tenho 17 anos... Mas aquela noite...
- Phil... Nós juramos um ao outro que não iriamos falar daquela noite! – Digo seria. Não foi uma noite qualquer.
- Você sentiu algo por mim... E eu sei disto, eu senti! – Fala ele. Aquela noite já estava esquecida de minha memoria e eu mesma não queria lembrar. Foi há alguns meses atrás quando estávamos no galpão. Começamos a conversar civilizadamente sobre assuntos cotidianos. Ate que veio uma vontade louca de roubar um beijo dos lábios de Phil. E ele retribui. Mas não só com o beijo, mas sim com sua alma. Naquela noite, fomos um só e entregamos nossas almas um para o outro. Então aconteceu! O amor havia nos controlado! Mas não queria lembrar... Nós parecíamos que já éramos casados! É uma sensação boa, não vou negar... Mas, estava com medo de me apegar muito a ele.
- Tenho que pensar! – É a resposta que dou a ele.
- Tudo bem... Só quero que saiba que eu te amo! – Diz ele com a cara de desapontado.
- Eu também... – As palavras saem secas de minha garganta. Um som estridente, mas macio. – Nós poderíamos nos casar hoje, mas as chances de eu continuar viva serão minúsculas...
- Um pode sair vivo! Então ainda temos esperanças! – Diz ele me reanimando. – Mesmo que isso doa a mim, irei te amar para sempre!
- Não sou a garota mais romântica da terra... Mas se eu continuar viva... Quero poder passar o resto da minha vida ao seu lado! – Digo. Soa como um “Sim”. Isso é verdade. Phil é uma das pessoas que tenho o prazer de compartilhar os momentos de minha vida. Ser por ventura de o destino eu conseguir sair viva do Massacre, eu iria gostar de viver ao seu lado. Pescando em lagos menos poluído. Contando as estrelas. Ate mesmo tomando o venho suco de cacau que ele costuma fazer no inverno. Filhos? Se o tempo trouxer, serão bem acolhidos.
- Isso é um sim? – Pergunta ele segurando meus dedos.
- É um sim, dito por uma garota desesperada que esta prestes a dançar com a morte! – Digo.
- Como fui me apaixonar por você? Logo por você? – Diz ele rindo.
- Foi você que me pediu em casamento! – Respondo com um riso entre a boca. Eu poderia estar mais ansiosa do que nunca pelo levante. Mas o pedido de casamente de Phil foi inesperado. Se quiséssemos poderíamos nos tornar Amantes agora. No Distrito 8 á um tipo de ritual que as pessoas fazem para se tornarem oficialmente casadas. Elas simplesmente acendem uma vela no lugar mais inesperado possível. Bom, isso foi oque meu pai me disse. Era um costume dos costureiros ficarem as noites costurando com as luzes das velas. Muitos casais se conheceram a luz de velas a noite nas fabricas. Então virou uma espécie de ritual. Acenda uma vela junto a seu esposo e vocês estão literalmente casados! Tento retirar a palavra “casamento” de minha mente.
Devia estar gastando os miolos com coisas uteis como o levante que terá inicio hoje! Casamento é para toda vida... Levante só tem uma vez! Casamento não é uma coisa tão seria quanto à liberdade do povo. É só assinar um papel. Casamento... Com 16 anos! Ele deveria estar louco! Penso.
Quando voltamos para casa o Dromo estava sendo todo enfeitado. Fotos e cartazes dos vitoriosos sendo postos nas paredes das casas, um palco central rodeado de flores sendo posto na frente do edifício da justiça, dois palanques sendo postos para as famílias dos mortos. Quem viria representar James? Margo. Sua mãe, talvez. Ele nunca conheceu seu pai. Meus irmãos estariam lá encima, para representar a garota que se voluntariou por loucura. E na mente vazia das pessoas da Capital, ela ainda estar morta.
Chego em casa e eles estão se arrumando. Nicolas com as calças de Dan e uma blusa branca encardida que Phil havia lhe emprestado. Arrumei seus cabelos num pequeno topete como o de James. Seus cabelos estavam idênticos aos de Cato.
Anna estava mais centrada na atuação. Em como iria reagir quando os vitoriosos citassem meu nome. Chorar. Era seu maior dom. Ela vestiu um vestido alaranjado da minha mãe que estranhamente havia sobrevivido ao incêndio.
- Você estar linda! – Digo a ela, tentando acalmá-la.
- Quis lembrar-se da mamãe... Seria tudo diferente se ela estivesse aqui com nós! – Fala ela mirando o vestido para não olhar em meus olhos.
- É... Poderia ser muito diferente! – Digo. – E você garotão! Crescendo a cara dia! – Digo a Nicolas, tentando mudar bruscamente de assunto.
- Oque seriamos sem você... – Diz ele com um tom de desanimo.
- Vocês seriam vocês mesmos... – Digo. – Eu poderia ter morrido... Ou eu posso morrer! Mas vocês tem que abrir seus olhos, eu não vou poder guiá-los pelo resto da vida!
- Disto nós sabemos! – Diz Anna. – Mesmo que você morra na arena... Sua missão já foi cumprida!
- Eu consegui fugir! E isso é tudo! – Digo rindo.
- Você conseguiu mais que fugir! Você conseguiu nosso respeito... Sua honra! – Fala Anna. Eu fiquei tão feliz de escutar isso dela. Anna era a única pessoa que não acreditava em mim. Não acreditava que eu poderia sair viva da arena. Mas agora ela tinha uma espécie de orgulho por mim. E isso me fazia muito feliz.
- Obrigado irmã, me sinto aliviada de ter escutado isso de você! – Digo a abraçando. Olho de relance para Nicolas e vejo que ele esta com dificuldade de dar um nó de gravata. – Deixa eu te ajudar pequeno!
- Não precisa...
- Pronto! Agora esta aconselhável! – Digo dando um nó decente em sua gravata, como o papai me ensinava quando pequena. Ela curva as costas e me beija na testa. Depois disto dois pacificadores chegam à casa de Phil e os levam para o Dromo, para se posicionarem nos palanques montados. Um deles é familiar. Thobias. Um cara branquelo, com uns 2 metros de altura e cabeça raspada que sempre conversa comigo. Era um dos únicos pacificadores que eu conhecia afinal.
Tomei um banho por alguns minutos e pela janelinha do banheiro eu via um carro negro rodilhado de pacificadores. São eles! Penso. Termino de lavar meus cabelos e esfregar minha pele. Phil não tinha dado as caras, e Dan estava organizando os grupos para o levante. Vesti uma calça branca que deveria ser de alguma das filhas de Margareth e uma blusa da Anna, meio rosada. Tomei uma caneca de café com biscoitos e sai de casa.
As ruas estavam completamente vazias. Todos foram obrigados a ver os tributos vitoriosos do 12. Meus sapatos tropeçavam na poeira negra que vivia no chão. O vento estava mais tenebroso do que nunca. O sol ardente secava meus cabelos ainda molhados e meu olhar frio estava pousado em meu rosto. Ao chegar ao Dromo vejo que milhares de pessoas estão esperando pelo casal vitorioso. Todos em silencio por sinal.
- Vem comigo! – Sussurra Phil me puxando pelo braço.
Corremos entre a multidão que estava organizada tanto para a turnê dos vitoriosos quanto para o levante que ocorreria alguns dias depois.
- Lembre-se... Na frente do edifício da Justiça e ao lado da Padaria! – Sussurra ele. Esse era meu ponto de partida. Mirando o chão dava para ver um pequeno folheto com uma foto dos vitoriosos. Com o a frase. Os amantes Desafortunados do Distrito 12! Katniss com uma cara de convencida portando um buque de rosas brancas entre as mãos, atrás dela, Peeta aparece mirando o céu, com um olhar amedrontador e cabelos cor de ouro como os meus. Esses são os vitoriosos. Graças às amoras.
Primeiramente o hino é pronunciado em grandes altos falantes. Os barulhos estridentes das trombetas gritam em meus ouvidos. A multidão espera silenciosamente amedrontada. Mirla sai do edifico da Justiça e apresenta os vitoriosos. Katniss com um vestido negro como carvão e Peeta vestido com uma calça social marrom e uma camiseta branca.
O prefeito Wilson começa um discurso interminável em memoria dos tributos vitoriosos. Ele era um cara barrigudo e careca que sempre estava trancafiado em problemas de nosso Distrito. Já houve boatos de que ele era perseguido por pacificadores, pois roubava investimentos da Capital. Ninguém nunca afirmou tal acusação, mas quem sabe! Nos dias de hoje, qualquer um pode ser ladrão.
Eles entregam uma placa de metal para cada um deles e um buque de rosas. Um dos telões filmam a cara de meus irmãos. O outro filma o rosto da única pessoa que foi representar James. Margo. Lá estava ela, sozinha encima do palanque. Sua expressão estava seria e seus olhos negros. Anna estava fazendo seu papel de irmã chorona enquanto Nicolas a abraçavam e encarava os vitoriosos.
Peeta se posiciona para começar a falar e é interrompido por murmúrios. – Fale oque pensa! – Grita algumas pessoas na multidão. Ele olha de relance para Katniss como se quisesse falar algo para ela e pega um papel em seu bolso. Quando ele iria começar a pronunciar as palavras, Katniss pousa a mão sobre seus ombros e sussurra em seu ouvido algo. Ele deixa ela falar e volta para junto a Mirla um pouco atrás do microfone.
Ela olha para meus irmãos e diz.
- Estamos aqui hoje, para honrar seus Tributos... – Diz ela com os lábios serrados. – Elizabeth era uma garota determinada, não a conheci pessoalmente, mas mesmo se oferecendo como tributo ela fez sua parte...
Estava com vontade de gritar em meio à multidão “Eu não morri!”. Mas eu tinha que me controlar ou o levante iria ser um desastre. Ela estava certa eu havia feito minha parte. A parte de não desistir. A parte de não deixar eles rirem de meu rosto. A parte de ser forte.
- Soube que James me ajudou de certa forma na arena... E devo muito a ele! – Olho para Margo e vejo que ela não expressou raiva. Ao contrario um sorriso brotou de seus lábios. Acho que ela estava com orgulho do irmão.
- Então... – Ela da uma pequena pausa. – Estamos todos aqui, os vitoriosos e os derrotados!
Olho para a multidão e vejo que as pessoas estão felizes. Ou estão fingindo muito bem. Quando ela acaba de pronunciar a ultima frase, seus olhos me acham em meio a multidão. Ela faz uma expressão de “Como assim? Não pode ser você!” e volta a acabar o discurso.
- Panem hoje... Panem amanhã... Panem para sempre! – Com certeza o Snow deveria estar controlando ela. Pois a garota das amoras não iria pronunciar tal frase para um Distrito como o 8.
Ela simplesmente se vira e entra para o edifício da Justiça. As pessoas falam uma com as outras sobre o levante e sobre o discurso da garota das amoras. Eu teria que falar com ela de algum modo. Não sei. Ela deveria estar sendo vigiada, 24 horas por dia, graças a vitória dos Jogos.
Tentei chegar perto de Phil, mas ele estava organizando o resto do grupo em seu respectivo lugar. Dan estava levando as tochas para as casas nas redondezas. Tudo estava saindo como combinado. Não vi Anna ou Nicolas, eles deveriam estar falando com alguém sobre mim.
Decido procurar por Margo. Era uma das garotas que queria trocar algumas palavras. Via seus cabelos aparados e negros dentre a multidão. Sua pele branca como a neve e seu vestido azulado caminhando entre as pessoas.
- Margo! – Grito. Ela vira a cabeça e volta a caminhar. – Espere!
Consigo alcançá-la e pouso minha mão sobre seu ombro. A encaro e penso nas palavras que vou dizer.
- Você me conhece não é? – Pergunto.
- Você não foi à louca que queria saber sobre meu irmão na escola? – Diz ela.
- É... Eu... Queria lhe dar meus pêsames! – Digo. – Seu irmão era um garoto esplêndido!
- Eu sei... James era tudo para mim! Agora eu estou sozinha...
- E seus pais? Bom... E sua mãe? – Pergunto.
- Ela não aguentou... Ver James morrendo naquela arena... Tive que enterrar os dois de uma só vez! – Fala ela deixando escorrer uma lagrima.
- Me desculpe por perguntar...
- A culpa não é sua! – Completa ela. – Eu... Só quero viver minha vida!
- Qualquer coisa, eu estou aqui para lhe ajudar! – Digo dando um abraço. Eu sei qual é a dor que ela esta sentindo. A dor de perder tudo que você já teve de mais precioso nessa vida. A dor de um coração vazio. A dor de falar e não ter resposta. A dor que muitas pessoas como a mãe dela não sabem suportar! Essa dor me perseguia por anos. E Snow adorava ver milhares de pessoas sentido essa dor.
Volto para casa chorando e soluçando como louca. Margo havia me lembrado de algo que eu já tinha me esquecido. Da minha dor. Da minha perda. Meus pés estavam tropeçando uns nos outros e meu rosto estava avermelhado devido as lágrimas.
Vejo Phil correndo atrás de mim e tento me afastar dele. Não por que eu o odiava. Mas por que eu quero a um tempo para derramar minhas lagrimas sozinha.
Entro em desespero quando ele encosta suas mãos em minha cintura. – Me deixe em paz! – Berro. No fundo do meu coração eu estava com pena dele. Por ter que me aturar em meus momentos de fúria.
Depois do grito ele me solta rapidamente e me tranco no banheiro de sua casa. Pouso as mãos sobre a pia e me olho no espelho. – Desgraçado! – Berro entre as paredes do pequeno banheiro. Tropeço no chão molhado e caio inconsciente. A ultima coisa que vejo é os raios solares do começo da tarde, entrando pela janelinha do banheiro.
Acordo com um grito. – Lisa! – Grita Anna. – Precisamos arrombar! Ela esta a mais de 4 horas ai dentro!
Não consigo me levanta e nem ao menos falar que ainda estou viva. Meus músculos estão rígidos e meus ossos doloridos. Minha cabeça doi como nunca e barulhos agonizantes tocam meus tímpanos.
4 horas aqui dentro. Sem ar. Sem vida. Sem compreensão. Minha mente esta em colapso. Não consigo pensar em nada neste momento. De repente a porta é arrombada. Phil salta para junto ao meu corpo e junta seu lábio ao meu. Mas não para um beijo sufocante. Para uma respiração boca a boca forçada.
- Ela esta respirando! – Grita Phil. – Lisa... Fale comigo! Lisa...
Meus olhos começam a pistar novamente. Sinto meus lábios que antes estavam secos mas agora estavam molhados graças a boca de Phil. Meu corpo ainda não esta totalmente reanimado então Phil me carrega ate a cama. Solto gemidos e grunhidos para ele me colocar no chão, que já estou bem e que não preciso de ajuda. Mas ele insiste em me tratar como sua filhinha querida.
Anna chega ao quarto as presas e trás uma espécie de pano quente. – Oque deu em você? – Pergunta ela. Sua expressão era fechada como se eu estivesse violando uma lei. – Uma hora você esta confiante e destemida e na outra você corre como uma louca em busca de abrigo!
- Desculpa... – É a única palavra que consigo pronunciar. Provavelmente quando cai devo ter batido com a cabeça em algum lugar. Na parede ou ate mesmo na pia.
- Você não tem que me pedir desculpas... – Fala ela cuidando de um ferimento em minha testa. A tolha fica ensanguentada rapidamente e ela passa uma espécie de pomada em mim. Minha cabeça dói como se alguém houvesse a martelado ate ela rachar. Solto um grito estrondoso quando Anna acaba de analisar meu ferimento.
- Como foi isso? – Pergunta.
- Eu... Eu não sei... – Digo. - Estava chorando e... Cai no chão...
- Esta vingança esta te levando a loucura... – Diz ela com um sorriso entre a boca. Logo depois de ela acabar de cuidar da minha testa, Nicolas entra no quarto e chega pertinho do meu corpo.
- E ai maninha? Tudo bem...
- É... Parece que eu cortei a cabeça e... – Anna me interrompe e resmunga dizendo que não posso fazer muito esforço enquanto falo. Lembro-me da vez em que desmaiei no treinamento ainda na Capital. Lembro-me de como eu estava fraca e James me acolheu. Lembro-me dos doces horrorosos que me fizeram adoecer. O fato de Margo esta sozinha no mundo foi como uma espécie de doce que me fez passar mal.
Nicolas trouxe algumas ervas para Anna fazer um chá. Ela não era médica, mas sabia lidar com imprevistos.
- Você não pode dar um desses surtos na arena! - Diz ela me encarando. Seus minúsculos dedos massageiam minhas bochechas e ela beija minha testa bem aonde eu bati. Dei um pequeno sorriso e tentei lembrar-se do que ela falou. Certamente ela estava certa. Eu não poderia surtar em pleno massacre quaternário. Ou fico lucida e viva ou enlouqueço e morro. Esse massacre não será como os jogos do ano passado. Neste ano eu estarei sozinha. Sem James para me ajudar. Sem as pessoas me consolando. Sem ninguém.
- Vocês são os melhores irmãos que já pude ter! – Digo rindo. Esses eram meus pequenos. Só meus. Eles poderiam ser fracos, terem medo, chorarem como animais indefesos. Mas quando algo acontecia a mim eles sempre estavam lá para me ajudar. Desde pequena. Nunca tive discussão ou briga com nenhum dos dois. Eram meus anjinhos. Marcus era mais indelicado, vivíamos brigando por bobagens.
- Você esta se oferecendo para a morte por nos... A melhor irmã do mundo... – Diz Nicolas colocando uma flor branca em minha orelha. – Bom irei dormir... Hoje foi um dia cansativo e amanhã tenho um turno inteiro para inspecionar!
- Te amo... – A frase soluça de minha boca.
- Eu também... – Ele retruca com uma voz macia e lânguida. Ele sai do quarto que antes era de Martin, mas Anna continua a meu lado. Dizendo que vai passar a noite aqui comigo, por causa de qualquer coisa.
Acordei com a cabeça latejando. Meu ferimento havia inchado e meus olhos estavam negros de sono. Meu corpo estava tão enfadado e desesperado por energia. Meus dedos percorrem minhas coxas tremulas que não queriam se mover. Anna havia saído do quarto. Fiz um leve esforça para levantar e acabei me esgotando de energia.
- Acordada á esta hora? – Me surpreende Dan.
- Obrigado por arrombar a porta... – Digo com um sorriso doloroso. Ele me olha e tenta disfarçar a pena. – Como uma garota tão forte e confiante pode fraturar sua cabeça em um minúsculo banheiro?
- Às vezes eu sou fraca... Mas depois eu me posiciono na vida! – Digo rindo. – Dan... Você parece tanto com seu irmão...
- Eu e o Phil sempre fomos os mais...
- Rebeldes! – Completo.
- É... Rebeldes e loucos... – Diz ele rindo. – Meu irmão e eu temos uma ligação em comum, que o Martin não vivenciou...
- Ligação?
- Antigamente... Antes de ele te conhecer, nossa mãe havia morrido. Martin enlouqueceu como você... Querendo fugir. Mas eu e Phil, só sentávamos em voltada da fogueira e... E falávamos um para o outro o sentimento de perder uma mãe!
- Queria ser como vocês! Mas não tenho esse luxo! – Digo.
- É... Nós sabemos, vocês sofreram demais na mão daqueles inúteis!
Dan era um Phil mais velho e ordinário. Seu rosto era quadrado mais seus traços leves. Seus braços eram um tom suave alaranjado e seus cabelos encaracolados e bem negros. Dan era um tipo de filho prodígio. Era inteligente, engraçado, tinha habilidades. Ele sabia de tudo um pouco. Phil era mais despojado. Cabelos lisos como sua mãe e olhos negros como seu pai. Braços largos e rosto alongado. Eles poderiam ser diferentes nas características, mas eram aparentemente siameses com os sentimentos.
Anna chegou com uma tigela de ensopado grosso e me de em minha boca. Quis tomar sozinha, mas meus dedos não respondiam minhas ordens e deixei-a cuidar de mim. Dan saiu do quarto em silencio e deixou Anna me alimenta. Meus olhos estavam tão centrados no ensopado que deixei cair na colcha da cama um pouco.
Meus hematomas sararam três dias depois. Um pequeno calombo ficou acima do olho. E em meus braços, pequenos arranhões se formaram e minha dor irritante de cabeça havia passado um pouco.
O dia da revolta havia chegado. Mesmo com meus ferimentos um pouco aguçados eu ainda estava destinada a liderar as pessoas. Meus pés estavam persistindo em ignorar minha mente. Margo havia mesmo acabado com meu ego. Com minha vontade de persistir com meus planos e meus truques contra a Capital.
O silencio estava dominando o Dromo. Pacificadores arrumando telões, para ser exibido ao vivo o s vitoriosos na Capital. Encontrei Twill entre as ruas e perguntei a ela se o plano ainda estava ativo. Ela deu um sinal de concordância para disfarçar e seguiu para a escola.
A o chegar na fabrica vejo que as pessoas ou estão fingindo muito bem, ou elas estão efetuando suas rotinas normais de trabalho. – Tirou uns dias de folga, Lisa? – Grita Saara do segundo andar. Não respondo apenas me dirijo ate meu setor. As pessoas olham fixamente para meu hematoma acima do olho. Mostro meu olhar rancoroso e elas continuam nas suas rotinas.
- O clima estar tão calmo... – Digo a Saara quando chego bem perto das maquinas.
- As pessoas não estão afobadas... – Diz ela sussurrando. – E suas filhas? Já achou um local seguro para elas passaram a noite?
- Bom... A Bonnie vai se virar... Ela disse que queria participar! Não posso questioná-la! – Diz ela. Bonnie era sua filha mais velha. Ela era um pouco mais alta que eu e tinha cabelos castanhos claros, como nozes e olhos cor de chocolate. Alguns dos seus dentes eram tortos e acima de seu olho existia uma marca de nascença como a do pai. Penny era a mais nova. Conhecia-a por estudar com minha irmã. Cabelos castanhos escuros como os de Nicolas, e seus olhos eram acinzentados como a névoa toxica do Distrito em que vivíamos.
- Mas você não ira deixar Penny sozinha... Não é? – Pergunto.
- Não... Ela irá ficar com meu marido! – Diz ela.
- E ele não vai... Participar? – Pergunto.
- Ele estar muito debilitado para um evento como este, ele decidiu ficar em casa tomando conta da Penny! – Exclama ela em um de meus ouvidos.
- Acho bom... – Retruco com segurança. – Cadê a Melissa?
- Ela teve que resolver alguns problemas... – Diz Saara com um olhar severo. Melissa vivia sozinha com sua vó doente. Ela dizia que estava tudo bem, mas sabíamos que ela vendia seu corpo por dinheiro pelos remédios da vó. Por conta disto, ela era envolvida em qualquer tipo de encrenca possível.
O Distrito 8 não era um lugar qualquer, onde você pode viver feliz com sua família ou com quem você ama. O Distrito 8 te faz sofrer, ele consome sua alma aos poucos. Conviver neste lugar é pior que a própria morte. E todas as pessoas que vivem aqui, tem uma historia horrível Para contar. Minha vingança. Saara e seu marido alucinado. Melissa vendendo seu corpo. James que morreu sem conhecer seu pai. Todos por aqui têm algum fato para contar.
A tarde ficou tão entediante que decidir tercelar para passar meu tempo. Meu trabalho era um dos mais cansativos aqui, mas pelo menos eu se esquecia dos problemas que havia deixado em casa. Fio por fio, vou juntando para formar os pequenos pedaços do tecido. Olho de relance para meu lado e vejo Saara com uma expressão de desanimo fazendo o mesmo processo que o meu.
Voltei para casa na hora do almoço, pois minha cabeça latejava muito. Tomei alguns analgésicos e me preparei para na noite. Molhei os cabelos que estavam quentes devido ao sol. Vestir uma roupa decente e sentei no sofá da casa de Phil, sozinha.
Estava procurando uma segurança emocional que por anos eu não achava. Eu tinha que parecer segura. Tinha que ser forte. Eu não poderia surtar e sair correndo em meio à rebelião, eu teria que fazer algo.
Caio numa espécie de transe e penso em Panem depois de que isso tudo acabar. Uma terra sem escravidão, pessoas vivendo livremente, falando o que bem entenderem, cuidando de seus filhos. Isso era tão surreal naquele momento que caio de volta ao mundo real. O mundo em que a Capital insiste em controlar. Pessoas como animais, mães oferecendo seus filhos como um banquete de entretenimento, um mundo onde os selvagens ainda se denominam superiores.
Lembro-me do meu colar. Não era um tordo especificamente. Mas me fazia sentir-se bem. Marcus colocou ele em minhas mãos naquela noite, me lembro de como se ele ainda estivesse vivo.
Seus cabelos soltos e loiros em sua testa lisa. Seus olhos amedrontados e azuis como ametistas. Ele retirou o colar do bolso e colocou sobre minha mão.
- Lembre-se... Você é a filha do sol! – Foi como ele me falou. Eu poderia ser filha do sol por algum instante, mas o sol não queria brilhar sobre mim, em quase toda minha vida. – Eles não podem meter medo em você!
- Se cuida... Faz oque tem que ser feito! – Lhe digo dando um abraço nas suas costas largas. Eu tinha exatos 12 anos quando ele se ofereceu com 18.
- Eu te amo mais do que tudo! E se eu não voltar...
- Você vai... Eu confio em você, no seu potencial! – Completo a sua frase.
- Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer. – Diz ele. Quando as palavras saem de sua boca dois pacificadores o arrastam para fora da sala, me deixando sozinha para sempre. Esse foi o ultimo momento em que escutei sua voz.
Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer. Essa era a chave para meus problemas. Eu tinha que motivar as pessoas a lutar e acender a esperança que esta morta. Marcus era tão poético quanto o canto de um tordo. E minhas respostas sempre estavam em suas prosas.
Obrigado irmão. Mesmo morto, você sempre tem a solução dos meus problemas. Tento relaxar de alguma forma. Dormindo. Comendo. Vendo o sol repousar, mas não consigo. A ansiedade toma conta do meu ser. Eu estou mais ansiosa do que quando me voluntariei. Meus dedos tremiam e minhas mãos estavam geladas.
Tento esquecer do levante assistindo televisão. Quando sintonizo no único programa que a Capital fornece aos Distritos, Caesar fica se gabando da chegada dos vitoriosos a Capital. “ Olhem só eles!” Grita ele mostrando uma foto de um beijo forçado dos dois. Eles não pareciam felizes pela vitória. Ao contrario pareciam mais enfadados do que nunca. A festa iria ser boa. Caesar mostra a casa do presidente Snow toda decorada para um grande baile depois da aparição dos vitoriosos. Como eu queria queimar aquela casa. Como ele fez com meu lar. Eu queria que ele engolisse todas as labaredas de fogo que ele me fez olhar.
A festa iria ser uma espécie de distração. Enquanto nós se rebelamos aqui, os outros Distritos ficam assistindo o grande baile dos desafortunados do 12. Caesar fala mais um pouco sobre eles e avisa sobre o Massacre Quaternário que irá vim cheio de surpresas novamente. Ele não cita nada sobre as surpresinhas da Capital das regras, mas fala que irá ser uma das melhores edições dos jogos vorazes. E eu irei participar, mas ninguém precisa saber disto mesmo.
Tive tanto nojo do que vi pela TV que desliguei na hora. Joguei o controle num lugar desolado do sofá e tentei ficar calma. São só mais um Jogos Vorazes. Com grandes truques e artimanhas, mas são é mais uma das edições. Eu terei esperanças de ganhar sim, mas não será como no ano passado. Quando eu tinha James para me ajudar, quando eu tinha segurança, e quando eu tinha a certeza de que se eu saísse da arena o Snow não iria maltratar ninguém que amo. Se eu pirar de novo e tentar sair da arena, meus irmãos estarão mortos antes de eu chegar no Distrito 8, isso se eles não me pegaram de novo. Então eu terei que vencer. Ou vence ou morrer. Simples assim. A morte não seria um problema, em algum dia eu teria que enfrenta-la de algum modo. Mas queria uma vida fora daqui com Phil em nosso casamento.
Quem sabe se eu lutar e conseguir sair dali de novo eu possa viver com ele. Ao seu lado como, nós bem queremos. Mas não posso sair viva e viver na imundice de novo. Eu tenho que mudar essa realidade de algum modo. Não quero que meus filhos cheirem todos os dias esse veneno toxico, não quero mandá-los para a colheita, não quero que eles vejam mortes na televisão todos os anos.
Por esses e outros motivos eu deveria que mudar e fazer a diferença. Estou tão alucinada em meu pensamento que nem percebo a presença de Phil atrás do meu corpo.
- Já estar tudo em seu devido lugar, para hoje anoite... – Sussurra ele em meus ouvidos. – Só há um problema...
- Qual? – Pergunto. Não poderia ter problemas a essa altura do campeonato. Qualquer falha é crucial para a morte de todos no Distrito.
- Você só poderá liderar a rebelião, como uma anônima... – Diz ele. – Eles não podem saber que quem esta acendendo a faísca é você!
- Que susto! – Digo dando uma tapinha em suas costas. – Eu achava que as pessoas haviam desistido nas ultimas horas!
- Elas não seriam tão loucas de abandonar o plano a esta altura! – Diz ele. – Você só terá que usar uma mascara e não pronunciar seu nome!
- Por que senão o Snow nos mata de imediato, certo? – Digo.
- Errado! Não quero que descontem toda a revolta em você, só isso... – Fala ele passando os dedos em minhas bochechas rosadas.
- Tudo bem... Não ira fazer diferença, com mascara, sem mascara! Pelo menos eu irei estar fazendo minha parte... – Falo. Não fazia questão de me expor como um tordo. Mas Phil não queria me ver pagar por atos cometidos não só por mim, mas por todas as pessoas do 8.
- Nos vemos anoite... A proposito, depois que tudo acabar eu quer te encontra no teleférico...
- Sente saudades de lá? – Pergunto – Isso não ira acabar esta noite Phil. A guerra só esta começando.
- Depois combinamos estas coisas de teleférico... Tenho que ir! – Diz ele com uma voz nua e crua.
- Se cuida... – Digo. E ele me responde com um sorriso debochado. Eu estava muito louca. Esse era o meu futuro marido. O homem em que eu iria passar o resto de minha vida. Se eu estiver vida. Imagino nossos filhos. Nossos risos. Uma amizade que loucamente se transformou num casamento. Phil estaria loucamente apaixonado por mim. Como James. Ele estava tão apaixonado que estava disposta a esperar meu resultado na arena para se casar comigo.
A tarde estava em seu término e Anna chegou de seu turno na fabrica. Suas roupas negras de poeira e seus cabelos sujos de fuligem.
- Aquela fabrica me mata a cada dia! – Diz ela se apoiando numa poltrona do sofá. – Aquela fumaça trás a mesmo sensação de ter um cigarro aceso descendo dentre sua garganta!
- Tenta relaxar e toma um banho, por que esse tempo de escravidão esta acabando...
Ela entra disparada para o banheiro. Como se não quisesse perder tempo para a revolta. Nicolas não tinha chegado ainda, algo que me preocupou. Num dia como este ele não estaria aqui no momento exato? Era como se ele deixasse de comparecer a uma colheita dos Jogos Vorazes.
- Estou muito atrasado!? – Berra ele ao entrar pela porta. Sua camisa de trabalho encharcada de suor e seus cabelos castanhos sobre suas testas.
Começamos aos preparativos. Primeiramente Phil pintou meu rosto com uma tinta negra, para camuflar minhas feições. Eu era o “tordo” misterioso. A Capital não poderia desconfiar que uma fugitiva a beira da morte fosse liderar uma rebelião.
Depois ele cobre o resto do meu rosto com um pano negro. Incluindo meus cabelos loiros e meu pescoço alongado. Anna me fornece uma jaqueta de couro negro. Como se estivesse indo mesmo para uma guerra. As calças jeans negras eram as mesmas e as botinas da minha mãe estavam acomodando meus pés.
- Pronto! Está irreconhecível! – Diz Phil. Todos olham para mim com um olhar de espanto. Viro-me para o espelho e vislumbro um ser. Um ser obscuro, que poderia facilmente se esconder na escuridão. Um ser que não poderíamos dizer se era homem ou mulher, graças ao casaco e o lenço sobre meu rosto. Um ser que poderíamos chamar de “Anônimo”.
- Não sou mais a Elizabeth... – Múrmuro. – Sou uma fênix. Uma fênix desconhecida!
Todos se arrumam perfeitamente igual a mim. Jaquetas negras. Pano sobre o rosto e calças jeans negras. Dan falou que o pano é tanto para me proteger de qualquer toxina que os pacificadores usarem contra o povo, quanto para esconder nossas identidades.
Phil nos aconselhou chegar a grupos. Para não ser desorganizado e acabar sendo um fracasso. Um grupinho de pessoas aqui. Outro lá. E assim fomos enchendo o Dromo de gente. Os centros de comunicações foram tomados pelas pessoas. As fabricas estavam cheias ao anoitecer. Tinha tanta gente incluída no levante que conseguimos dominar ate os amarzens e as linhas férreas.
Era tanta gente que comecei a suar frio dentro da minha jaqueta negra. Não sei quantas. Só sei que elas conseguiram tomar o Distrito 8 para elas. Milhões, trilhões eu acho que mais que isso! A imensidão é tão grande que ate os pacificadores começam a desconfiar.
Phil me entrega um micro fone e manda-me fazer o meu trabalho. Era agora. Eu iria guiar a todos. A milhões de pessoas que achavam que eu estaria morta!
- Povo do Distrito 8! Estamos aqui hoje para começar com algo que já deveria ter começo! – Falo com uma voz estranha para que eles não me identifiquem. – Estamos cansados de sermos tratados como um lixo medíocre que a Capital joga para fora de sua casa!
Phil olha para mim e pede para eu ser mais breve. Minhas palavras saem de minha boca sem medo. – Se tiver que lutar para conquistar a liberdade, lute! – Digo. – Não vamos se esconder na poeira novamente!
Minhas palavras estão sendo transmitidas para todo o 8. É como uma espécie de fiação faz com que meu microfone berre alto em milhares de alto-falantes.
- Em todas as lágrimas há uma esperança! – Grito e todas as pessoas começam a se manifestar. Entro na multidão sem medo do que poderá me acontecer. Phil se distancia um pouco de mim então é quando eu percebo que dois homens com mascaras de macaco colocam um saco negro em sua cabeça. – Phil! – Berro. Corro dentre as pessoas gritando. Queimando. Se manifestando. Minha expressão deveria ser de alegria, era um sonho a ser realizado. Mas quando vejo o meu marido ser brutalmente sequestrado entro em pânico. Ele sabia! Penso. Ele sempre sabia que iria ser eu quem guiaria o levante. E isso é só mais uma consequência. Quando estou prestes a agarrar sua jaqueta alguém me droga novamente em meio ao levante. Fazendo-me cair em inconsciência. A ultima coisa que vejo é um cara encapuzado colocando um saco em minha cabeça e prestes a me carregar.
Autor(a): Bonnie
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Acordo sentada em volta de uma mesa bem arrumada. A mesa estava perfeitamente arrumada com quatro xicaras de chá e um bule. No canto da mesinha havia alguns biscoitos decorados. Paredes espelhadas estão ao meu redor. Ao olhar para um espelho vejo que estou transformada. Estou com um vestido branco de seda, com alguns toques de tecido vermelho nas pontas. Estava ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 8
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giuliaperruci Postado em 15/04/2014 - 01:53:19
Gente me desculpem pelo atraso dos cap's, o pc estava com alguns problemas, mas agora irei postar em tempo real, todo mes tem Cap novo :3 irei acabar no Cap 40 :P Aproveitem
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giuliaperruci Postado em 24/12/2013 - 10:16:41
Vllw, espero que todos estejam gostando :)
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faruk Postado em 18/12/2013 - 19:51:28
Muito legal, parabéns!
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cisne Postado em 06/12/2013 - 15:20:39
continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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cisne Postado em 04/12/2013 - 12:14:52
continuaaaaaa
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cisne Postado em 03/12/2013 - 22:56:46
continuaa amo Jogos Vorazes
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giuliaperruci Postado em 23/11/2013 - 17:55:26
Obrigada! irei continuar com a fanfic :)
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cisne Postado em 17/11/2013 - 19:24:56
Ta ficando perfeita