Fanfic: Jogos Vorazes - Reerguendo das Cinzas | Tema: Jogos Vorazes

- Quem? Quem se oferece?  - Diz Mirla num alto falante.

- Eu! – Digo num grito. Meus pés conseguem dar pequenos passos entre as garotas. Seus olhos me olhavam como se eu fosse um animal. Nos seus olhares dava para ver as perguntas em suas mentes. Porque essa louca fez isso? Andei com passos pequenos ate uma pequena escadaria que se seguia ate o palco.

- Que ousadia. É disso que estou falando. – Diz Mirla com o velho sorriso da Capital.

Meus olhos encaravam as câmeras diante da minha cabeça. Via as pessoas embaixo do palco. Olhando para mim. O Distrito 8 era um lugar pequeno. Mas mesmo assim eu não conhecia grande parte das pessoas. Margareth. Phil. Meus irmãos. E alguns jovens da escola. Eram meus únicos conhecidos do Distrito. Mas eu gostava assim não queria ser conhecida. Não queria ser desejada.

- Qual é o seu nome senhorita? – Diz Mirla com a voz melancólica.

- Elizabeth... Elizabeth White! – Digo. Meu nome não era muito comum no distrito. White. Não tínhamos parentes. Tios. Sobrinhos. Nunca ouvir falar neles.

- White...White... Já ouvir falar nesse nome...

- Meu irmão! Ele também se ofereceu a alguns anos atrás – Completo.

- A sim! Você é irmã do Marcus White! – Diz ela com uma voz ensurdecedora.

- Me ofereci por ele... Vou terminar o seu trabalho. – Digo. As pessoas não sabiam do plano de fuga do meu irmão. Pensavam que ele era só uma peça nos jogos. Como qualquer outro adolescente.

- Que lindo! Espero que faça de tudo querida! – Diz ela me encarando.

- Obrigada – Digo-lhe quase fechando os lábios.

- Agora vamos ver o rapaz! Quem sabe temos outra revelação! Algum? Algum se manifesta? – A multidão estava silenciosa.

- então vamos prosseguir com a colheita. – Diz ela com um tom de desanimo. Na minha frente existiam milhares de garotos de quem eu nunca tinha ouvido falar. Mas meus olhos só eram direcionados para Phil. E se ele também fosse escolhido? Oque seria dos meus irmãos? Olhei para meu lado e vi Mirla abrindo o papel e dizendo:

- E o tributo masculino do distrito 8 é...

Que não seja o Phil. Que não seja o Phil. E não é o Phil.

- James Histon!

James. Nunca tinha ouvido falar deste nome em minha vida. Um garoto do grupo de 18 anos se ergue e caminha ao palco. Seus cabelos ruivos e seu rosto manchado de sardas me chama atenção. É forte. Muito forte. Mas não estava com medo dele.

- Nossa que dupla! Quem sabe este ano temos um vitorioso do 8? – Diz Mirla. Não o conhecia. E se me cruzei com ele um dia entre as ruas eu não me lembro. Pelo seu porte físico James deveria ser da parte ‘’rica’’ do Distrito.

   Alguns pacificadores me levam para uma sala fechada com algumas janelas dentro do edifício da justiça. Sentei angustiada. Pensando aberta mente. Será que eu deveria mesmo ter feito isso? Será que eu deveria ter deixado meus irmãos sozinhos com Phil? Mas era tarde de mais para voltar atrás. Alguns pacificadores abrem a porta e gritam. – 5 Minutos – E jogam meus dois irmãos para dentro. A primeira coisa que fazemos é o gostoso abraço coletivo. De repente olho para Anna e vejo que ela esta chorando.

- Ei. Não chore! – Digo.

- Oque será da família se você morrer! – Diz ela chorando.

- Não vou morrer. Se eu ver que o plano estiver ariscado eu irei tentar ganhar! Tudo bem? – Digo, enxugando suas lagrimas.

- Não deixem eles te matarem por favor! – Seus olhos azulados me impressão.

- Não vou... não se preocupe comigo! Mas vocês dois tem que se sustentar entenderam! Já falei com o Phil e ele ira ajudar vocês e qualquer problema. – seus rostos estão rosados.

- Eu só quero voltar e encontrar vocês vivos! Prometem-me? – Digo aflita.

- Tudo bem. – Diz Nicolas com um tom Baixo.

   Dois pacificadores sem direito algum entram na sala e carregam as duas crianças que agora iriam ter que se virar sozinhas.

- Eu não irei morrer. Só quero que vocês não morram!

   Depois de alguns segundos. Phil entra na sala. – Lisa! – Diz ele me abraçando.

- Phil. Você é a única pessoa que eu posso confiar! Toma conta deles. Por favor! – Digo, quase implorando. Seus dedos gelados tocam meus lábios quentes e seus olhos negros me encaram.

- Não se preocupe, eles iram morar em minha casa! – Me alivio um pouco.

- Se eu ver que a barra estiver pesada, eu vou desistir! – ele tampa minha boca e diz :

- você não pode desistir! Só não morra, mais nunca desista! – Diz ele.

- Não vou... – Digo. Ele me encara. E me rouba um beijo. Retribuo. Tinha certa afinidade com Phil. Mas não poderia me render ao amor.  Depois ele beija minha testa e me dá um daqueles abraços que a família White nunca tinha recebidos há anos. Os pacificadores apareceram de novo e puxaram Phil para fora.

Phil Matias. Depois daquele beijo. Não sabia mas oque pensava dele. Será que o amava? Sentei em uma das cadeiras de seda na sala e comecei a relembrar. Qual foi o dia que conheci Phil?

Foi na escola. Algumas semanas depois da morte horrível do meu pai. Sei estilo despojado enlouquecia as garotas. Lembro-me daquele dia nevado. Ele me ofereceu amparo. Não liguei. Não sou dessas garotas que pulam nos braços de certos rapazes. Alguns dias depois Phil quis me conhecer. Não tinha muitos amigos então decidir conhece-lo. Sua família é humilde. Mas acolhedora. Ele me ensinou a caçar - Coisas que não pude aprender depois da morte do meu pai – Ensinou a viver praticamente na selva. Pois ele era o encaminhado de trazer os produtos para os tecidos. Graças a Phil conseguir reerguer minha família. Devo muito a ele.

   Mirla Gret é uma das pessoas que eu não quero fazer amizade. Seu estilo Capitalesco me deixa com enjoo. Ao entrar na sala ele me puxa de uma das cadeiras e me tira do transe. – Vamos mocinha. Temos que chegar no trem em menos de 1 hora! - Suas palavras são agonizantes. Seu sotaque. Tudo me deixa com ânsia de vomito. Só me resta segui-la. Em silencio. Espanto-me com o tamanho dos saltos da criatura. Eram mais ou menos do tamanho da minha mão.

   Depois que saímos do edifício da justiça rodilhado de pacificadores. Entramos numa espécie de carro negro. Seguimos na Interestadual. Dava para ver as pessoas nas ruas olhando para o vidro negro. Lembrei-me do meu pai. Saia nesta hora para almoçar. Junto a seus amigos. Era tão feliz e a Capital retirou a sua felicidade. Mesmo trabalhando feito escravo. Ganhando migalhas e tendo que sustentar sua família sozinho. Ele era feliz. Esse pensamento era que me deixava com raiva. É por isso que estou aqui.

   Era a primeira vez que ficava tão perto de um garoto que não seja o Phil. James era um garoto fechado. De poucas palavras. Seus cabelos ruivos e lisos escoriam entre seu rosto cansado. Não queria conhece-lo. Só resultaria em mais problemas.